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Aulas Criminologia 30H/a

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9 Encontros
M1 prova com questões objetivas e discursivas com peso 10,0;
M2 prova com peso 10,0; 
Resenha crítica 4,0;
M3 atividade com peso 6,0.
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Cabe definir a Criminologia como:
“Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo.”
Possui dois objetivos básicos: 
a determinação de causas tanto pessoais como sociais do comportamento do criminoso; 
o desenvolvimento de princípios válidos para o controle social do delito. 
O objeto de estudo da criminologia é a etiologia do Crime (estudo da origem do crime) analisando as causas exógenas (externas: sociológicas) e endógenas (internas: biológicas, psicológicas e endócrinas). 
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	Pode-se conceituar criminologia com a ciência empírica (baseada na observação e experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo, da vítima e o controle social das condutas.
	A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever-ser”, portanto normativa e valorativa. 
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Questão
(Escrivão de Polícia-PC/SP2010) Atualmente, são objetos de estudo da Criminologia:
a) O delito, o delinquente, a vítima e o controle social;
b) O delito, a antropologia e a psicologia criminal;	
c) O delito e os fatores biopsicológicos da criminalidade;
d) O delito e o delinqüente;
e) O delinqüente e os fatores biopsicológicos da criminalidade. 
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Questão
(Escrivão de Polícia-PC/SP2010) Atualmente, são objetos de estudo da Criminologia:
a) O delito, o delinquente, a vítima e o controle social;
b) O delito, a antropologia e a psicologia criminal;	
c) O delito e os fatores biopsicológicos da criminalidade;
d) O delito e o delinqüente;
e) O delinqüente e os fatores biopsicológicos da criminalidade. 
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Etimologicamente: 
Criminologia vem do latim crimen (crime, delito) e do grego logo (tratado).Foi utilizada pela primeira vez 1883 por Paul Topinard. 
Mas o termo só passou a ser aceito internacionalmente com a publicação da obra "Criminologia", em 1885, de Raffaele Garofalo.
FUNÇÃO DA CRIMINOLOGIA 
A criminologia serve de referência teórica para a implementação de estratégias de políticas criminais, que são métodos utilizados pelo poder público no controle da criminalidade.
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Nascimento da CRIMINOLOGIA 
Alguns autores consideram o nascimento da criminologia com o trabalho de Cesare Bonesana (Beccaria) em 1764 – Dos delitos e das penas. 
Mas a grande maioria dos doutrinadores cita o nascimento da criminologia com a obra de Cesar Lombroso, em 1876, “L Uomo Delinquente”, cuja tese principal era a do delinquente nato (fatores antropológicos).
 Lombroso teve como discípulos:
* Enrico Ferri (1856 – 1929): Fatores sociológicas do criminoso
* Rafaele Garofalo (1851 – 1934): “Criminologia” Fatores psicológicos do criminoso
Isto ocorre devido a divisão do estudo em duas importantes etapas, pré-científica e científica, cujo diferencial é a passagem da especulação e dedução (pré-científica) para a observação e análise do fenômeno criminal, para somente então, induzir e estabelecer regras preventivas (científica).
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Questão 
(Investigador de polícia-2009) Raffaele Garofalo, um dos precursores da ciência da Criminologia, tem como sua principal obra o livro intitulado: 
a) Criminologia;
b) A Criminologia como ciência;
c) Política criminal;
d) A ciência da Criminologia;
e) O homem delinqüente.
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Questão 
(Investigador de polícia-2009) Raffaele Garofalo, um dos precursores da ciência da Criminologia, tem como sua principal obra o livro intitulado: 
a) Criminologia;
b) A Criminologia como ciência;
c) Política criminal;
d) A ciência da Criminologia;
e) O homem delinqüente.
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A Criminologia é uma ciência plural (interdisciplinar). 
Recebe a influência e a contribuição de diversas outras ciências: Biologia, Medicina Legal, Criminalística, Direito, Política etc.
O método mais comum a ser aplicado à Criminologia é o interdisciplinar (várias disciplinas confluiriam a investigar um ponto, aportando cada uma seus próprios métodos).
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Não confundir criminalística com criminologia 
CRIMINALÍSTICA é o estudo da aplicação dos conhecimentos técnicos e científicos, que devem auxiliar as autoridades judiciárias, através dos indícios materiais do delito, para a caracterização do crime e, se possível, sua autoria. 
A Criminalística busca, identifica e interpreta os indícios materiais por meios técnicos e científicos, deixando de lado a flutuação da prova testemunhal e os artifícios enganosos da confissão. 
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Fases do delito
Período da vingança: Privada, divina e pública;
Período Humanitário: Estado liberal, Iluminismo. Surge a Escola Clássica do Direito Penal (Etapa pré-científica da criminologia).
Período Científico: Crime é fato humano e social.
 Surge a Escola Positiva do direito penal (Etapa científica da criminologia). 
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Período da vingança
Teve início nos primórdios da humanidade e prolonga-se até o século XVIII.
Nos tempos primitivos não se admitia a existência de um sistema orgânico de princípios gerais, já que grupos sociais dessa época eram envoltos em ambientes mágicos e religiosos.
Distingui-se diversas fases de evolução da vingança penal: 
· Fase da vingança privada;
· Fase da vingança divina; e
· Fase da vingança pública. 
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Período da vingança
Fase da vingança privada:
 Cometido um crime, ocorria a reação da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo), que agiam sem proporção a ofensa, atingindo não só o ofensor, como todo o seu grupo. A inexistência de limites (falta de proporcionalidade) imperava no revide à agressão, bem como a vingança de sangue.
 
Constituía-se numa reação natural e instintiva, por isso, foi apenas uma realidade sociológica, não uma instituição jurídica.
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Período da vingança (vingança privada)
Código de Hamurabi (por volta de 1.700 a.C.), lei de Talião (olho por olho, dente por dente). Ex: "Art. 209 – Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez ciclos pelo feto".
 	"Art. 210 – Se essa mulher morre, então deverá matar o filho dele".
 Código de Manu (por volta de 1500 a.C.) legislação do mundo indiano
 Leis das Doze Tábuas romanas (por volta de 449 a.C.) legislação ligada ao início do direito romano. É o cerne da constituição da República romana. Ex: "Tábua VII, 11 – Se alguém fere a outrem, que sofra a pena de Talião, salvo se houver acordo".
 
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Período da vingança (vingança privada)
 Corpus Iuris Civilis de Justiniano (por volta de 530 d.C.) Corpo do Direito Civil - Justiniano I, que, dentro de seu projeto de unificar e expandir o Império Bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação congruente e que tivesse capacidade de atender às demandas e litígios vivenciados à época. 
Bíblia: "Levítico 24, 17 – Todo aquele que feri mortalmente um homem será morto".
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Período da vingança (vingança divina)
Fase da Vingança divina: A religião atinge influência decisiva na vida dos povos antigos.
A repressão ao delinqüente tinha por fim aplacar a "ira" das divindades ofendidas pela prática do crime, bem como castigar ao infrator.
A administração da sanção penal ficava a cargo dos sacerdotes que, como mandatários dos deuses, encarregavam-se da justiça.
Aplicavam-se penas cruéis, severas, desumanas. A "vis corpolis“ (violência corporal) era usa como meio de intimidação.
No Oriente Antigo, pode-se dizer que a religião confundia-se com o Direito, e, assim, os preceitos de cunho meramente religioso ou moral, tornavam-se leis vigentes.
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Período da vingança
(vingança pública)
Fase da Vingança pública: Sociedade ficou um pouco mais organizada (desenvolvimento do poder político) surge a figura do chefe ou da assembleia.
A pena perde sua índole sacra para transformar-se em uma sanção imposta em nome de uma autoridade pública, a qual representava os interesses da comunidade em geral.
Não era mais o ofendido, ou mesmo os sacerdotes, os agentes responsáveis pela sanção, mas sim o soberano (rei, príncipe, regente). Este exercia sua autoridade em nome de Deus e cometia inúmeras arbitrariedades
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Período da vingança (vingança pública)
A pena de morte nesta era uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos que hoje são considerados insignificantes. Usava-se mutilar o condenado, confiscar seus bens e estender a pena além do pessoa do apenado, geralmente atingia-se até os familiares do delinquente.
 Embora a criatura humana vivesse aterrorizada neste período da história devido à falta de segurança jurídica, verificou-se um grande avanço no fato de a pena não ser mais aplicada por terceiros, e sim pelo Estado.
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Período Humanitário
Tendo seu apogeu no decorrer do Humanismo (movimento intelectual difundido na Europa durante a Renascença) Foi marcado pela atuação de pensadores que contestavam os ideais absolutistas.
Pugnava-se nesta época pela reforma das leis e da administração da justiça penal no fim do século XVIII.
Os povos estavam saturados de tanta barbárie sob pretexto de aplicação da lei. Por isso, o período humanitário surgiu como uma reação as arbitrariedade praticadas pela administração da justiça penal e contra o caráter real das sanções.
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Período Humanitário
Época marcada pela expansão da burguesia, classe social que comandava o desenvolvimento do capitalismo. Grave conflito de interesses entre os burgueses (classe emergente) e a nobreza.
Surgiu, então, um sistema de ideias que deu origem ao liberalismo burguês, e estas ideias ganharam força através de um movimento cultural conhecido como Iluminismo ou Filosofia das Luzes.
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Período Humanitário
Locke (pai do iluminismo) "Ensaio sobre o Entendimento Humano”.
Montesquieu (jurista francês) "O Espírito das Leis“ defendendo a separação dos três poderes do Estado.
 Voltaire (pensador francês): críticas ao clero católico, à intolerância religiosa e à prepotência dos poderosos.
 Rousseau (filósofo francês): "O Contrato Social" e "Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens”. Inspirador dos ideais da revolução Francesa.
Os pensadores iluministas trouxeram a tona uma nova ideologia, o pensamento moderno que repercutiria até mesmo na aplicação da justiça: à arbitrariedade se contrapôs a razão, à determinação caprichosa dos delitos e das penas se pôs a fixação legal das condutas delitivas e das próprias penas.
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Período Humanitário (Sec. XVI e XVII)
 
