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Artigo TCC RICARDO DOS SANTOS CHAVES

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AS NOVAS TENDÊNCIAS DA RESPONSABIIDADE CIVIL 
Ricardo dos Santos Chaves[2: Graduado em Direito pelo Centro Universitário Estácio Atual. Pós-graduação em Direito Civil e Processual Civil – Centro Universitário Estácio Atual. Artigo apresentado ao Curso de Pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil como requisito para obtenção de nota semestral na disciplina de Responsabilidade Civil.]
Resumo
O presente trabalho de conclusão de semestre possui a finalidade de avaliar as novas tendências da responsabilidade civil, considerando o processo de constitucionalização do Direito Civil, tal como a nova realidade social e a Constituição Federal de 1988, a qual coloca a dignidade da pessoa humana num prisma elevado que reflete em todas as relações, inclusive as individuais e particulares, já que a dignidade é colocada no centro do ordenamento jurídico. Tal despersonificação do direito civil reflete na responsabilidade civil, pois faz surgir novas tendências de responsabilidade civil, diante da nova realidade sociojurídica, já que deixa de se preocupar com os aspectos patrimoniais, e passa a ser instrumento destinado à proteção da pessoa humana.
Palavras-Chaves: novas tendências, responsabilidade civil, dignidade da pessoa humana.
Introdução
A Responsabilidade civil é uma obrigação derivada do dever jurídico de assumir as conseqüências jurídicas de um fato, as quais podem variar como a reparação dos danos ou punição pessoal do agente lesionador, considerando a convivência conflituosa do homem em sociedade. 
O marco inicial da responsabilidade civil se deu com a edição da Lex Aquilia, cuja importância foi tão grande que deu nome à nova designação da responsabilidade civil delitual ou extracontratual.
Assim, neste artigo, o objetivo central é a análise da responsabilidade civil e suas novas tendências, considerando a nova perspectiva da responsabilidade civil, a qual se dá em razão da preocupação com a indenização do dano, em atenção á proteção da vítima. 
Diante disso, criaram-se institutos jurídicos que facilitam o alcance dessa função reparatória, como as hipóteses de presunção de culpa, quando, em situações legalmente previstas, afastam-se a necessidade de comprovação daquela.
As novas tendências da responsabilidade civil decorrem da busca de elementos que facilitem o alcance da reparação do dano, como a valorização da pessoa humana, deixando de se ater aos aspectos patrimoniais, e passando a ser instrumento destinado à proteção da pessoa humana, ultrapassando a proteção dos bens jurídicos passíveis de valores econômicos, mas alçando, principalmente, os direitos de personalidade.
Em vista disso, serão esclarecidos os aspectos históricos, elementos que compõem a responsabilidade civil, as espécies de responsabilidade civil, quais sejam, contratual, extracontratual, subjetiva e objetiva e as causas excludentes de ilicitudes. Feitas tais digressões, analisar-se-á as novas tendências da responsabilidade civil.
Aspectos Gerais da Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil conquistou inegável importância prática e teórica no Direito Moderno, pois segundo Cavalieri Filho (2015), não é mais possível ignorá-la. Outrora circunscrita ao campo dos interesses privados, hoje sua seara é das mais férteis, expandido-se pelo Direito Público e Privado, contratual e extracontratual, aéreo e terrestre, individual e coletivo, social, ambiental, nacional e internacional.
Nesse sentido, a Constituição Federal disciplinou a responsabilidade civil por ato judicial, por dano nuclear, por danos ao meio ambiente, conferindo status constitucional, pois grandes áreas foram disciplinas pela própria Constituição.
O objetivo da Responsabilidade civil é reparar o dano causado que tenha levado a diminuição do bem jurídico da vítima, causado por terceiros ou pela natureza, seguindo normas e princípios que devem cumprir tal obrigação. Nesse sentido, Aguiar Dias afirma que:
Toda manifestação da atividade humana traz em si o problema da responsabilidade. Isso Talvez dificulte o problema de fixar o seu conceito, que varia tanto como os aspectos que pode abranger, conforme as teorias filosófico-jurídicas (2012, p. 1).
Feitas tais digressões, analisaremos os elementos da responsabilidade civil no tópico seguinte.
Elementos que compõe a Responsabilidade Civil 
Os elementos ou pressupostos gerais da responsabilidade civil são os seguintes: conduta, nexo de causalidade, dano ou prejuízo. A culpa não é um elemento geral da responsabilidade civil e, sim, um elemento acidental.
