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SEMIÓTICA DA CULTURA

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BIOSFERA 
Em 1926, Vernadsky publicou a célebre obra "A biosfera" (republicada em inglês: 
The Biosfere, Oracle (Ariz.): Synergetic Press, 1986), cuja intenção era chamar 
atenção dos naturalistas, geólogos e sobretudo biólogos da importância do estudo 
quantitativo da vida em suas relações indissolúveis com os fenômenos químicos do 
planeta. A obra consta de duas partes: I. A biosfera no cosmo; II. O domínio da vida. 
 
Define a biosfera, como a região única da casca terrestre, ocupada pela vida, que 
não é um fenômeno exterior ou acidental na superfície terrestre. A vida está ligada 
por um laço estreito à estrutura da própria crosta terrestre e faz parte de seu 
mecanismo...A vida e toda matéria vivente podem ser concebidas como um 
conjunto indivisível no mecanismo da biosfera. 
A irrupção do homem civilizado significou uma ruptura no processo de 
migração biógena. A face da terra mudou substancialmente. A era dessa 
transformação apenas começou. O surgimento do ser humano foi sendo 
preparado por todas as eras anteriores. O ser humano está ligado ao bloco 
da vida junto com todos os seres vivos. Está ligado a esse bloco pela 
nutrição. Toda construção social é movida por essa necessidade. O ser 
humano é um animal heterotrófico cuja ação geológica tornou-se imensa no 
curso do tempo. Com o surgimento da agricultura a natureza virgem foi 
aniquilada. Introduziram-se novos compostos químicos desconhecidos e 
novas formas de vida. Isso cria uma situação inquietante, agravada pela 
distribuição injusta das riquezas. 
 
 
Vernadsky prega uma mudança nas formas de 
alimentação e na utilização das fontes de energia por 
parte do ser humano. A realização dessa utopia social é 
de grande urgência. Ele prega a utilização da energia 
solar e a transformação do ser humano em animal 
autotrófico, consumindo apenas sínteses alimentares. 
Isso terá repercussões imensas. Será a expressão de um 
processo que dura milhões anos. Para Vernadsky, essa 
nova utopia será possível pela ciência 
NOOSFERA: ESFERA DO PENSAMENTO HUMANO 
(DO GREGO NOOS QUE SIGNIFICA MENTE) 
LOGOSFERA 
Conceito fundado por Roland Barthes para se referir ao 
mundo da língua, entendido aqui como uma realidade 
dinâmica onde todo um conjunto de diferentes falares 
sociais se confrontam ininterruptamente no seio da 
sociedade. Será em Le plaisir du texte (1973) que 
Roland Barthes tenta definir os modos pelos quais 
diferentes sistemas ideológicos se relacionam dentro 
de um mesmo espaço sócio-político. Construída em 
torno da palavra. 
 Refere-se-lhes metaforicamente como sendo cada qual uma 
espécie de ficção ou de romance, possuído pelos seus 
próprios espectros e intrigas, alimentado por crises e 
conflitos mais ou menos latentes, povoado de personagens 
de recorte moral duvidoso ou exemplar. Dar-lhe-á voz um 
sociolecto particular bem demarcado dos restantes e que se 
reconhece apenas a si mesmo como válido, co-habitando 
com os demais em permanente tensão. A existência social 
da língua acaba por se revestir, pois, de um carácter 
agonístico. 
SEMIOSFERA 
ESPAÇO SEMIÓTICO FORA DA QUAL A SEMIOSE NÃO EXISTE! 
ESPAÇO CÓSMICO DA ATIVIDADE PRODUTORA DE INFORMAÇÃO (LOTMAN, 1990). 
Espaço de produção de semiose na cultura, portanto de coexistência e coevolução de Sistema de signos( 
MACHADO, 2005, p.163). 
Espaço onde natureza e cultura vivem em complementariedade, alterando completamente o conceito de 
fronteira(MACHADO, 2005, p.163). 
Assim como biosfera designa a esfera da vida no planeta, tal como formulara o geoquímico Vladímir Ivanovich 
Vernádski, semiosfera designa o espaço cultural habitado pelos signos. Fora dele, nem os processos de 
comunicação, nem o desenvolvimento de códigos e de linguagens em diferentes domínios da cultura seriam 
possíveis. Nesse sentido, semiosfera é o espaço de encontros entre diferentes culturas. 
Assim como a biosfera é a instância da manutenção da vida no planeta, a semiosfera foi proposta como esfera 
da vida dos signos garantida pela interação da diversidade semiótica, vale dizer, da semiodiversidade (em 
sentido correlato ao de biodiversidade). Este é um aspecto importante no entendimento da Semiosfera. 
 Irene Machado 
CULTURA é a combinatória de vários sistemas de signos, cada um com codificação própria ( ...) (MACHADO, 
2003, p. 27) 
 
