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www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL Criminologia – Aula 01 Eduardo Fontes 1 1. Bibliografia Criminologia - Sérgio Salomão Shecaira – Edito- ra Revista dos Tribunais Criminologia (Teoria e Prática) - Paulo Sumariva – Editora Impetus Criminologia – Antonio Garcia-Pablos de Molina e LFG – Editora RT Item a item Delegado de Polícia – Editora Arma- dor Criminologia Origem etimológica: Conceito: Criminologia é uma ciência empírica, interdisciplinar, que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. Tem por finalidade com- preender os fatores criminógenos que impulsionam a delinquência, traçando metas preventivas de combate à criminalidade, por meio da análise de diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito. 1. Criminologia como ciência 2. Criminologia como ciência empírica 3. Criminologia como ciência interdisciplinar 4. Criminologia que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o controle social do comportamento 5. Criminologia ligada aos diversos modelos ou sis- temas de resposta ao delito Questão: A criminologia é a ciência do "ser" ou do "dever-ser"? Direito Penal x Criminologia x Política Criminal Direito Penal - Analisa os fatos humanos indesejados, define quais devem ser rotulados como crime ou contra- venção penal e anuncia a pena Ocupa-se do crime enquanto Criminologia - Ciência empírica que estuda o crime, o crimino- so, a vítima e o comportamento da sociedade - Ocupa-se do crime enquanto Política criminal - Ciência que trabalha as estratégias e meios de controle social da criminalidade - Ocupa-se do crime enquanto Criminologia Direito Penal Política Criminal Em que consiste o tríplice alcance da cri-Questão: minologia? Criminologia x Criminalística é disciplina auxiliar das ciências Criminalística: criminais direcionada às investigações por meio de perícia e exames laboratoriais. Método da Criminologia É o método empírico, baseado na coleção de dados de um fenômeno natural. Da análise dos dados cria uma teoria ou chega a uma determinada conclusão. E esses dados empíricos podem ser coletados por meio da observação sistemática do fenômeno ou por meio de um instrumento controlado. A criminologia é uma ciência exata? Questão: Não se trata de uma ciência exata que traz in- formações absolutas (de certeza insofismável), mas sim uma ciência do ser, de natureza eminentemente humana, apresentando informações parciais, frag- mentadas e provisórias, mas compatíveis com a realidade. Objeto da criminologia Fase pré-científica: Fase moderna da criminologia: 1. Crime “Uma Conceito de crime para a criminologia: lesão daquela parte do sentido moral que consiste nos sentimentos altruístas fundamentais (piedade e probidade) segundo o padrão médio em que se encontram as raças humanas superiores, cuja me- dida é necessária para adaptação do indivíduo na sociedade” (Garófalo). 1º) Incidência massiva na população: www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL Criminologia – Aula 01 Eduardo Fontes 2 2º) Incidência aflitiva do fato praticado: 3º) Persistência espaço temporal do fato: 4º) Inequívoco consenso a respeito de sua etiologia e de quais técnicas de intervenção seriam mais eficazes para o seu combate: Conceito: Para a criminologia, crime é um fenôme- no social e comunitário. Social, dada sua influência massiva na população, causando latente inseguran- ça e temor aos membros da sociedade. Comunitá- rio, por ter suas raízes e soluções na própria comu- nidade, considerando que todos somos parte dela e, com isso, compete a nós mesmos dirimir ou comba- ter a criminalidade. 2. Criminoso Escola Clássica: Escola positiva: Escola Correcionalista: Escola Marxista: Atenção: Na moderna criminologia, a visão atual do criminoso é de um ser normal. Não é o pecador dos clássicos, o animal selvagem dos positivistas, o coitado dos correcionalistas e nem a vítima da filo- sofia marxista. Trata-se de homem real do nosso tempo, que se submete às leis e pode não cumpri- las por razões que nem sempre são compreendidas por seus pares. 