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Propriedades elétricas do materiais Introdução • O comportamento dos materiais, emresposta à aplicação de um CAMPO ELÉTRICO externo, define suas PROPRIEDADESELÉTRICAS. • As propriedades elétricas dependem de diversas características dos materiais, incluindo a configuração eletrônica, o tipo de ligação química e os tipos de estrutura e microestrutura. Introdução • Caracterização da condutividade elétrica nos materiais e os fatores que interferem esse parâmetro (temperatura e impurezas). • Fenômenos físicos que distinguem condutores, semicondutores e isolantes. • Aplicações Condutividade V = I R• Ohm's Law: voltagem (volts = J/C) C = Coulomb resistência (Ohms) corrente (Ampères = C/s) • Condutividade, σ • Resistividade, ρ: -- uma propriedade independente da geometria da amostra área de seção transversal de fluxo de corrente comprimento do elemento condutor Condutividade Definições adicionais J = σ E <= outra forma da lei de Ohm J densidade de corrente corrente = I área A como um fluxo fluxo de elétrons condutividade gradiente de tensão E potencial de campo elétrico = V/ J = (V/) Condutividade • Os materiais sólidos exibem uma faixa surpreendente de condutividade elétrica, se estendendo ao longo de 27 ordens de grandezas, provavelmente nenhuma outra propriedade física experimente esta amplitude de variação. Condutividade Elétrica • Metais – bons condutores – 107 (Ω.m)-1 Condutividade Elétrica • Metais – bons condutores – 107 (Ω.m)-1 • Isolantes – 10-10 e 10-20 (Ω.m)-1 Condutividade Elétrica • Metais – bons condutores – 107 (Ω.m)-1 • Isolantes – 10-10 a 10-20 (Ω.m)-1 • Semicondutores – 10-6 a 104 (Ω.m)-1 Condução Eletrônica e Iônica + -+- d.d.p. Condução Eletrônica e Iônica • No interior da maioria do materiais sólidos uma corrente escoamento tem origem dos elétrons, a partir do a qual é conhecida como condução eletrônica. Condução Eletrônica e Iônica • No interior da maioria do materiais sólidos uma corrente escoamento tem origem dos elétrons, a partir do a qual é conhecida como condução eletrônica. • Já em outros materiais é possível um movimento líquido de íons carregados o que produz uma corrente, tal fenômeno é chamado de condução iônica. • Mecânica quântica: Estrutura de bandas de energia nos sólidos Estrutura de bandas de energia nos sólidos • Estudamos anteriormente o processo de determinação da estrutura eletrônica dos átomos. As camadas são definidas pelo número quântico principal (n), enquanto o número l definia as subcamadas; • Estudamos anteriormente o processo de determinação da estrutura eletrônica dos átomos. As camadas são definidas pelo número quântico principal (n), enquanto o número l definia as subcamadas; • Para cada uma das subcamadas s, p, d, f há respectivamente um, três, cinco e sete estados. Há ainda o spin, que duplica esses números em termos de ocupação eletrônica. O processo de preenchimento dos orbitais Estrutura de bandas de energia nos sólidos • Para cada átomo individual existem níveis energéticos discretos que podem ser ocupados por elétrons, níveis arranjados em camadas e subcamadas; • As camadas são designadas por números, (1, 2, 3, etc.); • As subcamadas s, p, d, f contendo respectivamente 1, 3, 5 e 7elétrons; Estrutura de bandas de energia nos sólidos • Gráfico esquemático da energia eletrônica em função da separação interatômica para um agregado de 12 átomos (N = 12). Com a aproximação cada um dos estados atômicos 1s e 2s se divide para formar uma banda de energia eletrônica que consiste em 12 estados. Cada estado de energia é capaz de acomodar dois elétrons que devem possuir spins com sentidos opostos. Separação interatômica E n e r g i a Estados energéticos individuais permitidos Banda de energia eletrônica 2s (12 estados) Banda de energia eletrônica 1s (12 estados) Estado eletrônico 2s Estado eletrônico 1s Estrutura de bandas de energia nos sólidos Representação convencional da estrutura da banda de energia eletrônica para um material sólido na separação interatômica de equilíbrio. Gap de energia Banda de energia Banda de energia E n e r g i a Separação interatômica E n e r g i a Separação Interatômica de equilíbrio 2p (3N estados) 2s (N estados) 1s (N estados) • Bandas de energia eletrônica para um material sólido formado por N átomos. Representação convencional da estrutura da banda de energia eletrônica para um material sólido na separação interatômica de equilíbrio. Energia eletrônica em função da se- paração interatômica para um agrega- do de N átomos, ilustrando