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20. Hermenêutica e Interpretação

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HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • ORIGEM: a palavra hermenêutica provém do grego, 
Hermeneúein, interpretar, e deriva de Hermes, deus da 
mitologia grega, considerado o intérprete da vontade divina. 
 
• CONCEITOS: 
• Levando-se em conta que a Hermenêutica pode ser 
definida como a arte da interpretação, deduz-se, 
obviamente, que hermenêutica é compreensão. A 
Hermenêutica Jurídica seria então a compreensão que 
daria o sentido à norma. 
• Assim, a interpretação tem caráter concreto, seguindo 
uma via preestabelecida, em caráter abstrato, pela 
hermenêutica. Pode-se dizer que a interpretação somente 
se dá em confronto com o caso concreto a ser analisado e 
decidido pelo judiciário. A hermenêutica, ao contrário é 
totalmente abstrata, isto é, não tem em mira qualquer caso a 
resolver. 
 
 
 
HERMENÊUTICA INTERPRETAÇÃO 
 • Descobre e fixa os 
princípios que regem a 
interpretação. 
 
• É a teoria científica da arte 
de interpretar. 
 
• É teórica e visa estabelecer 
princípios, critérios, 
métodos, orientação geral. 
 
 
 
 
• É de cunho prático, aplica 
os ensinamentos da 
hermenêutica. 
• É aplicação da 
hermenêutica. 
• É a aplicação ao caso 
concreto de enunciados já 
estabelecidos pela ciência 
da hermenêutica. 
• É descobrir o sentido de 
determinada norma jurídica 
ao aplicá-la ao caso 
concreto. 
• Consiste em desentranhar 
o sentido e o alcance das 
expressões jurídicas. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • O êxito da interpretação depende de um bom 
trabalho de técnica legislativa. 
 
• A tarefa do intérprete é menos complexa quando 
os textos são bem elaborados. 
 
• Interpretar: é o ato de explicar o sentido de 
alguma coisa; é revelar o significado de uma 
expressão verbal, artística ou constituída por um 
objeto, atitude ou gesto. 
 
• O trabalho do intérprete é decodificar e, percorre 
inversamente o caminho seguido pelo codificador. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • Interpretação do Direito: 
 Representa revelar o seu sentido e alcance das 
expressões jurídicas. 
 
Revelar sentido: 
• É descobrir a finalidade da norma jurídica. É 
por a descoberto os valores consagrados pelo 
legislador. O que a norma visa tutelar. 
• Ex.: lei que concede férias anuais aos 
trabalhadores visa proteger e beneficiar a sua 
saúde física e mental. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • Fixar o alcance das normas jurídicas(significa 
delimitar seu campo de incidência): 
 
• É conhecer sobre que fatos sociais e em que 
circunstâncias a norma jurídica tem aplicação. 
Ex. férias alcança apenas os trabalhadores assalariados. 
 
• Para cumprir o Direito é indispensável o seu 
conhecimento e este é obtido pela interpretação. 
• Interpretar o Direito é conhecê-lo, conhecer o 
Direito é interpretá-lo. Toda norma jurídica 
pode ser objeto de interpretação. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • Objeto da Interpretação: 
 
• Lei 
• Costume jurídico 
• Jurisprudência 
• PGD 
 
• Melhor dizer interpretação do direito em vez 
de interpretação da lei. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • A hermenêutica jurídica fornece princípios 
e regras aplicáveis: 
• regras jurídicas genéricas; 
• sentenças judiciais; 
• negócios jurídicos; 
 
• Todo subjetivismo deve ser evitado durante a 
interpretação, o trabalho do intérprete deve 
visar sempre à realização dos valores 
magistrais do Direito: justiça e segurança. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • Todo texto requer interpretação, ainda que bem 
redigido e claro. 
 