3. Vítima A vítima era o titular A) Idade de ouro da vítima: do jus puniendi, ou seja, nessa época a vítima revi- dava a ofensa sofrida, baseando-se no exercício das próprias razões B) Neutralização do poder da vítima O Estado : passa a exercer o jus puniendi de maneira exclusiva e esquece totalmente a vítima. É a fase do total abandono da vítima pelo Estado. em meados C) Revalorização do papel da vítima: da década de 50, logo após a 2ª Guerra Mundial, a importância da vítima é retomada sob um enfoque mais humano por parte do Estado. É o redescobri- mento do papel da vítima que ganha destaque em razão do sofrimento imposto por Adolf Hitler aos judeus nos campos de concentração. 4. Controle social do delito: É o conjunto de estra- tégias e instituições que visam submeter o indivíduo a regras comunitárias da vida em sociedade com o objetivo de manter a ordem pública através da dis- ciplina social imposta por meio dos agentes de con- trole. Controle social informal: é constituído pela socie- dade civil Controle social formal: formado pela aparelhagem política do Estado; Esse controle social formal é dividido em 3 sele- ções: 1) Primeira seleção: 2) Segunda seleção: 3) Terceira seleção: Questão: Qual é a função da criminologia? História da criminologia A história da criminologia costuma ser estrutura- da por meio de períodos ou fases distintas. Partin- do-se desta premissa, o período da antiguidade é marcado pelos grandes pensadores que opinavam e forneciam diversos conceitos sobre assuntos relaci- onados ao estudo criminológico, como os delitos, e as respectivas sanções. Protágoras (485 a 415 a.C) compreendia a pena como meio de evitar a prática de novas infrações pelo exemplo que deveria dar a todos os membros de um corpo social. Sócrates (470 a 339 a.C) destaca a importância da ressocialização, na medida em que pregava a ne- cessidade de ensinar os delinquentes a não reiterar a conduta delitiva. Platão (427a 437 a.C) sustentava que a ganância, a cobiça ou cupidez geravam a criminalidade. Aristóteles (388 a 322 a.C) seguia a mesma linha de pensamento de Platão. Conclusão: Esta fase ou período é responsável por lançar as bases ou premissas éticas do delito e sua punição, com destaque para as causas e finalida- des. No período da Idade Média vigorava na Europa o sistema feudal, e o cristianismo era a ideologia reli- www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL Criminologia – Aula 01 Eduardo Fontes 3 giosa dominante da época. Nesta fase, a doutrina cita São Tomás de Aquino (1226-1274), precursor da Justiça Distributiva, isto é, de se dar a cada um o que é seu segundo certa igualdade. Outra personalidade marcante (da idade média), tida como pensador medieval, é Santo Agostinho (354 a 430 d.C.). A maioria dos manuais, no entanto, estuda a evolu- ção da criminologia a partir das escolas clássica e positiva (ou positivista). A) escola clássica (séc. XVIII) B) escola positiva (séc. XIX) Escola clássica A escola clássica procurou construir os limites do poder punitivo do Estado em face da liberdade indi- vidual: Principais características: O principal nome dessa escola é Beccaria (o Mar- quês de Beccaria) 1. Fez surgir o chamado movimento humanitário em relação ao Direito de Punir estatal. 2) Inspirando-se na filosofia estrangeira, sobretudo em Montesquieu, Hume e Rosseau, Beccaria ba- seou seu pensamento nos princípios docontrato social, do direito natural e do utilitarismo. O livro do Marquês de Beccaria, Dei delitti e delle pene (1764), será a mola propulsora para uma no- va forma de pensar o sistema punitivo. Apesar de sua abordagem nitidamente filosófica, a obra se volta contra os excessos punitivos, marca dos regi- mes absolutistas, pretendendo humanizar a respos- ta do Estado à infração penal. Principais ideias defendidas por Beccaria. “(...) para que cada pena não seja uma violência de um ou de muitos contra um cidadão privado, deve ser essencialmente pública, rápida, necessária, a mínima possível nas circunstâncias dadas, propor- cional aos delitos e ditadas pelas leis”. “Entre as penalidades e no modo de aplica-las pro- porcionalmente aos delitos, é necessário, portanto, escolher os meios que devem provocar no espírito público a impressão mais eficaz e mais durável e, igualmente, menos cruel no corpo do culpado”. “Se a intenção fosse punida, seria necessário ter não apenas um Código particular para cada cida- dão, mas uma nova lei penal para cada crime”. “Ponde o trecho sagrado das leis nas mãos do povo e, quantos mais homens o lerem, menos delitos haverá; pois não é possível duvidar que, no espírito do que pensa cometer um crime, o conhecimento e a certeza das penas coloquem um freio à eloquên- cia das paixões”. “O réu não deve ser julgado por um Tribunal parci- al.” “Deve preponderar a publicidade do processo”. “Cabia ao juiz aplicar as leis e não interpretá-las”. 