Estado Liberal: surge devido à burguesia e de um movimento que teve como base o Contratualismo, desenvolvido por Rousseau (Iluminismo). 
Surge a ‘Escola Clássica’, através de Cesare Bonesana (Marquês de Beccaria): 
Obra: "Dos delitos e das penas", critica a pena de morte, a denúncia anônima, a tortura, dentre outras práticas desumanas da época. 
Procurou fundamentar a legitimidade do direito de punir.
Francesco Carrara: só é crime o fato que infringe a lei penal;
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 Características da Escola Clássica 	É eminentemente jurídica. 	Baseia-se no individualismo (Teoria da razão), no livre 	arbítrio (o homem tem livre escolha para cometer ou não o	 crime). 	O crime é a ruptura da ordem moral; baseia-se na 	abstração do direito. 	O crime é normal da sociedade, que se reúne para fazer 	as suas próprias leis (contrato social). 	A pena é um castigo; é a ordem ética, restaura a ordem 	moral. 	A pena é retribucionista (pagamento do mal pelo mal 	causado). 
Período humanitário
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 Fundamentos (princípios) da Escola Clássica: 
 
1 - Livre-arbítrio- todos os homens são iguais e normais.
Vontade de agir de seguir o bem ou o mal.
2 - Anterioridade da lei – princípio da reserva legal. 
3 - Princípio da justiça absoluta - o direito vem de Deus, baseia-se na ordem imutável da natureza (crime é pecado).
4 - Responsabilidade moral - o crime é a ruptura dessa responsabilidade. 
5 - Proporcionalidade da Pena - ao dano causado. 
 
Essa escola só se preocupa com o crime, porque o crime é abstração jurídica; não interessa o criminoso. O crime é dogmático. 
 
	Método dedutivo 
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Questão 
(Escrivão PC/SP-2009) A imagem do homem como ser racional, igual e livre e a concepção utilitária do castigo, não desprovida de apoio ético constituem pensamento da escola :
a) Moderna;
b) Clássica e da Escola Moderna;
c) Clássica;
d) Lombrosiana;
e) Positiva.
 
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Questão 
(Escrivão PC/SP-2009) A imagem do homem como ser racional, igual e livre e a concepção utilitária do castigo, não desprovida de apoio ético constituem pensamento da escola :
a) Moderna;
b) Clássica e da Escola Moderna;
c) Clássica;
d) Lombrosiana;
e) Positiva.
 
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Escola clássica.
Princípios e expoentes
Pena retributiva com base
 na culpa moral, restauração
 da 
ordem social. 
Livre-arbítrio
Método lógico dedutivo
Crime como ente 
jurídico
Cesare Beccaria,
Francesco Carrara e
Gionanni Carmignani 
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 Período científico
Etapa científica da criminologia: 
* Contesta a escola clássica.
* Surge a escola positivista. 
* Determinismo. Existe, para cada fato, razões que determinaram todos os fenômenos do universo.
* Crime como fenômeno natural e social, produto dos fatores físicos, sociais e biológicos.
* Pena como meio de defesa. (medida de segurança). Visando a recuperação ou a neutralização pelos seus crimes.
• Lombroso e Ferri, juntamente com Rafael Garofalo, autor de Criminologia, são considerados os fundadores da Escola Positivista.
 
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O positivismo surgiu no final do século XIX, e início do século XX, principalmente na Europa quando pretendeu transplantar até mesmo para a Filosofia o rigor do método científico. E com sua evolução surte efeitos no âmbito do Direito e consequências nas ciências criminais.
Assim esta escola teve 3 grandes influenciadores, que foram: Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Garofalo. Esta escola era responsável pela visão biológica do crime.
 Escola positivista
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 ESCOLA POSITIVA
Traz o crime como biológico–social. Contesta a clássica, pelo abandono do criminoso.
Crime  biológico-social.
Pena  ressocialização.
Esta escola leva em conta a predisposição, ao invés da predestinação.
Predestinação  a pessoa já nasce predestinada a ser criminosa. 
Predisposição  pode trazer o biológico, mas pode não ser criminoso. 
Segundo esta escola, o homem traz fatores genéticos, mas no meio social pode ou não desenvolver o fator patogênico de cometer o crime. 
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 ESCOLA POSITIVA 
Baseia-se no método empírico através da análise, observação e indução. Teve três fases: Antropológica (Lombroso), sociológica (Ferri) e jurídica (Garofalo).
Preocupa-se com os aspectos sociológicos e psicológicos do criminoso.
César Lombroso: Método empírico aplicado a criminologia. Para ele a criminalidade teria fundamento biológico (criminoso nato).
Enrico Ferri: pai da sociologia criminal, foi o primeiro a classificar os criminosos em categorias: a) criminoso louco (doença mental) b) nato (hereditariedade) c) habitual (modo de vida) d) passional (por amor) e) ocasional (influencia do meio)
Raffale Garofalo: alega que o crime é o sintoma de uma anomalia moral ou psíquica do indivíduo (medida de segurança). 
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Postulados da Escola Positiva
O direito penal é obra humana;
A responsabilidade social decorre do determinismo social;
O delito é um fenômeno natural e social (fatores biológicos, físicos e sociais);
A pena é um instrumento de defesa social (prevenção geral);
Método indutivo-experimental
(empirismo)
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Escola Positiva
 
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Questão 
(Investigador de Polícia - 2008) Trata-se do autor da teoria do “delinquente nato” formulada após a realização de centenas de autópsias em delinquentes mortos e milhares de exames em deliquentes presos: 
a) Pinel;
b) Ferri;
c) Lombroso;
d) Garofalo;
e) Bentham.
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Questão 
(Investigador de Polícia - 2008) Trata-se do autor da teoria do “delinquente nato” formulada após a realização de centenas de autópsias em delinquentes mortos e milhares de exames em deliquentes presos: 
a) Pinel;
b) Ferri;
c) Lombroso;
d) Garofalo;
e) Bentham.
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Questão 
(Escrivão de Polícia - 2010) O período antropológico de estudo da criminalidade foi iniciado pelo médico: 
a) Enrico ferri;
b) Cesar Lombroso;
c) Cesare Bonesana;
d) Emile Durkheim;
e) Hans von Henting.
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Questão 
(Escrivão de Polícia - 2010) O período antropológico de estudo da criminalidade foi iniciado pelo médico: 
a) Enrico ferri;
b) Cesar Lombroso;
c) Cesare Bonesana;
d) Emile Durkheim;
e) Hans von Henting.
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Questão 
Um das característica mais destacadas da Criminologia moderna é o estudo de sua evolução histórica nos últimos anos. Sobre esta evolução, assinale a alternativa Incorreta:
a) O saber criminológico moderno agrupa os conhecimentos interdisciplinares sobre o problema criminal;
b) Diversos ramos do saber humano contribuem com a Criminologia moderna, tais como a Sociologia, Filosofia, Direito Penal, Medicina e entre outros;
c) A Criminologia moderna tem como um dos maiores autores Cesare Lombroso, considerado o seu fundador;
d) A criminologia moderna se ocupa somente do delito em si.
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Questão 
 Um das característica mais destacadas da Criminologia moderna é o estudo de sua evolução histórica nos últimos anos. Sobre esta evolução, assinale a alternativa Incorreta:
a) O saber criminológico moderno agrupa os conhecimentos interdisciplinares sobre o problema criminal;
b) Diversos ramos do saber humano contribuem com a Criminologia moderna, tais como a Sociologia, Filosofia, Direito Penal, Medicina e entre outros;
c) A Criminologia moderna tem como um dos maiores autores Cesare Lombroso, considerado o seu fundador;
d) A criminologia moderna se ocupa somente do delito em si.
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Principais características da moderna Criminologia: - Parte da caracterização do crime como problema; - Amplia o âmbito tradicional da Criminologia (adiciona a vítima e o controle social ao seu objeto); - Acentua a orientação "prevensionista" do saber criminológico, frente à obsessão repressiva explícita de outros modelos convencionais; - Substitui o conceito "tratamento" (conotação clínica e individualista) por "intervenção" (noção mais dinâmica, complexa e pluridimensional, mais próxima da realidade criminal); - Destaca a análise e avaliação dos modelos de reação ao delito como um dos objetos da Criminologia; - Não renuncia, porém, a uma análise etiológica do delito (desvio primário). 
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Mudanças de objeto no estudo da criminologia
Na época de Beccaria (Escola Clássica), a investigação era com relação apenas ao crime.
Época de Lombroso (Escola Positiva), o objeto de estudo passou a ser o delinquente.
Da metade do século XX até a atualidade foram adicionados mais dois objetos: a vítima e o controle social
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O delinquente
Para os clássicos o criminoso era visto como um pecador, que optou pelo mal, embora pudesse e devesse respeitar a lei.
Para os positivistas era um prisioneiro de própria patologia, era um escravo de sua “carga hereditária”.
 Na moderna criminologia, o estudo do criminoso passou a um segundo plano, e deslocou-se para a conduta delitiva, a vítima e o controle social.
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(investigador de polícia – 2008) É correto afirmar que a Criminologia moderna: a) ocupa-se precipuamente do estudo do homem delinqüente: b) ocupa-se do estudo do delito sob a mesma perspectiva utilizada pelo direito penal; c) diverge em uma série de pontos da Criminologia tradicional, menos, entretanto, quanto à definição do delito; d) vem gradativamente perdendo interesse nos estudos referentes à vítima, preferindo cada vez mais dedicar-se ao exame dos elementos jurídicos do crime; e) focaliza o delito como um problema social e comunitário não somente como comportamento individual. 
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(investigador de polícia – 2008) É correto afirmar que a Criminologia moderna: a) ocupa-se precipuamente do estudo do homem delinqüente: b) ocupa-se do estudo do delito sob a mesma perspectiva utilizada pelo direito penal; c) diverge em uma série de pontos da Criminologia tradicional, menos, entretanto, quanto à definição do delito; d) vem gradativamente perdendo interesse nos estudos referentes à vítima, preferindo cada vez mais dedicar-se ao exame dos elementos jurídicos do crime; e) focaliza o delito como um problema social e comunitário não somente como comportamento individual. 
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Moderna criminologia - Vítima
Objeto mais estudado nos últimos anos;
Passou por três grandes fases:
Protagonismo (justiça privada);
Neutralização (testemunha de 2º escalão);
Redescobrimento (após a 2ª guerra mundial), nesta fase surge o estudo da vitimologia;
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Moderna criminologia - Controle social
Conjunto de meios e sanções sociais que pretendem garantir o cumprimento das normas pelo indivíduo;
Para alcançar a disciplina social, a sociedade se vale de duas instâncias: a formal e a informal;
Formal: polícia, justiça, ministério público, sistema penitenciário;
Informal: família, escola, igreja, profissão, circulo de amizades, opinião pública.
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Fatores criminológicos condicionantes
A moderna criminologia se utiliza de três modelos teóricos: 
Modelos de cunho psicológicos: Psicologicistas;
 Modelos de cunho biológico: Biologicistas;
 Modelos de cunho sociológicos: Sociologia criminal;
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Moderna criminologia - Psicologia criminal
Destina-se a estudar a personalidade do criminoso;
Personalidade se refere aos processos de comportamento, pensamento, reação e experiência, que são característicos de uma determinada pessoa;
Através destas características, pode-se prever grande parte do comportamento do indivíduo.
Tenta através de programas evitar a reincidência do criminoso. 
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Abraham Sem desenvolveu a “Fórmula do comportamento criminoso” , com a intenção de explicar a gênese de um ato criminoso;
Três fatores condicionantes compõem a fórmula:
Tendências criminais (T= personalidade do agente);
Situação global (S= fatores situacionais);
Resistências mentais e emocionais do indivíduo (R= valores morais);
Ato Criminoso = T + S/ R;
Poderá ou não chegar o individuo à consumação de um crime dependendo apenas do desequilíbrio de sua forças;
			