como a estrutura da banda de energia na separação interatômica de equilíbrio é gerada. Estrutura de bandas de energia nos sólidos andas de energia nos sólidos (a) Bandas de energia de METAIS tais como o cobre (Z = 29, … 3d10 4s1) nos quais se encontram disponíveis, na mesma banda de energia, estados eletrônicos não preenchidos acima e adjacentes a estados eletrônicos preenchidos. (b) Bandas de energia de METAIS tais como o magnésio (Z = 12, 1s2 2s2 2p6 3s2) nos quais ocorre a superposição das bandas de energia mais externas, a preenchida e a não- preenchida. (c) Bandas de energia típicas de ISOLANTES: a BANDA DE VALÊNCIA (banda de energia preenchida) é separada da BANDA DE CONDUÇÃO ( banda de energia não-preenchida) por um GAP DE ENERGIA (banda de energia proibida, ou seja, barreira de energia) de largura relativamente grande (>2 eV). (d) Bandas de energia de SEMICONDUTORES: a estrutura de bandas de energia é semelhante à dos isolantes, mas com gaps de energia de larguras menores (<2 eV). Banda de condução vazia Gap de energia Banda de valência preenchida Banda de condução vazia Gap de energia Banda de valência preenchida Banda vazia Banda preenchida Banda vazia Gap de energia Estados vazios Estados preenchidos Ef Ef Estruturas de bandas de energia possíveis para sólidos a 0 K. (a) (b) (c) (d) Estrutura de bandas de energia nos sólidos • A ENERGIA DE FERMI, Ef, é uma consequência do caráter estatístico do comportamento dos elétrons e do Princípio de Exclusão de Pauli. Para metais a T = 0 K, Ef eletrônicos ocupados. é definida como a energia máxima dos estados Para semicondutores e isolantes Ef tem um valor situado na faixa de energias do poço de potencial. • Nos metais, somente elétrons com energia maior que Ef podem ser acelerados na presença de um campo elétrico. Esses elétrons são os que participam do processo de condução e são chamados de ELÉTRONS LIVRES. • Em semicondutores e isolantes, os BURACOS ELETRÔNICOS têm energia menor que Ef e também participam do processo de condução. • O processo de condução se origina na mobilidade dos PORTADORES DE CARGA. Condução em termos de bandas e modelos de ligação atômica CONDUTIVIDADE ELÉTRICA - METAIS • Em metais, um elétron torna-se livre quando passa para um estado de energia disponível e não preenchido acima de Ef; é pequena a energia necessária para tal mudança. • A condutividade elétrica dos metais pode ser representada pela equação OCUPAÇÃO DOS ESTADOS ELETRÔNICOS Antes da excitação eletrônica Após a excitação eletrônica E n e r g i a Ef Excitação do elétron Ef Estados preenchidos Estados vazios = n |e|e n = número de portado- res de carga (elétrons) por unidade de volume |e| = magnitude da car- ga dos portadores (1,602x10-19C)e = mobilidade dos portadores de carga• A condutividade elétrica dos metais condutores diminui à medida que a sua temperatura aumenta. No link http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/elmat_en/kap_2/backbone/r2.html (do site da “Technische Fakultät der Christian- Albrechts-Universität zu Kiel”) há diversos tópicos sobre condutores. Veja em particular o item 2.1.1 que explica o conceito de condutividade elétrica. • No caso de isolantes e semicondutores, um elétron torna-se livre quando salta da banda de valência para a banda de condução, atravessando o gap de energia. A energia de excitação necessária para tal mudança é aproximadamente igual à largura da barreira. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA - SEMICONDUTORES E ISOLANTES Excitação do elétron B a n d a d e v a l ê n c i a B a n d a d e c o n d u ç ã o G a p d e e n e r g i a Buraco na banda de valência Elétron livre E n e r g i a EG OCUPAÇÃO DOS ESTADOS ELETRÔNICOS Antes da excitação eletrônica semicondutores e iso- lantes está na largura Após a excitação eletrônica • Quando o elétron sal- ta da banda de valên- cia para a banda de condução são gera- dos tanto um elétron livre quanto um bura- co eletrônico. • A diferença entre do gap de energia. Comparada com a largura do gap de energia dos isolantes, a dos semicondutores é bastante pequena. Condução em termos de bandas e modelos de ligação atômica • Nos materiais isolantes elétricos a ligação interatômica é iônica ou fortemente covalente, ou seja, os elétrons de valência estão firmemente ligados, ou seja, seja não estão livres para vagar pelo cristal. Condução em termos de bandas e modelos de ligação atômica • A ligação nos semicondutores é covalente (ou predominantemente covalente) e relativamente fraca, o que significa que os elétrons de valência