1. Sobre a criminologia é correto afirmar: A) Ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. B) Tal conhecimento encontra-se inteiramente su- bordinado ao direito penal. C) Ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da sociologia. D) Ocupa-se do estudo do delito e do controle soci- al, mas não se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da psicologia. E) Constitui campo fértil de pesquisas para psiquia- tras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas. . Delegado de Polícia Civil/SP – 2013 Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase: A criminologia ____________; o Direito Penal ___________. A) Não é considerada uma ciência, por tratar do “dever ser”; é uma ciência empírica e interdiscipli- nar, fática do “ser”; B) É uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever-ser”; é uma ciência empírica e fática, do “ser”. C) Não é considerada uma ciência, por tratar do “ser”; é uma ciência jurídica, pois encara o delito como um fenômeno real, do “dever ser”; D) É uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser”; é uma ciência jurídica, cultural e normativa, do “dever ser”. E) É considerada uma ciência jurídica, por tratar do delito como um conceito formal, normativo, do “de- ver ser”; não é considerado uma ciência, pois enca- ra o delito como um fenômeno social, do “ser”. . Os obje-3. Delegado de Polícia Civil/CE – 2015 tos de estudo da moderna criminologia estão divididos em: A) Três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima B) Três vertentes: política criminal, delito e delin- quente C) Três vertentes: política criminal, delinquente e pena; D) Quatro vertentes: delito, delinquente, justiça cri- minal e pena; E) Quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. 4. Delegado de Polícia Civil/SP – 2010. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL Criminologia – Aula 01 Eduardo Fontes 4 Para Garcia Pablos de Molina, é entendido como o conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem promover e garantir a submissão dos indivíduos aos modelos e nor- mas comunitárias. O texto se refere: A) À Criminogênese B) Aos fatos condicionantes biológicos; C) Ao controle social; D) Aos fatos condicionantes sociológicos; E) Aos fatos condicionantes criminais. 5. A reparação dos danos e a indenização dos prejuízos à vítima são vistas pela doutrina como A) Uma importante tendência político-criminal ob- servada na Lei nº 9.099/95; B) Um problema que cabe apenas ao Direito Civil tratar; C) Uma teoria que vê a vítima como uma parte au- tossuficiente no crime; D) Algo obsoleto, que não cabe mais sua discussão; E) Um fato que serve exclusivamente como base para cálculo da pena do criminoso. 6. A criminologia é uma ciência que dispõe de leis: A) Imutáveis e evolutivas B) Inflexíveis e evolutivas C) Permanentes e flexíveis D) Flexíveis e restritivas E) Evolutivas e flexíveis 7. Atualmente, são unânimes certas afirmações explicativas que visam justificar o comporta- mento criminoso. De acordo com a criminologia moderna, é correto afirmar que: A) O fenômeno criminoso é uma interação biopsi- cossocial e o homem está sujeito a esta interação, podendo responder com mais um comportamento delituoso. B) O círculo negativo de amizades e a falta de esco- laridade são a certeza para um comportamento delituoso. C) O convívio com condutas antissociais repetitivas, somado à ausência de afetividade paterna e mater- na, sempre leva a um comportamento criminoso. D) O meio social desfavorecido economicamente, em especial aquele em que a traficância de drogas é uma constante, transforma obrigatoriamente o indivíduo em um criminoso; E) Filho de mãe solteira e que nunca teve contato com o pai tem grande probabilidade de se tornar um delinquente. 8. Atua como agente informal de controle social: A) A polícia civil e federal B) A opinião pública C) O Ministério Público D) O Juiz de Direito E) O Sistema Prisional 9. Quem é considerado o “Pai da Criminologia”? Quem foi o responsável pela divulgação interna- cional dessa ciência?
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