Para Lotman, a biosfera é um mecanismo cósmico que ocupa um determinado 
lugar estrutural na unidade planetária. Disposta na superfície de nosso planeta, ela 
abarca todo o conjunto da matéria viva, pois transforma a energia do sol em 
energia química e física. Assim como na biosfera existe a transformação de energia 
solar, em energia química e física, este processo também transforma matéria inerte 
em matéria viva. Logo, metaforicamente na semiótica, existe também uma espécie 
de cosmos, com diversas reações, processos, possibilidades, que podemos 
classificar, como um planeta, onde tudo pode acontecer. Como na biosfera,a 
matéria inerte é transformada em matéria viva, na semiosfera, as linguagens criam 
vida, ou seja, novos significados. Pois os processos linguísticos são vivos, e estão em 
constante mutação. Sendo assim, na linguística, os processos culturais podem 
também gerar novas linguagens, novos sinais, novas traduções e novas 
compreensões. (LOTMAN, 1996, p. 10-12). 
 
O Universo semiótico é como um conjunto de distintos textos e linguagens, 
unidos uns com os outros, como um edifício construído com diversos 
ladrilhos. Estes diversos ladrilhos semióticos, formam o grande edifício da 
semiosfera, não esquecendo que o conceito de semiosfera está ligado a 
determinada homogeneidade e individualidade semióticas (LOTMAN, 1996, 
p. 12). Posto que todos os níveis da semiosfera, desde a pessoa do homem, 
até um texto, são unidades semióticas globais. Elas representam assim, 
semiosferas colocadas umas dentro das outras, onde cada uma manifesta a 
propriedade de ser direita ou esquerda no espaço do diálogo 
(LOTMAN,1996, p. 25). Ou seja, cada semiosfera tem visão, compreensão e 
interpretação própria. Portanto,quando duas semiosferas se encontram, 
surge um dos conceitos fundamentais do caráter semioticamente 
delimitado: a fronteira. (LOTMAN, 1996, p. 12). 
 
Em linhas gerais, uma família é uma semiosfera, pois tem 
homogeneidade semiótica (LOTMAN, 1996, 12-13) e quando ela entra 
em contato com outra família, surge uma fronteira das semiosferas. 
Além é claro da possibilidade de alguém dentro da família, após este 
contato, começar a pensar ou compreender o mundo de forma 
diferente, respeitando a individualidade semiótica (ibidem, p. 12), 
nascendo uma fronteira individual dentro da própria família. Ou seja, 
surge uma semiosfera dentro de outra semiosfera, que vai desencadear 
necessariamente uma fronteira de semiosferas. Buscamos em João 
Guimarães Rosa a possibilidade de entendermos estes conceitos, 
lembrando que para Lotman, a poesia é “uma das formas mais 
poderosas de criação, condensação e produção de informação” (Apud, 
NOGUEIRA, 2015, p. 103). 
 
Posto que todos os níveis da semiosfera, desde a pessoa do homem, até um 
texto, são unidades semióticas globais. Elas representam assim, semiosferas 
colocadas umas dentro das outras, onde cada uma manifesta a propriedade 
de ser direita ou esquerda no espaço do diálogo (LOTMAN,1996, p. 25). Ou 
seja, cada semiosfera tem visão, compreensão e interpretação própria. 
Portanto,quando duas semiosferas se encontram, surge um dos conceitos 
fundamentais do caráter semioticamente delimitado: a fronteira. (LOTMAN, 
1996, p. 12). 
Lótman insiste em que a semiosfera, ainda que aspire à homogeneidade e 
Traduções do intraduzível à organização sistêmica, seja igualmente 
constituída por desequilíbrio, por assimetria. Isso se confirma no fato de que 
ele enfatiza que o lugar mais importanteda semiosfera era a fronteira, na 
qual se encontram os filtros bilíngues 
 
• Para complicar e enriquecer o quadro, a teoria lotmaniana concebe a 
existência de diferentes semiosferas e fronteiras, sobrepostas, 
interseccionadas, em diferentes níveis, que vão desde os indivíduos, 
dos textos, aos grandes sistemas culturais (MACHADO, 2003, p. 159). 
 
