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1 ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 2 São técnicas utilizadas na inspeção de materiais e equipamentos sem danificá-los, sendo executados nas etapas de fabricação, construção, montagem e manutenção ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (END) 3 Constituem uma das principais ferramentas do controle da qualidade de materiais e produtos, contribuindo para garantir a qualidade, reduzir os custos e aumentar a confiabilidade da inspeção. ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (END) 4 São largamente utilizadas nos setores petróleo/petroquímico, químico, aeronáutico, aeroespacial, siderúrgico, naval, eletromecânico, papel e celulose, entre outros. Contribuem para a qualidade dos bens e serviços, redução de custo, preservação da vida e do meio ambiente, sendo fator de competitividade para as empresas que os utilizam. ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (END) 5 Para obter resultados satisfatórios e válidos, os seguintes itens devem ser considerados como elementos fundamentais para os resultados destes ensaios: - Pessoal treinado, qualificado e certificado - Equipamentos calibrados - Procedimentos de execução de ensaios qualificados com base em normas e critérios de aceitação previamente definidos e estabelecidos. ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (END) 6 MÉTODOS USUAIS DE END ► Ensaio Visual ► Líquido penetrante ► Partículas Magnéticas ► Ultra-Som ► Radiografia (raios X e Gama) 7 É uma das mais antigas atividades nos setores industriais É o primeiro ensaio não destrutivo aplicado em qualquer tipo de peça ou componente Está freqüentemente associado a outros ensaios de materiais. Ensaio Visual 8 Recurso para a verificação de alterações dimensionais, padrão de acabamento superficial e na observação de descontinuidades superficiais visuais em materiais e produtos em geral, tais como: - - trincas - corrosão - deformação, alinhamento e cavidades - porosidade - montagem de sistemas mecânicos e muitos outros. Ensaio Visual - Aplicação 9 Para a inspeção de peças ou componentes que não permitem o acesso direto interno para sua verificação (dentro de blocos de motores, turbinas, bombas , tubulações, etc) Utilizam-se de fibras óticas conectadas a espelhos ou microcâmeras de TV com alta resolução, alem de sistemas de iluminação, fazendo a imagem aparecer em oculares ou em um monitores de TV. São soluções simples e eficientes. Inspeção Visual Remota 10 É usado para detectar descontinuidades sub superficiais em materiais ferromagnéticos. São detectados defeitos tais como: trincas, junta fria, inclusões, gota fria, dupla laminação, falta de penetração, dobramentos, segregações, etc. Partículas Magnéticas 11 Está baseado na geração de um campo magnético que percorre toda a superfície do material ferromagnético. Partículas Magnéticas - Metodologia Forma do campo magnético produzido por uma barra imantada e visualizada por limalha de ferro 12Peça contendo uma trinca superficial, dando origem ao campo de fuga. As linhas magnéticas do fluxo induzido no material desviam-se de sua trajetória ao encontrar uma descontinuidade superficial ou sub superficial, criando assim uma região com polaridade magnética, altamente atrativa à partículas magnéticas. No momento em que se provoca esta magnetização na peça, aplica-se as partículas magnéticas por sobre a peça que serão atraídas à localidade da superfície que conter uma descontinuidade formando assim uma clara indicação de defeito. Partículas Magnéticas - Metodologia 13 Para que as descontinuidades sejam detectadas é importante que elas estejam de tal forma que sejam "interceptadas" ou "cruzadas" pelas linhas do fluxo magnético induzido; conseqüentemente, a peça deverá ser magnetizada em pelo menos duas direções defasadas de 90º. Para isto utilizamos os conhecidos yokes, máquinas portáteis com contatos manuais ou equipamentos de magnetização estacionários para ensaios seriados ou padronizados. O uso de leitores óticos representa um importante desenvolvimento na interpretação automática dos resultados. Partículas Magnéticas - Metodologia 14 Inspeção por Partículas Magnéticas pela Técnica do Yoke , de uma abertura de reparo preparada para soldagem ,em uma Pá tipo “Francis” fundida em aço carbono, para usina hidroelétrica. 