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1 A origem dos solos (PINTO, 2002; VARGAS, 1977; CAPUTO, 1980) Todos os solos se originam da decomposição das rochas que constituíam inicialmente a crosta terrestre. A decomposição, também conhecida como intemperismo ou meteorização, é decorrente de agentes físicos (ou mecânicos) e químicos. Os agentes de decomposição, por sua vez, são conhecidos como intempéries. Variações de temperatura provocam trincas, nas quais a água penetra, atacando fisicamente e quimicamente os minerais das rochas. O congelamento da água nas trincas, entre outros fatores, exerce elevadas tensões, do que decorre maior fragmentação dos blocos. A presença de fauna e flora promove o ataque químico, através da hidratação, hidrólise, oxidação, lixiviação, troca de cátions, carbonatação, etc. O conjunto dos processos de intemperismo, que são muito mais atuantes em climas quentes do que em climas frios, leva à formação dos solos, que, em consequência, são misturas de partículas pequenas que se diferenciam, por exemplo, pelo tamanho e pela composição química. A maior ou menor concentração de cada tipo de partícula em um solo depende da composição química da rocha que lhe deu origem. O comportamento do solo, por sua vez, é função não apenas da rocha que lhe deu origem como também dos diferentes agentes de decomposição a que foi submetido (daí a importância de classificá-lo pela sua origem). Normalmente, os processos de intemperismo atuam simultaneamente; em determinados locais e condições climáticas, um deles pode ter predominância sobre o outro. Em geral, os solos são classificados pelo último processo ocorrido, levando em conta os processos anteriores somente de forma secundária. 2 Classificação dos solos pela sua origem (PINTO, 2002; VARGAS, 1977; MASSAD, 2010) Solos residuais – são aqueles que permanecem no local em que se formaram, anteriormente ocupado pela rocha que lhe deu origem. Os solos residuais apresentam-se em horizontes com grau de intemperização decrescente com a profundidade, cujas transições são gradativas e, portanto, arbitrárias. Eventualmente, um ou outro horizonte pode estar ausente em um perfil de solo residual. Dentre os horizontes de solo residual, podem ser citados: a) Solo residual maduro – solo com total decomposição da rocha matriz, o qual perdeu toda a estrutura original da rocha que lhe deu origem e se tornou relativamente homogêneo; b) Solo residual jovem (ou saprolito, ou solo saprolítico, ou, ainda, solo de alteração de rocha) – solo com estágio avançado de decomposição da rocha matriz, o qual mantém a estrutura original da rocha que lhe deu origem, inclusive descontinuidades, veios intrusivos, xistosidade e camadas, mas que perdeu a consistência da rocha. À vista, pode confundir-se com uma rocha alterada, porém apresenta pequena resistência ao manuseio. Pela tensão dos dedos, esboroa-se completamente; c) Rocha alterada – horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas ou zonas de menor resistência, deixando relativamente intactos grandes blocos da rocha original envoltos por solo de alteração de rocha. Solos transportados (ou solos sedimentares) – são aqueles que foram levados ao seu local atual por algum agente de transporte. As características dos solos transportados bem como sua classificação são função do agente transportador. Dentre os tipos de solos sedimentares, podem ser citados: a) Solos aluvionares (ou aluviões, ou, ainda, alúvios) – solos cujo agente transportador foi a água. Sua constituição depende da velocidade das águas no momento de sua deposição; b) Solos coluvionares (ou coluviões, ou, ainda, colúvios) – solos cujo agente transportador foi a gravidade. Quando o colúvio apresenta blocos de rocha inseridos em sua massa, passa a se chamar tálus. Ambos os solos correspondem a material escorregado de encostas que tende a se depositar no sopé das mesmas; 3 c) Solos eólicos – solos cujo agente transportador foi o vento. O transporte eólico provoca o arredondamento das partículas sólidas, em virtude do atrito constante a que são submetidas; d) Drifts – solos cujo agente transportador foi uma ou mais geleiras. Estes solos são muito frequentes na Europa e nos Estados Unidos, porém de pouca ocorrência no Brasil. Solos orgânicos – são aqueles que contêm uma quantidade apreciável de matéria orgânica decorrente de decomposição de origem vegetal e/ou animal. Os