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PINENAL

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História:
As glândulas hipófise e pineal são místicas por excelência. Místicas no sentido de misteriosas, pois a ciência ainda conhece pouco sobre elas, principalmente a pineal, e também por serem cultuadas por algumas ordens, filosofias e religiões. 
O mistério não é recente. Há mais de dois mil anos, a glândula pineal, ou epífise, é tida como a sede da alma. Para os praticantes do ioga, a pineal é o ajna chakra, ou o "terceiro olho", que leva ao autoconhecimento.
René Descartes (1596-1650), filósofo, místico e fundador da moderna matemática, considerava a pineal como a "sede da alma racional".Para este filósofo, a pineal era a glândula do saber, do conhecer, e, além disso, defendia que a glândula pineal "transforma a informação recebida em humores que passam por tubos para influenciar as atividades do corpo".É preciso notar que durante muito tempo predominou na medicina na Antiguidade, a doutrina do "humorismo". A neurofisiologia de Descartes, é bastante independente da neuroanatomia, que ele deliberadamente ignorava e é baseada nos espíritos animais e nos poros e vias pelos quais eles fluem para exercer suas ações. Segundo ele, “as partículas mais rápidas e ativas do sangue” eram levadas pelas artérias do coração para o cérebro, onde se convertiam num gás ou vento extremamente sutil, ou uma chama muito pura e ativa, constituindo o “espírito animal” (impulsos nervosos). As artérias deveriam reunir-se em torno de uma glândula situada no centro do cérebro: a pineal.
 A pineal é a única estrutura do corpo que transpõe a quarta dimensão, que é capaz de captar informações que estão além dessa dimensão nossa. A afirmação de Descartes, do ponto em que a alma se liga ao corpo, tem uma lógica até na questão física, que é esta glândula que lida com a outra dimensão, e isso é um fato. Agora, o tempo é uma região do espaço. A dimensão espaço-tempo é a quarta dimensão. Então, a glândula que te dá a noção de tempo está em contato com a quarta dimensão.
Atualmente, estudos realizados indicam que a pineal é capaz de converter ondas eletromagnéticas em eletroneuroquímicos e isto é possível a partir de presença de cristais de apatita em sua estrutura,
 pesquisas indicam, que quando um adulto tem muito destes cristais na pineal, ele tem mais facilidade de seqüestrar o campo eletromagnético. Quando a pessoa tem muito desses cristais e sequestra esse campo magnético, esse campo chega num cristal e ele é repelido e rebatido pelos outros cristais, e este indivíduo então apresenta mais facilidade no fenômeno da incorporação. Ele incorpora o campo com as informações do universo mental.
Filogenese, embriologia e estrutura
Nos vertebrados a glândula pinenal, corpo pineal ou epífise, origina-se embriologicamente do divertículo ependimario do terceiro ventrículo, entre as comissuras posterior e habenular. Forma-se um saco revestido de epêndima que se comunica com a cavidade ventricular
Nos peixes, anfíbios e alguns répteis, esse saco permanece como tal e as células ependimárias se diferenciam em fotorreceptores que se assemelham aos cones e bastonetes da retina. Portanto, nesses vertebrados, a Pineal é um importante órgão sensorial que recebe estímulos luminosos capazes de atravessar a pele e o crânio.
Já nas aves e nos mamíferos, as células ependimárias se multiplicam e obliteram a luz do diverticulo. Essas células se diferenciam em pinealócitos, tornando- se um órgão parenquimatoso e secretor.
Nos homens: durante o desenvolvimento embrionário, a glândula pineal é invadida por tecido conjuntivo derivado da pia máter que forma uma cápsula que penetra no seu interior formando septos. Portando, a pineal é complexa devido a existência de elementos mesodérmicos (derivados da pia máter) e neuroectodérmicos (derivados do epêndima).
Dos derivados da neuroectoderme existem as células da glia e os pinealócitos. Além desses elementos, existem concreções calcárias que aumentam com a idade. Não se sabe a funcionalidade dessas concreções calcárias, porém elas são importantes no exame radiológico para localizar a Pineal.
Trata-se de uma glândula muito vascularizada, é superado apenas o fluxo sanguíneo do rim. Seus capilares são fenestrados, o que explica, possivelmente, a ausência da barreira hematoencefálica na Pineal.
Aspectos Funcionais:
Por muito tempo se acreditou que a pineal dos mamíferos seria um vestígio filogenético do chamado terceiro olho dos lagartos e, por isso, ela seria destituída de função. Entretanto, a descoberta mais importante foi feita em 1958, quando Lerner e colaboradores isolaram o hormônio Melatonina.
Funcões da Pinenal:
Secreção de melatonina
Ação Antigonadotropica
As primeiras ideias de que a pineal teria ação inibitória sobre as gônadas surgiram no inicio do seculo, quando verificou-se que certos tumores de pineal estavam associados a casos de puberdade precoce. No homem, a evidência da ação da luz sobre os órgãos reprodutores mediada pela pineal ainda é pequena, porém certas alterações da época do aparecimento da puberdade em meninas cegas de nascença podem ser explicadas desse modo.
Regulação dos ciclos circadianos
A síntese da Melatonina, conforme demonstrada na figura abaixo, inicia-se com a hidroxilação do aminoácido aromático triptofano, através da enzima triptofano hidroxilase, formando o 5-hidroxitriptofano. Este, por sua vez, sofre uma descarboxilação pela enzima descarboxilase de L-aminoácido aromático, originando a 5-hidroxitriptamina, também conhecida como serotonina, uma monoamina neurotransmissora sintetizada por neurônios serotoninérgicos do Sistema Nervoso Central (SNC) e pelas células enterocromafins do Trato Gastrointestinal. Em seguida, a partir desta substância, forma-se a N-Acetil serotonina, pela ação da enzima 5- hidroxitriptamina N-acetil-transferase. Por fim, o N-acetil-5-metoxitriptamina, denominada de Melatonina, engendra-se pela ação da 5-hidroxiindol-O-metiltransferase sobre a N-Acetil serotonina. A secreção N-acetil-5-metoxitriptamina ocorre exclusivamente à noite com início, aproximadamente, 2 horas antes de dormir, mas com variação de acordo com o cronótipo do indivíduo. Após de sua secreção,distribui-se por vários tecidos e não é armazenada, com seus níveis plasmáticos diferentes em cada indivíduo. É lipossolúvel, de fácil deslocamento transmembrana. 70% da MEL sanguínea está ligada a albumina. É metabolizada no fígado e seu metabolito principal (6-sulfatoximelatonina) é excretado na urina, (NETO, 2008)
Em relação à secreção da MEL tem-se a liberação do hormônio determinada pela luz, fator regulatório do ciclo circadiano do indivíduo. A luz inibe a pineal pelo seguinte mecanismo: promove a excitação a retina que, através do trato retino-hipotalâmico (glutamatérgico), ativa o núcleo supraquiasmático (gabaérgico), que,por sua vez , inibe o núcleo paraventricular. Este, quando não inibido, estabelece duas conexões, uma, pela porção subparaventricular, com o núcleo dorsomedial do hipotálamo (relacionado ao sono-vigilia, à alimentação,à síntese de corticosteroides e à locomoção), e outra com os neurônios pré-ganglionares simpáticos medulares que se ligam a neurônios pós-ganglionares simpáticos do gânglio cervical superior (noradrenérgicos) que se conectam a glândula pineal induzindo a síntese de MEL (NETO, 2008).
Assim, na presença de luz, o núcleo supraquiasmático inibe o núcleo paraventricular e a síntese de MEL, enquanto que no escuro a inibição não ocorre, o que favorece a síntese do hormônio. Mediante a revisão de literatura, constata-se que o mecanismo de ação da N-acetil-5- metoxitriptamina ainda não está totalmente elucidado, mas se aceita que ela seja capaz de induzir o sono através da redução da temperatura do corpo, por meio da ligação a receptores nos vasos sanguíneos periféricos, determinando a dilatação deles, além de agir no centro hipotalâmico do sono. (SILVA, 2013)
 Nesse contexto, as complexas vias neuroanatômicas, que comunicam a pineal ao hipotálamo, estabelecem um ciclo circadiano de secreção de melatonina relacionado com variaçõessazonais, fisiológicas e comportamentais. Isso corrobora uma possível utilização exógena de melatonina para o tratamento de distúrbios do sono, como coadjuvante ou substituto de hipnóticos. (ALÓE, 2005)
 
 
REFERÊNCIAS:
MACHADO, Prof Luiz . A Pineal como Terceiro Olho. Disponível em: <http://amigosdofreud.blogspot.com.br/2008/04/pineal-como-terceiro-olho.html#.WgoJlGhSzIV>. Acesso em: 13 nov. 2017
COSENZA, Dr Ramon Moreira . Espíritos, Cérebros e Mentes.: A Evolução Histórica dos Conceitos Sobre a Mente. Disponível em: <http://www.edumed.org.br/cursos/neurociencia/01/Artigos/aula01/mind-history.html>. Acesso em: 13 nov. 2017
DE SOUZA, Paula Calloni . PINEAL - A UNIÃO DO CORPO E DA ALMA. IPPB – Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas, Revista Espiritismo & Ciência, v. 3, p. 22-27, jul. 2002.

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