não estão firmemente ligados ao átomos. Condução em termos de bandas e modelos de ligação atômica • A ligação nos semicondutores é covalente (ou predominantemente covalente) e relativamente fraca, o que significa que os elétrons de valência não estão firmemente ligados ao átomos. • Consequentemente esses elétrons são mais facilmente removidos por excitação térmica do que nos isolantes. Mobilidade Eletrônica + -- d.d.p. E Mobilidade Eletrônica • Segundo a mecânica quântica – não existe interação entre um elétron em aceleração e os átomos de uma rede cristalina perfeita. Mobilidade Eletrônica • Segundo a mecânica quântica – não existe interação entre um elétron em aceleração e os átomos de uma rede cristalina perfeita. • Assim todos os elétrons livres devem acelerar enquanto o campo elétrico for aplicado, fazendo com que a corrente elétrica aumente continuamente. No entanto, a corrente atinge um valor constante no instante em que o campo é aplicado, indicando que existem o que poderiam ser denominadas "forças de fricção", que contraria esta aceleração proveniente do campo externo. Estas forças de fricção resultam do espalhamento dos elétrons por imperfeições na rede cristalina, inclusive átomos de impureza, vacâncias, átomos intersticiais, discordâncias e mesmo vibrações térmicas dos próprios átomos. ESTRUTURA PERFEITA A BAIXA TEMPERATURA MOVIMENTODOSELÉTRONS AMAIS ALTA TEMPERATURA MOVIMENTO DOS ELÉTRONS EM UMA ESTRUTURACOM IMPUREZAS Mobilidade Eletrônica • Velocidade à deriva(drift) Vd = µeε µe é chamado de mobilidade eletrônica m2/V.s Mobilidade Eletrônica • Velocidade à deriva (drift) Vd = µeε µe é chamado de mobilidade eletrônica m2/V.s • Condutividade σ = n.|e|.µe |e| módulo de carga do elétron (1,6 x 10-19C) σ é proporcional tanto ao número de elétrons quanto à mobilidade eletrônica. Resistividade Elétrica dosMetais • Em um condutor, a resistividade aumenta com o aumento da temperatura, com o aumento da quantidade de impurezas e com o aumento da deformação. T (ºC)-200 -100 0 R e s i s t i v i t y , ρ ( 1 0 - 8 O h m - m ) ρd ρi ρt ρ = ρthermal + ρimpurity + ρdeformation 6 5 4 3 2 1 0 Resistividade Elétrica dosMetais ρi = Aci(1 –ci) ci -concentração de impurezas; A - constante que depende tanto do metal de impureza como do hospedeiro. Resistividade Elétrica dosMetais • As figuras seguintes apresentam a resistividade de diversos metais em função da temperatura. Observa-se que a resistividade de todos os metais apresentados varia de forma não linear com a temperatura. Contudo, a resistividade pode ser linearizada e sua variação pode ser considerada constante se as variações de temperatura não forem muito grandes. • A variação da resistência elétrica devido à variação de temperatura é um problema prático em muitas aplicações da engenharia, tais como flecha de linhas de transmissão, ampacidade de fios e cabos, abertura de fusíveis, estabilidade térmica de resistores, etc… Resistividade Elétrica dosMetais Resistividade Elétrica dosMetais • Portanto, para a maioria dos problemas práticos na temperatura ambiente, a resistividade elétrica de determinado material pode ser aproximada por: onde: • αt é o coeficiente de variação da resistividade com a temperatura [K-1 ou °C-1]; • t é a temperatura [K-1 ou °C-1]; • Normalmente, a temperatura de referência – t0 – utilizada é 20 ou 25 °C, e neste cálculo não se considera a dilatação do material provocada pela temperatura. Características Elétricas de Ligas Comerciais • Boa condutividade Características Elétricas de Ligas Comerciais • Boa condutividade • Cu (OFHC), Al, Ag; Características Elétricas de Ligas Comerciais • Boa condutividade • Cu (OFHC), Al, Ag; • Cu + Be Características Elétricas de Ligas Comerciais • Boa condutividade • Cu (OFHC), Al, Ag; • Cu + Be • Fornos, elevada resistividade e resistência à oxidação. MATERIAIS SEMICONDUTORES • SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS são aqueles cujo comportamento elétrico depende basicamente da estrutura eletrônica do material puro. Sua condutividade elétrica geralmente é pequena e varia muito com a temperatura. • SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS são aqueles cujo comportamento elétrico depende fortemente do tipo e da concentração dos átomos de impurezas. A adição de impurezas para a moldagem do comportamento elétrico dos semicondutores é chamada de DOPAGEM. • A maioria dos semicondutores comerciais são extrínsecos; o mais importante exemplo é o Si, mas também estão nesta categoria o Ge e o Sn. É a possibilidade de adicionar impurezas