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1 EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA

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1 EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FAMÍLIA
Família, primeira célula de organização social, vem evoluindo devagar, desde os tempos mais antigos até a atualidade, existem três fases históricas, sendo elas: o estado selvagem, barbárie e civilização.
O estado selvagem divide-se em três fases. Na fase inferior, o homem vivia em árvores e lutava pela sobrevivência, sua alimentação era à base de raízes e frutos. Na fase média, o homem começou a integrar na sua alimentação frutos do mar, e caracterizou-se pelo surgimento do fogo. Em virtude de tal descoberta, o homem buscou melhorar sua alimentação com tubérculos, caça e farináceos cozidos com cinzas quentes. Por fim, a fase selvagem superior, a qual ocorreu quando o homem despertou para as invenções de armas, usadas na caça de animais. As residências fixavam-se em aldeias e os homens passavam a desenvolver atividades como construção de utensílios feitos de madeira e tecidos confeccionados a mão.
Na fase da barbárie, característica importante foi que o homem passou a produzir o seu próprio sustento, através do cultivo doméstico de plantas e da criação de animais. Nesse período o homem despertou para o cultivo de produtos agrícolas e para a domesticação de animais, passou a viver em casas e a conviver em grupos, nas chamadas aldeias. Na fase superior da barbárie, o homem inventou a escrita e despertou para a fundição do minério de ferro.
No começo, a família era chefiada pela mulher, mas por um período muito curto, pois, em seguida o homem assumiu a direção da família e dos bens. No estudo a evolução da família divide-se em quatro etapas: família consanguínea, família punaluana, família pré-monogâmica e a família monogâmica.
A família consanguínea: seus membros se relacionavam sexualmente, entre si: irmãos com irmãs, marido e mulher. Entretanto esse modelo acabou desaparecendo, dando lugar ao modelo de família punaluana, excluindo a prática da relação sexual entre os membros da própria família, sendo que em seu auge, foi determinada a proibição do casamento entre primos de segundo e terceiro graus.
A família pré-monogâmica: a mulher, não se relacionava mais com vários homens, enquanto eles podiam aderir a prática da poligamia.
 A família monogâmica: caracterizada pelo casamento e pela procriação.
Com o passar do tempo a família deixou de conviver em grupos, para aos poucos irem se individualizando, fortalecendo assim seus laços. Pode-se dizer que a religião é a responsável pela transformação da família em um corpo. Nessa época, a necessidade de conservar os bens, que induziam as pessoas a constituir família. Quanto aos filhos, quando crianças, não viviam a infância, pois desde cedo eram designados ao trabalho, misturavam-se aos adultos e partilhavam dos afazeres domésticos. O pai era sinônimo de autoridade, homem forte.
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA DA FAMÍLIA E DA FILIAÇÃO
No âmbito familiar, as mudanças começaram na metade do século passado e culminaram com o advento da Constituição Federal de 1988. A partir daí, surgiram inúmeras leis tentando adequar-se às novas perspectivas da família e da sociedade.
O que era aceitável antigamente, hoje, passa a ser abominado pela sociedade, como por exemplo, o poder do pai sobre a vida e a morte dos filhos, ou ainda, a possibilidade de anular o casamento se constatada a esterilidade. Dentro dessa caminhada evolutiva o Direito precisa necessariamente acompanhar os anseios sociais, sob pena de transformar-se em letra morta. 
Em virtude dessas mudanças, muitas situações foram surgindo e aspirando respaldo legal, tais como a união estável, a adoção, a investigação da filiação, a guarda e o direito de visitas.
Família e Filiação antes da Constituição de 1988
Nessa época a família patriarcal posicionava-se como pilar central da legislação, o marido como único chefe da sociedade conjugal quanto a mulher era designada apenas aos afazeres do encargo da família.
Havia evidente distinção entre filhos legítimos e ilegítimos, naturais e adotivos, registrado no assento de nascimento a origem da filiação. Em 1916 perdia a guarda somente em situações gravíssimas. Portanto, tal instituto estava atrelado à culpa na separação e não no bem-estar da criança.