solos orgânicos apresentam, em geral, as seguintes características: Coloração escura típica (geralmente marrom escuro, cinza escuro ou preto) e odor característico; Granulometria fina, pois os solos grossos têm permeabilidade alta o suficiente para permitir a “lavagem” dos grãos, eximindo-os, assim, de matéria orgânica impregnada; Elevada compressibilidade; Baixa capacidade de suporte; Condições favoráveis ao desenvolvimento de cobertura vegetal, a qual fornece ao solo proteção contra a erosão. Quando há uma significativa concentração de folhas, caules e troncos em processo incipiente de decomposição, o solo orgânico recebe a denominação de turfa. Este solo é extremamente deformável, apresenta baixa capacidade de suporte, porém é muito permeável. Solos lateríticos – são aqueles de granulometria arenosa ou argilosa, com sua fração argila constituída predominantemente de minerais cauliníticos, e que apresentam elevada concentração de ferro e alumínio na forma de óxidos e hidróxidos, donde sua peculiar coloração avermelhada. Os óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio promovem uma cimentação nos contatos intergranulares, a qual, por sua vez, forma agregações de partículas sólidas, geralmente argilosas, e confere ao solo uma estrutura porosa. Os solos lateríticos são típicos de clima quente, com regime de chuvas moderadas a intensas, e apresentam-se, na natureza, geralmente superficiais, não saturados, com índice de vazios elevado (daí sua pequena capacidade de suporte). Quando devidamente compactados, entretanto, sua capacidade de suporte torna-se elevada, 4 sendo, por isto, muito empregados em aterros compactados e em camadas de pavimentos. Tamanho das partículas sólidas (PINTO, 2002; NBR 6502 da ABNT) A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas sólidas que o compõem. Em uma primeira aproximação, pode-se identificar que alguns solos possuem grãos perceptíveis a olho nu, como os grãos de pedregulho ou a areia do mar, e que outros têm os grãos tão finos que, quando molhados, se transformam em uma pasta (barro), não podendo se visualizar as partículas sólidas individualmente. A diversidade do tamanho dos grãos é enorme. Não se percebe isto, em um primeiro contato com o material, simplesmente porque parecem todos muito pequenos perante os materiais com os quais se está acostumado a lidar. Mas alguns são consideravelmente menores do que outros. Existem grãos de areia com dimensões de 1 mm e partículas de argila com espessuras da ordem de 0,000001 mm. Em um solo, geralmente estão contempladas partículas sólidas de tamanhos diversos. Não é fácil identificar o tamanho das partículas sólidas pelo simples manuseio do solo, porque grãos de areia, por exemplo, podem estar envoltos por uma grande quantidade de partículas argilosas, finíssimas, ficando com o mesmo aspecto de uma aglomeração formada exclusivamente por uma grande quantidade destas partículas. Quando secas, as duas formações são muito semelhantes. Quando úmidas, entretanto, a aglomeração de partículas argilosas se transforma em uma pasta fina, enquanto a partícula arenosa revestidaé facilmente reconhecida pelo tato. Denominações específicas são empregadas para as diversas faixas de tamanho de grãos; seus limites, entretanto, variam conforme os sistemas de classificação. Os valores adotados pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas –, através da NBR 6502, estão indicados na tabela 1, a seguir. 5 Tabela 1 – Escala Granulométrica da ABNT (NBR 6502). Fração Limites definidos pela NBR 6502 da ABNT (mm) Bloco de rocha > 1000 Matacão 200 a 1000 Pedra-de-mão 60 a 200 Pedregulho grosso 20 a 60 Pedregulho médio 6 a 20 Pedregulho fino 2 a 6 Areia grossa 0,6 a 2 Areia média 0,2 a 0,6 Areia fina 0,06 a 0,2 Silte 0,002 a 0,06 Argila < 0,002 Diferentemente desta terminologia adotada pela ABNT, a separação entre as frações silte e areia é frequentemente tomada como 0,075 mm, correspondente à abertura da peneira nº 200, que é a mais fina peneira correntemente usada nos laboratórios. O conjunto silte e argila é chamado de fração de finos do solo, enquanto o conjunto areia e pedregulho é denominado fração grossa (ou grosseira) do solo. 6 Sondagens de simples reconhecimento com SPT (NBR 6484 da ABNT; PINTO 2002) A figura 1, a seguir, apresenta o esquema da sondagem de simples reconhecimento com SPT – Standard Penetration Test –, denominada sondagem a