A Familia e a aprendizagem

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A Família e a aprendizagem
ESPECIFICIDADE DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
INCLUSÃO DA FAMÍLIA
A ORIGEM DOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NÃO SE ENCONTRA NA ESTRUTURA INDIVIDUAL. O SINTOMA ( RELACIONADO À APRENDIZAGEM) SE ANCORA EM UMA REDE PARTICULAR DE VÍNCULOS FAMILIARES.
O DISCURSO MANIFESTO E O LATENTE.
FAMÍLIA REAL E FAMÍLIA SIMBÓLICA. (REPRESENTAÇÕES INCONSCIENTES DE CADA UM E DO GRUPO).
OS MITOS FAMILIARES E A TRANSGERACIONALIDADE EM RELAÇÃO AO APRENDER
DIAGNÓSTICO TRADICIONAL
FAVORECE A LOCALIZAÇÃO DOS PAIS EM UM FALSO LUGAR DE SABER.ELES VÊM FALAR DO FILHO: “NÃO TEM MEMÓRIA”, “ TEM UM PROBLEMA NA CABEÇA” ETC..
A FAMÍLIA COMO PROTAGONISTA
TODOS TÊM ALGO A DIZER. É DEVOLVIDO À FAMÍLIA A POSSIBILIDADE DE PENSAR, DE FAZER PERGUNTAS, DE QUESTIONAR E REFLETIR.
A ESPECIFICIDADE DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Com que recursos o sujeito conta para se relacionar com o objeto do conhecimento?
O que significa o conhecimento e o aprender no imaginário do sujeito e da família?
Que papel foi-lhe designado por seus pais em relação ao aprender?
Qual é a sua modalidade de aprendizagem?
ESPECIFICIDADE DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Qual é a posição do sujeito frente ao não-dito, ao oculto, ao secreto?
Que função tem o não aprender para ele e para seu grupo familiar?
Qual é o significado da operação da particular que constitui o sintoma?
Como aprende e como não aprende?
O não-aprende responde a um sintoma ou é uma resposta reativa ao meio socioeducativo?
METÁFORA DE LAING
“SE UMA EQUIPE DE HÓQUEI REQUER NOSSA INTERVENÇÃO PORQUE SEU ZAQUEIRO ESQUERDO TEM BAIXO DESEMPENHO, NÃO PENSARÍAMOS SOMENTE EM CHAMAR O ZAGUEIRO AO NOSSO CONSULTÓRIO,REDIGIR UMA HISTÓRIA CLÍNICA E MINISTRAR-LHE UM RORSCHACH. TAMBÈM IRÍAMOS ASSISTIR A EQUIPE JOGAR E NÃO CHEGARÍAMOS A PARTE ALGUMA SE NÃO SOUBÉSSEMOS NADA SOBRE O HÓQUEI, NEM SOBRE O TIPO DE JOGADAS SE SÃO COMUNS A ELES “.
CIRCULARIDADE CAUSAL
POR QUE NÃO APRENDE ?
A ETIOLOGIA ORGÂNICA
AS PSEUDO-EXPLICAÇÕES
A DEFICIÊNCIA MENTAL
QUAL A RELAÇÃO DO SUJEITO COM O CONHECIMENTO E O SIGNIFICADO DO APRENDER?
O PERIGO DE CONHECER
O DESEJO DE SABER FAZ UM PAR DIALÉTICO COM O NÃO SABER. O JOGO DO SABER- NÃO SABER, CONHECER-DESCONEHCER E SUAS DIFERENTES ARTICULAÇÕES.
QUAIS SÃO OS NÓS E TRAVAS PARTICULARES DO SINTOMA?
O PERIGO DE CONHECER
O SABER É PERIGOSO A PARTIR DA FANTASMÁTICA INCONSCIENTE DE TODO SER HUMANO. AS RESPOSTAS DIANTE DESSA PERICULOSIDADE DIFEREM EM ALGUMAS CIRCUNSTÂNCIAS FAMILIARES QUE ATUALIZAM O PERIGO A PARTIR DE DETERMINADOS ACONTECIMENTOS E SIGNIFICAÇÕES QUE DESDE O REAL, MARQUEM ESSE PERIGO.