Fatores condicionantes psicológicos 
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Fatores condicionantes psicológicos
Ego fraco ou abúlico: indivíduos influenciáveis;
Mimetismo: estilo de vida em que o criminoso se espelha;
Desejo de lucro imediato;
Necessidade de Status ou notoriedade;
Insensibilidade moral;
Espírito de rebeldia: também denominados anômicos;
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(Delegado de polícia-2008) dentre os fatores condicionantes da criminalidade, no aspecto psicológico, alcança projeção, hoje em dia, nas favelas, um modelo consciente ou inconsciente, com o qual o indivíduo gosta de se identificar sendo atraente o comportamento do bandido. A esse comportamento dá-se o nome de:
A) carência afetiva;
B) ego abúlico;
C) insensibilidade moral;
D) mimetismo;
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(Delegado de polícia-2008) dentre os fatores condicionantes da criminalidade, no aspecto psicológico, alcança projeção, hoje em dia, nas favelas, um modelo consciente ou inconsciente, com o qual o indivíduo gosta de se identificar sendo atraente o comportamento do bandido. A esse comportamento dá-se o nome de:
A) carência afetiva;
B) ego abúlico;
C) insensibilidade moral;
D) mimetismo;
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(Escrivão de polícia
– 2008) A Criminologia moderna estuda os fatores etiológicos da conduta delitiva. Em relação aos fatores condicionantes, em especial os psicológicos, é utilizado o termo indivíduo anômico, que significa : a) pessoa que na infância se recusa obedecer ordens de seus pais; b) indivíduo que na adolescência desconhece a razão pela qual não segue normas de condutas; c) adulto com amadurecimento cerebral que segue somente as normas de condutas sociais mais rígidas; d) pessoa que independentemente da idade se recusa a seguir normas de conduta social; e) pessoa que independentemente da idade se recusa a adotar o nome da família e passar a aceitar um apelido.
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(Escrivão de polícia – 2008) A Criminologia moderna estuda os fatores etiológicos da conduta delitiva. Em relação aos fatores condicionantes, em especial os psicológicos, é utilizado o termo indivíduo anômico, que significa : a) pessoa que na infância se recusa obedecer ordens de seus pais; b) indivíduo que na adolescência desconhece a razão pela qual não segue normas de condutas; c) adulto com amadurecimento cerebral que segue somente as normas de condutas sociais mais rígidas; d) pessoa que independentemente da idade se recusa a seguir normas de conduta social; e) pessoa que independentemente da idade se recusa a adotar o nome da família e passar a aceitar um apelido.
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(Investigador de polícia-2009) O individuo abúlico é aquele cuja personalidade psicológica se caracteriza:
A) pela falta de vontade, sendo uma pessoa sugestionável e vulnerável aos fatores criminógenos e que age por indução;
B) por ser uma pessoa arrojada, intrépida, combativa, destemida, e decidida;
C) por ser destituída de confiança ou de esperança, propenso a temores e que se preocupa e sofre exageradamente;
D) por aparentar placidez e felicidade, porém pode explodir subitamente;
E) por ser vaidoso e ter mania de grandeza, aparentando ser mais do que é.
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(Investigador de polícia-2009) O individuo abúlico é aquele cuja personalidade psicológica se caracteriza:
A) pela falta de vontade, sendo uma pessoa sugestionável e vulnerável aos fatores criminógenos e que age por indução;
B) por ser uma pessoa arrojada, intrépida, combativa, destemida, e decidida;
C) por ser destituída de confiança ou de esperança,propenso a temores e que se preocupa e sofre exageradamente;
D) por aparentar placidez e felicidade, porém pode explodir subitamente;
E) por ser vaidoso e ter mania de grandeza, aparentando ser mais do que é.
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Fatores condicionantes biológicos
Antropometria: complexo sistema de medidas corporais que poderiam identificar os criminosos;
Antropologia: preocupam-se com os diferentes aspectos físicos, fatores endógenos e a atuação do criminoso no ambiente físico e social;
Biotipologia: versa sobre o tipo humano, destacando o predomínio de um órgão ou função (temperamento);
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 Fatores condicionantes biológicos
 Neurofisiologia moderna
Eletroencefalograma: exame que fornece o registro gráfico da atividade do cérebro;
Demonstrou a correlação entre as disfunções cerebrais e a conduta humana delituosa;
	Endocrinologia
Homem como ser químico, ocorrendo um desajuste na balança hormonal pode explicar transtornos em sua conduta e em sua personalidade;
Relação entre os processos hormonais e a conduta criminosa;
Criminalidade feminina: conexão entre crimes e desajustes hormonais da menstruação (TPM).
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Fatores condicionantes biológicos 
	Sociobiologia e Bioquímica
Discorda da teoria da equipotencialidade (suposição de que todos os homens nascem com uma idêntica capacidade de aprendizagem e de relações).
Não existem duas pessoas idênticas, natureza química e celular interfere na conduta;
Todo comportamento social é aprendido;
A aprendizagem é fundamental para determinar a conduta humana;
Referida aprendizagem se controla por processos de natureza química e celular;
Estudou a influência de certas substâncias no comportamento humano: (déficit de vitaminas, hipoglicemia, alergias, contaminantes ambientais [Ex.: Pb- Chumbo – império romano).
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Fatores condicionantes biológicos 
	Genética criminal
Estuda a relação entre certas anomalias genéticas e a propensão para o crime;
Herança genética aumenta propensão ao crime;
Estudos sobre adoção demonstrou que os filhos biológicos de criminosos cometem crimes com maior frequência que os filhos adotados dos mesmos.
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Sociologia Criminal - Fatores condicionantes sociais 
Estuda os fatores externos (entorno físico e meio social) que contribuem para o crime;
Busca as causas do crime na sociedade, sendo o delito analisado como um problema coletivo;
Entende que a solução do problema está na reforma das estruturas sociais;
Enrico Ferri ressaltou o trinômio causal do crime: fatores biológicos, psicológicos e sociais;
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Fatores condicionantes sociais ***
Desorganização familiar;
Reenculturação;
Promiscuidade;
Educação e Escolaridade;
Religião;
Fator econômico.
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Escolas sociológicas do crime
Dividem-se em duas vertentes: Teorias de consenso e teorias de conflito;
São teorias consensuais: teoria da anomia, Escola de Chicago, Teoria da Associação Diferencial e Teoria da Subcultura do Delinquente;
São teorias conflitivas: “labelling Approach” e a teoria critica.
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Escolas sociológicas do crime
Para as teorias consensuais a finalidade da sociedade e atingida quando há um perfeito funcionamento de suas Instituições, de forma que os indivíduos compartilhem os objetivos comuns, aceitando as regras vigentes naquela sociedade;
Para as teorias de conflito a coesão e a ordem na sociedade são fundadas na força e coerção, na dominação por alguns e sujeição de outros, uma vez que os indivíduos desta sociedade não compartilham dos mesmos interesses.
Nesta, o controle social institucionalizado é utilizado para garantia do poder vigente.
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Teorias do consenso
Elementos sociais
perenidade
integralidade
funcionalidade
estabilidade
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Teorias do conflito
Elementos sociais
Mudança continua
Cooperação para dissolução
Luta de classes
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 Teoria da Anomia 
A anomia é uma situação social em que falta coesão e ordem, especialmente no tocante a normas e valores;
Trata-se da ausência de reconhecimento dos valores inerentes a uma norma, fazendo com que esta perca sua coercibilidade, pois o agente não reconhece legitimidade na sua imposição (Haiti, Iraque);
 Considera o crime um fenômeno normal na sociedade, pois sempre haverá alguém que não reconheça a autoridade da norma;
Emile Durkhein: defende que o crime pode ser cometido por qualquer pessoa, de qualquer nível social, derivando não de anomalias do indivíduo, mas de uma situação social onde falta coesão e ordem em relação às normas e valores da sociedade.
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 Teoria da Anomia 
A anomia é um estado de falta de objetivos e regras e de perda de identidade, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. A partir do surgimento do capitalismo e da tomada da razão como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa. A modernidade, com seus intensos processos de mudança, não fornece novos valores que preencham os anteriores demolidos, ocasionando uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos.
 Há um sentimento de se "estar à deriva," participando inconscientemente dos processos coletivos/sociais: perda quase total da atuação consciente e da identidade.
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Teoria da Anomia
Emile Durkhein escreveu: “Da divisão do trabalho social”, onde preconiza uma sociedade orgânica entre os membros da sociedade;
Esta teoria se insere no plano das correntes funcionalistas, desenvolvida por Robert King Merton;
Para os funcionalistas a sociedade é um todo orgânico articulado que, para funcionar perfeitamente, necessita que os indivíduos interajam num ambiente de
valores e regras comuns;
No entanto, quando o Estado falha é preciso resgatá-lo, preservando-o, se isso não for possível haverá uma disfunção; 
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Teoria da Anomia
Cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, assim, através de um sistema de direitos e deveres, cada um sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros;
Teoria da anomia está vinculada a filosofia do “Sonho Americano”, a qual propõe igualdade real de oportunidades entre os cidadãos;
Para Robert Merton, o fracasso no atingimento das aspirações ou metas culturais, em razão da impropriedade dos meios institucionalizados, pode levar à anomia, isto é, manifestações comportamentais em que as normas sociais são ignoradas ou contornadas; 
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Teoria da Anomia
Merton define estrutura cultural como o conjunto de valores normativos que governam a conduta comum dos membros de uma determinada sociedade ou grupo. E por estrutura social entende-se o conjunto organizado de relações sociais, no qual os membros da sociedade ou grupo são implicados de várias maneiras. 
Assim, o cometimento do crime decorre da pressão da estrutura cultural e das contradições desta com a estrutura social. A anomia, fomentadora da criminalidade, advém do colapso na estrutura cultural, especialmente de uma bifurcação aguda entre as normas e objetivos culturais e capacidades (socialmente estruturadas) dos membros do grupo de agirem de acordo com essas normas e objetivos. 
Os objetivos culturais são variáveis de sociedade a sociedade. São interesses, valores, propósitos ou fins propostos aos membros da sociedade com os caminhos que lhe são acessíveis. Já a estrutura social é o conjunto organizado das relações sociais, isto é, a estrutura de oportunidades reais que condiciona, de fato, a possibilidade de os cidadãos se orientarem para alcançar seus objetivos culturais, respeitando as normas legais. 
 
