Buscar

Respostas da leitura dirigida semiótica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Respostas da leitura dirigida “O que é Semiótica?” de Lúcia Santaella
1-a)O nome Semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica é a ciência dos signos, ciência de toda e qualquer linguagem.
1-b)O século XX viu nascer e está testemunhando o crescimento de duas ciências da linguagem. existe uma linguagem verbal, linguagem de sons que veiculam conceitos e que se articulam no aparelho fonador, sons estes que, no Ocidente, receberam uma tradução visual alfabética, a Lingüística, ciência da linguagem verbal. Mas existe simultaneamente uma enorme variedade de outras linguagens que também se constituem em sistemas sociais e históricos de representação do mundo, a Semiótica, ciência de toda e qualquer linguagem. As linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem, A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e de sentido. Seu campo de indagação é tão vasto que chega a cobrir o que chamamos de vida.
2-a)Observando a era primitiva onde o ser humano adquiriu uma forma de comunicação que não necessariamente a linguagem verbal, o trecho destacado por Santaella eleva a concepção da complexidade do ser humano em relação a todas as linguagens existentes, por vista tendo que a partir da articulação da `fala` como conhecemos, deixou-se de lado ou despercebida, como ressalta a autora, as outras formas de linguagens, tão complexas quanto a espécie animal Homo Sapiens Sapiens.
2-b) Segundo Santaella, o homem como espécie animal complexa, é o único ser que não se contenta com as coisas da forma que elas são, sempre procurando formas de desvendar os mistérios e compreender os fenômenos, e assim inserir significados e hipóteses para cada acontecimento natural. Como diz a autora, é no homem e pelo homem que se opera o processo de alteração de sinais em signos ou linguagens.
2-c) Peirce, aproximou a ciencia da Filosofia, levando o para esta o espirito investigativo, sendo a assim essa afirmação exprime os praticamente 30 anos de estudos semióticos, A tarefa precípua de um filósofo é a de criar a Doutrina das Categorias, que tem por função realizar a mais radical análise de todas as experiências possíveis, durante 30 anos, baseado na fenomenologia, e base filosófica da Etica e Estética , Pierce desenvolveu a tríade da primeiridade, secundidade e terceiridade. (sentir, pensar e entender11. Trecho : Entre os muitos princípios da Lógica que encontram sua aplicação na Filosofia, eu posso aqui apenas mencionar um. Três concepções estão sempre avançando em todos os pontos de cada teoria da lógica, e nos sistemas mais arredondados ocorrem em conexão uns com os outros. São concepções tão amplas e conseqüentemente indefinidas que são difíceis de aproveitar e podem ser facilmente ignoradas. Eu chamo-lhes as concepções de Primeiro, Segundo e Terceiro. Primeiro é a concepção de ser ou existir independente de qualquer outra coisa. Segundo, a concepção de ser relativa, a concepção de reação com outra. Terceiro é a concepção de mediação, em que um primeiro e segundo são trazidos em relação. Para ilustrar essas idéias, vou mostrar como elas entram nos que vimos. A origem das coisas, considerada não como levando a nada, mas em si, contém a idéia de Primeiro, o fim das coisas que de Segundo, o processo mediando entre elas o de Terceiro. Uma filosofia que enfatiza a idéia do Um é geralmente uma filosofia dualista em que a concepção de Segundo recebe atenção exagerada; para este (embora, claro, envolvendo a idéia de Primeiro) é sempre o outro de um colector que não é um. A idéia dos Muitos, porque a variedade é a arbitrariedade e a arbitrariedade é o repúdio de qualquer Secondness, tem por seu componente principal a concepção de First. Na psicologia O sentimento é o primeiro, o sentido da reação Segundo, a concepção geral Terceiro, ou a mediação. Na biologia, a idéia do esporte arbitrário é Primeira, a hereditariedade é Segunda, o processo pelo qual os personagens acidentais se tornam fixos é o Terceiro. Chance é a primeira, a lei é a segunda, A tendência de tomar hábitos é o Terceiro. A mente é a primeira, a matéria é a segunda, a evolução é a terceira.
3- "Embora meu método apresente uma similaridade muito geral com o de Hegel, seria historicamente falso considerá-lo uma modificação do método hegeliano. Ele veio à luz através do estudo das categorias kantianas e não das hegelianas".
Peirce considerava as categorias aristotélicas linguísticas e não lógica, sua intenção era criar algo mais amplo que compreendesse e servisse de base para qualquer ciência aplicada, nesse sentido ele enxergava mais semelhanças com Hegel e apesar de ver as categorias hegelianas como puramente materiais e também particulares mas enxergava, nos três estágios do pensamento formulados por Hegel, profundas semelhançascom suas categorias fenomenológicas universais.
