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DESAFIO PROFISSIONAL DIVERSIDADE CULTURAL

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UNIVERSIDADE ANHANGUERRA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO LETRAS PEDAGOGIA 
CASSIA ALESSANDRA GARCIA JANUÁRIO – RA: 2753593020
 Tutora à distância: Silvana Batista
DESAFIO PROFISSIONAL
ESPAÇO ESCOLAR E A IMPORTÂNCIA DA DIVERSIDADE CULTURAL
UNIVERSIDADE ANHANGUERRA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
PEDAGOGIA 7ª SÉRIE
 
CASSIA ALESSANDRA GARCIA JANUÁRIO – RA: 2753593020
 Tutora à distância: Silvana Batista
DESAFIO PROFISSIONAL
(TÍTULO)
Desafio Profissional apresentado como requisito parcial para obtenção de notas das disciplinas: Educação e Diversidade, Estrutura e Organização da Educação Brasileira, Leitura e Produção de Texto e Tecnologias Aplicadas a Educação, curso de Pedagogia, modalidade Semipresencial da Universidade Anhanguera-Uniderp.
POLO/CIDADE
2017
SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................................................4
2. Reflexão e descrição sobre os desafios enfrentados na atualidade referentes à Diversidade Étnica-Racial.................................................................................................5
 