De tudo o que se disse até aqui, conclui-se que a noção jurídica de responsabilidade pressupõe a atividade danosa de alguém que, atuando a priori ilicitamente, viola uma norma jurídica preexistente (legal ou contratual), subordinando-se, dessa forma, às conseqüências do seu ato (obrigação de reparar). (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
Assim, para que haja responsabilização civil é necessária a presença dos elementos conduta, nexo de causalidade e dano, pois na falta de um deles, exclui-se o dever de indenizar ou reparar o dano, notadamente se faltar o nexo de causalidade entre a conduta e o resultado. 
3. Espécies de Responsabilidade Civil
No presente tópico serão abordadas as espécies de responsabilidade civil contratual, extracontratual, objetiva e subjetiva. 
3.1 Responsabilidade Civil Contratual 
A Responsabilidade Civil Contratual ocorre com o descumprimento de uma obrigação prevista anteriormente no contrato, sendo uma violação a norma contratual que foi estabelecida entre as partes. Nesse sentido, Gagliano e Pamplona Filho, afirmam que:
Assim, se o prejuízo decorre diretamente da violação de um manda mento legal, por força da atuação ilícita do agente infrator (caso do sujeito que bate em um carro), estamos diante da responsabilidade extra contratual, a seguir analisada. Por outro lado, se, entre as partes envolvidas, já existia norma jurídica contratual que as vinculava, e o dano decorre justamente do descumprimento de obrigação fixada neste contrato, estaremos diante de uma situação de responsabilidade contratual. (2011, p.59-60).
Segundo Cavalieri Filho (2015), a responsabilidade civil é resultado do dano gerado a outrem, o qual fica obrigado a indenizar. Esse dever, passível de violação, pode ter como fonte uma relação jurídica obrigacional preexistente, isto é, um dever oriundo de contrato, ou, por outro lado, pode ter por causa geradora uma obrigação imposta por preceito geral de Direito ou pela própria lei.
Com efeito, para caracterizar a responsabilidade civil contratual, faz-se mister que a vítima e o autor do dano já tenham se aproximado anteriormente e se vinculado para o cumprimento de uma ou mais prestações, sendo a culpa contratual a violação de um dever de adimplir, que constitui justamente o objeto do negócio jurídico (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
3.2 Responsabilidade Extracontratual
A Responsabilidade Extracontratual ou Aquiliana ocorre com a violação de um dever necessariamente negativo de não causar dano a ninguém.
Justamente por essa circunstância é que, na responsabilidade civil aquiliana, a culpa deve ser sempre provada pela vítima, enquanto na responsabilidade contratual, ela é, de regra, presumida, invertendo-se o ônus da prova, cabendo à vítima comprovar, apenas, que a obrigação não foi cumprida, restando ao devedor o onus probandi, por exemplo, de que não agiu com culpa ou que ocorreu alguma causa excludente do elo de causalidade (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
Nesse prisma, Cavaliere Filho aduz que:
Tanto na responsabilidade extracontratual como na contratual há a violação de um dever jurídico preexistente. A distinção está na sede desse dever. Haverá responsabilidade contratual quando o dever jurídico violado (inadimplemento ou ilícito contratual) estiver previsto no contrato. A norma convencional já define o comportamento dos contratantes e o dever específico a cuja observância ficam adstritos. E como o contrato estabelece um vinculojurídico entre os contratantes, costuma-se também dizer que na responsabilidade contratual já há uma relação jurídica preexistente entre as partes (relação jurídica e não uma dever jurídico, preexistente, porque este sempre se faz presente em qualquer espécie de responsabilidade). Haverá, por seu turno, responsabilidade extracontratual se o dever jurídico violado não estiver previsto no contrato, mas sim na lei ou na ordem jurídica (2015, p. 33).
Portanto, na Responsabilidade Extracontratual a pratica de um ato ilícito por pessoa capaz ou incapaz gera a obrigação de reparar o dano.
3.3. A Responsabilidade Subjetiva
A Responsabilidade Subjetiva está fundada na Teoria da culpa, ou seja, se configura essa responsabilidade, se o causador do dano tenha agido com dolo ou culpa na pratica do ato ilícito. Cumpre destacar que o Código Civil adota como regra o princípio da responsabilidade subjetiva fundada na culpa.
Quanto ao seu fundamento, segundo Cavalieri Filho (2015), poderá ser responsabilidade subjetiva (presente sempre o pressuposto culpa ou dolo, devendo coexistir, para sua caracterização, a conduta, o dano, a culpa e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano)
Logo, a responsabilidade subjetiva é aquela que tem por base a culpa do agente, que deve ser comprovada pela vítima para que surja o dever de indenizar. Segundo essa teoria não se pode responsabilizar alguém pelo dano ocorrido se não houver culpa.