percussão. Figura 1 – Esquema da sondagem a percussão (PINTO, 2002). Perfuração acima do nível d’água A sondagem deve ser iniciada com emprego do trado-concha (ou tipo cavadeira) manual, com 10 cm de diâmetro, até a profundidade de 1 m. O esforço requerido para penetração do trado dá uma primeira indicação da consistência ou compacidade do solo, mas uma melhor informação sobre este aspecto é obtida com a amostragem (relatada adiante), que costuma ser feita de metro em metro de perfuração, ou sempre que ocorre mudança de material. Atingida a profundidade de 1 m, introduz-se, até esta profundidade, o primeiro seguimento do tudo de revestimento, com 63,5 mm (duas e meia polegadas) de diâmetro, que é cravado com o martelo que também é usado para a amostragem. Por dentro deste tubo, a penetração progride com trado helicoidal manual. 7 OBS: Não é permitido que, nas operações com trado, o mesmo seja cravado dinamicamente com golpes do martelo ou por impulsão da composição de perfuração. A figura 2, apresentada a seguir, ilustra os trados tipo concha e helicoidal. Figura 2 – (a) Trado-concha e (b) trado helicoidal (NBR 9603:1986 da ABNT). Determinação do nível d’água A perfuração com trado é mantida até ser atingido o nível d’água, ou seja, até que se perceba o surgimento de água no interior da perfuração ou no tubo de revestimento. Quando isto ocorre, registra-se a cota do nível d’água e interrompe-se a operação, aguardando-se para determinar se o nível d’água se mantém na cota atingida ou se ele se eleva no tubo de revestimento. Se isto ocorrer, é indicação de que a água estava sob pressão. Aguarda-se o nível d’água ficar em equilíbrio e registra-se a nova cota. A diferença entre esta e a cota em que foi encontrada a água indica a pressão a que está submetido o lençol. Níveis d’água sob pressão são bastante comuns, principalmente em camadas de areia recobertas por argilas que são muito menos permeáveis. A informação referente à 8 pressão do lençol freático é muito importante, pois estas pressões interferem, por exemplo, na estabilidade de escavações que se façam neste solo. Algumas vezes, ocorre mais do que um lençol d’água. São lençóis suspensos em camadas argilosas. Cada um destes lençóis deve ser detectado e registrado. A data em que foi determinado o lençol também deve ser anotada, pois o nível d’água geralmente varia durante o ano. Perfuração abaixo do nível d’água Após atingir o nível d’água, a perfuração pode prosseguir com a técnica de circulação de água, também conhecida como percussão e lavagem. Uma bomba d’água motorizada injeta água na extremidade inferior do furo, através de uma haste de menor diâmetro, por dentro do tubo de revestimento. Na extremidade desta, existe um trépano com ponta afiada e com dois orifícios pelos quais a água sai com pressão. A figura 3, apresentada a seguir, ilustra o trépano de lavagem. Figura 3 – Trépano de lavagem (NBR 6484:2001 da ABNT). 9 A haste interna é repetidamente levantada e deixada cair de cerca de 30 cm do fundo do furo. A sua queda é acompanhada de movimentos de rotação alternados (vai-e-vem), aplicados manualmente pelo operador. Estas ações provocam o destorroamento do solo no fundo da perfuração. Simultaneamente, a água injetada pelos orifícios do trépano ajuda a desagregação e, ao retornar à superfície, transporta as partículas de solo que foram desagregadas. OBS: À medida que se for aproximando da cota de ensaio e amostragem, recomenda- se que essa altura de cerca de 30 cm seja progressivamente diminuída. De metro em metro, ou sempre que se detectar alteração do solo pelos detritos carreados pela água de circulação, a operação é suspensa e realiza-se uma amostragem. O material em suspensão trazido pela lavagem não permite boa classificação do solo, mas mudanças acentuadas do tipo de solo são detectáveis. A perfuração por lavagem é mais rápida do que pelo trado. Ela só pode ser empregada abaixo do nível d’água, pois, acima dele, estaria alterando a umidade do solo e, consequentemente, as condições de amostragem. Admite-se, no entanto, o emprego do trépano de lavagem para perfurações acima do nível d’água, após o impenetrável ao trado helicoidal ser atingido (quando o avanço da perfuração com emprego do trado helicoidal for inferior a 50 mm após 10 minutos de operação). Tubo de revestimento Durante as operações de perfuração, caso a parede do furo se mostre instável, é obrigatória, para