O MITO DE ÉDIPO
ÉDIPO NÃO SABE QUAIS SÃO SEUS VERDADEIROS PAIS ; DESCONHECE QUE AQUELES QUE SE MOSTRAM COMO SEUS PAIS NÃO O SÃO. O DESCONHECIMENTO ESTÁ OCUPADO POR UM FALSO CONHECIMENTO. QUER DIZER QUE AQUI NÃO ESTÁ ATUANDO A FALTA, A FUNÇÃO POSITIVA DA IGNORÂNCIA, COMO DINAMIZADORA DA BUSCA DE CONHECIMENTO, JÁ QUE UM FALSO CONHECIMENTO ESTÁ OBTURANDO O SABER.
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EXEMPLO
UM CASAL PODE NÃO ELABORAR O LUTO DO FILHO BIOLÓGICO TRANSFORMANDO EM SEGREDO A ORIGEM DO FILHO ADOTADO. ENTERRAM-SE JUNTO COM O CONHECIMENTO SOBRE A ORIGEM DA CRIANÇA, A ATITUDE INVESTIGADORA; NÃO DANDO , PORTANTO À CRIANÇA ESTE CONECIMENTO PRIMORDIAL E VIVENDO COMO SE O FILHO FOSSE BIOLÓGICO, OBSTRUINDO-LHE A POSSIBILIDADE DE SIMBOLIZAR , ASSIM COMO SE PRIVAM DE APROPRIAR-SE DO FILHO E DA PATERNIDADE.
FUNÇÃO DO NÃO APRENDER
O NÃO APRENDER TEM TAMBÉM UMA FUNÇÃO POSITIVA. HÁ CRIANÇAS QUE APRESENTAM UM MAU RENDIMENTO ESCOLAR PARA GANHAR UMA CERTA LEGITIMIDADE.
EXEMPLO
O PAI DE PABLO ALFREDO DIZ NO MOTIVO DA CONSULTA: “EU ERA IGUAL TAMBÉM NÃO APRENDIA NA ESCOLA”.
CENA TEMIDA- SE PABLO ALFREDO COMEÇASSE A SER BRILHANTE NA ESCOLA, FICARIA DESLOCADO, O NÃO APRENDER LHE SERVE PARA LEGITIMAR-SE COMO FILHO E COMO HOMEM.
PAPEL ATRIBUÍDO PELA FAMÍLIA À CRIANÇA
A CRIANÇA AO NASCER INSTALA-SE EM UMA CONSTELAÇÃO DE SIGNIFICAÇÕES. ELA OCUPA UM LUGAR NA FAMÍLIA DE ACORDO COM ESSAS SIGNIFICAÇÕES.
EXEMPLO
A PABLO ALFREDO CHAMAM ALFREDO. PERGUNTAMOS POR QUE O CHAMARAM PABLO : “POR QUE ASSIM SE CHAMA O PAI”, E EM OUTRO MOMENTO DA ENTREVISTA FAMILIAR FAMILIAR POR QUE NÃO O CHAMAM DE PABLO, E RESPONDE A MÃE: “PORQUE ASSIM CHAMA-SE O PAI”. PELO MESMO MOTIVO QUE LHE É DADO O NOME , LHE É TAMBÉM RETIRADO.
QUEIXA- APRENDE- DIZ A MÃE – MAS NO DIA SEGUINTE ESQUECEU-SE DE TUDO.
EXEMPLO
CRISTIAN É TRAZIDO À CONSULTA POR SUA FALTA DE CUIDADO, DIFICULDADE EM ORGANIZAR-SE. SEUS CADERNOS ESTÃO SUJOS DIZ O PAI.” CRISTIAN É UM NOME LIMPO DIZ A MÃE. CRISTIAN : PUSEMOS ESTE NOME POR| SER UM NOME CRISTALINO.
SIGNIFICAÇÃO DA OPERAÇÃO Que DÁ FORMA AO SINTOMA
NÃO SE SIMBOLIZA QUALQUER COISA COM OUTRA. EXISTE SEMPRE UMA LIGAÇÃO ENTRE O SIMBOLIZADO E O SÍMBOLO ESOLHIDO.
EXEMPLO
“Eu quero que meu filho seja um profissional liberal” mas inconscientemente boicota esta possibilidade, porque não deseja perder o diálogo com o filho”. “Já não vemos mais meus irmãos, disse o pai em outra oportunidade.” Por um lado, quer que aprenda para chegar a ser universitário e por outro não, pois vai significar um distanciamento, e seu filho está preso em tal ambivalência.
CONCLUSÃO
Procuramos esclarecer que tipo de mandatos intelectuais ( que podem se postular no consciente ou no inconsciente) são dados ao sujeito. Buscamos compreender a funcionalidade do aprender para a família, funcionalidade que inclui o significado e enuncia para que serve ao sistema familiar a não aprendizagem de um de seus membros.