Em 27 de agosto de 1962 foi publicada a Lei nº 4.121, na qual a mulher mudou sua posição dentro da entidade familiar, passando a participar efetivamente da administração do lar. Essa lei representou uma grande conquista feminina perante a legislação brasileira.
Antes da Constituição Federal de 1988, os filhos classificavam-se em: biológicos, legítimos, ilegítimos, naturais, espúrios, adulterinos, incestuosos e adotivos. Conceitos totalmente retrógrados e preconceituosos, que levaram muitas décadas para serem abandonados pelo legislador.
Família e Filiação após a Constituição de 1988
Diante da nova perspectiva, o modelo família tradicional passou a ser mais uma forma de constituir um núcleo familiar. Vários princípios constitucionais foram adotados pelo Direito de Família e a partir deles foi transformado o conceito de família, passando a ser considerada uma união fundada no amor recíproco.
CONFERÊNCIA DE BUCARESTE 1974
A conferência de Bucareste foi a primeira grande conferência intergovernamental a tratar da questão populacional. O encontro foi, sobretudo um palco de divergências entre posições “controlistas” e “natalistas”.
Os países asiáticos e os ocidentais desenvolvidos eram os “controlistas”, a postura mais radical era dos Estados Unidos, que defendiam a drástica redução de fecundidade.
Os países socialistas entendiam ser a população um fator neutro, cujo problema era designado as injustiças dos sistemas econômicos. Para a África com exceção do Quênia, o maior problema seria a subordinação de seus espaços vazios. Em um período, onde os países em desenvolvimento, tinham uma forte capacidade de articulação em defesa de uma nova ordem econômica internacional, o plano de Ação de Bucareste, convidava os países a considerar a convivência de políticas populacionais no âmbito do desenvolvimento socioeconômico, indicando o papel de apoio da cooperação internacional baseada na existência pacífica de Estados com diferentes classes sociais.
CONFERÊNCIA CIPD DO CAIRO 1994
 Essa conferência foi realizada entre 5 a 13 de setembro de 1994, no Cairo, Egito reunindo 179 países. A CIPD é considerada um marco histórico, pois, foi o primeiro encontro global no qual todos os aspectos da vida humana foram discutidos de forma abrangente.
O resultado dessa Conferência foi a elaboração de um Plano de Ação, no qual, compromissos comuns foram discutidos para melhorar a vida de todas as pessoas, através da promoção dos direitos humanos, dignidade, apoio ao planejamento familiar, saúde sexual e reprodutiva e direitos, promoção da igualdade de gênero, promoção da igualdade de acesso à educação para as meninas, eliminação da violência contra as mulheres, além de questões relativas à população e proteção do meio ambiente.
CONFERÊNCIA DE ROMA 1954
A Conferência de 1954, foi uma reunião de estudiosos e não um encontro de países. Esse período foi marcado pela Guerra Fria, pela descolonização e pelo crescimento demográfico acelerado. Os temas discutidos diziam respeito à relação entre população e desenvolvimento e aos métodos de análise demográfico e incentivar a criação de centros de formação regionais que ajudariam a lidar com questões de população e à preparação de pessoal especializado em análise demográfica. 
Conclusão
Através do estudo verificamos o tamanho da evolução da família brasileira, concedendo direitos em que outras épocas jamais poderiam prever, onde as mulheres eram submissas ao seu marido, não participando de direitos perante a sociedade e sequer tinha direito de trabalho, tendo como função apenas cuidar do lar e dos filhos.
Após a Constituição Federal de 1988, podemos dizer que o direito brasileiro evoluiu muito, trazendo benefícios para a população e mudando o conceito de família que antes era retrógrado e preconceituoso e passando a ser um núcleofamiliar baseada no amor recíproco. Hoje é direito dos filhos a proteção de seus pais, garantindo direitos constitucionais como educação, saúde, alimentação entre outros.
Em relação as conferências, a meu entender cada uma delas tem um papel significativo para a evolução das famílias, pois tratavam de medidas para o desenvolvimento e questões sociais, contribuindo assim para a modificação familiar.

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