ensaios e amostragens subsequentes, a descida de tubo de revestimento até onde se fizer necessário, alternadamente com a operação de perfuração. OBS: Atenção especial deve ser dada para não se descer o tubo de revestimento à profundidade além do comprimento perfurado. O tubo de revestimento deve ficar a uma distância de no mínimo 50 cm do fundo do furo, quando da operação de ensaio e amostragem. Somente em casos de fluência do solo para o interior do furo, deve ser admitido deixá-lo à mesma profundidade do fundo do furo. 10 Dependendo do tamanho do tubo de revestimento, podem ser empregadas lamas de estabilização em lugar de tubo de revestimento, com a finalidade evitar o transtorno da dificuldade da retirada do tubo de revestimento devido à força de atrito nas paredes externas do mesmo, desde que não estejam previstos ensaios de infiltração na sondagem. Esta substituição, caso ocorra, deverá ser registrada no relatório definitivo. Amostragem Para a amostragem, utiliza-se um amostrador padrão, que é constituído de um tubo, geralmente bipartido longitudinalmente, com 50,8 mm (duas polegadas) de diâmetro externo e 34,9 mm de diâmetro interno, com a extremidade cortante biselada. A figura 4, a seguir, ilustra o amostrador padrão. Figura 4 – Amostrador padrão (PINTO, 2002). Quando se atingir a cota de ensaio e amostragem, a composição de perfuração deve ser suspensa a uma altura de 20 cm do fundo do furo, mantendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que todos os detritos da perfuração tenham sido removidos do interior do furo. O amostradoré conectado à haste e apoiado no fundo da perfuração. A seguir, é cravado pela ação de uma massa de ferro fundido de 65 kg, chamada martelo. Para a cravação, o martelo é elevado a uma altura de 75 cm de deixado cair livremente na cabeça de bater conectada no topo da haste onde amostrador é acoplado. O alteamento do martelo é feito manualmente ou por meio de equipamento mecânico, através de uma corda flexível que passa por uma roldana existente na parte superior do tripé. A cravação do amostrador no solo é obtida por quedas sucessivas do martelo, até a penetração de 45 cm. OBS: O martelo maciço deve apresentar uma haste-guia de 1,20 m de comprimento fixada à sua face inferior, no mesmo eixo de simetria longitudinal, a fim de assegurar a 11 centralização do impacto na queda; esta haste-guia deve ter uma marca visível distando de 75 cm da face inferior do martelo. A amostra colhida é submetida a exame tátil-visual e suas características principais são anotadas. Estas amostras são, então, guardadas em recipientes impermeáveis para análises posteriores. Nos casos em que não haja recuperação de amostra pelo amostrador padrão, deve-se anotar claramente no relatório. As amostras devem ser conservadas pela empresa executora, à disposição dos interessados por um período mínimo de 60 dias, a contar da data da apresentação do relatório. Resistência à penetração – SPT Ainda que o exame da amostra possa fornecer uma indicação da consistência ou compacidade do solo, geralmente a informação referente ao estado do solo é considerada com base na resistência que ele oferece à penetração do amostrador. Durante a amostragem, são anotados os números de golpes do martelo necessários para cravar cada trecho de 15 cm do amostrador. Desprezam-se os dados referentes ao primeiro trecho de 15 cm e define-se resistência à penetração como sendo o número de golpes necessários para cravar 30 cm do amostrador, após aqueles primeiros 15 cm. A resistência à penetração é também referida como o número N do SPT (NSPT) ou, simplesmente, SPT do solo, sendo SPT as iniciais de “Standard Penetration Test”. Quando o solo é tão fraco que a aplicação do primeiro golpe do martelo leva a uma penetração superior a 45 cm, o resultado da cravação deve ser expresso pela relação deste golpe com a respectiva penetração. Exemplo: 1/58. Quando, só de encostar o martelo na cabeça de bater, leva a uma penetração superior a 45 cm, o resultado da cravação deve ser expresso colocando-se o zero seguido da respectiva penetração. Exemplo: 0/58. 