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Resumo Direito Empresarial Aula 03 (02.12.2011)

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D. Empresarial 
Data: 02/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
2º Horário. 
 Direito Societário / Elementos Essenciais da Sociedade / Pluralidade de Sócios / 
Contribuição dos Sócios / Fim Econômico / Partilha Obrigatória dos Resultados 
/ Affectio Societatis / Responsabilidade dos Sócios / Responsabilidade Ilimitada 
/ Responsabilidade Limitada / Desconsideração da Personalidade Jurídica / 
Teoria Maior da Desconsideração / Teoria Maior / Teoria Menor 
1º Horário. 
 Sociedades Não-Personificadas / Sociedade em Comum / Sociedade em 
Comum vs. Sociedade Irregular / Responsabilidade dos Sócios / Observações / 
Sociedade em Conta de Participação / Sociedades Personificadas / Sociedade 
Simples Pura / Responsabilidade dos Sócios / Integralização do Capital 
 
2º Horário 
 
1. Direito Societário 
1.1. Elementos Essenciais da Sociedade 
1.1.1. Pluralidade de Sócios 
Trata-se de tema já abordado na aula passada. 
 
1.1.2. Contribuição dos Sócios 
Como dispõe o art. 981 do CC, a contribuição dos sócios é obrigatória e pode 
ocorrer por meio de bens ou serviços. 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
Destaca-se que somente dois tipos societários admitem a contribuição serviçal 
dos sócios, quais sejam a sociedade simples pura e a cooperativa; nas demais, a 
contribuição tem que ser patrimonial. 
A contribuição patrimonial pode ocorrer por qualquer espécie de bem 
suscetível de avaliação pecuniária, por bens imateriais (como marcas, patentes e 
créditos) ou materiais, bem como por bens móveis ou imóveis. Nesse sentido, dispõe o 
 D. Empresarial 
Data: 02/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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art. 1.055, §2º do CC acerca das limitadas e o art. 7º da Lei 6.404 sobre as sociedades 
anônimas. 
Art. 1.055, § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. 
Lei 6.404, Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em 
dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro. 
No que tange à contribuição com bens, gira grande preocupação com relação 
ao superdimensionamento do valor do bem. 
Na sociedade limitada, enquanto não integralizado o capital social, todos os 
sócios respondem solidariamente pelo montante faltante. Assim, tendo-se bem com 
valor inferior ao que deve ter sido integralizado, o capital mostra-se juridicamente, 
mas não materialmente, integralizado, pois não houve de fato a transferência do valor 
à sociedade. Diante disso, atribui-se responsabilidade aos sócios como se o capital não 
tivesse sido integralizado, sendo esta solidária até o montante faltante. 
Dessa forma, o art. 1.055, §1º do CC determina a responsabilidade dos sócios 
da limitada pela exata estimação dos bens. 
Art. 1.055, § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social 
respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do 
registro da sociedade. 
Vê-se que a avaliação dos bens da sociedade limitada convalesce no curso de 5 
anos, momento a partir do qual nada mais pode ser exigido dos sócios. Ressalte-se 
ainda que essa disposição vale tanto no caso de constituição da sociedade quanto no 
caso de eventual aumento de capital. 
Deve ficar claro que a responsabilidade dos sócios da limitada não se 
transforma em ilimitada nem na falta de integralização, afinal os sócios são 
responsabilizados apenas pela quantia faltante. 
Finalmente, a responsabilidade dos sócios da sociedade limitada é objetiva, 
independente de dolo ou culpa. 
Por outro lado, na sociedade anônima, os bens devem ser formalmente 
avaliados. Essa avaliação é feita por três peritos ou uma pessoa jurídica especializada, 
a fim de reduzir o risco dos sócios. 
Lei 6.404, Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por 
empresa especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, 
convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em 
primeira convocação com a presença de subscritores que representem metade, 
pelo menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número. 
 D. Empresarial 
Data: 02/12/2011 
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§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fundamentado, 
com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação 
adotados e instruído com os documentos relativos aos bens avaliados, e estarão 
presentes à assembléia que conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações 
que lhes forem solicitadas. 
§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens incorporar-
se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos primeiros diretores cumprir 
as formalidades necessárias à respectiva transmissão. 
§ 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não aceitar a 
avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da companhia. 
