Buscar

Trabalho de Filosofia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Escola Estadual Aroldo de Azevedo
Trabalho
De
Filosofia
Características do Discurso Filosófico
Valéria Conceição das Graças Santos 3º TC
São Paulo, Maio de 2017
Discurso Filosófico e Discurso Religioso
A Filosofia é um campo que sofreu e sofre preconceitos. A Religião, por sua vez, também é um tema esquecido na trajetória escolar de muitas pessoas. Esse esquecimento é evidenciado, sobretudo, no Ensino Superior. Raras são as oportunidades escolares de conhecer e compreender melhor as diferentes religiões: suas origens, histórias, valores, compromissos. Raras são as oportunidades escolares de construir uma atitude filosófica com relação à religião. Neste texto, vamos pensar as possibilidades de relacionamento entre Filosofia e Religião, com base no pressuposto de que ambas representam uma elaboração de extrema importância para a humanidade, sem valorizar uma mais do que a outra.
Vamos considerar e rever algumas ideias correntes sobre a relação entre Religião e Filosofia:
·         A Filosofia como ruptura com a Religião;
·         A Filosofia como forma de pensamento superior ao pensamento religioso;
·         A Filosofia surge na Grécia em oposição ao pensamento mitológico;
·         A Filosofia como explicação do mundo diferente da explicação do mundo elaborada pela Religião.
O primeiro esforço para pensar as relações entre a Filosofia e a Religião conduz à questão sobre a origem da Filosofia. É bastante divulgada a ideia de que o modo de pensar, que hoje identificamos como próprio da Filosofia, tem origem na Grécia antiga, no final do século VII a.C. e início do século VI a.C. Atribui-se a Pitágoras (570 a.C. - 496 a.C.) o emprego da palavra "filosofia" pela primeira vez, unindo dois termos: philia ou philos (amizade) e Sophia ou sophos (saber), o que resultou em uma palavra que expressa amor pela sabedoria. Esse modo de pensar teria surgido com a necessidade de se responder a questões sobre o mundo natural e sobre os homens que não haviam sido respondidas pelo pensamento mitológico dos sacerdotes e poetas. Uma dessas questões seria: Qual é a substância essencial, mais elementar, que compõe os seres do mundo físico, da natureza material? Qual é o elemento que unifica todos os seres?
O segundo esforço para pensar as relações entre a Filosofia e a Religião é justamente o de distinguir perguntas e respostas próprias a cada um desses modos de pensar.
Sobre a origem da Filosofia como necessidade grega de se criar uma forma de pensamento que pudesse melhor explicar o mundo, deve-se considerar que egípcios, mesopotâmios, hindus e chineses, ou seja, as chamadas civilizações orientais, também criaram filosofias em períodos concomitantes ou anteriores aos primeiros filósofos gregos. Historiadores como Abel Rey - pesquisador português contemporâneo – defendem a  ideia de que não se pode afirmar que a origem da Filosofia situa-se exclusivamente na Grécia porque os próprios gregos exaltaram a sabedoria oriental. Dessa forma, o ideal é perguntarmos pela origem da Filosofia tanto no campo do pensamento oriental como no campo do pensamento ocidental.
Historiadores da Filosofia, entre os quais destacamos Werner Jaeger, defendem ainda que a Filosofia não surge em contraposição e como algo absolutamente diferente dos mitos, mas sim a partir destes, a partir de temas e preocupações predominantes no discurso religioso e nos mitos registrados em poemas como a Ilíada e a Odisséia, de Homero, e nos poemas de Hesíodo, por exemplo. Os historiadores destacam vários aspectos que são comuns a ambos: preocupação dos poetas em apresentar causas e motivos das ações; esforço para descrever os fatos em uma abrangência que abarca deuses, homens, terra, céu, guerra, paz, bem e mal e a preocupação dos poetas em construir narrativas para ensinar a justiça como virtude fundamental. O mito, assim, já contemplaria a estrutura de apresentação dos fatos e os temas valorizados pela Filosofia. Se a Filosofia não é uma inovação que rompe radicalmente com o discurso próprio dos mitos, dos poemas e da religião, deve-se perguntar, então, qual é a sua novidade, qual é a sua diferença?
O discurso nos mitos apresenta-se com uma narrativa marcada por analogias, metáforas e parábolas, enquanto, na Filosofia, o discurso apresenta-se marcado por questionamentos sucessivos a cada afirmação, por fundamentação e crítica sobre o saber afirmado.
A atividade proposta a seguir tem o objetivo de ajudá-los a pensar as diferenças entre um discurso e outro. Para tanto, vocês devem ler esses dois textos: um trecho da introdução da Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant (1724-1804) e uma transcrição do mito denominado Eros e Psique, narrado pela primeira vez por um escritor romano chamado Lucius Apuleius (125-164 d.C). Façam a leitura de cada um dos textos. Após a leitura identifique as diferenças entre eles. Algumas perguntas podem ajudá-los nessa direção:
1.         Qual é o objetivo de cada texto ou qual é o assunto tratado em cada um?
2.         De que forma a mensagem principal e as demais mensagens são apresentadas em cada um dos textos?
3.         Quais elementos comparecem em apenas um dos textos?
"I — Da distinção entre o conhecimento puro e o empírico
Não se pode duvidar de que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência, porque, com efeito, como haveria de exercitar-se a faculdade de se conhecer, se não fosse pelos objetos que, excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si mesmos representações, e de outra parte, impulsionam a nossa inteligência a compará-los entre si, a reuni-los ou separá-los, e deste modo à elaboração da matéria informe das impressões sensíveis para esse conhecimento das coisas que se denomina experiência?
No tempo, pois, nenhum conhecimento precede a experiência, todos começam por ela. Mas se é verdade que os conhecimentos derivam da experiência, alguns há, no entanto, que não têm essa origem exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento empírico seja um composto daquilo que recebemos das impressões e daquilo que a nossa faculdade cognoscitiva lhe adiciona (estimulada somente pelas impressões dos sentidos); aditamento que propriamente não distinguimos senão mediante uma longa prática que nos habilite a separar esses dois elementos.
Surge desse modo uma questão que não se pode resolver à primeira vista: será possível um conhecimento independente da experiência e das impressões dos sentidos? Tais conhecimentos são denominados apriori, e distintos dos empíricos, cuja origem é a posteriori, isto é, da experiência.
Aquela expressão, no entanto, não abrange todo o significado da questão proposta, porquanto há conhecimentos que derivam indiretamente da experiência, isto é, de uma regra geral obtida pela experiência, e que no entanto não podem ser tachados de conhecimentos a priori.
Assim, se alguém escava os alicerces de uma casa, apriori poderá esperar que ela desabe, sem precisar observar a experiência da sua queda, pois, praticamente, já sabe que todo corpo abandonado no ar sem sustentação cai ao impulso da gravidade. Assim esse conhecimento é nitidamente empírico.
Consideraremos, portanto, conhecimento a priori, todo aquele que seja adquirido independentemente de qualquer experiência. A ele se opõem os empíricos, isto é, àqueles que só o são a posteriori, quer dizer, por meio da experiência.
Entenderemos, pois, daqui por diante, por conhecimento a priori, todos aqueles que são absolutamente independentes da experiência; eles são opostos aos empíricos, isto é, àqueles que só são possíveis mediante a experiência.
Os conhecimentos apriori ainda podem dividir-se em puros e impuros. Denomina-se conhecimento a priori puro ao que carece completamente de qualquer empirismo.
Assim. p. ex., 'toda mudança tem uma causa' é um princípio apriori mas impuro, porque o conceito de mudança só pode formar-se extraído da experiência."
O Homem como ser Político
Para Aristóteles, o Homem é um "animal político",pois somente ele possui a linguagem e esta é o fundamento da comunicação entre os seres humanos. Segundo seu ponto de vista, os demais animais só exprimem dor e prazer, mas o Homem utiliza a palavra (logos) e com isso sua capacidade de julgamento entre o bem e o mal, o certo e o errado. Na busca de interpretação da realidade social, devemos levar em consideração também a capacidade de atuação do Homem sobre a natureza e a sua consequente criação de novas condições de existência, como fundamentais para compreendermos o desenvolvimento da comunicação na sociedade.
O nosso cotidiano é marcado por inúmeras ações que nos permeiam diante de múltiplas relações. As diversas conexões que se estabelecem no mundo vivido por meio de normas foram criadas com o objetivo de estabelecer uma linguagem comum em que os indivíduos socializados trocassem experiências. A comunicação se insere como importante fator para analisarmos a produção dos discursos que desembocam nos (des)caminhos da humanidade.
Se até bem pouco tempo os homens utilizavam o discurso direto para se comunicar e meios muito limitados e lentos para uma comunicação à distância, vimos surgir no século XX os poderosos e rápidos meios 
de comunicação de massa (jornal, rádio, TV...) e hoje, com a informática e 
a Internet, de fato o mundo se transformou numa "aldeia global" e constituímos, assim, uma "sociedade informática". Mas uma grande questão se coloca: os poderosos meios de comunicação e transmissão de dados de que dispomos, até mesmo num simples celular, estão realmente possibilitando uma maior participação democrática da maioria, ou nos tornamos personagens e reféns de um terrível e incontrolável "Big Brother"?
 