12 Em função da resistência à penetração, o estado do solo é classificado pela compacidade, quando areia ou silte arenoso, ou pela consistência, quando argila ou silte argiloso. As classificações, fruto da experiência acumulada, dependem da energia efetivamente aplicada ao barrilete amostrador, consequente da maneira como o martelo é acionado. Este procedimento é um pouco diferente conforme o país. No Brasil, adotam-se as classificações apresentadas nas tabelas 2 e 3, a seguir, de acordo com as prescrições da NBR 6484 da ABNT. Tabela 2 – Determinação da compacidade dos solos a partir do NSPT, conforme a NBR 6484 da ABNT. Número de golpes no ensaio SPT (NSPT) Compacidade de solos granulares, conforme a NBR 6484 da ABNT ≤ 4 Fofa 5 a 8 Pouco compacta 9 a 18 Medianamente compacta 19 a 40 Compacta > 40 Muito compacta Tabela 3 – Determinação da consistência dos solos a partir do NSPT, conforme a NBR 6484 da ABNT. Número de golpes no ensaio SPT (NSPT) Consistência de solos finos, conforme a NBR 6484 da ABNT ≤ 2 Muito mole 3 a 5 Mole 6 a 10 Média 11 a 19 Rija > 19 Dura O número de golpes varia inversamente com a energia transmitida à composição de hastes, até NSPT pelo menos da ordem de 50, ou seja: N1 . E1 = N2 . E2 13 Depois de várias discussões acerca da necessidade de se padronizar o valor da energia para a obtenção do NSPT, foi estabelecido para esta o valor de 60% da energia teórica de queda livre (ou potencial, em torno de 478 J) como a referência internacional. No Brasil, a energia empregada é de, aproximadamente, 82% da energia teórica de queda livre. Dentre as perdas em relação à energia teórica de queda livre, podem ser citadas: Perda por atrito; Perda devido ao peso da cabeça de bater; Condição dos componentes do equipamento de sondagem. Critérios de paralisação 1- Da cravação do amostrador padrão A cravação do amostrador padrão é interrompida antes dos 45 cm de penetração sempre que ocorrer uma das seguintes situações: a) Em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes ultrapassar 30; b) Um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a cravação; e c) Não se observar avanço do amostrador padrão durante a aplicação de 5 golpes sucessivos do martelo. Caso esta situação ocorra antes da profundidade estimada para atendimento do projeto, a sondagem deve ser deslocada, no mínimo, 2 vezes para posições diametralmente opostas, a 2 m da sondagem inicial, ou conforme orientação do cliente ou seu preposto. 2- Da perfuração da sondagem a percussão O processo de perfuração por circulação de água, associado aos ensaios penetrométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das seguintes condições: a) Quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm iniciais do amostrador padrão; b) Quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm iniciais do amostrador padrão; e 14 c) Quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45 cm do amostrador padrão. Dependendo do tipo de obra, das cargas a serem transmitidas às fundações e da natureza do subsolo, admite-se a paralisação da sondagem em solos de menor resistência à penetração do que aquela discriminada anteriormente, desde que haja uma justificativa geotécnica ou solicitação do cliente. A sondagem também deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da perfuração por circulação de água, realizado após não se observar avanço do amostrador padrão durante a aplicação de 5 golpes sucessivos do martelo, e que deve ter duração de 30 minutos, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de 10 minutos ou quando, após a realização de quatro ensaios consecutivos, não for alcançada a profundidade de execução do SPT. 15 Referências bibliográficas CAPUTO, H. P., “Mecânica dos Solos e Suas Aplicações”, 5ª ed., Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1980. CHIOSSI, N. J., “Geologia Aplicada à Engenharia”, 2ª ed. São Paulo: Grêmio Politécnico, 1979. MASSAD, F., “Obras de Terra: Curso Básico de Geotecnia”, 2ª ed., São Paulo: Oficina de Textos, 2010. NBR 6484, “Solo – Sondagens de Simples Reconhecimento com SPT – Método de Ensaio”, ABNT, 2001. NBR 6502, “Rochas e Solos”, ABNT, 1995. NBR 9603, “Sondagem a trado”, ABNT, 1986. OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A. (Eds.), “Geologia de Engenharia”. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), 1998. PINTO, C. S., “Curso Básico de Mecânica dos Solos”, 2ª ed., São Paulo: Oficina de Textos, 2002. TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. (Orgs.), “Decifrando a Terra”. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. VARGAS, M., “Introdução à Mecânica dos Solos”, 1ª ed., São Paulo: McGraw-Hill, 1977.
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