§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da companhia por valor 
acima do que lhes tiver dado o subscritor. 
§ 5º Aplica-se à assembléia referida neste artigo o disposto nos §§ 1º e 2º do 
artigo 115. 
§ 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os acionistas 
e terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação dos 
bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso 
de bens em condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária. 
Diversamente do que se nota nas sociedades limitadas, a responsabilidade pela 
estimação dos bens nas sociedades anônimas depende da verificação da culpa. 
Além do mais, no caso das sociedades anônimas, tem-se o prazo de 1 ano para 
discutir a avaliação dos bens, ação que pode ser proposta contra os avaliadores ou o 
sócio integralizante, nos termos do art. 287, I, “a” da Lei 6.404. 
Lei 6.404, Art. 287. Prescreve: 
I - em, 1 (um) ano: 
a) a ação contra peritos e subscritores do capital, para deles haver reparação civilpela avaliação de bens, contado o prazo da publicação da ata da assembléia-geral 
que aprovar o laudo; 
A integralização de capital de bens tem efeito de compra e venda, o que 
significa dizer que o sócio integralizante responde pelos vícios da coisa como se fosse 
vendedor. Porém, apesar dos efeitos de compra e venda, a integralização com imóvel 
dispensa escritura pública. 
Ressalta-se ainda que a integralização de capital por transferência de bens para 
a sociedade não enseja o pagamento de ITBI, por força de imunidade tributária do art. 
156, §2º, I da CRFB. Insta observar que essa imunidade se aplica também à 
desincorporação do bem social, no caso de retirada do sócio, mas, para tanto, exige-se 
que o bem retorne ao mesmo sócio que o detinha anteriormente. 
 D. Empresarial 
Data: 02/12/2011 
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CRFB, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, 
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; 
§ 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio 
de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou 
direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, 
salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e 
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento 
mercantil; 
Ainda haverá imunidade no caso de fusão, incorporação e cisão de sociedades. 
Porém, a Constituição exige que a atividade não seja preponderantemente imobiliária, 
conforme bem explicita os arts. 36 e 37 do CTN. 
CTN, Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre 
a transmissão dos bens ou direitos referidos no artigo anterior: 
I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em 
pagamento de capital nela subscrito; 
II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por 
outra ou com outra. 
Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos 
alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em 
decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram 
conferidos. 
Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica 
adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de 
propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição. 
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo 
quando mais de 50% (cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa 
jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes à 
aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo. 
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou 
menos de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no 
parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data 
da aquisição. 
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o 
imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou 
direito nessa data. 
 D. Empresarial 
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§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, 
quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa 
jurídica alienante. 
Também se pode integralizar capital com a transferência de domínio útil de 
imóvel foreiro, caso em que o laudêmio será devido, conforme jurisprudência do STJ. 
O art. 296 do CC, pelo qual o cedente não responde pela solvência do crédito 
cedido, não se aplica ao Direito Empresarial no caso de integralização do capital por 
crédito. O sócio responde pela integralização, não sendo admissível qualquer 
estipulação que afaste essa responsabilidade. Nesse sentido, tem-se o art. 10, 
parágrafo único da Lei 6.404 e art. 1.005, parte final do CC. 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência 
do devedor. 
Lei 6.404, Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que 
contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do 
vendedor. 
Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista 
responderá pela solvência do devedor. 
Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, 
responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito. 
 