Conceitos centrais 
 
 
Códigos culturais 
• Todo código é um sistema modelizante: trata-se de uma forma de 
regulação necessária para a organização e desenvolvimento da informação. 
Os códigos culturais são definidos como sistemas semióticos pois são 
estruturas de grande complexidade que reconhecem, armazenam e 
processam informações com um duplo objetivo: regular e controlar as 
manifestações da vida social, do comportamento individual ou coletivo. 
Segundo tal concepção os seres humanos não somente se comunicam com 
signos como são em larga medida controlados por eles. Desde a mais tenra 
idade os homens são instruídos segundo códigos culturais da sociedade. A 
cultura não pode organizar a esfera social sem signos, afirmam os 
semioticistas. Trata-se de uma lei que tem valor de signo. 
• Cultura 
 
• Cultura é um sistema semiótico, um sistema de textos, e, enquanto 
tal, um sistema perceptivo, de armazenagem e divulgação de 
informações. Como os processos perceptivos são inseparáveis da 
memória, na estrutura de todo texto se manifesta a orientação para 
um certo tipo de memória, não aquela individual, mas a memória 
coletiva. Cultura é assim memória coletiva não-hereditária. 
 
• Culturalização . Apropriação do mundo mediante sua transformação 
em texto. 
• Os códigos como sistemas modelizantes e modeladores têm a função 
de culturalizar o mundo, isto e, conferir-lhe uma estrutura de cultura. 
• Estruturalidade. É a qualidade textual da cultura sem a qual as 
mensagens não podem ser reconhecidas, armazenadas, divulgadas. 
• Extraposição. O encontro dialógico da cultura se faz pelo olhar 
extraposto. 
 
Semiosfera 
• O conceito de semiosfera acompanha a maturidade do pensamento 
semiótico russo. Fundamentado na teoria da biosfera do químico V.I. 
Vernádski e do dialogismo de M. Bakhtin, o conceito de semiosfera foi 
formulado por I. Lotman para exprimir a cultura como um organismo 
não separando aspectos biológicos de aspectos culturais, o homem 
do mundo. Trata-se de um espaço que possibilita a realização dos 
processo comunicativos e a produção de novas informações, 
funcionando como um conjunto de diferentes textos e linguagens. 
• 
 
Fronteira 
• Espaço de trânsito, de fluidez, de contato, entre sistemas 
semióticos.Fronteira define a relação entre aquilo que está dentro e 
aquilo que está fora do espaço semiótico. A noção básica procede da 
matemática, mais precisamente da noção de conjunto de pontos que 
funcionam como tradutores (filtros) graças ao qual se mantêm os 
contatos com os espaços não-semióticos permitindo a penetração do 
externo no interno, filtrando e adaptando. 
 
• Para Lotman a “fronteira é um mecanismo bilíngue, que traduz as 
mensagens externas, em linguagem interna”, e vice-versa. Sendo assim, 
todos os mecanismos de tradução pertencem à estrutura de fronteira da 
semiosfera. Podemos atribuir de forma geral, que as fronteiras separam 
com uma fina membrana os espaços culturais particulares, filtrando as 
informações e mensagens. Os que vivem nas áreas de fronteira, se tornam 
tradutores de dois mundos. Apesar desta “zona de bilinguismo cultural”, 
temos também neste mesmo espaço, a “defesa da fronteira” (LOTMAN, 
1996, p. 13-14). Este “jogo” de transmissão de informação, resistência, 
tradução, também “determina gerações de sentido, e surgimento de nova 
informação”. Para que isto ocorra, se faz necessário o surgimento de um 
“novo sistema dialógico”, marcado pelo “intercâmbio de informação”, 
numa reciprocidade mútua (LOTMAN, 1996, p. 17-18). 
 
[...] os pontos mais quentes para o processo da semiose são as 
fronteiras da semiosfera. A noção de fronteira é ambivalente: ela 
separa e ao mesmo tempo une. É sempre a fronteira de algo e assim 
pertence a ambas as culturas de fronteira, a ambas semiosferas 
contíguas. A fronteira é bilíngue e poliglota. A fronteira é um 
mecanismo para a tradução de textos de uma semiótica alheia para a 
“nossa” linguagem, é o lugar no qual o que é “externo” é transformado 
no que é “interno”, é uma membrana filtrante que, dessa forma, 
transforma textos estrangeiros em textos da semiótica interna da 
semiosfera enquanto ainda retém suas características próprias. 
(LOTMAN, 2000, p. 136-137) 
 