3.4 Responsabilidade Objetiva
Diferente da responsabilidade subjetiva que é fundada na teoria da culpa, a responsabilidade objetiva tem fundamento Teoria do risco, ou seja, terá a obrigação de reparar o dano aquele que em razão de sua atividade criar algum tipo de risco que possa vir causar dano a outrem, independente de culpa (responsabilidade sem culpa).
Segundo Aguiar Dias (2012), aquele cria um risco deve responder por suas conseqüências, não havendo aqui a busca da culpa, mas sim, a demonstração do dano e do nexo de causalidade, sendo tal teoria baseada na teoria do risco integral.
Além dos casos específicos estabelecidos em lei, o Código Civil tem uma cláusula geral da responsabilidade civil objetiva, conforme dispõe o art. 927, parágrafo único, do Código Civil.
No Brasil, a responsabilidade objetiva da administração pública encontra-se prevista no artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988, veja-se:
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Do dispositivo em tela pode-se extrair o princípio da responsabilidade objetiva do Estado, uma vez que não se faz necessária, segundo a regra constitucional, a demonstração de culpa do agente, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, e também o princípio da responsabilidade subjetiva do próprio agente estatal, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo e culpa.
O trecho extraído do voto do Ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal, no recurso extraordinário nº. 109.615, ilustra com clareza os institutos do artigo em comento:
“A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos documentos constitucionais brasileiros desde a Carta Política de 1946, confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão. Essa concepção teórica, que informa o princípio constitucional da responsabilidade civil objetiva do Poder Público, faz emergir, da mera ocorrência de ato lesivo causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo dano pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente de caracterização de culpa dos agentes estatais ou de demonstração de falta do serviço público. Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade material entre o eventus damni e o comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a agente do Poder Público, que tenha, nessa condição funcional, incidido em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da licitude, ou não, do comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de causa excludente da responsabilidade estatal.” A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. Disponível em <http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10745. >. Acesso em 20 de fevereiro de 2017.
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Logo, inobstante a responsabilidade subjetiva, a vítima assume o ônus de provar que o “agressor” agiu com culpa ou dolo, ao passo que na responsabilidade objetiva a questão da prova incumbirá ao réu, o qual, para fugir à responsabilidade, poderá, em alguns casos, alegar culpa exclusiva da vítima, ausência de nexo causal, caso fortuito ou qualquer outra causa de irresponsabilidade.
4 AS CAUSAS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL
Após considerações gerais sobre a responsabilidade civil, no que atine aos seus aspectos históricos, elementos, e espécies, serão analisadas as causas excludentes de responsabilidade civil, culpa exclusiva da vitima, o fato de terceiro, o caso fortuito ou a força maior, estado de necessidade, exercício regular de um direito e estrito cumprimento de um dever legal, legitima defesa e a cláusula de não indenizar.
As causas excludentes de responsabilidade civil são situações que, ao ocorrer, tendo como resultado um dano, não geram, contra o agente, pretensões indenizatórias.
De acordo com Cassettari (2011), a culpa exclusiva da vítima – o dano ocorre por culpa somente da vítima. Como exemplo, citamos o caso do menor que pula o muro de um clube para nadar na piscina em dia em que o mesmo está fechado, e acaba morrendo afogado. Por fim, o pedestre que é atropelado por atravessar fora da faixa também é culpado exclusivamente.
“Quanto à culpa exclusiva da vítima, parte da doutrina entende que seria mais adequado falar em responsabilidade por causalidade exclusiva” (CASSETTARI, 2011, p. 283-284).
Consoante Cassettari (2011), a culpa de terceiro – ocorre nas hipóteses em que alguém só comete um dano por culpa de outrem. Como exemplo, citamos o caso do engavetamento de veículos, assim, na culpa concorrente não há rompimento de nexo causal, já que a responsabilidade subsiste, porém o seu quantum é que será diminuído.
Além disso, segundo Cassettari (2011) todas as excludentes estudadas acima vão ensejar o rompimento do nexo causal, pois a conduta praticada não gerou necessariamente o dano, mas sim aquele evento que se interpôs entre a conduta e a lesão. Nessas circunstâncias, haverá uma causa excludente de responsabilidade.
Diferentemente das causas concorrentes, que, conforme o art. 945 do Código Civil diminuem a responsabilidade, as causas excludentes realmente excluem, ou fulminam qualquer pretensão indenizatória. Tal fato se dá no intuito de aproximação da realidade, visto que, fora do âmbito meramente jurídico, no plano da realidade, não se pode imputar ao agente culpa lato sensu quando sua conduta for determinada por uma dessas situações (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
O Direito não deverá, neste sentido, intervir na motivação de atos inofensivos, que não transcendam a pessoa do agente, da mesma forma que não poderá culpá-lo de algo quando a vontade para aquela conduta não houver sido autônoma.