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Teoria da Anomia
O American Dream, que destina ao consumo e ao dinheiro, como símbolo de prestígio, papéis relevantes, acaba tornando-se uma referência, um padrão da sociedade como um todo. É como se em cada nível de renda cada americano quisesse 25% a mais do que aquilo que tem.
 
Este desajuste propicia o surgimento de condutas que vão desde a indiferença perante as metas culturais até a tentativa de chegar às metas mediante meios diversos daqueles socialmente prescritos. Merton prevê cinco tipos denominados de adaptação individual: conformidade, ritualismo, retraimento, inovação e rebelião.
 
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Teoria da Anomia
Normalidade do crime – (não é uma patologia). Aparece inevitavelmente unido ao desenvolvimento do sistema social do crime. 
O que é anormal é o súbito incremento do crime ou o súbito decréscimo dele. Uma sociedade sem crimes é pouco desenvolvida, monolítica, primitiva.
Quando se criam na sociedade espaços anômicos, ou seja, quando o indivíduo perde as referências normativas, então enfraquece a solidariedade social.
 
O indivíduo sente-se livre de vínculos sociais, tendo muitas vezes, um comportamento delituoso. 
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Escolas Sociológicas do crime
ESCOLA DE CHICAGO
A Escola de Chicago foi o berço da moderna sociologia americana e uma das primeiras a desenvolver trabalhos criminológicos diferentes do positivismo;
Caracterizava-se pelo empirismo e por sua finalidade pragmática, isto é, pelo emprego da observação direta em todas as investigações;
Trata da sociologia da cidade grande, analisando o desenvolvimento urbano, a mobilidade social e a criminalidade ali existente.
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 ESCOLA DE CHICAGO 
Encarou o crime como fenômeno ligado a uma área natural; 
Explorou a relação entre a organização do espaço urbano e a criminalidade;
Teve como seus principais autores Robert Park e Ernest Burgess (década de 20 e 30, Universidade de Chicago);
Duas teorias: Teoria ecológica, Teoria espacial.
CRIMINOLOGIA
REVISÃO AULAS 1 A 5
ESCOLA DE CHICAGO 
Foi o berço da sociologia americana e tem como objeto de estudo a cidade, como ente vivo capaz de refletir e influenciar nas condutas criminosas :
Mobilidade social e áreas de delinquência
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 ESCOLA DE CHICAGO 
Teoria ecológica: vê a grande cidade como uma unidade ecológica responsável pela delinquência;
Paralelismo entre o crescimento da cidade e da criminalidade;
Funda-se na desorganização do desenvolvimento e na falta de controle social;
Deterioração da família, escola, perda das raízes, tentação pela riqueza vizinha e descontrole social; 
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 ESCOLA DE CHICAGO 
Teoria Espacial: a análise da área social envolve o nível social, a urbanização e a segregação;
Busca prevenir o crime mediante nova arquitetura do espaço público.
Propunha subdividir as áreas públicas em zonas menores, para que cada morador tenha atitudes de dono do local, adequando a criação de suas próprias casas; 
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 ESCOLA DE CHICAGO 
Atenta aos fenômenos criminais observáveis, passou a usar os inquéritos sociais;
Estabeleceu colocar os resultados da criminalidade sobre o mapa da cidade;
Propôs amplos programas comunitários para tratamento e prevenção da criminalidade, planejamento por áreas definidas, programas comunitários de recreação e lazer, reurbanização dos bairros pobres, alteração efetiva da situação socioeconômica das crianças.
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Teoria da Associação Criminal (diferencial)
Criada no final da década de 30 por Edwin Sutherland;
 
Crime não é apenas uma disfunção ou inadaptação das pessoas;
Alguns crimes exigem conhecimento especializado ou habilidade de seu agente;
O comportamento criminal é aprendido e não fruto de carga hereditária;
Crimes do colarinho branco;
A conduta criminal se aprende como qualquer outra atividade.
 
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Teoria da Associação Criminal (diferencial)
A teoria da associação diferencial, formulada por Edwin H. Sutherland, baseia-se na teoria da desorganização social acerca do comportamento criminal. Segundo Sutherland, “a função social do crime é de mostrar as fraquezas da desorganização social. Ao mesmo tempo que a dor revela que o corpo vai mal, o crime revela um vício da estrutura social, sobretudo quando ele tende a predominar. O crime é um sintoma da desorganização social e pode sem dúvida ser reduzido em proporções consideráveis, simplesmente por uma reforma da estrutura social.”
Assim, para Sutherland, “a conduta criminal sistemática é consequência imediata da associação diferencial em uma determinada situação na qual existem conflitos culturais e, em ultima instância, uma desorganização social.”
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Teoria da Associação Criminal (diferencial)
Essa teoria é uma concepção sociológica do comportamento criminal, mediante um processo no qual o indivíduo se torna criminoso em contato com outras pessoas do mesmo meio, interpretando a lei de maneira favorável. Essa teoria é chamada de associação diferencial, pelo fato de que os princípios do processo pelo qual se desenvolve o comportamento criminoso são os mesmos do processo através do qual se desenvolve o comportamento legal, sendo uma associação com pessoas que se empenham no comportamento criminoso sistemático, tudo num processo de aprendizagem (learning process) onde a conduta criminal é algo que se aprende. 
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Teoria da Associação Criminal (diferencial)
A conduta criminal se aprende;
Ela se aprende em interação com outras pessoas mediante um processo de comunicação;
A parte decisiva do aprendizado ocorre no meio das relações mais intimas do indivíduo com seus familiares;
A aprendizagem inclui técnicas de cometimento do crime;
Uma pessoa se converte em delinquente quando as definições favoráveis à violação da lei superam as desfavoráveis;
 E contatos duradouros e frequentes têm influência maior pedagógica.
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Teoria da Associação Criminal (diferencial)
 A maior contribuição de Sutherland à criminologia, foi a conclusão de que existe um equívoco em se afirmar que as classes pobres é
que cometem uma porção maior de crimes, conforme revelam as estatísticas sociais.
Foi Sutherland quem cunhou a expressão crime do colarinho branco em sua obra White-Collar Crime, expressão que na França tomou o nome de delit de chevalier (delito de cavalheiros) ecrinalité des affaire (negócios como objeto de atos criminosos), ou seja, a criminalidade econômico-financeira, praticadas pelos magnatas, através dos negócios escusos, fraudulentos, realizados em nome de suas promessas. Um tipo de crime praticado por pessoas de alto nível social, no curso de sua ocupação comercial ou industrial.
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Teoria da Associação Criminal
Afirma que o comportamento criminoso nunca é herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito;
 
