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Caderno Farmaco 3a Avaliacao

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09/12/2015
3ª Avaliação de Farmacologia
ANESTÉSICOS
Há anestesia local e geral. A local é utilizada no local da possível cirurgia ou invasão do tecido (lesão ou incisão cirúrgica); fármaco só atua no local, buscamos apenas analgesia e relaxamento muscular. Na anestesia geral, além de analgesia e relaxamento muscular, queremos sedação e perda de consciência, essa atua no SNC. 
Há dois grupos de anestésicos para anestesia geral: os inalatórios (gases) e os injetáveis (líquidos). 
Introdução:
O objetivo da anestesia é tornar o paciente inconsciente e insensível ao estimulo doloroso. As características de um anestésico ideal são:
Sedação e perda da consciência;
Analgesia;
Relaxamento muscular;
Ausência de reflexos;
Nenhum efeito colateral.
Não existe analgésico perfeito, por isso, busca-se a anestesia balanceada: associação de dois ou mais agentes (hipnoanalgésicos, relaxante muscular, etc., dependendo do efeito que se deseja obter). 
Existem estágios da anestesia (inalatório ou injetável), onde quanto maior o grau do estágio, maior será a analgesia. 
Busca-se sempre: perda de sensação dolorosa (estado de inconsciência e perde dos reflexos) e depressão progressiva irregular do SNC.
Os estágios são:
Analgesia (perda da sensibilidade do córtex dos estímulos dolorosos):
Início da analgesia;
Animal inconsciente e sonolento;
Atividade motora e reflexos presentes; 
Euforia e amnesia.
Excitação ou delírio:
Excitação e delírio: os neurônios inibitórios são mais sensíveis a ação dos anestésicos, são inibidos antes dos neurônios excitatórios;
Comportamento combativo;
Respiração irregular;
Movimentos bruscos (animal de debate, uns até convulsionam);
Reflexos presentes
Perda da consciência (sai do estágio 2 e entra no 3).
Obs.: essa fase não é desejada, aumenta-se, então a dose do fármaco para pular esse estágio (chegando mais rápido ao SNC). Esse estágio pode perdurar no pós operatório, por isso o animal fica em observação nesse período (deve-se administrar drogas de rápida eliminação para evitar isso, podemos também associar tranquilizantes para inibir os neurônios excitatórios -> precaução). 
Anestesia cirúrgica:
Cessam movimentos espontâneos e respiração torna-se irregular;
Inconsciência;
Alguns reflexos presentes;
Tônus mm apreciável;
Aprofundamento: perda dos reflexos, respiração superficial e relaxamento muscular (transição entre estágios 3 e 4).
Obs.: pequena dose da droga pode submeter o animal ao estágio 2, enquanto que dose alta o fará entrar no estágio 4 (ambos não desejáveis -> deve-se ajustar corretamente a dose do anestésico e associados). Quando há uma “barbeiragem” na dose do anestésico, o animal pode morrer (por isso existe o centro cirúrgico, onde há suporte respiratório em caso de parada).
Paralisia bulbar ou respiratória:
Parada respiratória;
Depressão e parada cardíaca;
Morte.
Obs.: Essa fase não é desejada: acontece quando a concentração do anestésico é maior do que deveria -> concentração muito grande no SNC. Pode ocorrer por potência do anestésico ou associação de drogas (vide observação do estágio 3). 
Como a anestesia inalatória é eliminada mais rapidamente do organismo, o animal tem a volta das situações normais do que se tivesse sido anestesiado com fármaco injetável, dessa forma, os anestésicos inalatórios são considerados mais seguros. 
Anestésicos gerais podem ser:
Voláteis
Gasosos
Venosos
Anestésicos locais podem ser: Lidocaína e 
Anestésicos Inalatórios
Pequeno histórico dos anestésicos inalatórios:
O éter foi o primeiro anestésico inalatório descoberto, era utilizado para pequenos procedimentos e tinha leve grau de analgesia, hoje não é mais utilizado, pois tem muitos efeitos colaterais.
O óxido nitroso (gás hilariante/do riso -> excitação) era utilizado para animar ambientes, hoje é utilizado como anestésico junto com outros associados, pois não e capaz de levar a analgesia completa; tem muitos efeitos colaterais. Tentativas de associação: 1) Éter dietilico – conferia analgesia, porem levava a óbito em alguns casos; 2) clorofórmio na obstetrícia – barato e efeitos mais duradouros (rainha vitória utilizou e funcionou, essa anestesia, então, começou a ser divulgada -> conhecida). 
Os anestésicos inalatórios eram utilizados, porem com muitos efeitos colaterais e diversos casos de óbito, além de serem gases explosivos (éter). O século XX é advento dos anestésicos injetáveis, que eram mais seguros e não explosivos. Porém, em 1950, com o halotano houve a modernização da anestesia inalatória (aparelhos que conferiam segurança). 
Anestésicos Gerais Inalatórios:
São gases ou líquidos voláteis empregados em anestesia, facilmente administrados e removidos -> não devem sofrer biotransformação significativa (para não se tornarem mais hidrossolúveis e não se dissolverem no sangue, dessa forma continuariam causando efeito farmacológico no organismo). 