• Princípio: in claris cessat interpretatio 
• Pensavam os juristas antigos que um texto bem 
redigido e claro dispensava a tarefa do intérprete. 
• É um mal que a lei precise de uma interpretação. 
• As leis não devem estar sujeitas às chicanas 
jurídicas. 
• “O meu Código está perdido” (Napoleão 
Bonaparte) 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • VONTADE DO LEGISLADOR E A MENS 
LEGIS 
1. Teoria Subjetiva 
• O fim da interpretação é chegar, através do 
enunciado da norma, à vontade de quem a 
elaborou ou de quem a provém e, no caso da lei, 
à vontade do legislador, que pode ser tanto um 
monarca ou um déspota absoluto (indivíduo 
extremamente ganancioso que não exita em destruir, denegrir, 
matar, em nome do poder pela vaidade e pelo dinheiro) 
como um parlamento. 
• Crítica: 
• Impede o processo de aperfeiçoamento da ordem 
jurídica. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • VONTADE DO LEGISLADOR E A MENS LEGIS 
1. Teoria Subjetiva 
2. Teoria Objetiva: 
• Leva o intérprete a pesquisar a vontade da lei. Busca o sentido 
objetivo dos textos jurídicos, que tem significado próprio, 
implícito em suas expressões. 
• A lei não seria produto de uma só vontade, mas resultado 
de um querer social. O legislador não cria a lei no seu 
intelecto; apropria-se das fórmulas que a organização sugere, 
para transfundi-las nos textos. 
• Decorre do elemento material da lei – abstratividade – 
quando o legislador elabora um texto normativo, não pode 
pressentir a infinidade de situações que serão alcançadas no 
futuro. 
• Busca-se determinar o sentido objetivo do texto; deve olhar 
menos para o passado do que para o presente, adaptar a norma 
à infinidade humana, sem inquirir da vontade inspiradora 
primitiva. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • INTERPRETAÇÃO QUANTO AO RESULTADO: 
1. Declarativa: 
• Quando dosa as palavras com a adequação aos significados que 
deseja imprimir na lei. 
• As palavras expressão, com medida exata, o espírito da lei. 
2. Restritiva: 
• O legislador diz mais do que queria dizer, o intérprete elimina a 
amplitude das palavras. Ex. A lei diz descendente, quando na 
realidade queria dizer filho. 
3. Extensiva: 
• Legislador diz menos do que queria. O intérprete alarga o campo de 
incidência da norma. 
• Ex1: fala filho quando queria dizer descendentes. 
• Ex.2: Art. 535, CPC: Cabem embargos de declaração quando: 
• I - houver, na sentença ou no acórdão (todos os tipos de decisões 
judiciais), obscuridade ou contradição. 
• Ex.3: Bigamia - Art. 235, CP - Contrair alguém, sendo casado, novo 
casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • INTERPRETAÇÃO QUANTO A FONTE 
1. AUTÊNTICA/LEGISLATIVA: emanada do próprio 
órgão competente para a edição do ato interpretado. 
• Retroage ao início de vigência do texto interpretado. 
• Ex. LC 118/2005: Art. 3º. Para efeito de interpretação 
do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de 
outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a 
extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo 
sujeito a lançamento por homologação, no momento do 
pagamento antecipado de que trata o § 1.º do art. 150 da 
referida Lei. 
• Art. 106, CTN. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
• I - em qualquer caso, quando seja expressamente 
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • INTERPRETAÇÃO QUANTO A FONTE: 
1. AUTÊNTICA/LEGISLATIVA: 
2. INTERPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA 
• Realizada em obras científicas, pareceres. 
 
3. JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL 
 
• É a de autoria de juízes e tribunais. Na exegese da 
norma o juiz deve apenas traduzir o sentido e o 
alcance nela contido, devendo dar aos textos 
interpretação atualizadora, vedado-lhe, porém, 
substituir o critério do legislador pelo seu próprio. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • VALOR E SIGNIFICADO DO ART.5º DA LINDB – DECRETO.-LEI Nº 4.657/1942. 
• Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se 
dirige e às exigências do bem comum. 
• Valor dos dispositivos que fixam normas sobre interpretação: 
1ª Posição: 
• - valor apenas de aconselhamento. 
• - Trata-se de regra de interpretação ditada pela lei. 
• - Não passa de simples critério de orientação, sem impedir ao intérprete a 
procura de outros meios de interpretação. 
2ª Posição: 
• - normas interpretativas possuem o mesmo nível das demais, que regulam 
diretamente fatos sociais. 
• - são obrigatórias e sujeitas à interpretação evolutiva de acordo com as 
condições sociais. 
• Significado: 
• A expressão fins sociais visa a eliminar a possibilidade de que meros 
caprichos pessoais possam surgir em detrimento da coletividade. 
• Quando houver conflito entre interesse individual e o social, este deve 
prevalecer. 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • INTERPRETAÇÃO DOS NEGÓCIOS 
JURÍDICOS 
• O campo de estudo da hermenêutica jurídica 
alcança também os negócios jurídicos, como 
contratos, testamentos, etc. Contudo, os 
princípios exegéticos aplicáveis às leis não 
aproveitam os negócios jurídicos e vice-versa. 
 