• [...] os pontos mais quentes para o processo da semiose são as 
fronteiras da semiosfera. A noção de fronteira é ambivalente: ela 
separa e ao mesmo tempo une. É sempre a fronteira de algo e assim 
pertence a ambas as culturas de fronteira, a ambas semiosferas 
contíguas. A fronteira é bilíngue e poliglota. A fronteira é um 
mecanismo para a tradução de textos de uma semiótica alheia para a 
“nossa” linguagem, é o lugar no qual o que é “externo” é 
transformado no que é “interno”, é uma membrana filtrante que, 
dessa forma, transforma textos estrangeiros em textos da semiótica 
interna da semiosfera enquanto ainda retém suas características 
próprias. (LOTMAN, 2000, p. 136-137) 
 
 
• “Pelo fato do espaço semiótico ser interseccionado por numerosas 
fronteiras, cada mensagem que se move através dele deve ser 
traduzida e transformada várias vezes, transformando-se o processo 
de geração de novos textos numa bola de neve” (LOTMAN, 2000, p. 
140). 
 
Gênero 
• Gênero é um conceito central para os estudos semióticos russos, 
sobretudo depois que Mikhail Bakhtin o tornou chave da poética 
histórica à luz do dialogismo, onde não é classe nem cabe nos limites 
da poética aristotélica. Segundo Bakhtin, gênero define as infinitas 
possibilidades de uso da linguagem na produção de mensagens no 
tempo e no espaço das culturas. 
• A necessidade de entender as formas comunicativas de um mundo 
prosaico levou Bakhtin à formulação dos gêneros discursivos que, ao 
se reportarem às esferas de usos da linguagem através de um 
processo combinatório, aciona o mecanismo semiótico da 
modelização. 
 
• Gêneros discursivos 
• Formas discursivas que dizem respeito às infinitas esferas de uso da 
linguagem. Para Bakhtin existem as formas que organizam a 
comunicação ordinária (oral e escrita), correspondendo, assim, aos 
gêneros primários. Deles surgem os gêneros secundários que são 
formas discursivas mais complexas. Literatura, documentos oficiais, 
jurídicos, empresariais; relatos científicos; jornalismo (oral e escrito) 
são alguns dos gêneros secundários apontados por Bakhtin. 
 
 
• Ao se tornarem conceito chave também para a semiótica da cultura, os 
gêneros discursivos definem um campo mais amplo da 
comunicação,considerando não apenas as formas elaboradas pelas 
linguagens naturais como também da comunicação mediada. Filmes, 
programas televisuais e radiofônicos, espetáculos e performances, 
publicidade, música e as formas da comunicação mediada pelo 
computador (e-mail, chats, lista de discussão) podem ser definidas como 
gêneros discursivos secundários. 
 
• Na recente abordagem semiótica das mídias, os gêneros discursivos têm o 
poder de definição da própria mídia como sistema de signos na cultura. 
• 
• Língua 
 
• Mecanismo semiótico de transmissão de mensagens por meio de um 
conjunto de signos elementares. A língua natural é um sistema 
modelizante primário (por se dotada de estrutura codificada) uma 
vez que se constrói a partir de outros mecanismos tais com fonação, 
grafismo, convenções sócio-culturais. 
 
• Linguagem 
 
• Linguagem, no sentido semiótico mais amplo do termo,é sistema 
organizado de geração, organização e interpretação da informação. Em 
outras palavras, trata-se de um sistema que serve de meio de comunicação 
e que se utiliza de signos. O fato de possuir regras de combinação definidas 
distingue a linguagem dos sistemas não comunicativos e dos sistemas 
comunicacionais que não utilizam signos. A linguagem se distingue 
igualmente dos sistemas que servem de meio de comunicação e que 
utilizam signos pouco formalizados ou sem nenhuma formalização. Para os 
semioticistas russos, há três campos bem definidos na linguagem: as 
línguas naturais; as línguas 
 