1.1.3. Fim Econômico 
Não existe sociedade que não possua fim econômico, nos termos do art. 981 do 
CC. 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
 
1.1.4. Partilha Obrigatória dos Resultados 
A partilha obrigatória está prevista na parte final do art. 981 do CC, bem como 
no art. 1.008. 
Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar 
dos lucros e das perdas. 
Além do mais, essa participação dos sócios se dará na proporção de suas 
quotas, salvo estipulação em contrário, conforme art. 1.007 do CC. 
 D. Empresarial 
Data: 02/12/2011 
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Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das 
perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição 
consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor 
das quotas. 
Nota-se que nada impede que haja distribuição de lucros em proporção diversa 
das quotas. Isso é muito comum aos sócios que exercem administração de sociedade e 
pretendem receber remuneração por essa função. Tal se mostra útil a fim de afastar a 
incidência tributária, pois nãoincide tributo sobre lucro, enquanto sobre o pro labore 
haveria a incidência. 
Finalmente, destaca-se que o sócio serviçal participa na média dos demais. 
 
1.1.5. Affectio Societatis 
A affectio societatis apresenta fundamento constitucional no art. 5º, XX e 
baseia-se na livre associação. Nesse sentido, ninguém é obrigado a se associar a 
alguém ou manter-se associado. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
Desse modo, na falta de affectio societatis, pode-se findar a sociedade como 
um todo ou apenas em relação a determinado sócio. 
Quanto à composição, podem-se classificar as sociedades em: 
a. Sociedade de Pessoas: simples pura, nome coletivo, comandita simples 
e cooperativa, caso em que importa o intuito personae. 
b. Sociedade de Capital: sociedade anônima e comandita por ações, sendo 
de relevo o intuitu pecuniae. 
c. Sociedade Mista: é o caso da limitada, em que importa tanto o intuito 
personae como o intuito pecuniae. 
Tanto a doutrina majoritária como o STJ entendem que não existe affectio 
societatis em todas as sociedades, na medida em que não se encontra presente nas 
sociedades de capital. 
Por outro lado, o STJ também entende que na sociedade anônima de capital 
fechado, especialmente naquelas de formação familiar pode haver a presença da 
affectio societatis. Vide Informativo 487 do STJ. 
 D. Empresarial 
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SOCIEDADE ANÔNIMA. CAPITAL FECHADO. DISSOLUÇÃO PARCIAL. POSSIBILIDADE. 
Trata-se, na origem, de ação para dissolver parcialmente sociedade anônima com 
a apuração de haveres ou a exclusão dos acionistas ora recorridos. Na espécie, a 
sociedade anônima apresenta estrutura de sociedade familiar, na qual as ações 
permanecem em poder dos membros de uma mesma família, não sendo, 
portanto, negociadas no mercado de capitais. O instituto da dissolução parcial é, a 
princípio, voltado às sociedades contratuais e personalíssimas, contudo deve-se 
observar que atualmente, a complexa realidade das relações negociais 
potencializa a extensão daquele instituto às sociedades “circunstancialmente” 
anônimas. A jurisprudência deste Superior Tribunal é que, para a exclusão judicial 
do sócio, não basta a alegação de quebra da affectio societatis, mas a 
demonstração de justa causa, ou seja, dos motivos que ocasionaram essa quebra. 
No caso, a sentença, ao apreciar o conjunto fático-probatório, consignou uma 
série de fatos a configurar a justa causa: o recorrente reeleito pela assembleia 
geral para o cargo de diretor não pode exercê-lo nem sequer conferir livros e 
documentos sociais em razão de óbice imposto pelos recorridos, a não distribuição 
de dividendos aos recorrentes e os recorridos exercerem a diretoria de forma 
ilegítima, são os únicos a perceber rendimentos mensais. Daí, ante a 
caracterização do justo motivo, deve-se concluir pela exclusão dos recorridos da 
sociedade anônima com estrutura de sociedade familiar. Precedentes citados: 
EREsp 111.294-PR, DJ 10/9/2007, e REsp 1.129.222-PR, DJe 1º/8/2011. REsp 
917.531-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/11/2011. 
Deve-se ater que a relevância da matéria diz respeito à quebra da affectio, que 
pode ter como consequência a retirada ou a exclusão do sócio. 
Sobre a matéria, o CJF tem entendimento no sentido de que, sociedade 
limitada e na sociedade anônima de capital fechado, admite-se a resolução da 
sociedade em relação a um sócio em razão da quebra da affectio societatis. 
O STJ tem inclusive entendimento no sentido de que a mera quebra da affectio 
societatis não justifica por si só a exclusão do sócio, sendo necessário o cometimento 
de uma justa grave. Vide Informativo 479 do STJ. 
EXCLUSÃO. SÓCIO. QUEBRA. AFFECTIO SOCIETATIS. 
A Turma negou provimento ao recurso especial por entender que, no pedido de 
dissolução parcial de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, a alegação 
de quebra da affectio societatis não é suficiente para a exclusão de sócios. De 
acordo com a Min. Relatora, deve ser demonstrada a justa causa, ou seja, os 
motivos que ocasionaram essa quebra, comprovando-se o inadimplemento do 
dever de colaboração social e especificando-se os atos que teriam prejudicado a 
consecução do fim social da sociedade empresária. REsp 1.129.222-PR, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 28/6/2011. 
 D. Empresarial 
Data: 02/12/2011 
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1.2. Responsabilidade dos Sócios 
A responsabilidade dos sócios pode ser de dois tipos: limitada ou ilimitada. 
Além do mais, o que define a responsabilidade do sócio é o tipo societário 
escolhido. 
 