diversas ao material puro que permite a fabricação de uma variedade de dispositivos eletrônicos a partir do mesmo material semicondutor. temperatura e cujo valor é controlado pela concentração de impurezas. • Os semicondutores extrínsecos têm condutividade que varia pouco com a As concentrações utilizadas variam de 1014 cm-3 (1 parte em 108, considerando 1022 átomos por cm3) a 1020 cm-3 (1 parte em 102, que é muito alta). • Semicondutores intrínsecos de compostos dos grupos III-V e II-VI vêm adquirindo crescente importância para a indústria eletrônica nos últimos anos. SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS Modelo de ligação eletrônica para a condução elétrica no Silício intrínseco (a) Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si (b) Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Campo E (c) Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Campo E elétron de valência elétron livre buraco (a) Antes da excitação eletrônica.(b) e (c) Após a excitação eletrônica (os movimentos subsequentes do elétron livre e do buraco em resposta a um campo elétrico externo). • A condutividade elétrica dos materiais semicondutores pode ser representada pela equação SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS = n |e| e + p |e| b , onde: n = número de elétrons livres por unidade de volume; p = número de buracos eletrônicos por unidade de volume; |e| = magnitude da carga dos portadores (1,6x10-19 C); e = mobilidade dos elétrons livres; b = mobilidade dos buracos eletrônicos. • Note que e >b. • A condutividade elétrica dos semicondutores intrínsecos aumenta à medida que a temperatura aumenta. • Para semicondutores intrínsecos, n = p. Portanto, = n |e| (e + b) . n |e| e . • Modelo de ligação eletrônica para a semicondução extrínseca do tipo n. Por exemplo, a dopagem do Si (valência 4) com P (valência 5) gera elétrons livres; uma impureza desse tipo é chamada de doadora. SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS DO TIPO n Si Si P Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si P Si Si Si Si Si (c) Si Si Si Si Si Si P Si Si Si Si Si Campo E Campo E (a) (b) Si Si Si Si (a) O átomo de impureza (P) substitui um átomo hospedeiro de Si, resultando em um elétron extra ligado ao átomo de impureza. (b) Excitação do elétron extra como consequência da aplicação de um campo elétrico externo, formando-se um elétron livre. (c) Movimento do elétron livre em resposta ao campo elétrico externo. • Para semicondutores do tipo n, os elétrons livres são os principais portadores de corrente, isto é, n >> p. Portanto, • Esquema da banda de energia eletrônica para um nível de impu- reza doadora localizado dentro do gap de energia, imediatamente abaixo da parte inferior da banda de condução. SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS DO TIPO n Estado doador B a n d a d e v a l ê n c i a B a n d a d e c o n d u ç ã o E n e r g i a G a p d e e n e r g i a • Excitação de um estado doador em que um elétron livre é gerado na banda de condução. Elétron livre na banda de condução B a n d a d e v a l ê n c i a B a n d a d e c o n d u ç ã o E n e r g i a G a p d e e n e r g i a SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS DO TIPO p (a) Si Si Si Si Si Si Si Si B Si Si Si (b) • Modelo de ligação eletrônica para a semicondução extrínseca do tipo p. Por exemplo, a dopagem do Si (valência 4) com B (valência 3) gera buracos eletrônicos; uma impureza desse tipo é chamada de receptora. Campo E Si Si Si Si Si Si Si Si B Si Si Si (a) O átomo de impureza (B) substitui um átomo hospedeiro de Si, resultando na deficiência de um elétron de valência ou, de forma equivalente, num buraco eletrônico associado ao átomo de impureza. (b) Movimento do buraco eletrônico em resposta a um campo elétrico externo. • Para semicondutores tipo p, os buracos eletrônicos são os principais portadores de corrente, isto é, p >> n. Portanto, p |e| b . • Esquema da banda de energia para um nível de impureza receptora localizado dentro do gap de energia, imediatamente acima da parte superior da banda de valência. SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS DO TIPO p • Excitação de um elétron para o nível receptor, deixando para trás um buraco na banda de valência. Estado receptor B a n d a d e v a l ê n c i a B a n d a d e c o n d u ç ã o E n e r g i a G a p d e e n e r g i a Buraco na banda de valência B a n d a d e v a l ê n c i a B a n d a d e c o n d u ç ã o E n e r g i a G a p d e e n e r g i a
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