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José Marcos T. de Alencar Filho (Farmacêutico Generalista) Enzimologia Industrial –Aula 5 Histórico •Peptidases, peptídeo-hidrolases, proteases ou enzimas proteolíticas. • Início do estudo com proteases: século XVI, motivado pelo interesse na fisiologia do sistema digestivo humano. •Antiguidade: eram usados tecidos animais, vegetais e outros materiais ricos em proteases para a produção de queijos e no tratamento do couro. •Primeiras enzimas com aplicação tecnológica! •Presentes: indústria de detergentes, alimentos, têxtil, farmacêutica. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Classificação das Peptidases (3.4) •Devido a alta especificidade das proteases, houve dificuldade para a elaboração de um sistema geral de classificação e nomenclatura. •Seletividade em relação à posição da ligação; •Seletividade em relação ao tamanho da cadeia de aa; •Seletividade em relação à sequência de aminoácidos vizinhos à ligação clivada. •Hartley (1960): propôs uma classificação baseada na estrutura química do sítio ativo. •Subclassificou as carboxipeptidases e endopeptidases em outras classes. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Classificação das Peptidases (3.4) Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Peptidases em Química Fina •Fatores positivos do uso de peptidases em síntese química: •Elevada estéreo e regioespecificidade; •Ausência de racemização e outras reações secundárias típicas da síntese orgânica; •Proteção dos substratos; e uso de condições reacionais brandas. •Escolha da enzima deve ter como base a especificidade para os aminoácidos de interesse. •Podem ser usadas endo ou exopeptidases comerciais. •A síntese pode ocorrer também por enzimas imobilizadas. •Vantagem de reaproveitamento do biocatalizador (economia do processo – alto custo das enzimas purificadas). Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Peptidases em Química Fina Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Peptidases em Química Fina •Exemplos de moléculas obtidas: •Aspartame (adoçante sintético); •Angiotensina; •Dinorfina (peptídeo opióide endógeno); •Encefalina (neurotransmissor); •Sulfato de condroitina (associado com a glicosamina, é indicado para osteoartrite, osteoartrose ou artrose). •Tripsina, Aminopeptidase M, carboxipeptidase B (usadas em técnicas de proteômica); Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica •Várias peptidases tem importância médica como alvo quimioterápido de inibidores. •Proteases são cruciais para a fisiologia e bioquímica de agentes etiológicos de várias doenças. •Ex: esquistossomose, malária, candidíase, AIDS, hepatite, herpes, assim como desordens imunológicas, respiratórias, cardiovasculares. •Atualmente existem vários inibidores de proteases capazes de controlar a progressão de algumas doenças. •Para serem efetivos, os inibidores devem ser extremamente potente e seletivos com relação a enzima alvo. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica •Classificação dos inibidores proteolíticos: 1. Inibidores que reagem com mais de uma classe de peptidase; 2. Inibidores específicos para uma única classe de peptidase; 3. Inibidores que possuem especificidade por uma única peptidase. •Estes inibidores são potenciais fármacos! •Construção de inibidores por modelagem molecular: •Através do estudo da estrutura proteica por raios X, cristalização das enzimas ou em solução por RMN; •Através do uso e do estudo das propriedades físico-químicas dos substratos. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica • Inibidores de aspártico-peptidases •Ex.: indinavir, saquinavir, ritonavir, nelfinavir, lopinavir e amprenavir. •Muitos são usados hoje na clínica no tratamento do HIV. •Estes são uns dos primeiros exemplos bem sucedidos de inibidores obtidos por modelagem molecular. •Foram desenhados para se ligar especificamente a protease viral. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica •Saquinavir: 1º a ser liberado para uso em humanos (1996), apesar da baixa BD oral (devido a baixa absorção e alta degradação CYP450). •Saquinavir + Ritonavir: ritonavir é inibidor de CYP450. Aumento da BD oral de ambos inibidores. •Ritonavir, nelfinavir, indinavir e amprenavir: possuem maior BD oral, e são potentes inibidores da protease viral do HIV. •A resistência: se deve principalmente a mudança nos aa da peptidase viral tanto no sítio ativo como em outros sítios (interfere na eficiência catalítica). Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica •Aspártico-peptidases possuem funções importantes em diferentes doenças: •Renina na hipertensão; •Catepsina D na metástase do câncer de mama; •β-secretase na Doenca de Alzheimer; •Plasmepsina na malária; •Secreção de aspártico-peptidases (Saps) nas infecções por cândida. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica • Inibidores de serina-peptidase •Serina-peptidases são bastante numerosas em vírus, bactérias e eucariotos inferiores (fungos e protozoários) e superiores (humanos). •Possuem participação central em inúmeras etapas do metabolismo celular e em patologias. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica • Inibidores de cisteína-peptidase •Cisteína-peptidases são produzidas por vários microrganismos. •Estão envolvidas na biologia da célula (crescimento, replicação, diferenciação, nutrição), assim como nas diferentes fases da interação com o hospedeiro (invasão e evasão celular, degradação celular e tissular, destruição de proteínas, evasão do sistema imune). •Cisteína-peptidases são o alvo preferido para o desenvolvimento de quimioterápicos contra infecções parasitárias. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas Inibidores de Peptidases na Indústria Farmacêutica • Inibidores de metalo-peptidases •Envolvidos em diversos processos, como o desenvolvimento embrionário, formação óssea, a reprodução, artrite reumatoide e o câncer. Enzimas proteolíticas: aplicações biotecnológicas
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