1.2.1. Responsabilidade Ilimitada 
Sendo ilimitada a responsabilidade, o que não for suportado pela sociedade 
será suportado pelos sócios, respeitando-se o benefício de ordem. 
Dependendo do tipo societário, a responsabilidade ilimitada será fracionada ou 
solidária entre os sócios. Na sociedade simples pura, tem-se a responsabilidade 
fracionada como regra, conforme art. 1.023 do CC. Já, a sociedade em nome coletivo a 
responsabilidade é solidária, nos termos do art. 1.039 do CC; porém, como destaca o 
parágrafo único deste, pode haver estipulação de cláusula de fracionamento. Nota-se 
que a limitação de responsabilidade entre os sócios se dá de modo inverso entre estes 
tipos societários. 
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os 
sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo 
cláusula de responsabilidade solidária. 
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome 
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. 
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os 
sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a 
responsabilidade de cada um. 
 
1.2.2. Responsabilidade Limitada 
Sendo limitada a responsabilidade, os sócios respondem apenas pelo valor de 
suas quotas ou pelo valor de emissão de suas ações. 
Observação: Vale se ater que, nas sociedades por ações, o valor de relevo se 
refere ao de emissão das ações, e não ao valor de mercado.1 Importa saber que o valor 
nominal é obtido através da divisão do capital social pelo número de ações; por outrolado, o valor de emissão corresponde ao valor estipulado unilateralmente pela 
sociedade que emite as ações, o qual pode ser maior ou igual ao valor nominal. Caso o 
 
1
 A troca de expressões costuma ser usada como pegadinha em provas. 
 D. Empresarial 
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valor de emissão seja maior que o nominal, tem-se uma diferença chamada ágio, 
destinada à reserva de capital. Em sentido oposto, o valor de emissão não pode ser 
menor que o valor nominal, afinal o capital social não lograria integralização. 
Se o capital não estiver integralizado, todos os sócios respondem 
solidariamente no caso da sociedade limitada, mas na sociedade anônima não há essa 
solidariedade, sendo que cada sócio responde por sua quota parte. 
 
1.2.3. Desconsideração da Personalidade Jurídica 
Diante do mau uso da sociedade pelos seus sócios, a personalidade jurídica da 
sociedade pode ser desconsiderada. 
Ressalte-se que desconsideração não se confunde com despersonificação 
(expressão equivocada), pois o efeito aqui é relativo, na medida em que a 
personalidade é afastada apenas de modo momentâneo. 
 
