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Ad1 de Literatura Portuguesa I

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Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina: Literatura Portuguesa I
Coordenadora: Maria Lúcia Wiltshire de Oliveira
Tutora a Distância: Adriana Gonçalves
 AD1 – 2017 / 2
Polo: Paracambi
Aluna: Vania Arede Matrícula: 15213120019
Entre o Mar e a Escrita Lusitana
Trazer a tona fatos tão marcantes e os autores que souberam tão bem descrevê-los não é tarefa fácil, mas ouso desejar que viaje comigo por “mares nunca antes navegados”. Navegações estas sob a liderança de Portugueses e espanhóis, conhecida como Expansão Marítima ou Grandes Navegações e tinha como principais objetivos: a obtenção de riquezas (atividades comerciais) tanto pela exploração da terra (minerais e vegetais) quanto pela submissão de outros seres humanos ao trabalho escravo (indígenas e africanos), pela pretensão de expansão territorial, pela difusão do cristianismo (catolicismo) para outras civilizações e também pelo desejo de aventura e pela tentativa de superar os perigos do mar (real e imaginário).
Nos textos sobre a Expansão Marítima Europeia é comum encontrarmos relatos sobre os perigos dos mares, a inexperiência e a incerteza da rota dos navegadores. Estariam caminhando na por um acaso, um erro de caminho que inicialmente era ir às Índias.
 Como no século XV os europeus ainda tinham idéias incutidas pela Igreja Católica que era dominante do poder político e religioso. Eles, os europeus ainda pensavam que a terra era quadrada, o mar era tenebroso, com monstros e zonas tórridas. O catolicismo proibia certos livros principalmente dos filósofos (Platão, Aristóteles, Sócrates).
Com o advento das Grandes Navegações, permitiu outras possibilidades de leituras do mundo, das coisas naturais, humanas e espirituais. Sendo assim, o infante português D. Henrique iniciou em Sagres (Sul de Portugal) um local de estudos que reuniu navegadores, cartógrafos, cosmógrafos e outras pessoas curiosas pelas viagens marítimas, (a Escola de Sagres). As inovações técnicas e tecnológicas ofereceram outro “olhar” para as navegações, permitindo a Expansão Marítima Europeia. 
 Em Os Lusíadas Camões canta o sonho representado pelos descobrimentos que ecoavam a ânsia de liberdade desejada desde o período feudal. A possibilidade de viajar e a abertura trazida pelo comércio significavam para os portugueses a promessa de um modo de viver. Camões enaltece o período e o homem que pela primeira vez na história parece tomar as rédeas da situação do destino em suas próprias mãos, desbravando um mundo de dimensões não conhecidas e um universo ainda apenas pressentido. Os Lusíadas foi o poema que consagrou Camões e garantiu a identidade portuguesa que vinha se formando em séculos anteriores. O poema tem 10 cantos e 8.816 decassílabos onde o poeta canta/narra/conta fatos relacionados ao grupo étnico  do extremo ocidental da Península Ibérica e que os romanos referiam-se “lusitanos”, descendentes de um Luso ou Lisa, filhos de Baco. Daí a origem do nome Os Lusíadas que quer dizer Lusitanos. Sendo a identidade de um povo fruto de lendas e tradições também, Camões registrará em sua escrita essa mistura de ficção e real, a História com as lendas, as fábulas e mitos.
A produção total de Gil Vicente constitui-se de 46 peças, entre farsas, moralidades e comédias. O teatro vicentino situa-se em meio a uma sociedade em grandes transformações, refletindo em suas obras as ações dos indivíduos que a compunha: de um lado as conquistas ultramarinas, desenvolvimento do comércio, ascensão da burguesia mercantilista, progresso da ciência; por outro lado uma cultura em crise, acarretando uma quebra na unidade religiosa. A obra de Gil Vicente é baseada em um período importante da História de Portugal, o século XVI, época das grandes navegações e do Humanismo. Em suas obras de dramarturgia de teatro, Gil Vicente fazia uso das suas peças para o divertimento da nobreza e da fidalguia, através de sátiras. Seu teatro é uma mistura de ideologias medievais (cavalaria e religiosidade) com humanismo (preocupação com os valores dos seres humanos). Uma das críticas principais de Gil eram relacionadas a não valorização do trabalho braçal em decorrência do lucro fácil trazido pelas navegações. Em o “Auto da Barca do Inferno” um dos personagens diz que pelejar e roubar era o objetivo de todos.
Há uma relação de tempo entre os acontecimentos e a época em que os dois poetas escrevem suas obras: Gil Vicente escreve no presente, no momento em que tudo acontece, e Camões escreve depois que já aconteceu, portanto, já tendo testemunhado a ascensão e decadência das conquistas marítimas.
Quer na Literatura, ou na História, os portugueses, na busca pelo conhecimento, por simples aventura ou pelo desejo de conquista, foram responsáveis por inúmeras experiências, das quais resultou uma grande reprodutora de literatura de viagens, incluindo documentação sobre as peripécias passadas pelos homens, recolhida e sentida através do mundo que percorreram.
 A Poesia Palaciana, como próprio nome já diz, era poesia produzida no ambiente dos palácios, feita por nobres e destinada à corte. Ao contrário dos códices (manuscritos) trovadorescos, grande parte da produção poética desse período foi recolhida por Garcia Resende, no Cancioneiro Geral, formado por 880 composições, impresso em 1516. Entre suas principais características estão: separação entre a música e o texto – a poesia destina-se à leitura. Assim, a própria linguagem é responsável pelo ritmo e expressividade. O termo trovador aos poucos assume um caráter pejorativo e começa a surgir a figura do poeta. Utilização dos Redondilhos – versos compostos por cinco (redondilhos menores) ou sete sílabas poéticas (redondilhos maiores). Temática Variada – com composições religiosas, satíricas, didáticas, heroicas e líricas. O lirismo amoroso trovadoresco, a partir da influência de Petrarca (um dos precursores do Humanismo italiano), assume uma nova conotação, a mulher idealizada, inatingível, carnaliza-se e a sensualidade reprimida nas cantigas de amor passa a ser frequente.
Fernão Lopes é a principal figura da prosa humanista, considerado o fundador da historiografia portuguesa. Sua importância se deve não só pelo aspecto histórico de sua produção, mas também pelo aspecto artístico de suas crônicas. Em sua crônicas, apesar de regiocêntricas, o povo aparece pela primeira vez com co-autor das mudanças históricas portuguesa. Entre suas características destacamse: a imparcialidade, o registro documental, a criticidade e o nacionalismo. São de autoria de Fernão Lopes:
Crônica de El-Rei D. Pedro I, Crônica de El-Rei D. Fernando, Crônica de El-Rei D. João I
A prosa doutrinária, também chamada de ensinanças, corresponde a textos de caráter didático, destinados à nobreza. São obras para o aprendizado de certas artes da época, como a montaria.
As novelas de cavalaria conservam basicamente as mesmas características do Trovadorismo.

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