 
  
 
Partindo da Ética chegamos ao pensamento político de Aristóteles, para tal filósofo, o homem é um animal político por natureza. Assim sendo, o homem não deve ignorar a coletividade privilegiando interesses particulares. Aristóteles observa que o homem é um ser que necessita de coisas e dos outros, sendo, por isso, um ser carente e imperfeito, buscando a comunidade para alcançar a completude. E a partir disso, ele deduz que o homem é naturalmente político. Além disso, para Aristóteles, quem vive fora da comunidade organizada (cidade ou Pólis) ou é um ser degradado ou um ser sobre-humano (divino).
 
Aristóteles acredita que "Aquele que é naturalmente um marginal ama a guerra e pode ser comparado a uma peça fora do jogo. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais ainda que as abelhas ou que qualquer outro animal gregário. Como dizemos frequentemente, a natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os animais a ter linguagem. (...) Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum essas noções que constitui a família e o Estado".
A Desigualdade entre os Homens como desafio da Política
Jean Jacques Rousseau, filósofo suíço (1712-1778), em seu Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicado em 1755, cita as bases sobre as quais se firma o processo gerador das desigualdades sociais e morais entre os seres humanos.
Tomando como base os primeiros homens, Rousseau iniciou um pensamento que o levaria a concluir que toda desigualdade se baseia na noção de propriedade particular criado pelo homem e o sentimento de insegurança com relação aos demais seres humanos.
Segundo Rousseau, os primitivos deviam viver em bandos mais ou menos organizados, que se ajudavam esporadicamente, apenas enquanto a necessidade emergente exigisse, para fins de alimentação, proteção e procriação. Findada tal necessidade, os primitivos seguiam suas vidas de forma isolada, até que nova necessidade aparecesse.
Com o surgimento de novas exigências, as quais estes povos não estavam acostumados, surgiu, também, a percepção de que poderiam ter, além do necessário, algo mais que pudesse fazê-lo melhor do que os outros homens. Esta noção, ainda rudimentar nesses povos, foi-se aperfeiçoando, até alcançar um nível de elaboração que fizesse surgir a idéia de propriedade, fosse ela um animal, terras, armas e, até mesmo, outras pessoas.
Essa noção de propriedade criou nos primitivos a idéia de acumulação de bens e, conseqüentemente, superioridade frente aos demais. Essa suposta superioridade foi o estopim para o início dos conflitos entre os homens de uma mesma tribo e, posteriormente, entre cidades e nações.
Outra novidade nesse progresso mental foi a noção de família, que com o tempo, levou homens e mulheres a deixarem de lado o comportamento selvagem que tinham. Essa moderação no comportamento, fez emergir a fragilidade perante a natureza e os animais, mas trouxe como compensação e noção de grupo, que transmitia maior poder de resistência do que o indivíduo isoladamente. O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau.
Entretanto, a facilidade da vida em grupo trouxe outro problema: a ociosidade e a busca por algo que desse sentido a vida, além do trabalho. Assim, o lazer se instituiu, porém, com o passar do tempo, o que era comodidade passou a ser visto como necessidade e novos conflitos surgiram, fazendo com que o homem ficasse mais infeliz pela privação das comodidades, do que feliz de possuí-las.
Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.
Fonte:
ROUSSEAU, Jean Jacques – Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens / Jean Jacques Rousseau; [introdução de João Carlos Brum Torres]; tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre, RS : L&PM, 2008.

Continue navegando