As causas excludentes da responsabilidade civil atacam diretamente os elementos da responsabilidade civil, fazendo-a inexistir. Ocorre sempre que há um fato externo, ou seja, heterônomo, que leva a ocorrer algo que, mesmo diante de ação do agente, não se originou de sua própria vontade, ou seja, não foi espontânea, não nasceu de sua autodeterminação (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
Com relação à culpa exclusiva da vítima, o agente não tem o dever de indenizar, porémpode existir a culpa concorrente (Art. 945, CC), onde o agente e vitima são culpados, sendo assim, atenuada a responsabilidade civil, pois o evento que gerou o dano é consequente de ambas as partes, por fim, cada um será responsabilizado no limite de sua culpa.
No que tange ao fato de terceiro, a ação ou omissão, dolosa ou culposa não parte da conduta do agente, e sim de outrem, ocorre então à exclusão da responsabilidade civil, havendo quebra de nexo causal entre o agente e o resultado danoso.
De acordo com Gagliano e Pamplona Filho (2011), no caso fortuito ou a força maior, também excluem a responsabilidade civil do agente pelos danos causados a vitima, são fato incapazes de serem evitados. Pode ocorrer de o agente contribuir culposamente para agravar a situação, nesse caso, o agente fica responsável civilmente na medida de sua culpa.
No que se refere à cláusula de não indenizar, é uma excludente convencional, ou seja, nela o dever de indenizar fica afastado, não a responsabilidade civil. Considerando mesmo que o ato seja lesivo, porem ilícito, observou o artigo 188, do Código Civil, veja-se:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legitima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão à pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legitimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Já ficou demonstrado que, para ocorrer à caracterização da responsabilidade civil, tem que haver o nexo de causalidade. Assim, fica excluída a aplicação da responsabilidade civil, nas situações que podem ser caracterizadas pela culpa exclusiva da vítima, pelo fato de terceiro, por caso fortuito ou por força maior, são estas os excludentes do nexo causal. A culpa exclusiva da vítima ou como prefere dizer (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
De acordo com Cavalieri Filho (2015), o fato exclusivo da vítima é caracterizado pelo fato de não existir nenhuma relação causal entre o dano efetivamente causado e o ato do devedor. Nesta situação, a vítima foi à única responsável pela ocorrência do evento danoso, não havendo, então, possibilidade de se transferir para outrem a responsabilidade de arcar com os prejuízos. Desta feita, comprovada a culpa exclusiva da vítima, fica prejudicada a possibilidade de pleitear eventual indenização do demandado.
Consoante Cavalieri Filho (2015), no fato de terceiro, a responsabilidade recairá na pessoa do terceiro, uma vez que foi este que efetivamente veio a contribuir para que houvesse o dano a exclusão da responsabilidade se dará porque o fato de terceiro se reveste de características semelhantes às do caso fortuito, sendo imprescindível e inevitável. Melhor dizendo, somente quando o fato de terceiro se revestir dessas características, e, portanto, equiparar-se ao caso fortuito ou à força maior, é que poderá ser excluída a responsabilidade do causador direto do dano. 
 Em relação ao caso fortuito ou força maior estão dispostos no artigo 393 do Código Civil: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único.
 Desse modo, no caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. Na opinião de Venosa, o caso fortuito tem decorrência das forças da natureza, podendo ser um terremoto, inundação, incêndio não provocado, a força maior, por sua vez, decorre dos atos humanos, podendo ser em virtude de guerras, revoluções, greves e determinações de autoridade (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
Ambas tem equiparação na prática, ou seja, fazem com que esteja afastado o nexo de causalidade, uma vez que o prejuízo não é causado pelo fato do agente..
Cavalieri Filho (2015) entende que a diferença entre caso fortuito ou força maior é que, caso fortuito decorre de fato alheio à vontade das partes, evento imprevisível e inevitável (ação do homem, guerra), já a força maior é proveniente de acontecimentos da natureza, evento inevitável, podendo ser previsível (tempestades, enchentes). 
Eles excluem o nexo causal por serem causa estranha a conduta do agente em relação ao dano. As causas excludentes do nexo de causalidade deverão sempre ser comprovadas e analisadas com muito cuidado pelo juiz da causa, para que a vítima não deixe de ganhar sua reparação.
Tem-se também as causas excludentes de ilicitude que afastam a responsabilidade civil, apesar de estarem previstas no artigo 23, do Código Penal, quais sejam, legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.