A influência ocorre no seio das relações mais íntimas do individuo;
A resposta social aos mandamentos legais não é uniforme dentro da sociedade;
Uma pessoa se torna criminosa quando as definições favoráveis à violação da lei superam as desfavoráveis, isto é, quando aprendeu mais modelos criminais do que modelos respeitosos ao direito.
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Teoria da Associação Criminal
Uma pessoa se converte em delinquente quando as definições favoráveis à violação da lei superam as desfavoráveis, isto é, quando por seus contatos diferenciais aprendeu mais modelos criminais que modelos respeitosos ao Direito. As associações e contatos diferenciais do indivíduo podem ser distintos conforme a frequência, duração, prioridade e intensidade dos mesmos. Contatos duradouros e frequentes devem ter maior influência pedagógica, mais que outros fugazes ou ocasionais, do mesmo modo que o impacto que exerce qualquer modelo nos primeiros anos da vida do homem costuma ser mais significativo que o que tem lugar em etapas posteriores; o modelo é tanto mais convincente para o indivíduo quanto maior seja o prestígio que este atribui à pessoa ou grupos cujas definições e exemplos aprende.
Precisamente porque o crime se aprende, não se imita. O processo de aprendizagem do comportamento criminal mediante o contato diferencial do indivíduo com modelos delitivos e não delitivos implica a aprendizagem de todos os mecanismos inerentes a qualquer processo deste tipo.
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Teoria da Associação Criminal
A teoria do aprendizado social ou da associação diferencial traça um modelo teórico generalizador, capaz de explicar também a criminalidade das classes médias e privilegiadas. Contribuiu para fomentar cientificamente e dar sentido a conceitos que, desde então, encontram na ideia genérica de aprendizagem uma referência obrigatória: os conceitos de reeducação, modificação de conduta, aprendizagem compensatória etc. Até mesmo as teorias subculturais encontraram um reforço valioso na concepção de Sutherland, que as complementa, incorporando, ademais, um significativo caráter diferencial: a ideia de que o crime não procede da desorganização social, senão da organização diferencial e da aprendizagem. A teoria enfatiza o impacto das relações de ponto a ponto sobre a determinação em direção ou distância do desvio social.
Em resumo, para a teoria da associação diferencial é no interior de grupos e no contato com criminosos experientes que são transmitidos aos jovens delinquentes informações e ensinamentos sobre como cometer crimes e sobre como justificar esse comportamento.
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Teoria da Subcultura delinquente
A teoria da subcultura da delinquência assevera que o bando delinquente surge como resultado da estrutura das classes sociais. A conduta desses grupos seria um produto de soluções coletivas dos problemas de status, necessidades e frustrações que sofrem as classes baixas num mundo de valores e virtudes predominantes da classe média, como a ambição, a autoconfiança, o respeito à propriedade, oposição à violência, protelação de satisfações imediatas. O jovem da classe baixa rejeitaria os valores da classe dominante porque não integram o seu mundo. A formação do bando é uma consequência natural para os jovens da classe baixa, que se reúnem por seus sentimentos comuns de hostilidade. A subcultura assim formada representa a oposição aos valores da classe média, oposição que se caracteriza por sua malignidade em face a tudo que for virtuoso, hedonismo que busca satisfações imediatas, atos não utilitários e negativo.
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Teoria da Subcultura delinquente
Subcultura delinqüente, portanto, pode ser definida como um comportamento de transgressão que é determinado por um subsistema de conhecimento, crenças e atitudes que possibilitam, permitem ou determinam formas particulares de comportamento transgressor em situações específicas.
Tais comportamentos ocorrem no ambiente cultural dos agentes, e são incorporados à personalidade, como qualquer aspecto cultural. O modelo subcultural não pretendeu explicar toda a criminalidade, nem mesmo a criminalidade adulta. Trata-se de um modelo aplicado a certas formas de criminalidade juvenil – GANGUES. 
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Teoria da Subcultura delinquente
Grupos se organizam com seus próprios valores e normas dentro da sociedade, criando seus próprios valores e normas de conduta;
Subcultura pode decorrer da idade, raça, etnia, classe ou gênero;
Albert K. Cohen (Delinquent boys, em 1955) sugeriu uma teoria baseada na recolocação de normas comuns e de valores da sociedade por subculturas; 
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Teoria da Subcultura delinquente
O bando delinquente surge como resultado da estrutura de classes sociais;
Cada grupo e subgrupo possui seu próprio código de valores, que nem sempre coincidem com os valores majoritários e sociais;
A conduta delitiva não seria produto de desorganização ou ausência de valores sociais, mas o reflexo e a expressão de outros sistemas de normas e valores distintos, os subculturais;
Crime é sinônimo de protesto e status no seu grupo. 
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Teoria da Subcultura delinquente
Três idéias básicas sustentam a subcultura:
1) O caráter pluralista e atomizado da ordem social;
2) A cobertura normativa da conduta desviada;
3) As semelhanças estruturais, na gênese, dos comportamentos regulares e irregulares;
Segundo Cohen, a Subcultura delinquente se caracteriza por três fatores: não utilitarismo da ação, malícia da conduta e negativismo.
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Teoria da Subcultura delinquente
Não utilitarismo da ação: muitos crimes não possuem motivação;
A malícia da conduta: é o prazer em desconsertar, em prejudicar o outro (atemorização provocada pelas gangues);
Negativismo da conduta: mostra-se como um polo oposto aos padrões da sociedade.
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Teoria da Subcultura delinquente ***
Logo, a teoria das subculturas, também denominada de teoria das contraculturas, analisa a formação de grupos subculturais, que são alheios aos padrões impostos pela sociedade, bem como contestadores dos fins por ela propostos.
Os grupos denominados subculturais criam para si novos fins e ideais, colidentes com aqueles determinados pela maioria da sociedade. Aqui também se trabalha com o conceito de tensão, sendo que os jovens pertencentes a grupos subculturais, a exemplo das chamadas gangs, dadas as discrepâncias entre meios e fins que se dão na coletividade, especialmente entre as classes menos favorecidas, produzem estresse e incômodo social, sendo que essas situações, consequentemente, conduzem à criminalidade.
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TEORIA DO CONFLITO 
Parte da premissa de que o crime é um fato político, ou seja, o crime não existe como fato natural, mas sim pela desobediência a uma norma elaborada através de decisões políticas, as quais geralmente refletem ou defendem os interesses da classe dominante;
A lei é um instrumento de controle social que visa satisfazer os interesses da classe dominante;
São teorias conflitivas: Labelling Approach (etiquetamento) e a teoria Crítica. 
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Chamada também teoria do Labelling Appoach, da rotulação, ou reação social;
Trata-se de uma escola surgida nos anos 60, precipuamente nos EUA. 
Ao contrário das escolas surgidas no bojo da sociologia do consenso - em que há um grande acesso
das grandes massas a cotas consideráveis de bem-estar social, este pensamento é baseado na idéia de conflito. 
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Mudou a forma de analisar o crime, deixando de focar o fenômeno delitivo, passando a valorar a reação social ao criminoso;
Raul Eugênio Zaffaroni diz que cada um de nós se torna aquilo que os outros vêem em nós, ou seja, a pessoa rotulada como delinqüente, assume o papel que lhe é determinado pela sociedade;
A prisão passa a funcionar como elemento de criminalização;
A criminalização primária produz rotulação, que produz criminalizações secundárias (reincidência);
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O Labelling caracteriza-se pelo relativismo jurídico e moral, pela acentuação do pluralismo cultural e pela manifesta simpatia para com as minorias mais desclassificadas.
Ao invés de se perguntar: “Por que é que o criminoso comete crimes?” – pergunta-se: “Por que é que algumas pessoas são tratadas como criminosos, quais as conseqüências desse tratamento e qual a fonte da sua legitimidade?”
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Parte-se do princípio de que o desvio não é uma qualidade intrínseca da conduta, mas antes o resultado de uma reação social e que o delinqüente apenas se distingue do homem normal devido à estigmatização que sofre. 
Daí que o tema central desta perspectiva criminológica seja precisamente o estudo do processo de interação, no qual o indivíduo é estigmatizado como delinqüente .
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Propôs a política dos quatro “Ds”: 
Descriminalização, Diversão, Devido processo legal, Desinstitucionalização;
No plano jurídico propôs a não intervenção ou direito penal mínimo;
Existe uma tendência garantista de não prisionização, progressão de regimes, abollitio criminis, etc.
ETIQUETAMENTO
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Etiquetamento
Segundo Nestor Sampaio Penteado Filho, “o criminoso apenas se diferencia do homem comum em razão do estigma que sofre e do rótulo que recebe”
 A teoria da rotulação de criminosos cria um processo de estigma para os condenados, funcionando a pena, como geradora de desigualdades. O sujeito acaba sofrendo reação da família, amigos, conhecidos, colegas e de toda uma sociedade, o que acabará por acarretar a marginalização no trabalho, na escola e em outros locais que ele possa frequentar. Muitas vezes, o real “retorno” do condenado ao crime é inevitável, pois não lhe restam alternativas.
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Rotulação: seletividade