• Interpretar negócio jurídico é revelar quais os 
elementos do suporte fático que entrarão no 
mundo jurídico e quais os efeitos que, em 
virtude disso, produzem. (Pontes de Miranda). 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • Na interpretação dos contratos – Teorias: 
• 1ª) OBJETIVA ou da DECLARAÇÃO 
• O contrato faz lei entre as partes, portanto, deve interpretar analogamente 
como se interpreta lei, não se levando em conta o pensamento dos 
contratantes. 
• 2ª) Teoria SUBJETIVA ou da VONTADE 
• O intérprete deve descobrir a intenção das partes. A interpretação literal é 
condenável. 
• Art. 112, CC: Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção 
nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
• Art. 113, CC: Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
• Art. 1.899, CC: Quando a cláusula testamentária for suscetível de 
interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a 
observância da vontade do testador. 
• O elemento vontade é preeminente em relação ao elemento gramatical. 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 
• ELEMENTOS DA INTERPRETAÇÃO 
1 – Gramatical 
• Compõe-se da análise do valor semântico das 
palavras empregadas no texto, da sintaxe, da 
pontuação, etc. 
• Todo o esforço deve ser feito no sentido de se 
alcançar a máxima individualização da regra 
geral. 
• CRÍTICA: 
• Facilita abuso daqueles que se apegam à 
literalidade do texto, com prejuízo da mens legis 
(vontade da lei). 
• Saber as leis é conhecer-lhes, não as palavras, 
mas a força e o poder (norma). 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 • ELEMENTOS DA INTERPRETAÇÃO: 
1 – Gramatical 
2 – Lógico 
• Por ser estrutura linguística que pressupõe vontade e raciocínio, o texto legislativo exige 
os subsídios da lógica para a sua compreensão. 
2.1 – Lógica Interna 
• Limita-se ao estudo do texto (diferencia texto de norma). 
• Recorre ao emprego de regras lógicas que favorecem a dilucidação dos textos: Ex.: onde 
a lei não distingue, não devemos distinguir; as exceções são da mais estrita interpretação 
(interpretação quanto ao resultado – restritiva). 
2.2 – Lógica Externa 
• Investiga as razões sociais que ditaram a formação dos comandos jurídicos. 
• Visa completar o sentido da lei, sem contrariá-la. 
• Guia-se na lição dos fatos, orienta-se pela observação dos acontecimentos que 
provocaram a formação do fenômeno jurídico. 
2.3 – Lógica do Razoável 
• Visa combater o apego as fórmulas frias e matemáticas em favor de critérios flexíveis, 
mais favoráveis à justiça. 
• O Direito por ser obra humana, é circunstancial, dependendo das condições, das 
necessidades, sentidos e dos efeitos que se trata de produzir mediante uma lei. 
• Como sucedâneo formou os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 
• ELEMENTOS DA INTERPRETAÇÃO: 
1 – Gramatical 
2 – Lógico 
3 - Sistemático 
• O trabalho da exegese tem de ser feito considerando-se 
todo o acervo normativo ligado ao assunto. 
• Entre as diferentes fontes normativas, não pode haver 
contradições. Deve haver unicidade do sistema jurídico. 
4 – Histórico 
• O Direito atual, manifesto em leis, códigos e costumes, 
é um prolongamento do Direito antigo. 
• A evolução da ciência jurídica é através de conquistas 
graduais, que acompanham a evolução cultural 
registrada em cada época, nunca por salto. 
 
 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 
• ELEMENTOS DA INTERPRETAÇÃO: 
1 – Gramatical 
2 – Lógico 
3 – Sistemático 
4 – Histórico 
5 - Teleológico 
• Estudo dos fins colimados pela lei, quais 
interesses sociais que pretende proteger. São 
mutáveis. 
• É o fim que está implícito na mensagem da lei. 
 
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 Caiu no X Exame Unificado da OAB – FGV: 
 A hermenêutica aplicada ao direito formula diversos modos de 
interpretação das leis. A interpretação que leva em 
consideração principalmente os objetivos para os quais um 
diploma legal foi criado é chamada de 
 a) interpretação restritiva, por levar em conta apenas os 
objetivos da lei, ignorando sua estrutura gramatical. 
 b) interpretação extensiva, por aumentar o conteúdo de 
significado das sentenças com seus objetivos historicamente 
determinados. 
 c) interpretação autêntica, pois apenas as finalidades da lei 
podem dar autenticidade à interpretação. 
 d) interpretação teleológica, pois o sentido da lei deve ser 
considerado à luz de seus objetivos.

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