A legítima defesa é a defesa necessária contra agressão injusta, atual, ou iminente, contra direito próprio ou de terceiro, devendo ser promovida com moderação, valendo-se dos meios necessários (NUCCI, 2012)
No que se refere ao estado de necessidade, segundo Nucci (2012), cuida-se da prática de fato necessário para salvar de perigo atual e involuntariamente gerado um bem ou interesse juridicamente protegido, ainda que, para isso, tenha que sacrificar outro bem ou interesse igualmente protegido, desde que o perigo seja inevitável e outra conduta não seja razoavelmente exigível. 
Em relação ao estrito cumprimento do dever legal, pode-se afirmar que é o desempenho de obrigação imposta em lei, ainda que termine por ferir bem jurídico de terceiro, afastando-se a ilicitude do fato típico gerado. (NUCCI, 2012).
Por fim, o exercício regular de um direito é o desempenho da atividade permitida por lei, penal ou extra-penal, possível de ferir bem ou interesse de terceiro, mas que a afasta a ilicitude do fato típico produzido (NUCCI, 2012).
5 NOVAS TENDÊNCIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
A nova perspectiva da Responsabilidade Civil se dá pela preocupação com a indenização do dano, em atenção à proteção da vítima. 
De modo que em atenção à proteção da vítima, criam-se institutos jurídicos que facilitam o alcance dessa função reparatória, como as hipóteses de presunção de culpa, já presentes na legislação civil anterior, quando, em situações legalmente previstas, afastava-se a necessidade de comprovação do elemento subjetivo, cunhando as figuras clássicas de culpa in eligiendo, font culpa in vigilando e culpa in custodiendo.
Pois as transformações sociais, e a constitucionalização do direito civil causaram novas tendências de responsabilidade civil, porquanto passaram por mudanças significativas em sua fundamentação e forma de ser aferida no plano prático-jurídico, tendo em vista os novos mecanismos de adaptação do direito que ensejam a ressarcibilidade. Nesse sentido, Aguiar Junior afirma que:
A própria funcionalidade da Responsabilidade Civil se revela de forma diferenciada de tempos de antes, posto que a elevação de interesses supra-individuais no ordenamento jurídico brasileiro despatrimonializou o Direito Civil e modificou o eixo interpretativo das relações privadas, objetivando criar mecanismos de proteção dos interesses existenciais da pessoa humana. “A mudança do eixo da teoria da responsabilidade civil passou do autor do ato ilícito para a vítima do dano.” (2005, p.149).
“Ou seja, a responsabilidade, antes centrada no sujeito responsável, volta-se para a vítima e a reparação do dano por ele sofrido” (CAVALIERI FILHO, 2015, p. 146-147). 
De fato, nota-se que essa nova perspectiva, a reinterpretação do instituto da responsabilidade civil deve se fundamentar nos ideais de justiça social e dignidade numa perspectiva civil-constitucional, incorporando a carga axiológica da norma maior no critério finalístico para o qual se volta à razão do ato de reparar o dano. 
Destarte, a sistemática traçada pelo CC/16 cedeu lugar às inovações do CC/02, incorporando em seu texto valores agora mais humanistas que se aliam e se identificam, de forma mais aproximada, às necessidades sociais,como a preservação da dignidade humana, a busca pela solidariedade social e a efetivação de uma justiça distributiva. Atualmente, pode-se falar que somente a perspectiva constitucionalizada é capaz de oferecer respostas às complexas indagações presentes no direito dos danos contemporâneos (MORAES, 2007). 
	Nesse prisma, Cavalieri afirma que:
Que o dano, por esse enfoque, deixa de ser apenas contra a vítima para ser contra a própria coletividade, passando a ser um problema de toda a sociedade. Para ele, esse posicionamento resulta do alarmante aumento de acidentes, principalmente no trabalho e no trânsito, tornando-se, muitas vezes, irreparável o dano, não só pelo montante da indenização, mas também pela falta de patrimônio do agente ofensor. Por isso, lança-se mão das técnicas de socialização do dano para o fim de ser garantista de pelo menos uma indenização básica para qualquer tipo de acidente pessoal (2015, p. 146-147).
 Nesse sentido, a obrigação de indenizar nasce por duas principais razões: a primeira seria a consideração de que certas atividades do homem criam um risco especial para os outros, e a segunda, a consideração de que o exercício de determinados direitos deve implicar a obrigação de ressarcir os danos que origina. (Gagliano e Pamplona Filho, 2011).