o crime não é definido pela conduta do agente, mas pelo que as instâncias de controle definem como tal. Ademais, nem todos os crimes são perseguidos pela sociedade e pelo Estado, punindo-se, assim, somente parte dos crimes e das pessoas, o que chamamos de seletividade.
Fica claro que, pela Teoria do Labelling Approach, as instâncias de controle definem o que será punido e quem será punido, o que nos remete a uma relação com a seletividade do sistema penal.
 “Estes estereótipos permitem a catalogação dos criminosos que combinam com a imagem que corresponde à descrição fabricada, deixando de fora outros tipos de delinquentes (delinquência de colarinho branco, dourada, de trânsito, etc.)”.
O sistema penal brasileiro é um retrato dessa seletividade. Basta analisarmos o perfil da população encarcerada. Qual seja, população esmagadoramente masculina; por um público dominado por jovens (59% dos encarcerados possuem de 18 a 29 anos), negros e, ainda, por apresentar escolaridade defasada, vez que cerca de 49% são analfabetos ou possuem ensino fundamental incompleto
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Etiquetamento
Edwin M. Lemert: apregoa dois tipos de desvios: o primário e o secundário.
desvio primário: ocorre por fator sociais, culturais ou psicológicos. O indivíduo delinque por circunstâncias sociais, como observamos no paradigma da reação social.
Já o desvio secundário é consequência da incriminação, da estigmatização, da reação social negativa. Os efeitos psicológicos causados pela rotulação são tão danosos ao indivíduo que ele se torna marginalizado e excluído da sociedade. Ele passa a entrar na carreira criminosa.
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Shecaira:“Quando os outros decidem que determinada pessoa é non grata, perigosa, não confiável, moralmente repugnante, eles tomarão contra tal pessoa atitudes normalmente desagradáveis, que não seriam adotadas com qualquer um. São atitudes a demonstrar a rejeição e a humilhação nos contatos interpessoais e que trazem a pessoa estigmatizada para um controle que restringirá sua liberdade. É ainda estigmatizador, porque acaba por desencadear a chamada desviação secundária e as carreiras criminais”.
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Teoria crítica (Radical ou nova Criminologia) 
Firmada em 1973, com a obra de Taylor, Walton e Young (The new criminology);
Critica as posturas da teoria de consenso;
Acredita ser o modelo econômico adotado é o principal fator gerador da criminalidade;
É vista sob a ótica comunista de Karl Marx, bem como do ponto de vista da classe trabalhadora;
A lei é instrumento da classe dominante.
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Teoria crítica (Radical ou nova Criminologia) 
Pretende defender o homem contra a sociedade de exploradores e não aceitar a defesa da sociedade contra o crime. 
Não é o criminoso que deve ser ressocializado, mas a própria sociedade que deve ser transformada. 
Nega-se a definição de crime, pois aceitá-la é admitir a neutralidade do direito.
Entende ser o capitalismo a base da criminalidade, na medida em que promove o egoísmo; este por seu turno, leva os homens a delinqüir. 
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Teoria crítica (Radical ou nova Criminologia) 
As principais características da corrente crítica são: 
O direito penal se ocupa de proteger os interesses do grupo social dominante;
Reclama compreensão e até apreço pelo criminoso;
Critica severamente a criminologia tradicional;
O capitalismo é a base da criminalidade;
Propõe reformas estruturais na sociedade para redução das desigualdades e conseqüentemente da criminalidade.
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A teoria ganha espaço logo após a teoria do etiquetamento que assevera que mais do que um problema que causa prejuízo social, o crime é uma etiqueta criada pelos grupos de poder. Defende ainda que a criminalização é um processo de etiquetamento de um grupo sobre outro, ou seja, nem todo tipo penal protege um autêntico bem jurídico, nem sempre condena um ato danoso em essência
Teoria crítica
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o desvio nasce de conflitos socioeconômicos e que esses conflitos, por sua vez, maximizam os efeitos do etiquetamento secundário. Outrossim, a Justiça é classista, seletiva, tanto no direito quanto no sistema penal.
Teoria crítica
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Teoria crítica
São propostas dessa teoria a interpretação do crime sob a perspectiva das classes subalternas, a revisão dos bens jurídicos protegidos pelo direito penal, a redução da utilização de cárcere como pena, a redução do desvio social e a interferência nas relações socioeconômicas.
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 O direito penal está a serviço da parcela social detentora de poder político-econômico. A justiça penal é tão-somente administradora da criminalidade, não dispondo de meios de combatê-la, apenas funcionando como selecionadora de sua clientela habitual nas classes trabalhadoras. O crime é um subproduto final do processo de criação e aplicação das leis, orientadas ideologicamente às classes dominantes. Percebe-se uma negação total do mito do direito penal como Direito igual, em que a lei protege todos os cidadãos.
Teoria crítica
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Cifra negra
Sabe-se que nem todo delito praticado é tipificado ou investigado pela polícia judiciária, ou mesmo, denunciado, julgado e o seu autor condenado.
Nesse sentido, o termo cifra negra (zona obscura, "dark number" ou "ciffre noir") refere-se à porcentagem de crimes não solucionados ou punidos, à existência de um significativo número de infrações penais desconhecidas "oficialmente".
Isso traz por consequência uma espécie de eleição de ocorrências e de infratores. O sistema penal, assim, acaba por se "movimentar" apenas em determinados casos, de acordo com a classe social a que pertence o autor do crime.
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Questão: A expressão cifra negra ou oculta se refere:
	a) às descriminantes putativas, nos casos em que não há tipo culposo do crime cometido. b) ao fracasso do autor na empreitada em que a maioria têm êxito. c) à porcentagem de presos que não voltam da saída temporária do semi-aberto. d) à porcentagem de crimes não solucionados ou punidos porque, num sistema seletivo, não caíram sob a égide da polícia ou da justiça ou da administração carcerária, porque nos presídios “não estão todos os que são”. e) à porcentagem de criminalização da pobreza e à globalização, pelas quais o centro exerce seu controle sobre a periferia, cominando penas e criando fatos típicos de acordo com seus interesses econômicos, determinando estigmatização das minorias. 
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 A expressão cifra negra ou oculta se refere:
	a) às descriminantes putativas, nos casos em que não há tipo culposo do crime cometido. b) ao fracasso do autor na empreitada em que a maioria têm êxito. c) à porcentagem de presos que não voltam da saída temporária do semi-aberto. d) à porcentagem de crimes não solucionados ou punidos porque, num sistema seletivo, não caíram sob a égide da polícia ou da justiça ou da administração carcerária, porque nos presídios “não estão todos os que são”. e) à porcentagem de criminalização da pobreza e à globalização, pelas quais o centro exerce seu controle sobre a periferia, cominando penas e criando fatos típicos de acordo com seus interesses econômicos, determinando estigmatização das minorias. 
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(Polícia Civil-2009) Segundo a teoria behaviorista, o homem comete um delito porque e seu comportamento: 
é uma resposta às causas ou fatores que o levam à prática do crime.
decorre de sua própria natureza humana, independentemente de fatores internos ou externos.
é dominado por uma vontade insana de praticar um crime.
não permite a distinção entre o bem e o mal.
impede-o de entender o caráter delituoso da ação praticada.
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(Polícia Civil-2009) Segundo a teoria behaviorista, o homem comete um delito porque e seu comportamento: 
é uma resposta às causas ou fatores que o levam à prática do crime.
decorre de sua própria natureza humana, independentemente de fatores internos ou externos.
é dominado por uma vontade insana de praticar um crime.
não permite a distinção entre o bem e o mal.
impede-o de entender o caráter delituoso da ação praticada.
Teoria behaviorista: o comportamento é resposta (efeito) aos estímulos contraídos (causas).
O homem que comete o crime não tem o domínio sobre sua vontade.
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Teoria das janelas quebradas
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Teoria das janelas quebradas
O experimento primordial: Em 1969, na Universidade de Stanford (USA), o Prof. Philip Zimbardo realizou um experimento de Psicologia Social. Deixou dois carros abandonados na rua, dois carros idênticos, a mesma marca, modelo e até a cor. Um ele deixou no Bronx, na época uma zona pobre e conflituosa de Nova York e o outro em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Dois carros idênticos abandonados, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em Psicologia Social estudando as condutas das pessoas em cada lugar.
Resultou que o carro abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o radio, etc. Todo o aproveitável foi levado e o que não, foi destruído. Em troca o carro abandonado em Palo Alto se manteve intacto.
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Teoria das janelas quebradas
É comum atribuir à pobreza as causas do delito. Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (de direita e de esquerda). Entretanto, o experimento em questão não finalizou aí, quando o carro abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto permanecia uma semana impecável.
Os investigadores decidiram quebrar um vidro do automóvel de Palo Alto. O resultado foi que começou o mesmo processo que no Bronx, o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. Por que o vidro quebrado num carro abandonado numa vizinhança supostamente segura é capaz de disparar todo um processo delitivo? Não se trata de pobreza. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia, o comportamento humano e com as relações sociais.