4- Em 1867, essas categorias foram denominadas:
1) Qualidade,- 2) Relação e 3) Representação. Algum tempo depois, o termo Relação foi substituído por Reação e o termo Representação recebeu a denominação mais ampla deMediação. Mas, para fins científicos, Peirce preferiu fixar-se na terminologia de Primeiridade, Secundidade e Terceiridade, por
serem palavras inteiramente novas, livres de falsas associações a quaisquer termos já existentes. Entre 1867 e 1885, repetidamente Peirce encontrou, nas ciências da natureza e do pensamento, confirmações independentes que corroboravam suas três idéias. A tríade estava continuamente aparecendo na lógica e nas ciências especiais, primeiro na psicologia, então na fisiologia e na teoria das células, finalmente na evolução biológica e no cosmos físico
5- Para Peirce Consciência não se confunde com razão. Consciência é como um lago sem fundo no qual as idéias (partículas materiais da consciência) estão localizadas em diferentes profundidades e em
permanente mobilidade. A razão (pensamento deliberado) é apenas a camada mais superficial da consciência. Aquela queestá próxima da superfície. Sobre essa camada, porque superficial, podemos exercer autocontrole e também, porque superficial, é a ela que nossa autoconsciência está atada. Daí
tendermos a confundir consciência com razão. No entanto, sebem que a razão seja parte da consciência, ela não compõe,nem de longe, o todo da consciência. Assim sendo, consciência não é tomada como uma
espécie de alma ou espírito etéreo, mas como lugar onde interagem formas de pensamento
6- A razão (pensamento deliberado) é apenas a camada mais superficial da consciência. Aquela que
está próxima da superfície. Sobre essa camada, porquesuperficial, podemos exercer autocontrole e também, porque superficial, é a ela que nossa autoconsciência está atada. Daí tendermos a confundir consciência com razão. No entanto, se bem que a razão seja parte da consciência, ela não compõe,
nem de longe, o todo da consciência.Apesar de não restringir consciência à razão, isto não significa que Peirce menosprezasse a razão.
7- Sua lógica se propõe como sendo um método científico para orientar o raciocínio. Sua lógica se estrutura, portanto, como a criação de instrumentos científicos para auxiliar e ampliar o poder da
razão.
8- Signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele. O signo se constitui de dois objetos e três interpretantes.
9- Não se refere ao intérprete do signo, mas a um processo relacional que se cria na mente do intérprete. A partir da relação de representação que o signo mantém com seu objeto, produz-se na mente interpretadora um outro signo que traduz o significado do primeiro (é o interpretante do primeiro) . Ou seja, é o próprio resultado significante ou algo criado na mente do interprete, em suma a imagem ou representação do signo pelo intérprete.
10- Há signos que sãointerpretáveis na forma de qualidades de sentimento; há outros que são interpretáveis através de experiência concreta ou ação; outros são passíveis de interpretação através de pensamentos numa série infinita.
11-foram estabelecidas 10 tricotomias, isto é, 10 divisões triádicas do signo, de cuja combinatória resultam 64 classes de signos e a possibilidade lógica de 59 049 tipos de signos. Porém não foram todas
exploradas, ao contrário, foram deixadas para exploradores futuros. Dentre todas essas tricotomias, há três, as mais gerais, às quais Peirce dedicou explorações minuciosas. São as que ficaram mais conhecidas e que têm sido mais divulgadas. Tomando-se a relação do signo consigo mesmo (1º), a relação do signo com seu objeto dinâmico (2º) e a relação do signo com seu interpretante (3º): 
1ª TRICOTOMIA (signo em relação a si mesmo): organiza os signos a partir das aparência do representâmen (do próprio signo).
O quali-signo é uma qualidade sígnica imediata, tal como a impressão causada por uma cor. O quali-signo é uma espécie de pré-signo, pois se essa qualidade se singulariza ou individualiza, ela se torna um sin-signo.
Ex.: as impressões que as cores azul e rosa podem causar em um indivíduo, antes de singularizadas, são quali-signos, meras sensações ou qualidades.
O sin-signo é o resultado da singularização do quali-signo. A partir de um sin-signo pode-se gerar uma ideia universalizada (uma convenção, uma lei que substitui o conjunto que a singularidade representa), tornando-se assim um legi-signo.
Ex.: se o indivíduo acha que as sensações são de seriedade, para o azul, e de de-licadeza, para o rosa, é porque ele percebe essas cores dessa forma singular.
O legi-signo é o resultado de uma impressão mediada por convenções, por leis gerais estabelecidas socialmente.
Ex.: a idéia geral de que “azul transmite seriedade e deve ser associada ao sexo masculino” e “rosa transmite delicadeza e deve ser associada ao sexo feminino” é uma convenção. Essa idéia se tornou uma lei geral, culturalmente convencionada em nossa sociedade. Trata-se agora de um legi-signo.