Cavalieri apud Cratela Junior aduz que:
Risco é perigo, é probabilidade de dano, importando, isso, dizer que aquele que exerce uma atividade perigosa deve-lhe assumir os riscos e reparar o dano dela decorrente. A doutrina do risco pode ser, então assim resumida: todo prejuízo deve ser atribuído ao seu autor e reparado por quem o causou, independentemente de ter ou não agido com culpa. Resolve-se o problema na relação de causalidade, dispensável qualquer juízo de valor sobre a culpa do responsável, que é aquele que materialmente causou o dano (2015, p.136). Enquanto "a culpa é vinculada ao homem, o risco é ligado ao serviço, à empresa, à coisa, ao aparelhamento. A culpa é pessoal, subjetiva; pressupõe o complexo de operações do espírito humano, de ações e reações, de iniciativas e inibições, de providências e inércias. O risco ultrapassa o círculo das possibilidades humanas para filiar-se ao engenho, à máquina, à coisa, pelo caráter impessoal e objetivo que o caracteriza.
Desta feita, observa-se afirmar que nesta teoria prepondera uma finalidade da responsabilidade civil voltada para a reparabilidade plena fundada numa conscientização coletiva. Nesse sentido, Aragão esclarece que:
Meditando nisso, hão de concluir os espíritos democráticos que a situação desejável é a do equilíbrio, onde impere a conciliação entre os direitos do homem e seus deveres para com os seus semelhantes. O conflito de interesses não é permanentemente, como quer fazer crer a doutrina extremista, mas ocasional. E quando ele ocorra, então, sem nenhuma dúvida, o que há de prevalecer é o interesse da coletividade. Não hesitamos em consentir na amputação do membro que põe em risco a nossa vida. Não podemos, por qualquer motivo, permitir que o direito do indivíduo todo-poderoso atinja, não outro indivíduo, mas toda a coletividade. Na doutrina do risco nitidamente democrática, não se chega jamais à conseqüência de afirmar o principio, aparentemente individualista, mas, em essência, de sentido oposto, nitidamente autocrático, de que o direito de um pode prejudicar a outro, pode ultrapassar as raias da normalidade e fazer do seu titular um pequeno monarca absoluto (2007, p.3).
Desta maneira, o CC/02 adotou a teoria do risco, em que a responsabilização pelo dano decorrente da atividade de risco recairá, sempre, ou no seu causador (que se beneficia do risco auferindo lucro), ou na vítima (membros da sociedade). (BERALDO, 2004).[3: ]
Aqui, a responsabilidade civil foi além do ideário discutido neste artigo até então, pois não só flexibilizou a culpa, mas também aferiu todos os fatores que influenciam na possibilidade de ressarcimento à vítima.
Diante disso, as novas tendências da responsabilidade civil cingem-se na coletivização das ações de responsabilização, expansão dos danos ressarciveis, despatrimonialização da reparação, além da decodificação, personalização e constitucionalização da responsabilidade civil. 
Logo, a máxima satisfação da vítima e a coletivização da responsabilidade civil são uma tradução da constitucionalização do Direito Civil no âmbito do direito dos danos e a ampliação dos anos suscetíveis de reparação, resultado, por sua vez, da personalização.
Em tempos ainda recentes, os danos suscetíveis de reparação eram quase que somente os patrimoniais e individuais. A necessidade sentida pela sociedade de não deixar dano nenhum sem reparação é que mudou as coisas. Contudo, o surgimento de danos extrapatrimoniais e transindividuais (como os danos ambientais, que recebem cada vez maior importância) afetou bastante a antiga racionalidade (MANÁSSES, 2011).
Segundo Manásses (2011), são os danos extrapatrimoniais que melhor expressam a personalização da responsabilidade civil. 
Contudo, para alguns, adeptos da chamada teoria monista, existe uma cláusula geral de personalidade, consubstanciada na dignidade da pessoa humana, que garante a proteção da pessoa, deste modo, a atipicidade dos direitos da personalidade. Outros, todavia, adotam a teoria pluralista, entendendo que existe um rol de direitos da personalidade. Por fim, existe o entendimento – a nosso ver, mais parcimonioso – misto: há um direito geral de personalidade, cuja base é a dignidade da pessoa humana, mas também direitos especiais da personalidade (MANÁSSES, 2011).
Segundo Manásses (2011), temos, assim, um direito geral da personalidade, que a considera um bem objeto da tutela jurídica geral, e defende a inviolabilidade da pessoa humana, nos seus aspectos físico, moral e intelectual, e temos direitos especiais, correspondentes a esses aspectos parciais da personalidade.
Significa, em resumo, que qualquer direito personalístico é protegido, não importando qual a teoria adotada, pois se os direitos da personalidade correspondem a um tripé, três integridades (física, moral e intelectual), os danos extrapatrimoniais são de três espécies (MANÁSSES, 2011).