Um vidro quebrado num carro abandonado transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai rompendo códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como se o todo vale nada. Cada novo ataque que sofre o carro reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos, cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando em uma violência irracional.
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Teoria das janelas quebradas
A teoria da janela quebrada (broken windows theory) surgiu a partir de um estudo realizado pelo cientista político James Wilson e o psicólogo criminologista George Kelling, ambos pesquisadores da Universidade de Haward, publicado em 1982 na revista The Atlantic Monthly. O estudo teve por finalidade demonstrar a relação de causalidade entre a desordem e a criminalidade.
A teoria exposta pelos pesquisadores ficou assim conhecida (“Janela Quebrada”) em virtude de terem os autores utilizado de janelas quebradas para explicarem como a desordem pode levar a prática de crimes mais graves. Segundo eles, caso uma janela de um prédio fosse quebrada e não fosse imediatamente consertada, as pessoas que a avistasse pensaria que naquele local ninguém se preocuparia com aquilo, o que levaria os vândalos a depredarem mais janelas, e, eventualmente, poderiam invadir o local e lá estabelecerem moradia ou depredá-lo ainda mais. 
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Teoria das janelas quebradas
E o que é pior, poderia chegar ao ponto de vândalos, desocupados e pessoas com tendências criminosas perceberem que naquela rua ninguém se preocupava com os atos de criminalidade, levando-os a se estabelecerem naquele local e afugentarem as pessoas de bem. Seria, assim, um processo gradativo, em que o descaso a pequenos atos de vandalismo, levaria a consequências mais graves.
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Teoria das janelas quebradas
Dessa experiência, chegou-se a conclusão de que não só a pobreza é causa do aumento da criminalidade, mas também o descaso aos atos de desordem e vandalismo. Assim, verificou-se que as normas sociais de convívio em sociedade são totalmente ignoradas quando as pessoas percebem que ninguém se importa com os atos de vandalismo. Bastou quebrar uma janela do carro e as pessoas perceberem que ninguém se importou que todos imediatamente começaram a danificar todo o carro.
Em síntese, a teoria da janela quebrada expressava que caso a população e as autoridades públicas não se preocupassem com os pequenos atos de marginalidade, como o ato de quebrar a janela de um prédio, induziria as pessoas a acreditarem que naquele local ninguém se importa com a desordem pública, o que levaria a prática de delitos mais graves naquele local. Os delitos de maior ofensividade surgem em conseqüência da não reprimenda aos atos de desordem e aos pequenos delitos.
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Teoria das janelas quebradas x intervenção mínima
Por outro lado, no Brasil...
O princípio da intervenção mínima ou da subsidiariedade, tido como fundamental para a doutrina do direito penal mínimo, apregoa que o direito penal não deve intervir em demasia na vida do indivíduo. É dizer, a criação da norma penal incriminadora deve ser tida como ultima ratio, somente quando não houver outra forma de proteção do bem jurídico. Segundo Mirabete (2007, p. 108), “não se devem incriminar os fatos em que a conduta não implique risco concreto ou lesão a nenhum dos bens jurídicos reconhecidos pela ordem normativa constitucional”. Assim, segundo esse princípio, é inadequada a criação de normas penais quando outras formas de proteção ao bem jurídico almejado se mostrarem viáveis.
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Teoria das janelas quebradas x intervenção mínima
Já o princípio da insignificância ou da bagatela, proposto por Claus Roxin, permite excluir do direito penal certos
delitos de menor importância.
Referido princípio não se encontra tipificado no ordenamento jurídico brasileiro, porém tem sido frequentemente utilizado na aplicação da lei penal. É comum, no caso de delitos de menor lesividade, os membros do Ministério Público e os advogados requererem a extinção do processo com base na aplicação do princípio da insignificância, que exclui a tipicidade da conduta. O STF, em julgamento de habeas corpus, já se manifestou sobre os requisitos que permitem a aplicação desse princípio, sendo eles: a) mínima ofensividade da conduta; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e d) inexpressividade da lesão jurídica provocada
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Teoria das janelas quebradas x intervenção mínima
No Brasil os aplicadores do direito têm feito uso indiscriminado desse princípio, sob o argumento de que o Poder Judiciário já se encontra com excesso de processos, não devendo se preocupar com lesões insignificantes. Parece que não percebem que os delitos maiores surgem em um cenário de descaso aos pequenos delitos, de acordo com os fundamentos da teoria da janela quebrada.
Cumpre mencionar que não se defende a aplicação dessa teoria no Brasil, nos moldes em que proposta nos Estados Unidos, seja por motivos culturais, seja por motivos financeiros. Argumenta-se apenas que não se deve aplicar os princípios aqui mencionados de forma indiscriminada, de forma a criar um cenário “perfeito” para o desenvolvimento de crimes mais graves.
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Teoria das janelas quebradas x intervenção mínima
Exemplo: 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. REJEIÇÃO DE DENÚNCIA. ACOLHIMENTO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. DISSENSO JURISPRUDENCIAL QUE NÃO AUTORIZA O ACOLHIMENTO DA TESE ADOTADA. CONTRAPOSIÇÃO DO POSICIONAMENTO PELA ADOÇÃO DA TEORIA DA JANELA QUEBRADA. PRETENSÃO MINISTERIAL ACOLHIDA E DETERMINAÇÃO PARA SEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL EM SEUS ULTERIORES TERMOS. RECURSO PROVIDO.[3]
No presente acórdão, afastou-se a aplicação do princípio da insignificância, a fim de que condutas de menor lesividade não permaneçam impunes e favoreçam a ocorrência de delitos mais graves. Defendeu-se, assim, o posicionamento exposto pela teoria da janela quebrada. Confira-se parte do acórdão:
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Teoria das janelas quebradas x intervenção mínima
Trecho do acórdão: 
“Daí segue a inelutável conclusão: não é só pobreza fator conducente à criminalidade, ou seja, à prática de infrações penais, mas também impunidade - e sua crença - quando se está diante de crimes de pequena gravidade. A este teor, com a devida vênia, há que se repudiar a recorrente aplicação do princípio da insignificância para inúmeros fatos típicos porque, desta forma, estimula-se a reiteração criminosa.
Portanto, ainda que o delito não tenha gravidade exacerbada, há que se punir, sob pena de estimular crimes mais graves. Em suma, delitos mais graves e condutas criminosas mais gravosas surgem em sociedades em que crimes pequenos ou menores não são punidos. De feito, nada obstante se deva reconhecer existência de flagrante divergência que alimenta o entendimento aqui expendido, é caso de prosseguimento da ação penal, mormente porque a coisa subtraída é uma utilidade para seu proprietário, mesmo quando de menor expressão econômica.”
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Neorretribucionismo (lei e ordem, tolerância zero, broken windows)
Vertente surgida nos EUA, com a denominação de lei e ordem ou tolerância zero, inspirada na Escola de Chicago, dando um caráter sagrado aos espaços públicos; 
Parte da premissa de que os pequenos delitos devem ser rechaçados, o que inibiria os mais graves, atuando como prevenção geral;
Afirma que existe uma relação de causalidade entre a desordem e a criminalidade. 
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OPERAÇÃO TOLERÂNCIA ZERO
Ao longo das décadas de 70 e 80, diante da ignorância das pessoas e das autoridades públicas com os pequenos gestos de vandalismo e desordem, a cidade de Nova Iorque atingiu níveis elevados de criminalidade.
Isso porque, as pichações e os gestos de mendicância não eram reprimidos, fazendo com que, destes pequenos gestos de desordem, surgissem os delitos mais graves. O problema era ainda maior nos metrôs da cidade, local fechado, escuro e deserto durante a noite, em que praticamente não haviam leis e reprimendas para os desordeiros, que praticavam os mais diversos atos de vandalismo.
A solução para os problemas da criminalidade em Nova Iorque passou a ser tema de campanha política naquela cidade, já que a população clamava por uma cidade melhor.
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OPERAÇÃO TOLERÂNCIA ZERO
Em 1990, o policial Willian Bratton, que havia realizado brilhante trabalho na polícia de Boston, foi contratado pela Polícia de Trânsito de Nova Iorque, com a incumbência de ajudar resolver o problema da criminalidade naquela cidade.
Bratton contava com o apoio de Kelling (co-autor da teoria da janela quebrada) para implantação de medidas de combate a criminalidade. De imediato, foram identificados os três principais problemas existentes nos metrôs da cidade: os passageiros pulavam as catracas para furtarem-se do pagamento, a desordem e a criminalidade.
Passou-se, então a aplicar em Nova Iorque os fundamentos da teoria da janela quebrada, reprimindo-se os pequenos delitos a fim de evitar a ocorrência de delitos mais graves.
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OPERAÇÃO TOLERÂNCIA ZERO
Consigne-se que, de início, a implantação das medidas de Bratton e Kelling não foi fácil, eis que nem a população e nem as autoridades públicas tinham o costume de se preocuparem em punir e repreender os pequenos atos de desordem e criminalidade.
Nesse contexto de aplicação das medidas de Bratton, começaram, assim, a serem presos aqueles que pulavam as catracas do metrô para evitarem o pagamento. Policiais à paisana esperavam o momento em que o desordeiro pulasse a catraca e efetuava sua prisão, o que fez com os níveis de pessoas que pulavam as catracas reduzissem consideravelmente. E o que é melhor, muitas das pessoas presas por esse “simples” ato de desordem eram foragidas da polícia ou estavam portando armas. Dessa forma, atacando esse problema da falta de pagamento no metrô, estava-se evitando a ocorrência de crimes mais graves. Esses atos de repressão aos delitos menores preveniam a ocorrência de crimes de maior ofensividade.