15 Esquema sequencial de ensaio de soldas, pela técnica de Eletrodos e Yoke. 1 2 23 34 4 Sentido do ensaio 16 Ultra-Som Detecta descontinuidades internas em materiais, baseando-se no fenômeno de reflexão de ondas acústicas quando encontram obstáculos à sua propagação, dentro do material. 17 Um pulso ultra sônico é gerado e transmitido através de um transdutor especial, encostado ou acoplado ao material. Princípio Básico da Inspeção de Materiais por ultra-som Os pulsos ultra sônicos refletidos por uma descontinuidade, ou pela superfície oposta da peça, são captados pelo transdutor, convertidos em sinais eletrônicos e mostrados na tela LCD ou em um tubo de raios catódicos (TRC) do aparelho. Ultra-Som 18 Os ultra sons são ondas acústicas com freqüências acima do limite audível. Normalmente, as freqüências ultra sônicas situam-se na faixa de 0,5 a 25 MHz. Ultra-Som 19 As dimensões reais de um defeito interno podem ser estimadas com uma razoável precisão, fornecendo meios para que a peça ou componente em questão possa ser aceito, ou rejeitado, baseando-se em critérios de aceitação da norma aplicável. A espessura e a corrosão podem ser determinadas com extrema facilidade e precisão. Ultra-Som 20 21 Inspeção por ultra-som da chapa de um tubo Foto gentileza da VOITH PAPER soldas, laminados, forjados, fundidos, ferrosos e não ferrosos, ligas metálicas, vidro, borracha, materiais compostos, tudo permite ser analisado por ultra-som. Indústria de base (usinas siderúrgicas) e de transformação (mecânicas pesadas), automobilística, transporte marítimo, ferroviário, rodoviário, aéreo e aeroespacial, hospitais (a primeira imagem de um feto humano é obtida por ultra-som !) Ultra-Som - Aplicações 22 Modernamente o ultra-som é utilizado na manutenção industrial, na detecção preventiva de vazamentos de líquidos ou gases, falhas operacionais em sistemas elétricos (efeito corona), vibrações em mancais e rolamentos, etc. É o método não destrutivo mais utilizado e o que apresenta o maior crescimento, para a detecção de descontinuidades internas nos materiais. Ultra-Som - Aplicações 23 Ultra-Som - Vantagens O método possui alta sensibilidade na detecção de pequenas descontinuidades internas, por exemplo: · Trincas devido a tratamento térmico, fissuras e outros de difícil detecção por ensaio de radiações penetrantes (radiografia ou gamagrafia). · Para interpretação das indicações, dispensa processos intermediários, agilizando a inspeção. · No caso de radiografia ou gamagrafia, existe a necessidade do processo de revelação do filme, que via de regra demanda tempo do informe de resultados. 24 Ultra-Som - Vantagens · Ao contrário dos ensaios por radiações penetrantes, o ensaio ultra-sônico não requer planos especiais de segurança ou quaisquer acessórios para sua aplicação. · A localização, avaliação do tamanho e interpretação das descontinuidades encontradas são fatores intrínsecos ao exame ultra-sônico, enquanto que outros exames não definem tais fatores. Por exemplo, um defeito mostrado num filme radiográfico define o tamanho mas não sua profundidade e em muitos casos este é um fator importante para proceder um reparo.25 Ultra-Som - Desvantagens • Requer grande conhecimento teórico e experiência por parte do inspetor. • O registro permanente do teste não é facilmente obtido. • Faixas de espessuras muito finas constituem uma dificuldade para aplicação do método. • Requer o preparo da superfície para sua aplicação. Em alguns casos de inspeção de solda, existe a necessidade da remoção total do reforço da solda, que demanda tempo de fábrica. 26 Nenhum ensaio não-destrutivo deve ser considerado o mais sensível ou o mais completo, pois as limitações e as vantagens fazem com que aplicação de cada ensaio seja objeto de análise e estudo da viabilidade de sua utilização, em conjunto com os Códigos e Normas de fabricação. 27 Radiografia, Radioscopia e Gamagrafia O método está baseado na mudança da atenuação da radiação eletromagnética (Raios X ou Gama) causada pela presença de descontinuidades internas, quando a radiação passar pelo material e deixar sua imagem gravada em um filme, sensor radiográfico ou em um intensificador de imagem. 