A doutrina majoritária fala apenas em dano moral, como gênero. É equivocado: mais adequado é afirmar que gênero é o dano extrapatrimonial, que possui três espécies. A primeira é o dano estético, expressão máxima do dano à integridade física. A segunda é o dano moral, entendido em sentido estrito, como ofensa à moral e à honra do indivíduo. Por fim, há o dano intelectual, que é um ferimento à integridade psíquica ou a direito autoral (MANÁSSES, 2011).
Em outras palavras, os direitos da personalidade dividem-se em três facetas, cada uma delas, havendo ofensa, representam um tipo de dano extrapatrimonial (ou mais, a depender da atividade danosa). São, pois, dois gêneros de dano: dano patrimonial – abrangendo danos emergentes e lucros cessantes (assentados na doutrina) – e dano extrapatrimonial – incluindo dano estético, dano moral e dano intelectual. Mais uma vez, para evitar incorrer em fuga ao tema, não será oportuno verticalizar (ao menos neste texto) estes relevantes temas (MANÁSSES, 2011).
Segundo Manásses (2011), é inquestionável, pois, a ampliação do leque de possibilidades de danos reparáveis. O surgimento de novos danos extrapatrimoniais é a tradução, por fim, da personalização da Responsabilidade Civil. Protege-se a pessoa de qualquer dano que possa sofrer em sua personalidade.
De acordo com o art. 186 do Código Civil, que é a cláusula geral de Responsabilidade Civil, nosso sistema adota (assim como o CC/16), em regra, a teoria da culpa não há responsabilização se não houver culpa do agente. Contudo, o atual Código Civil apresenta um temperamento, vale dizer, a regra geral é a responsabilidade subjetiva (baseada na culpa), todavia, há casos de responsabilidade objetiva, ou seja, de adoção da teoria do risco, de acordo com o parágrafo único do art. 927  do CC. 
Se o dano decorrer de uma atividade normalmente geradora de riscos,será dispensável a culpa, pois o agente será responsável pelo único fato de possuir o controle da fonte geradora – esta é, pois, a responsabilidade objetiva (MANÁSSES, 2011).
De acordo Manásses (2011), não obstante a adoção da responsabilidade subjetiva como regra geral, a doutrina [61] aponta como tendência a objetivação da Responsabilidade Civil. Grande impulso nos ofereceu o Código de Defesa do Consumidor, ao adotar exclusivamente a teoria do risco e, portanto, abolir a responsabilidade subjetiva. O CDC exerce grande influência no Direito dos Danos.
Consoante Manásses (2011), o esquema clássico da responsabilidade civil por danos está sujeito ao temperamento do art. 186 do Código Civil, fundado na configuração da culpa em sentido subjetivo. No entanto, uma sociedade civil cada vez mais reivindicante reclamava mecanismos normativos capazes de assegurar o ressarcimento dos danos, se necessário fosse, mediante sacrifício do pressuposto da culpa. A obrigação de indenizar sem culpa surgiu no bojo dessas idéias renovadoras por duas razões, quais sejam,  a consideração de que certas atividades do homem criam um risco especial para outros homens, e que e o exercício de determinados direitos deve implicar ressarcimento dos danos causados. Estavam lançadas as sementes da teoria do risco.
Além disso, o mesmo CDC trouxe à tona os danos de caráter coletivo – mais uma obra da descodificação. A coletivização da Responsabilidade Civil, já anunciada quando tratamos da Constitucionalização, é mais um novo desenvolvimento da Descodificação em matéria de danos. Os danos coletivos "são aqueles que atingem bens do interesse da generalidade das pessoas que integram uma comunidade" (MANÁSSES, 2011).
Segundo Manásses (2011), a constitucionalização trouxe a preocupação com os danos coletivos, mas foi a descodificação, especificamente o Código de Defesa do Consumidor, que trouxe o regramento e a proteção efetiva dos interesses transindividuais.