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OPERAÇÃO TOLERÂNCIA ZERO
Já no ano de 1994, o ex-promotor Rudolph Giuliani, então eleito para prefeito da cidade de Nova Iorque, decidiu expandir a política de combate aos pequenos delitos no metrô para as ruas daquela cidade, operação essa que ficou conhecida como Tolerância Zero e seria chefiada por Bratton.
Bratton, utilizando-se do mesmo princípio fundamental da teoria da janela quebrada – reprimir os pequenos atos de desordem e vandalismo para prevenir a ocorrência de delitos mais graves – passou a reestruturar a cidade no sentido de não mais permitir a desordem e os pequenos delitos.
A polícia de Nova Iorque, de início, começou a atuar contra aqueles que limpavam os pára-brisas dos carros e coagiam os motoristas a lhe darem dinheiro. Esse ato que, a um primeiro momento, parece inofensivo, atormentava os motoristas daquela cidade, que se sentiam ameaçados. Frise-se que as reprimendas não consistiam em penas privativas de liberdade, mas sim em prestação de serviços comunitários.
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OPERAÇÃO TOLERÂNCIA ZERO
E não parou por ai. Passou-se a reprimir de uma forma geral todo e qualquer ato de desordem e vandalismo, desde o ato de urinar em praça pública até o ato de pilotar motocicleta sem capacete. Implantou-se, ainda, o policiamento comunitário, de forma a aproximar a população da polícia.
O resultado, como esperado, não podia ser outro: os índices de criminalidade na cidade de Nova Iorque reduziram-se consideravelmente nos últimos anos e, continuam, ainda hoje, em queda.
Contraponto (para não dizer que sou parcial...): 
http://justificando.com/2015/05/26/a-desordem-gera-desordem-conheca-a-teoria-das-janelas-quebradas/
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(Escrivão Polícia Civil – 2010) O movimento “Lei e Ordem”
e a teoria das “janelas quebradas” (“broken windows”) defendem que pequenas infrações, quando toleradas, podem levar à prática de delitos mais graves. 
O texto acima se refere à:
a) Criminologia Radical.
b) Defesa Social.
c) Tolerância Zero.
d) Escola Retribucionista.
e) Lei de Saturação Criminal.
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(Escrivão Polícia Civil – 2010) O movimento “Lei e Ordem” e a teoria das “janelas quebradas” (“broken windows”) defendem que pequenas infrações, quando toleradas, podem levar à prática de delitos mais graves. 
O texto acima se refere à:
a) Criminologia Radical.
b) Defesa Social.
c) Tolerância Zero.
d) Escola Retribucionista.
e) Lei de Saturação Criminal.
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(Escrivão de Polícia 2010) A teoria do “Labelling Approach” ou da Reação social é também conhecida como
a) Teoria da Anomia.
b) Teoria da Subcultura.
c) Teoria Ecológica.
d) Teoria do etiquetamento ou rotulação.
e) Teoria Espacial.
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(Escrivão de Polícia 2010) A teoria do “Labelling Approach” ou da Reação social é também conhecida como
a) Teoria da Anomia.
b) Teoria da Subcultura.
c) Teoria Ecológica.
d) Teoria do etiquetamento ou rotulação.
e) Teoria Espacial.
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(Escrivão de Polícia 2010) Consolidada na década de 70 e inspirada nas idéias marxistas, alçou a sociedade capitalista a categoria de principal desencadeador da criminalidade . O texto se refere à:
a) Teoria Ecológica.
b) Teoria da Associação Diferencial.
c) Teoria Crítica.
d) Teoria da Anomia.
e) Teoria da Subcultura.
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(Escrivão de Polícia 2010) Consolidada na década de 70 e inspirada nas idéias marxistas, alçou a sociedade capitalista a categoria de principal desencadeador da criminalidade . O texto se refere à:
a) Teoria Ecológica.
b) Teoria da Associação Diferencial.
c) Teoria Crítica.
d) Teoria da Anomia.
e) Teoria da Subcultura.
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As escolas penais, tanto a Escola Clássica de Becaria, como a Escola Positiva de Lombroso, Ferri e Garofalo, estavam centradas nos elementos delito/delinqüente/pena. Não houve grande preocupação com a vítima.
Nesse sentido, Luiz Flávio Gomes e Antônio García Pablos de Molina comentam:
“O abandono da vítima do delito é um fato incontestável que se manifesta em todos os âmbitos: no Direito Penal (material e processual), na Política Criminal, na Política Social, nas próprias ciências criminológicas. Desde o campo da Sociologia e da Psicologia social, diversos autores, têm denunciado esse abandono: o Direito Penal contemporâneo – advertem – acha-se unilateral e equivocadamente voltado para a pessoa do infrator, relegando a vítima a uma posição marginal, no âmbito da previsão social e do Direto civil material e processual”. (GOMES & MOLINA, 2000, p.73)
Praticamente, só no final da Segunda Guerra Mundial, um advogado de origem israelita chamado Benjamin Mendelsohn, também vítima da guerra, começou a pensar em sistematizar uma nova ciência ou desenvolver um ramo da criminologia que foi a vitimologia.
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Sua obra ‘Horizonte Novo na ciência Bio-psicosocial – A Vitimologia’, publicada em 1956 passou a ser um marco no assunto, seguido posteriormente, de vários outros estudos iniciando uma fase de redescoberta da vítima, pois, ate então não passava de um subdesenvolvido sujeito passivo no crime ou no processo penal.
Importante ainda, ressaltar no processo evolutivo, a Resolução n.º 40/34 denominada Declaração Universal dos Direitos da Vítima, promulgada pela ONU em 29 de novembro de 1985.
“Afirma a necessidade de que sejam adotadas medidas nacionais e internacionais a fim de garantir o reconhecimento e o respeito universais e efetivos dos direitos das vítimas dos delitos e do abuso de poder.
Ressarcimento; 
Indenização;
 Assistência.
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Vitimologia é o estudo da vítima sob todos os aspectos, possuindo assim, um caráter multi e interdisciplinar. Nesse sentido, conforme assevera Eduardo Mayr, vitimologia constitui
“... o estudo da vítima no que se refere à sua personalidade, quer do ponto de vista biológico, psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica, bem como dos meios de vitimização, sua inter-relação com o vitimizador e aspectos interdisciplinares e comparativos”. (apud RIBEIRO, 2001, p. 30)
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Percebe-se então, que no estudo da vitimologia há dois pontos fundamentais: o estudo do comportamento da vítima de forma geral, sua personalidade, seu atuar na dinâmica do crime, sua etiologia e relações com o agente criminoso e a reparação do dano causado pelo delito.
Vítima é a pessoa que tenha sofrido danos: lesões físicas ou mentais, sofrimento emocional, perda financeira ou diminuição de seus direitos fundamentais, em decorrência de ações ou omissões que violaram a lei penal. 
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 Classificação da vítima
Pensou-se no passado que a vítima era sempre inocente e o causador do delito o único e exclusivamente culpado.
Com o tempo, as pesquisas, os estudos e segundo a designação de Benjamin Mendelsohn, a vítima pode ser inteiramente inocente na dinâmica do crime; pode ser tão culpada quanto o agente; mais culpada do que o agente; pode ser menos culpada de que o agente criminoso e ainda, poderá ser a única culpada do cometimento de um crime. (apud MOREIRA FILHO, Guaracy, 1999, p. 45)
O vitimólogo fundamenta sua classificação na correlação da culpabilidade entre a vítima e o infrator. Vislumbrando, pois, em primeira mão, a atitude da vítima relacionada à aplicação da pena.
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Benjamim Mendelson É considerado o fundador da vitimologia;
Hans von Henting, considerado por muitos o verdadeiro criador da vitimologia, classificou como vítima nata aquela que possui um comportamento agressivo, personalidade insuportável, que com seu jeito de viver culmina em gerar um fato criminoso.
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	Classificação das vítimas, segundo Benjamin Mendelson:
Vítima completamente inocente: não tem participação no crime;
Vítima menos culpada que o delinquente: contribui para o evento criminoso (frequenta locais perigosos, comenta sobre seu patrimônio);
Vítima tão culpada quanto o delinquente: sem sua contribuição o crime não teria ocorrido (rixa, aborto consentido, corrupção);
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	Classificação das vítimas, segundo Benjamin Mendelson:
Vítima mais culpada que o delinquente: casos de crimes praticados após injusta provocação da vítima, tornando-se crimes privilegiados, tendo sua pena reduzida;
Vítima como única culpada: quando o agressor agir em legítima defesa. Neste caso a vítima sofre o resultado de seu próprio ato. Também em decorrência de estar embriagada, roleta russa, etc.
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	Iter Victimae: Segundo Edmundo de Oliveira é o conjunto de etapas que se operam cronologicamente no desenvolvimento da vítima. São eles: 
Intuição: quando se planta na mente da vítima a idéia de ser prejudicada;
Atos preparatórios: tomar as medidas necessárias para defender-se ou ajustar seu comportamento;
Início da execução: momento em que a vítima começa a preparar sua defesa, aproveitando a chance que dispõe;
Execução: resistência da vítima;
Consumação: quando o fato demonstrar que o autor não alcançou seu propósito (tentativa de crime).
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O artigo 59, caput do Código Penal Brasileiro e a dosimetria da pena
Pela análise do Código Penal de 1940 percebe-se que a referência à reparação do dano é mínima, e durante muito tempo, a vítima foi esquecida pelo Direito Penal, preocupando-se este, exclusivamente, com a imposição da pena.
Assim, a principal mudança deu-se com a reforma do Código Penal pelo advento da Lei n.º 7.209/84 que veio modificar a Parte Geral do Código Penal, cujo texto contido no Capítulo III – Da aplicação da pena, art. 59 caput, passou a estabelecer, in verbis:
“ O juiz atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como o comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”.
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Resta claro, pois, a importância do

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