1.2.3.1. Teoria Maior 
Trata-se da regra geral da desconsideração, a qual está prevista no art. 50 do 
CC. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da 
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os 
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos 
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Exigem-se três pressupostos cumulativos a fim de desconsiderar a 
personalidade com base na Teoria Maior: 
a. Ausência de bens sociais suficientes: em respeito ao benefício de 
ordem. 
b. Abuso da personalidade jurídica: se dá pelo desvio da finalidade ou 
pela confusão patrimonial. 
O primeiro se caracteriza com o desvinculação do objeto social. Exemplo: 
Associação sem fins lucrativos desenvolve atividade com fim de obter lucro. 
Na confusão patrimonial, o sócio usa a sociedade em seu benefício, não 
respeitando a dicotomia social entre ele e a sociedade. Exemplo: Paga-se salário de sua 
empregada doméstica com os rendimentos da sociedade. 
 D. Empresarial 
Data: 02/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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c. Requerimento da parte interessada ou do Ministério Público quando a 
ele couber intervir no processo: não cabe desconsideração de ofício pelo juiz. 
 
1.2.3.2. Teoria Menor 
A Teoria Menor tem aplicação exclusiva e excepcional nas relações de consumo 
(art. 28, §5º do CDC), nos dano ambiental (art. 4º da Lei 9.605/98) e nas relações de 
emprego (não existe previsão legal). 
CDC, Art. 28, § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre 
que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de 
prejuízos causados aos consumidores. 
Lei 9.605, Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade 
do meio ambiente. 
Sua nomenclatura se deve justamente ao fato de se sujeitar a menores 
exigências; a Teoria Menor exige apenas a inexistência de bens suficientes para que se 
proceda à desconsideração da personalidade jurídica da sociedade. 
Dessa forma, não se exige que qualquer parte faça requerimento, podendo o 
juiz ex officio desconsiderar a personalidade, por se tratar de norma de ordem pública. 
Aqui, tampouco se exige abuso, na medida em que o STJ entende que tal se dá 
pelo mero dano ao consumidor, ao meio ambiente ou ao empregado, 
independentemente de qualquer falha ou dolo por parte da sociedade. 
 
1º Horário 
 
1.3. Sociedades Não-Personificadas 
O Código Civil nos oferece duas sociedades sem personalidade jurídica, sendo 
elas: sociedade em comum e sociedade em conta de participação. 
 
1.3.1. Sociedade em Comum 
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, 
exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, 
subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade 
simples. 
 D. Empresarial 
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O art. 986 do CC prescreve que a sociedade em comum é aquela ainda não 
registrada, embora devesse estar. 
Daí se extrai o porquê dessa sociedade chamar-se sociedade em comum. 
Enquanto não houver o registro, não há personalidade e falta autonomia patrimonial à 
sociedade, motivo pelo qual os bens, dívidas e direitos inerentes ao negócio 
pertencem em comum aos sócios, ou seja, sob a forma de condomínio. Esse 
condomínio é referido pela lei como patrimônio especial, como bem dispõe o art. 988 
do CC. 
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os 
sócios são titulares em comum. 
 Não necessariamente a partilha dos bens e dívidas deve ocorrer de modo 
idêntico entre os sócios, afinal a proporção se dará no montante estipulado pelos 
participantes. 
Nota-se que a regulamentação dada pelo Código Civil às sociedades em comum 
é bem concisa (arts. 986 a 990), razão por que deve haver a aplicação subsidiária das 
normas das sociedades simples. 
 
