Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 9 – S. N. Coletivo (arts. 1.038 a 1.044, CC) Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini SOCIEDADE EM NOME COLETIVO Código Civil – Lei n. 10.406/02 LIVRO II – Do Direito de Empresa TÍTULO II – Da Sociedade SUBTÍTULO II – Da Sociedade Personificada CAPÍTULO II – Da Sociedade em Nome Coletivo (Arts. 1.039 a 1.044) Artigo 1.039 Art. 1.039, caput: Somente pessoas físicas podem tomar parte na socie- dade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Apenas pessoas naturais podem fazer parte desse tipo de sociedade. Não admite pessoa jurídica. Os sócios tem a obrigação de primeiro grau para com a sociedade, que é de integralizar cada qual sua quota. Além disso, tem a responsabilidade de segundo grau, ou seja, respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade, mas de forma subsidiária (benefício de ordem, arts. 1.024, CC, 591 e 596, CPC – seus bens só serão executados depois de executada a soci- edade e as dívidas ainda existirem). O credor poderá escolher sobre qual dos sócios a execução vai recair. Geralmente, escolhe-se o que é constado como tendo a melhor condição fi- nanceira. O sócio escolhido vai pagar sozinho todo o restante da dívida, mas, obviamente, ele tem direito regressivo aos demais sócios, que deverão reem- bolsá-lo de acordo com sua quota-parte. Se pedir que recaia sobre os bens de um sócio e esse bens não forem suficientes para solver toda a dívida, pede pra recair sobre os bens de outro sócio. É uma sociedade empresária arriscada, uma vez que há outros tipos de sociedades em que não existe esse tipo de responsabilidade de segundo grau, como a sociedade limitada. 2 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 9 – S. N. Coletivo (arts. 1.038 a 1.044, CC) Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini PS: Aqui nesse tipo de sociedade, cada um terá responsabilidade de integralizar sua quota, não respondendo todos solidariamente pelo que deve ser integralizado. ---- Art. 1.039, parágrafo único: Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. Essa norma do parágrafo único só tem eficácia entre os sócios. Os sócios concordam que o sócio A ingresse na sociedade com R$ 50 mil e sua responsabilidade fica limitada, ele “não responde perante terceiros”. O que acontece, na verdade, é que, tendo a sociedade bens insuficien- tes para solver as dívidas e o credor pedir para que a execução recaia sobre os bens do sócio A, pela solidariedade, ele terá que pagar a dívida. Mas ele terá o direito regressivo aos demais sócios de ser totalmente reembolsado, devido a essa cláusula contratada. Ver explicação do art. 997, parágrafo único. Artigo 1.040 A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente. Normas do capítulo antecedente = normas da sociedade simples. Art. 1.041 3 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 9 – S. N. Coletivo (arts. 1.038 a 1.044, CC) Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini O contrato deve mencionar, além das indicações refe- ridas no art. 997, a firma social. O contrato da sociedade em comandita simples deve ter tudo o que é le- galmente exigido para o contrato da sociedade simples (art. 997), e, também, mencionar sua FIRMA SOCIAL. Firma social é uma forma do nome empresarial. O nome empresarial pode ser a firma (firma individual para empresário individual; firma social, ou razão social, para sociedades empresárias), que é o nome e a assinatura do empresário ou da sociedade empresária, ou a denominação, que é um “nome fantasia”. Denominação um nome fantasia que indique o objeto, o tipo e a forma da sociedade. Ex.: Calçados Três Colinas Ltda. *** Firma social *** deve constar do nome de, pelo menos, um sócio. A SOCIEDADE EM NOME COLETIVO SOMENTE PODE TER POR NOME UMA FIRMA SOCIAL! NÃO PODE UTILIZAR DENOMINAÇÃO! De que forma? Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. “Companhia”, ou “cia.” refere-se aos demais sócios. Não pode vir no começo da frase, apenas no final. SÓCIOS DA SOCIEDADE X: José Silveira Rosa Maria Alencar Pedro Bernardo FIRMA SOCIAL – possibilidades: José Silveira e Cia. J. Silveira e Cia. Silveira e Cia. Rosa M. Alencar e Cia. R. Maria Alencar e Cia. ... Pedro Bernardo e Cia. ... Silveira, Alencar e Cia. 4 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 9 – S. N. Coletivo (arts. 1.038 a 1.044, CC) Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini ... Silveira, Alencar, Bernardo e Cia. se está citando todos os sócios, não se pode usar “e cia.” nesse caso. Suponhamos que os três sócios sejam irmãos. A firma poderá ser: José Silveira e irmãos. Se forem sobrinhos do José Silveira: José Silveira e sobri- nhos. Etc, etc... A expressão “e cia.” é uma expressão sacramental. Mas não tem que ser ela, pode ser outra expressão que tenha o mesmo significado! Se a sociedade é entre João Silveira e Cláudia Silveira, pode ser “Silvei- ra e Silveira”. Art. 1.157, parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente res- ponsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo. Isso já é óbvio no caso da sociedade em nome coletivo. Mas, por exem- plo, na sociedade em comandita simples, em que há duas categorias de sócios com responsabilidades diferentes, isso faz diferença. Artigo 1.042 A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. O administrador, sendo órgão da sociedade, ao agir por ela, não assina o seu nome, a sua firma, e sim a firma da sociedade. Se a firma social é “José Silveira e Cia.” e a administradora é a Rosa Maria Alencar, ao realizar atos em nome da sociedade, ela deverá assinar “José Silveira e Cia”. Artigo 1.043 Art. 1.043, caput: 5 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 9 – S. N. Coletivo (arts. 1.038 a 1.044, CC) Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini O credor particular de sócio não pode, antes de dissol- ver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. Essa norma é diversa daquela do art. 1.026, da sociedade simples. ---- Art. 1.043, parágrafo único e incisos I e II: Poderá fazê-lo quando: Trata-se da exceção. Quais são elas? Incisos I e II. I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; É o mesmo caso do art. 1.033, inciso I. O sócio devedor pode usar des- se artifício para não ter que pagar o credor naquele momento. II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilató- rio. Nesse caso, também trata de sociedade contratada por prazo determi- nado, mas, diferentemente do inciso I, aqui há prorrogação expressa. O credor tem 90 dias para se opor a prorrogação, nesse caso. Não havendo nenhuma dessas hipóteses, pode-se aplicar o previsto noart. 1.026, parágrafo único, que não se dissolve a sociedade. A sociedade con- tinua a existir, mas pode-se liquidar apenas aquela quota, daquele devedor. Artigo 1.044 A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência. 6 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 9 – S. N. Coletivo (arts. 1.038 a 1.044, CC) Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini A norma do art. 1.033 trata da sociedade simples, a princípio, então, não há que se falar de falência. Mas como a sociedade em nome coletivo é uma sociedade empresária, há essa prerrogativa também, de ser declarada a falên- cia. LEMBRANDO: Qual é objeto da sociedade empresária? É o mesmo do empresário indi- vidual: art. 966.
Compartilhar