A preocupação com os bens coletivos é um dos pontos em que fica mais patente a evolução contemporânea do direito, sobretudo em áreas como as dos direitos da personalidade, do consumidor e do meio ambiente. São bens normalmente ligados aos chamados direitos humanos de quarta geração, voltados para um integral desenvolvimento da pessoa, com reflexos na tutela do meio ambiente, do patrimônio cultural, da infância, da juventude, da terceira idade, do patrimônio genético, etc.; são direitos que ultrapassam a esfera individual, deixando de ser direitos de indivíduos isolados (MANÁSSES, 2011)
Em suma, a descodificação fez surgir microssistemas, podendo-se destacar o Código de Defesa do Consumidor. Por sua vez, este trouxe a responsabilidade objetiva como exclusiva, gerando grande impacto. O CC não aboliu a responsabilidade objetiva como o CDC, mas ampliou as hipóteses de indenização sem culpa, parte graças à forte influência do CDC. A objetivação da Responsabilidade Civil torna-se consequência da descodificação, evidenciada pelo código consumerista. Este, ainda, nos apresenta regramento dos danos coletivos, sendo que o interesse coletivo foi obra da constitucionalização, mas a descodificação foi a autora da sua proteção efetiva (MANÁSSES, 2011)
Portanto, de acordo com Manásses (2011), em outras palavras, em sede de Responsabilidade Civil, a descodificação traduz-se como tendências de objetivação da responsabilidade e o surgimento dos danos coletivos, desenvolvimentos explicitados pelo Código de Defesa do Consumidor.
Considerações Finais
O presente trabalho teve como objetivo geral analisar as novas tendências da responsabilidade civil, no decorrer da presente pesquisa constatou-se que a constitucionalização do Direito Civil, a despersonificação e a descodificação refletem na responsabilidade civil, diante da nova realidade social.
No transcorrer da pesquisar constatou-se que o objetivo da responsabilidade civil é reparar o dano causado que tenha levado a diminuição do bem jurídico, já que a obrigação de indenizar encontra-se sujeito a existência de um dano. 
Além disso, viu-se os elementos ou pressupostos que compõem a responsabilidade civil, tais como, conduta, dano e nexo de causalidade, bem como as espécies de responsabilidade civil contratual, extracontratual, subjetiva e objetiva. 
Em relação à responsabilidade civil contratual observou-se que a violação contratual, o descumprimento de cláusulas contratuais podem gerar danos, pois se duas pessoas celebram um contrato, estas são responsáveis por cumprir as obrigações pactuadas. 
De outro lado, notou-se que a responsabilidade extracontratual decorre da lei ou do ordenamento jurídico, vez que apesar de inexistir contrato entre as partes, existe um dever jurídico de não causar danos a outrem, e caso isso ocorra a reparação dos danos devem ocorrer.
No que tange as responsabilidades objetiva e subjetiva, notou-se que a responsabilidade civil objetiva, que prescinde da culpa é fundamentada na teoria do risco, vez que todo prejuízo causado deve ser atribuído ao seu causador, devendo ser reparado, independente de ter agido com culpa ou não, ao passo que em relação a responsabilidade subjetiva, esta ocorre por uma conduta culposa.
Analisaram-se as causas excludentes de responsabilidade, verificando que existem causas que excluem a responsabilidade civil, eximindo o dever de indenizar quem quer que tenha sofrido o dano.
Tais causas são chamadas de culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal, caso fortuito ou força maior e cláusula de não indenizar.
Assim, aferiu-se que as causas excludentes da responsabilidade civil não são absolutas, e caso ocorram excessos, consequentemente deixarão de serem excludentes.
Ademais, o ordenamento jurídico exime alguém de reparar danos que causou somente em situações excepcionais, como as mencionadas alhures. 
Após tais análises, notou-se que diante da nova realidade jurídica, a responsabilidade civil está passando por mudanças, deixando de se preocupar tão somente com aspectos patrimoniais, e passando a ser um instrumento de proteção da pessoa humana, ultrapassando a proteção de bens jurídicos passíveis de valores econômicos.
Essas novas tendências da responsabilidade civil derivam da constitucionalização, que privilegia a máxima satisfação possível da vítima e a máxima reparação do dano, culminando até na coletivização da Responsabilidade Civil.
Por sua vez, a personalização do direito dos danos gera novas espécies de danos extrapatrimoniais (não mais restritos aos danos morais) e os danos transindividuais, ampliando-se o rol de danos reparáveis Ademais, os danos coletivos surgem agora como resultado da personalização.
Já a descodificação da responsabilidade civil, ocorre principalmente por meio do Código de Defesa do Consumidor, apresentando-se como uma objetivação da responsabilidade, assim como no regramento dos danos coletivos, os quais, com a personalização e a constitucionalização eram apenas cogitação, elaboração doutrinária e preocupação teórica, agora está recebendo normatização e garantia prática efetiva com a descodificação.
Frente ao exposto, nota-se que as novas tendências da responsabilidade civil surgem diante da evolução social, vez que a sociedade se modifica e o direito deve acompanhar tais mudanças, o que não seria diferente na seara da responsabilidade civil. E como exposto, a nova perspectiva da responsabilidade civil surge a partir de novas realidades sociais, bem como da constitucionalização, despersonificação e decodificação do Direito Civil.
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