1.3.1.1. Sociedade em Comum vs. Sociedade Irregular 
Não se pode afirmar que a sociedade em comum é uma sociedade irregular, o 
que se pode concluir através de uma interpretação sistemática do Código Civil. 
Nenhuma atividade empresária pode ser exercida antes do registro; se o for, 
será considerada irregular, a despeito de isso não interferir na empresariedade, já que 
quanto a isso, o registro tem efeito meramente declaratório. 
Uma vez firmado o contrato social, a sociedade deve ser levada a registro no 
prazo de 30 dias (art. 998 do CC), antes do qual não se legitima o exercício da atividade 
(art. 967 do CC). Nesse período, a sociedade não pode ser considerada irregular, 
estando a regularidade, entretanto,condicionada ao registro tempestivo. No mesmo 
período, podem ser praticados atos internos voltados para o próprio estabelecimento 
dos negócios, como, por exemplo, o aluguel de imóveis, a contratação de profissionais 
(exemplo: advogado, contador, etc.) e a compra de equipamentos. 
Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá 
requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do 
local de sua sede. 
§ 1o O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do 
contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por procurador, o da 
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respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova de autorização da 
autoridade competente. 
§ 2o Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente, será a inscrição 
tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá a número de ordem 
contínua para todas as sociedades inscritas. 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
Como se vê, a sociedade pode firmar atos preparatórios, desde que se utilize 
do termo “em organização”, o que visa conferir responsabilidade ao fato de a 
sociedade ainda não estar registrada. Em sentido oposto, a sociedade será considerada 
irregular se de fato exercer a atividade antes do registro, tendo em vista que lhe faltará 
CNPJ, inscrições estaduais ou municipais, nota fiscal e até meio de registrar seus 
empregados. 
A responsabilidade dos sócios, enquanto não há o registro, é pessoal, ilimitada 
e entre eles solidária, mas, considerando o efeito ex tunc do registro tempestivo, 
atendidas a condição, as obrigações contraídas serão consideradas da sociedade e não 
dos sócios. 
Por fim, destaca-se que, para que esse efeito ex tunc possa servir em prol da 
sociedade, é preciso que a outra parte contratante tenha ciência de que está firmando 
negócio jurídico com sociedade em fase de constituição e não com uma pessoa física. 
Do contrário, haverá a responsabilização pessoal do sócio, por força do princípio da 
confiança. 
 
1.3.1.2. Responsabilidade dos Sócios 
A responsabilidade dos sócios é ilimitada perante terceiros e solidária entre os 
sócios, nos termos do art. 990 do CC. 
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações 
sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que 
contratou pela sociedade. 
Embora a sociedade em comum não tenha patrimônio próprio, resta presente 
o benefício de ordem, que se dá em relação ao patrimônio especial. Frisa-se que os 
bens executados pertencem aos próprios sócios e não à sociedade, mas, em face de 
eventual expropriação, há bens que compõem o patrimônio especial e preferem a 
execução, por estarem afetados à sociedade.2 
 
2
 Trata-se de tema de grande incidência em provas do CESPE. 
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Porém, nem todos os sócios gozam do benefício de ordem. Não será abarcado 
por essa benesse aquele sócio que tiver diretamente contratado, podendo haver a 
execução de seus bens particulares antes dos da sociedade nesse caso. 
 
1.3.1.3. Observações 
a. O CJF já esboçou entendimento no sentido de que as normas da 
sociedade em comum abarcam as sociedades de fato e as irregulares. Assim, a 
sociedade em comum pode ser: (i) regular; (ii) irregular (contrato sem registro 
tempestivo) ; (iii) de fato (há relação societária, mas sem contrato escrito). 
b. O CJF diz que as normas da sociedade em comum aplicam-se não só no 
caso de irregularidade originária, como também havendo irregularidade 
superveniente. 
Irregularidade superveniente se dá quando a sociedade deveria ter procedido à 
averbação no registro, mas não o fez, caso em que a responsabilidade dos sócios é 
ilimitada e solidária. A alteração de qualquer dos elementos que devam constar no 
contrato social (art. 997) enseja o dever de averbação, conforme art. 999 do CC. Nesse 
caso, deve haver a comunicação ao órgão competente, que se sujeita ao prazo de 30 
dias e possui efeito ex tunc, conforme parágrafos 1º e 2º do art. 1.151 do CC. 
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria 
indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais 
podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar 
a necessidade de deliberação unânime. 
Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada, 
cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente. 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, 
que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas 
naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se 
jurídicas; 
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender 
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; 
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VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. 
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, 
contrário ao disposto no instrumento do contrato. 
Art. 1.151, § 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados 
no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos. 
§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somenteproduzirá 
efeito a partir da data de sua concessão. 
c. Não se aplicam as normas da sociedade em comum às sociedades 
anônimas, pois, enquanto estas estiverem em fase de constituição, serão regidas pela 
Lei 6.404, por força do art. 986. 
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, 
exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, 
subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade 
simples. 
Aliás, fica bem claro que o objetivo do legislador, ao inserir a sociedade em 
comum no Código Civil foi o de regulamentar uma sociedade em fase de constituição e 
não uma sociedade irregular. 
d. As empresas públicas podem adotar qualquer tipo societário, inclusive 
um tipo sui generis. Entretanto, independentemente do tipo societário, a sistemática 
aplicada a elas é a das sociedades anônimas, o que afasta os dispositivos referentes às 
sociedades em comum. 
e. Não se aplica a desconsideração da personalidade jurídica aos sócios da 
sociedade em comum, pois falta personalidade à sociedade. 
 