• Modelização 
 
• Modelizar é ler os sistemas de signos a partir de uma estrutura: a 
linguagem natural. O objetivo é conferir estruturalidade a sistemas que, 
por natureza, não dispõem de um modo organizado para a transmissão de 
mensagens. A busca da estruturalidade corresponde à busca da 
gramaticalidade como fenômeno organizador da linguagem. Contudo, no 
processo de decodificação do sistema modelizante, não se volta para o 
modelo da língua, mas para o sistema que a partir dela foi construído. 
Modelizar traduz, portanto, um esforço de compreensão da signicidade dos 
objetos culturais. Modelizar é semioticizar. Mito, religião, arte e literatura 
foram os sistemas modelizantes para os quais, inicialmente, se voltaram os 
semioticistas russos. Na tradição do ícone medieval, por exemplo, Boris 
Uspênski encontrou fundamentos teóricos sobre a modelização na pintura. 
Sistemas modelizantes 
• Os sistemas modelizantes podem ser entendidos como sistemas de signos, 
como conjunto de regras (códigos, instruções, programas) para a 
produção de textos no sentido semiótico amplo e como totalidade de 
textos e suas funções correlatas. Todos os sistemas semióticos da cultura 
são, a priori, modelizáveis; prestam-se ao conhecimento e explicação do 
mundo. O modelo primário de modelização é a linguagem natural, 
enquanto todos os demais são secundários. Alguns sistemas modelizantes 
secundários (literatura, mito) usam a linguagem natural como material, 
acrescentando outras estruturas e todos eles são construídos em analogia 
com as linguagens naturais (elementos, regras de seleção e combinação, 
níveis) que funcionam como metalinguagem universal de interpretação. 
• Nogueira em seu artigo Traduções do intraduzível: a semiótica da cultura e 
o estudo de textos religiosos nas bordas da semiosfera, aponta que: 
• ...a teoria lotmaniana, em especial em seus conceitos de semiosfera, de 
fronteira e de tradução, oferece um instrumental teórico-metodológico e 
um modelo de linguagem da cultura pertinentes para a análise da dinâmica 
das diferentes linguagens religiosas em constante transformação, tanto no 
mundo contemporâneo como no passado. Poderíamos estudar por 
exemplo, as formas cada vez renovadas da religiosidade popular na 
periferia das grandes cidades, os movimentos sincréticos dos novos cultos, 
esoterismo e espiritualidades [...] que assimilam e adaptam elementos que 
lhes são estranhos s (NOGUEIRA, 
• 2015, p. 107). 
 
Entre as belezas naturais com as quais Deus brindou o Paraguai, encontramos a cidade de Caacupê, capital do departamento de 
Cordillera. Além dos encantos que atraem visitantes de todos os lugares do mundo, essa região se tornou palco das atenções divinas, 
séculos atrás. 
Por volta dos anos 1600, os índios Mbayaes perseguiam um índio de origem guarani, por serem de tribos inimigas e porque ele havia 
se convertido ao cristianismo. O índio guarani escondeu-se entre as folhagens de uma grande árvore, mas foi encurralado por seus 
oponentes. Diante dessa situação, pediu a proteção da Santíssima Virgem, prometendo, caso escapasse, esculpir uma imagem da 
Imaculada. Inexplicavelmente, viu-se livre. 
Os perseguidores não o encontraram. Salvo e seguro, o índio, que era um exímio escultor, dedicou-se a cumprir sua promessa. Com a 
madeira daquela mesma árvore que lhe abrigou, esculpiu duas imagens da Imaculada: uma menor, para alimentar sua própria 
devoção, e outra maior, para a igreja do povoado de Tobatí. 
Nada mais se sabe da imagem maior, a não ser que foi saqueada. Tampouco se conhece a sina do índio que a esculpiu tão 
devotamente. 
Acredita-se que ele tenha se afogado durante uma grande inundação no vale de Pirayú, em 1603. A imagem menor, no entanto, é 
venerada por milhares de fiéis até hoje. 
Mesmo sem saber o destino daquele a quem devemos essa obra de inspiração divina, nossa fé nos diz que já está a muito 
compartilhando o céu com nossa Mãe celestial. Quem pode negar que esteja intercedendo por nós, que ainda permanecemos neste 
mundo? 
A Virgem de Caacupê é considerada a padroeira do Paraguai e celebrada no dia 8 de dezembro. Todos os anos, milhares de peregrinos 
marcham para a cidade, em visita à Basílica de Nossa Senhora de Caacupê. 
********** 
 
No ano de 1603 o lago Tapaicuá transbordou e alagou todo o vale do Pirayú 
arrasando tudo o que estava em seu caminho incluindo a imagem da Virgem. 
Entretanto ao retroceder as águas milagrosamente apareceu a imagem que 
o índio tinha esculpido. Os habitantes começaram a difundir sua devoção e 
começaram a invocá-la com o nome de "Virgem dos Milagres". Um devoto 
vizinho, chamado José e carpinteiro de ofício, construiu-lhe uma modesta 
capelinha e nela começou a receber culto a Virgem de Caacupé. A imagem 
da Virgem de Caacupé é pequena, de pouco mais de cinquenta centímetros. 
Seus pés descansam sobre uma pequena esfera, rodeada de uma bandagem 
branca de seda. 
Cada 8 de dezembro se celebra a festa de Maria de Caacupapé 
 e os peregrinos chegam por milhares ao Santuário para demonstrar seu 
amor e gratidão à Mãe de todos, à "Virgem Azul do Paraguai".

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