2ª TRICOTOMIA (signo em relação ao objeto dinâmico): organiza os signos conforme a relação entre ele e o objeto que ele substitui.
O ícone, de forma semelhante ao quali-signo, representa uma parte da semiose em que se destacam alguns aspectos qualitativos do objeto. O ícone é o resultado da relação de semelhança ou analogia entre o signo e o objeto que ele substitui.
Ex.: um retrato ou uma caricatura são semelhantes aos objetos que eles substituem; eles são signos icônicos.
O índice, assim como o sin-signo, resulta de uma singularização. Um signo indicial é o resultado de uma a relação por associação ou referência. A categoria indicial se evidencia pelo vestígio, pelos indícios.
Ex.: rastros de pneus, pegadas ou cheiro de fumaça não se parecem com os objetos que eles substituem (pneus, animais ou a fumaça), mas nós associamos uns aos outros, respectivamente; são exemplos de signos indiciais.
O símbolo resulta, tal como o legi-signo, da convenção. A relação entre o signo e o objeto que ele representa é arbitrária, legitimada por regras.
Ex.: a pomba branca é símbolo de paz, um retângulo verde com um losango amarelo, círculo azul e estrelas é um dos símbolos do Brasil, mas em nenhum des-ses casos há relação de semelhança ou de associação singular; trata-se de regras, leis convenções.
3ª TRICOTOMIA (relação entre o signo e o interpretante): organiza os signos a partir da sua relação com as significações desse signo.
Em lógica formal, o rema corresponde ao que se chama de termo, isto é, um enunciado impassível de averiguação de verdade. Em língua portuguesa, uma palavra qualquer (“menino”, por exemplo) fora de um contexto sintático é um rema.
Se a palavra “menino” se insere em uma sentença, como em “o menino está doente”, podemos verificar seu grau de veracidade. Em lugar de um termo, temos uma sentença; em Semiótica, essa sentença chama-se dicente (dici-signo ou dissisigno). Investigamos se o menino está verdadeiramente doente porque a sentença não nos forneceu os motivos pelos quais se afirmou isso, mas temos elementos para tal averiguação.
Se houvesse informações comprobatórias, não se trataria mais de um dicente, mas de um argumento. A sentença “O menino está doente porque apresenta manchas vermelhas e temperatura alta” traz um raciocínio completo, justificado, com caráter conclusivo. Nesse caso, temos então um argumento.
12- Entendendo-se por fenômeno qualquer coisa que esteja de algum modo e em qualquer sentido presente à mente, isto é, qualquer coisa que apareça, seja ela externa (uma batida na porta, um raio de luz, um cheiro de jasmim), seja ela interna ou visceral (uma dor no estômago, uma lembrança ou
reminiscência, uma expectativa ou desejo), quer pertença a um sonho, ou uma idéia geral e abstrata da ciência, fenômeno na concepção peirciana é tudo aquilo que aparece à mente, corresponda a algo real ou não.
13- Objeto imediato (dentro do signo, no próprio signo) diz respeito ao modo como o objeto dinâmico (aquilo que o signo interpretante dinâmico (intérprete) objeto dinâmico substitui) está representado no signo. Se se trata de um desenho figurativo, o objeto imediato é a aparência do desenho, no modo como ele intenta representar por semelhança a aparência do objeto (uma paisagem, por exemplo). Se se trata de uma palavra, o objeto imediato é a aparência gráfica ou acústica daquela palavra como suporte portador de uma lei geral, pacto coletivo ou convenção social que faz com que essa palavra, que não apresenta nenhuma semelhança real ou imaginária com o objeto, possa, no entanto, representá-lo.
Objeto dinâmico (aquilo que o signo interpretante dinâmico (intérprete) objeto dinâmico substitui.
Interpretante imediato consiste naquilo que o signo está apto a produzir numa mente interpretadora qualquer. Não se trata daquilo que o signo efetivamente produz na minha ou na sua mente, mas daquilo que, dependendo de sua natureza, ele pode produzir. Há signos que são interpretáveis na forma de qualidades de sentimento; há outros que são interpretáveis através de experiência concreta ou ação; outros são passíveis de interpretação através de pensamentos numa série infinita.
Interpretante dinâmico é aquilo que o signo efetivamente produz na sua, na minha mente, em cada mente singular. E isso ele produzirá dependendo da sua natureza de signo e do seu potencial como signo. Por exemplo: há signos que só produzirão sentimentos de qualidade. Ao ouvirmos uma peça de música, se não somos conhecedores dos diferentes códigos de composição musical (o que nos levaria também a outros tipos de interpretação), a audição dessa música não produzirá em nós senão uma série de qualidades de impressão, isto é, sensações auditivas, viscerais e possivelmente correspondências visuais.

Outros materiais