1.3.2. Sociedade em Conta de Participação 
A sociedade em conta de participação encontra-se disciplinada pelos arts. 991 a 
996 do CC. 
Nesse tipo societário, tomam parte dois tipos de sócios: 
a. Sócio Ostensivo: quem exerce a atividade econômica, fazendo-o 
inclusive em nome próprio. 
b. Sócio Participante ou Oculto: consiste em um investidor. 
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Tanto a categoria do sócio ostensivo como a do sócio participante pode ser 
ocupada por apenas uma ou por mais de uma pessoa, que pode ser física ou jurídica. 
Esse tipo societário é muito comum nos investimentos que envolvam apart-
hotéis. Uma sociedade (sócio ostensivo) será responsável por edificar e administrar o 
apart-hotel, sendo ela quem venderá quotas aos sócios participantes, os quais serão os 
reais detentores de cada um dos apartamentos. 
Na sociedade em conta de participação, o lucro não pertence totalmente ao 
sócio ostensivo, devendo ser repartido com os sócios participantes. O diferencial desse 
tipo societário é justamente a repartição de lucro entre os sócios sem que haja 
tributação, afinal sobre lucro não incide tributo. 
 
1.3.2.1. Responsabilidade dos Sócios 
Os sócios da sociedade em conta de participação possuem benefícios diversos, 
motivo pelo qual devem ser tratados de modo diferente, até por força da isonomia: 
a. Sócio Ostensivo: responsabilidade ilimitada, pois assume a obrigação 
em nome próprio. Como a administração cabe ao sócio ostensivo, o risco da atividade 
recai justamente sobre ele. 
Havendo mais de um sócio ostensivo, a responsabilidade será ilimitada em 
relação à obrigação social e solidária entre eles. 
b. Sócio Participante: responsabilidade limitada ao investimento realizado. 
O art. 1.162 do CC diz que a sociedade em conta de participação não pode 
adotar firma ou denominação, afinal o sócio ostensivo opera em nome próprio, o que 
afasta o uso de qualquer nome empresarial. 
Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou 
denominação. 
Nesse sentido, o sócio oculto não responde de qualquer forma perante 
terceiros na sociedade em conta de participação. 
Além disso, o sócio oculto não tem qualquer ingerência decisória ou executiva 
sobre os negócios, mas tem direito à repartição de lucros e à prestação de contas. Até 
porque, se exercer ato de ingerência na sociedade, o sócio oculto passa a ser 
considerado ostensivo. 
A sociedade em conta de participação não tem personalidade jurídica nem 
nunca vai ter, ainda que venha a ser registrada, conforme art. 992 e 993 do CC. Tal a 
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difere da sociedade em comum, na medida em que esta pode adquirir personalidade 
com o registro. 
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de 
qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. 
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual 
inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade 
jurídica à sociedade. 
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios 
sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo 
com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações 
em que intervier. 
O legislador optou pela ausência de formalidade na constituição da sociedade 
em conta de participação, admitindo-se inclusive que o contrato social seja firmado de 
modo verbal, como se infere do art. 992 do CC. 
Finalmente, observe-se que a sociedade em comum representa um tipo 
regular, em plena consonância com nosso ordenamento jurídico. 
 