28 deslocam-se em linha reta podem atravessar materiais opacos a luz, ao fazê-lo, são parcialmente absorvidos por esses materiais podem impressionar películas fotográficas, formando imagens provocam o fenômeno da fluorescência provocam efeitos genéticos provocam ionizações nos gases. Propriedades da Radiação Penetrante 29 Define-se “Radioatividade” como sendo a emissão espontânea de radiação por um núcleo atômico, que se encontra num estado excitado de energia. Existem três tipos diferentes de radiação, como segue: - Partículas Alfa (a) - Partículas Beta (b) - Raios Gama (g) Radiação e Radioatividade 30 Os isótopos de alguns elementos têm seus núcleos em estado de desequilíbrio, devido ao excesso de nêutrons, e tendem a evoluir para um configuração mais estável, de menor energia. As transformações nucleares sã sempre acompanhadas de uma emissão intensa de ondas eletromagnéticas chamadas raios gama Radiação Por Partículas Gama 31 32 33 É possível separar os três tipos de radiação descritos através da aplicação de um campo elétrico ou magnético, numa amostra de material radioativo. Esquema de separação das radiações alfa, beta e gama. Radiação Nota: O poder de penetração das radiações eletromagnéticas, Raios X e Gama, são caracterizadas pelo seu comprimento de onda (ou energia) 34 Técnica Geral de Ensaio Radiográfico na indústria. Radiografia 35 Radiografia: é a técnica convencional via filme radiográfico, com gerador de Raios X por âmpola de metal/cerâmica. Um filme mostra a imagem de uma posição de teste e suas respectivas descontinuidades internas. Gamagrafia: mesma técnica tendo como fonte de radiação um componente radioativo, chamado de "isótopo radioativo " que pode ser o Irídio, Cobalto ou modernamente o Selênio. Raios X Industrial abrange as seguintes técnicas: A diferença mais importante entre os raios X e ɤ é o fato de se poder regular tensão anódica e, por consequência , o poder de penetração dos raios-X, ao passo que não é possível de maneira alguma variar o comprimento de onda dos raios ɤ 36 37 Líquidos Penetrantes É considerado um dos melhores métodos de teste para a detecção de descontinuidades superficiais de materiais isentos de porosidade tais como: metais ferrosos e não ferrosos, alumínio, ligas metálicas, cerâmicas, vidros, certos tipos de plásticos ou materiais organo-sintéticos. São também utilizados para a detecção de vazamentos em tubos, tanques, soldas e componentes. 38 O método consiste em fazer penetrar na abertura da descontinuidade um líquido. Após a remoção do excesso de líquido da superfície, faz-se sair da descontinuidade o líquido retido através de um revelador. A imagem da descontinuidade fica então desenhada sobre a superfície. Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos 39 Podemos descrever o método em seis etapas principais no ensaio , quais sejam: a) Preparação da superfície - Limpeza inicial Antes de se iniciar o ensaio, a superfície deve ser limpa e seca. Não devem existir água, óleo ou outro contaminante. Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos Nota: contaminantes ou excesso de rugosidade, ferrugem, etc, tornam o ensaio não confiável. Preparação e limpeza inicial da superfície. 40 Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos b) Aplicação do Penetrante: consiste na aplicação de um líquido chamado penetrante, geralmente de cor vermelha, de tal maneira que forme um filme sobre a superfície e que por ação do fenômeno chamado capilaridade penetre na descontinuidade. Tempo de penetração do líquido na abertura. Nota: Deve ser dado um certo tempo para que a penetração se complete. 41 Aplicação do penetrante com pincel 42 Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos c) Remoção do excesso de penetrante: consiste na remoção do excesso do penetrante da superfície, através de produtos adequados, condizentes com o tipo de líquido penetrante aplicado , devendo a superfície ficar isenta de qualquer resíduo na superfície. Remoção do excesso de líquido da superfície. 43 Remoção do excesso de penetrante 44 d) Revelação: consiste na aplicação de um filme uniforme de revelador sobre a superfície. O revelador é usualmente um pó fino (talco) branco. Pode ser aplicado seco ou em suspensão, em algum líquido. O revelador age absorvendo o penetrante das descontinuidades e revelando-as. Nota: Deve ser previsto um determinado tempo de revelação para sucesso do ensaio. Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos Aplicação do revelador e observação da indicação 45 Revelação com embalagem aerosol 46 e) Avaliação e Inspeção: após a aplicação do revelador, as indicações começam a serem observadas, através da mancha causada pela absorção do penetrante contido nas aberturas, e que serão objetos de avaliação. Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos Absorção do líquido, pelo revelador, de dentro da abertura. Nota: A inspeção deve ser feita sob boas condições de luminosidade, se o penetrante é do tipo visível (cor contrastante com o revelador) ou sob luz negra, em área escurecida, caso o penetrante seja fluorescente. 47 Inspeção e interpretação 48 A interpretação dos resultados deve ser baseada no Código de fabricação da peça ou norma aplicável ou ainda na especificação técnica do Cliente. Nesta etapa deve ser preparado um relatório escrito que mostre as condições do ensaio, tipo e identificação da peça ensaiada, resultado da inspeção e condição de aprovação ou rejeição da peça. Em geral a etapa de registro das indicações é bastante demorada e complexa, quando a peça mostra muitos defeitos. Portanto, o reparo imediato das indicações rejeitadas com posterior re-teste, é mais recomendável. Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos 49 f) Limpeza pós ensaio: A última etapa, geralmente obrigatória, é a limpeza de todos os resíduos de produtos, que podem prejudicar uma etapa posterior de trabalho da peça (soldagem, usinagem, etc....). Líquidos Penetrantes – Princípios Básicos 50 Simplicidade: é fácil de fazer e de interpretar os resultados. Aprendizado é simples e requer pouco tempo de treinamento do inspetor. Como a indicação assemelha-se a uma fotografia do defeito, é muito fácil de avaliar os resultados. Em contrapartida o inspetor deve estar ciente dos cuidados básicos a serem tomados (limpeza, tempo de penetração, etc), pois a simplicidade pode se tornar uma faca de dois gumes. Não há limitação para o tamanho e forma das peçasa ensaiar, nem tipo de material; por outro lado, as peças devem ser susceptíveis à limpeza e sua superfície não pode ser muito rugosa e nem porosa. O método pode revelar descontinuidades (trincas) extremamente finas (da ordem de 0,001 mm de abertura ). Líquidos Penetrantes – Vantagens 51 Só detecta descontinuidades abertas para a superfície, já que o penetrante tem que entrar na descontinuidade para ser posteriormente revelado. Por esta razão, a descontinuidade não deve estar preenchida com material estranho. A superfície do material não pode ser porosa ou absorvente já que não haveria possibilidade de remover totalmente o excesso de penetrante, causando mascaramento de resultados. Líquidos Penetrantes – Limitações 52 A aplicação do penetrante deve ser feita numa determinada faixa de temperatura permitida ou recomendada pelo fabricante dos produtos. Superfícies muito frias (abaixo de 5oC ) ou muito quentes (acima de 52oC) não são recomendáveis ao ensaio. Algumas aplicações das peças em inspeção fazem com que a limpeza seja efetuada da maneira mais completa possível após o ensaio (caso de maquinaria para indústria alimentícia, material a ser soldado posteriormente, etc). Este fato pode tornar-se limitativo ao exame, especialmente quando esta limpeza for difícil de fazer. Líquidos Penetrantes – Limitações 53 Junta soldada contendo trinca visual Líquidos Penetrantes – Limitações 54 a) ter habilidade para rapidamente penetrar em aberturas finas; b) ter habilidade de permanecer em aberturas relativamente grandes; c) não evaporar ou secar rapidamente; d) ser facilmente limpo da superfície onde for aplicado; e) em pouco tempo, quando aplicado o revelador, sair das descontinuidades onde tinha penetrado; f) ter habilidade em espalhar-se nas superfícies, formando camadas finas; Propriedades Físicas do Penetrante 55 g) ter um forte brilho. h) a cor ou a fluorescência deve permanecer quando exposto ao calor, luz ou luz negra; i) não reagir com sua embalagem nem com o material a ser testado; j) não ser facilmente inflamável; k) ser estável quando estocado ou em uso; l) não ser demasiada Propriedades Físicas do Penetrante 56 Tipos de Líquidos Penetrantes Produtos penetrantes segundo a norma Petrobras N-1596 57 Tipos de Líquidos Penetrantes
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