Apresentam boa concentração no SNC, assim como todo gás -> conseguimos manipular a concentração no SNC, diminuindo ou aumentando a concentração expirada do fármaco (facilidade de manutenção do plano anestésico*).
(*) O aparelho que realiza a manutenção deve ter concentração dos gases essenciais também (O², nitrogênio, etc).
Quesitos de um anestésico inalatório ideal:
Não ser inflamável ou explosivo;
Ter odor agradável;
Ser inerte (ex.: alguns reagem com borracha, diminuindo a concentração do gás em uma quantidade de gás -> 0,1ml de gás, porém anestésico + borracha);
Não ser irritante para os tecidos;
Promover rápida indução e recuperação do paciente;
Deprimir irreversivelmente o SNC, promover analgesia e relaxamento muscular;
Não provocar efeitos colaterais (depressão cardiorrespiratória);
Não ser convulsivante;
Não ser toxico para o fígado, rins e demais tecidos.
Características:
Bem distribuídos pelo corpo, com grande afinidade pelo tecido adiposo ;
Obs.: quanto maior o tempo de anestesia, haverá maior acumulação do fármaco no tecido adiposo -> mesmo que a concentração no sangue caia, o anestésico depositado nesse tecido sai para o sangue, dessa forma, o animal pode experimentar o fenômeno de re-anestesia, podendo chegar ao estágio 2. Dessa forma, na obesidade = quanto maior tecido adiposo, maior concentração do fármaco no organismo -> maior risco de experimentar esse fenômeno. Esse é um dos motivos que justifica a necessidade de observação pós-operatória. (Ex.: halotano – o animal pode ficar dias sob o seu efeito).
SNC (muito penetrante no SNC -> bainha de mielina – tecido adiposo);
Potência do anestésico -> medido pela CAM (concentração alveolar mínima) para anestesiar 50% dos indivíduos (quanto menor for a CAM, mais potente será o anestésico). O CAM serve para medirmos a potência do anestésico (apenas valor de referência), não a dose.
Fatores que influenciam a CAM (Concentração Alveolar Mínima):
 
 
 AR AVEOLAR SANGUE TECIDO NERVOSO
Coeficiente de partição óleo/gás (penetrabilidade do gás onde há lipídeos -> SNC): quanto maior (+ lipossolúvel), menor será a CAM, mais rápida a indução e maior o tempo de recuperação;
Coeficiente de partição sangue/gás (penetrabilidade do gás no sangue): quanto maior (penetra mais facilmente no sangue), menor será a CAM, mais lenta a indução (porque “gosta” de ficar no sangue e demora para chegar ao SNC) e maior o tempo de recuperação;
Fármacos associados: estimulantes do SNC aumentam a CAM e depressores diminuem a CAM.
Obs.: Quando fazemos uso de alta concentração de oxido nitroso (muito utilizado) por muito tempo (acima de 40 minutos, aproximadamente), temos que manter o animal entubado na concentração de 100% de O² (para conseguir chegar aos pulmões, uma vez que o oxido estará saindo e dificultando/ocupando o espaço do O²). 
14/12/2015
Anestésicos Gerais Injetáveis
Histórico
Os anestésicos injetáveis apareceram mais ou menos em 1872 em humanos e, logo depois em equinos; foi usado o hidrato de cloral. Em
1905 o mesmo fármaco foi associado a sulfato de magnésio -> super perigoso (era usado pra eutanásia de grandes animais, inclusive). 
Quando surgiu Bayer (década de 20), houve o advento do ácido barbitúrico (mais de 50 derivados: 1930 – penobarbital e 1933 – tiopental (em uso ate hoje)). 
Em 60 surge a quetamina (sem depressão cardiorrespiratória e com analgesia) e em 70 os metomidatos (suínos), etomidatos (cardiopatas) e propofol (infusão contínua), todos muito utilizados até hoje. 
Indicações
Indução para anestesia inalatória (permite a intubação);
Procedimentos cirúrgicos curtos (anestesia local e hipno analgésico);
Exames endoscópicos;
Procedimentos cirúrgicos de campo
Desvantagens
Tempo de anestesia limitado;
Maior dificuldade na manutenção do plano anestésico (perigoso);
Eliminação do agente por biotransformação e excreção (depende da função renal e hepáticas estarem preservadas).
Propriedades de um Anestésico Ideal
Tornar o paciente inconsciente, mio relaxado e analgesia;
Ser rapidamente metabolizado e excretado por vias alternativas;
Não apresentar toxidade (depressão respiratório e cardiovascular).