1.4. Sociedades Personificadas 
1.4.1. Sociedade Simples Pura 
Esse tipo societário vem previsto nos arts. 997 a 1.038 do CC. 
A mais importante função da sociedade simples pura é servir de regência 
subsidiária aos demais tipos societários, com exceção das sociedades por ações. Isso 
porque, as sociedades anônimas estão regidas por lei especial, sendo por ela 
exauridas; e a comandita por ações é regida pelo Código Civil, com aplicação 
subsidiária da Lei 6.404. 
É por isso que, doutrinariamente, diz-se que as normas da sociedade simples 
servem como norma geral para o direito societária. 
 
1.4.1.1. Responsabilidade dos Sócios 
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os 
sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo 
cláusula de responsabilidade solidária. 
A responsabilidade dos sócios da sociedade simples é ilimitada e fracionada. 
Assim, os sócios respondem pelos débitos da sociedade, mas tal será limitada à 
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Data: 02/12/2011 
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participação do sócio na sociedade. A ressalva a este fracionamento se dá quanto à 
opção pela cláusula de responsabilidade solidária. 
Exemplo: “A”, “B”e “C” são sócios nos percentuais de 10%, 40% e 50%, 
respectivamente. Diante de dívida de 9 milhões, o valor deve ser integralmente 
saldado pelos sócios, mas cada sócio responderá por seu percentual de participação. 
“A” responderá apenas por 10% desse montante, que corresponde a 900 mil, 
enquanto “B” responderá por 40% e “C” por 50%. 
Ressalte-se que, aqui, também se mostra presente o benefício de ordem, 
conforme art. 1.024 do CC e 596 do CPC. 
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas 
da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. 
CPC, Art. 596. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da 
sociedade senão nos casos previstos em lei; o sócio, demandado pelo pagamento 
da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens da sociedade. 
§ 1o Cumpre ao sócio, que alegar o benefício deste artigo, nomear bens da 
sociedade, sitos na mesma comarca, livres e desembargados, quantos bastem 
para pagar o débito. 
§ 2o Aplica-se aos casos deste artigo o disposto no parágrafo único do artigo 
anterior. 
Deve ficar bem claro que, diante da insolvência de um dos sócios, o credor não 
pode executar um sócio por dívida do outro, afinal a responsabilidade é fracionada. 
No exemplo acima, “A” só pode ser executado por 900 mil, não podendo ser 
responsabilizado por valores devidos por “B” ou “C”, ainda que a dívida da sociedade 
seja no valor de 9 milhões. 
 
1.4.1.2. Integralização do Capital 
A sociedade simples pura tem o seu capital divido em quotas, mas os sócios 
podem participar com bens ou serviços. 
No caso de integralização de capital com bens, o sócio integralizante responde 
pelos vícios da coisa, conforme art. 1.005 do CC. 
Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, 
responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito. 
Por outro lado, no caso de integralização do crédito, o sócio integralizante 
responde pela solvência do crédito, conforme art. 1.005, parte final. 
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Já, no caso de integralização por serviços, exige-se dedicação exclusiva. Do 
contrário, o sócio pode perder o direito de receber os lucros ou até mesmo ser 
excluído da sociedade, como dispõe o art. 1.006 do CC. 
Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo 
convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob 
pena de ser privado de seus lucros e dela excluído. 
O art. 1.007 do CC determina como o sócio participa dos lucros e das perdas, 
que se dará na proporção de suas quotas. Porém, o sócio que contribui com serviços 
não possui percentual algum, afinal não ingressou com qualquer quantitativo em 
dinheiro, motivo pelo qual deve participar na média dos demais sócios. 
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das 
perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição 
consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor 
das quotas. 
Exemplo: Tendo-se quatro sócios, o sócio que participou com serviço terá 
direito a 25% dos lucros da sociedade; 75% do lucro será repartido entre os três sócios 
na proporção de suas quotas, que poderá ser de 10%, 40% ou 50%, como no exemplo 
acima. 
Exemplo: Tendo-se dois sócios, o sócio de serviço receberá 50% e outro com 
50%.

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