Anestésicos
Barbitúricos 
São derivados do ácido barbitúrico; 
Perda de consciência e mio relaxamento, porem precária analgesia;
A potência depende dos grupos ligados aos carbonos;
Há tirobarbiturados (tiopentobarbital) e oxibarbiturados (pentobarbital), os primeiros são mais lipossolúveis do que os segundos (são metabolizados mais rápidos = ação mais curta);
São classificados de acordo com o tempo de ação: longa, curta, ultracurta -> VIDE TABELA NO SLIDE;
Farmacocinética: administração EV -> pH 10 a 11 -> dificulta uso IM; / Se é administrado muito rapidamente, aumentará a concentração cerebral (exemplo: tiopental: em 30s alcança SNC, 10 min alcança tecido magro, 4h alcança tecido adiposo); / Ligam-se a ptnas plasmáticas (70 a 80%) -> aumenta potência do anestésico: hipoptns, acidose, hipoalbuminemia, AINES...; / Tempo de metabolização depende da metabolização hepática (oxibarbitúricos) ou difusão para outros tecidos (tiobarbitúricos) -> doses complementares causam efeito cumulativo; / Cloranfenicol e fenobarbital -> prolongam ou encurtam tempo de anestesia; / Tomar cuidado com animais desnutridos, com insuficiência hepática, insuficiência cardíaca, hipoproteinêmicos (muita substancia livre) e senis -> > tempo de recuperação; / Administração de glicose -> quantidade elevada causa fenômeno de reanestesia.
Mecanismo de ação: potentes depressores do SNC (de leve sedação à depressão bulbar); / Depressão de diversas regiões do SNC -> as ligações dos barbitúricos com seus receptores na membrana, estimulam as do GABA, facilitando a abertura dos canais de cloreto, então cargas negativas internas hiperpolarizarão os canais de cloreto; / Junção neuro-muscular: bloqueia ação da acetilcolina por atuação na membrana.
Duração da anestesia: depende de diversos fatores, tais como jejum, idade, condição corporal e drogas; além do uso da adrenalina -> glicogenólise (aumenta glicemia) -> glicose livre pode causar reanestesia.
Efeitos tóxicos: maior para animais debilitados -> 1º reduz frequência respiratória e 2º reduz débito cardíaco (exemplo: em cardiopatas, o barbitúrico provocará arritmia -> sensibiliza ação do miocárdio pela ação das catecolaminas e causa depressão bulbar); / Podem apresentar fenômenos excitatórios durante indução e/ou recuperação (deve-se associar fármacos – redução de ate 75% do fármaco) -> fenotiazínicos (acepromazina, cloropromazina -> redução da dose em 50%) e benzodiazepínicos (midazolam ou diazepam).
CUIDADOS: velocidade na administração do fármaco; / animais hipovolêmicos (hemorragia) -> arritmias com risco de parada cardíaca; / Animais desnutridos e hepatopatas (hipoproteinemia); / não recomendado em cesarianas -> pode causar depressão respiratória no feto, mesmo assim é usado para entubar o animal (doses mais baixas -> existem protocolos para esse caso). 
TIOPENTAL (rápida indução e recuperação): recomendado para procedimentos cirúrgicos curtos ou indução para anestesia inalatória (EV, apenas). Sempre associar a outros agentes (tranquilizante -> xilazina/acepromazina): aumenta segurança e minimiza efeitos indesejáveis da fase dois.
PENTOBARBITAL: mais recomendado em cães (não utilizado mais) -> demais ssp têm recuperação difícil. Dose letal: 60mg/kg EV eutanásia (ainda utilizado).
Compostos Imidazólicos 
Etomidato - hipnótico com fraca analgesia; / São indicados para animais cardiopatas (baixo efeito cardiovascular) ou para neurocirurgias (reduz fluxo sanguíneo e metabolismo cerebral); / Anestesia – 10 a 15 minutos; / Fraca ação analgésica (deve-se associar); / Não apresenta efeito cumulativo (rapidamente metabolizado); / Dor à injeção, mioclonia (espasmos musculares), excitação, mimica de vômitos (associar a midazolam). 
Propofol - alta lipossolubilidade, induz e metaboliza rapidamente, usado para indução e manutenção -> permite infusão continua; / tem certo efeito hipotensor (cuidado com insuficiência cardíaca, senilidade e hipovolemia); / fraca ação mio relaxante e analgésica (associar a hipnoanalgésico); / custo elevado -> usado mais em animais de pequeno porte. 
Derivados da Fenciclidina 
Quetamina e tiletamina -> anestesia dissociativa (o indivíduo fica completamente dissociado, dissocia a córtex do resto do SNC): fica cataléptico, tenso, saliva muito, parado e quieto; tem bom grau de analgesia, mas também devem ser associados a outros fármacos. Muito utilizado e com grande importância em muitos aspectos. Procedimento seguro que pode ser usado em diversas ssp (inclusive felinos) em diferentes vias. Não causa déficit cardíaco. Não há perda de reflexos protetores. 
Ação: o mecanismo de ação ainda não é bem compreendido: bloqueio de receptores muscarínicos de neurônios centrais (tálamo), ativação de receptores opióides e bloqueio de receptores NMDA -> analgesia, diminui receptação de dopamina e serotonina. 
Analgesia: muito intensa, pouco efeito cardiorrespiratório, não relaxa musculo (deve-se associar fármaco).
Vantagens: mais seguros que os barbitúricos -> reduzido efeito cardiorrespiratório (exceto quando associado a xilazina); / Basicamente: SEGURANÇA, DIFERENTES VIAS e DIFERENTES ESPÉCIES
Obs.: quetamina tem propriedades irritantes pela via IM.

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