3. Proposta de intervenção para possibilitar a importância e o respeito da diversidade........................................................................................................................9
4. Conclusão....................................................................................................................12
5. Referências.....................................................................................................................13
ANEXO I 
6. E-mail escrito para ser enviado à Secretaria de Educação do
Município.........................................................................................................................14
INTRODUÇÃO
Há ainda imensos desafios a vencer no que diz respeito e a valorização da diversidade cultural existentes nas escolas. Sabe-se que as discriminações étnicas raciais são produzidas e reproduzidas em todos os espaços da vida social, a escola infelizmente é um deles.
Durante as aulas o professor tem grande dificuldade para trabalhar com tanta diversidade e fazer com que seja aceita entre os alunos, portanto faz-se necessário a equipe escolar construir conceitos de solidariedade, amizade, respeito e que entendam a educação como diversificada e inclusiva.
Precisamos entender que a diversidade cultural existente na sala de aula, pode ser vista de forma que leve a tratamentos diferenciados nem a reprodução das desigualdades e a exclusão social, porém tenha uma perspectiva crítica que supere as atitudes meramente condenatórias e resgate o espaço escolar para viabilizar práticas pedagógicas que elevem e destaquem a diversidade cultural.
REFLEXÃO E DESCRIÇÃO SOBRE OS DESAFIOS ENFRENTADOS NA ATUALIDADE REFERENTES À DIVERSIDADE ÉTNICA-RACIAL
A diversidade humana esta posta desde os primórdios da humanidade, mas, a partir do final do século XX é que a sociedade se da conta desta especificidade, declarando que os seres humanos não são iguais. Neste contexto, pode-se afirmar que a comunidade escolar é composta por alunos de diferentes grupos sociais, políticos, econômicos, étnicos, religiosos, etc. As escolas vêm apresentando grande dificuldade para atender esta diversidade humana, uma vez que ainda conserva concepções e práticas pautadas em tendências pedagógicas que acreditam no processo de aprendizagem homogeneizado, desconsiderando a diversidade, ou seja, as diferenças.
Como o Brasil é um país no qual há um altíssimo grau de miscigenação é comum às pessoas pensarem que o racismo é algo ultrapassado ou superado. Que aqui no Brasil somos todos iguais e que todos têm as mesmas oportunidades de acesso às instituições de promoção da cidadania, como é o caso da escola.
De acordo com o censo de 2012, o número de negros ou pardos e brancos é praticamente igual, no entanto as crianças e adolescentes negros são os que ainda mais apresentam problemas na relação com a escola no que tange à evasão, reprovação ou retenção itens associados ao fracasso escolar.
Durante a vida escolar, é maior número de crianças e jovens que vão se perdendo pelo caminho abandonam a vida escolar e mesmo com o número de cotas oferecido pelo governo não entram no ensino universitário.
Muitos tentam justificar essas questões das características biológicas, argumentando que todos (negros e brancos) tiveram à escola, mas os primeiros não aproveitaram, não se esforçaram ou que são preguiçosos. Tais argumentos são equivocados.
Existe uma relação entre a cor da pele e o nível sócio econômico, os negros ocupam as camadas mais baixas na pirâmide social e a explicação para isso não é falta de capacidade dos agentes, mas as poucas oportunidades e o racismo, que não está em um ou em outro indivíduo, mas na sociedade como um todo. 
Infelizmente o racismo faz parte da mentalidade da nação, está nas piadinhas, na naturalização das desigualdades nos números de adoções realizadas de crianças brancas e negras, essas últimas são as que sofrem mais rejeição, na resistência de vários professores em trabalhar os temas relativos à cultura africana, etc..
Neste contexto a questão da relação entre diversidade cultural e pratica docente constitui aspecto relevante na construção de uma escola democrática, porém sabemos que a existência da diversidade provoca conflitos, tensões e resistências às mudanças de paradigmas.
O ensino torna-se mais significativo à medida que permite ao estudante dialogar com a sua realidade, compreendê-la e questioná-la de forma mais sistemática.
Por isso, para que os alunos reconheçam suas origens, os conhecimentos prévios e as explicações que os estudantes já trazem sobre o mundo em que vive são indispensáveis para o trabalho do professor.
No campo da educação esses elementos do conhecimento prévio dos alunos recebem o denominações diversas de professores, pedagogos e pesquisadores que não determinam uma definição muito clara do que se afirmar tais como: “ ideologia”, “ imagem”, “senso comum”, “estereótipo” , “opinião”, “conhecimento espontâneo”. Para alguns pesquisadores, sobre tudo no campo da História, esses elementos são chamados de representações sociais. O termo foi adaptado da Psicologia Social, principalmente a partir dos estudos de Serge Moscovice na década de 1960 (Bittencourt, 2004).
As representações sociais podem ser definidas como um corpo organizado de atividades psíquicas por meio das quais os homens tornam inteligível a realidade física, social e cultural na qual se inserem. Em outras palavras, podemos dizer que são as formas como os homens compreendem e explicam o mundo que os cerca.
Por ser uma modalidade de conhecimento no conhecimento educacional, as representações sociais são fundamentais, pois indicam os conhecimentos adquiridos pelos estudantes fora do contexto escolar. São conhecimentos advindos da experiência de vida, via meios de comunicação, grupos de convivência, entre outros, e que se tornam meios pelos quais os estudantes concebem a realidade.
Em outras palavras, as representações sociais são as formas pelas quais os indivíduos concebem e compreendem a realidade em que vive. 
Ao falar, ao se comunicar com os outros, não pode deixar utilizar essas representações sociais como referências.
 	Além disso, ao refletirem sobre outras formas de conceber a realidade em que vivem, os indivíduos utilizam os conhecimentos que já possuem como referência. Neste sentido, as aulas expositivas, os textos, os filmes, os debates e as atividades desenvolvidas nas aulas de Histórias serão mais promissores à medida que oferecempossibilidades de diálogos com a representação social dos estudantes. Portanto, para auxiliar nesse desafio de trabalhar com tanta diversidade cultural existente, faz-se necessário desenvolver essas junto aos professores atividades com estratégias diferentes, pois na escola os alunos tem oportunidade de demonstrar as suas habilidades, sua cultura e desenvolver suas potencialidades.
Trabalhar esse conceito na instituição escolar tem um papel fundamental no combate ao preconceito e a discriminação, porque participa na elaboração de atitudes e valores essenciais à formação da cidadania de nossos educandos.
O Brasil é um país com grande diversidade étnica, sua população é composta por três principais grupos: indígena, branco e o negro. Os indígenas constituem a população nativa do país, os portugueses foram os povos colonizadores na nação e os negros africanos foram trazidos para o trabalho escravo.
Esse contexto proporcionou a miscigenação dos habitantes do Brasil, caracterizado com o mulato (branco + negro) ; cafuzo (índio + negro). Com o prosseguimento da miscigenação, originaram-se os inúmeros tipos que hoje compõe nossa população.
A composição étnica dos brasileiros é um conteúdo muito importante, passível de uma atenção especial por parte do educador ao aplicá-lo e, sala de aula.
O professor deve mostrar aos alunos a diversidade étnica da população nacional e como esse fator contribui para a nossa identidade cultural. Após uma abordagem história da formação da população brasileira, o professor poderá construir um painel composto por diferentes grupos étnicos e por fim realizar um debate em sala de aula entre os alunos destacando a heterogeneidade e assim as diferenças.
Para refletir sobre a diversidade cultural, a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº9394/96), trouxe para análise questões relativa à diversidade cultural e a pluralidade étnica encontrada no cotidiano escolar, com isso, surgiram os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), elaborado pelo Ministério da Educação e do Desporto, que traz como um dos temas transversais a pluralidade cultural.
Segundo as diretrizes dos PCNs a escola deveria trabalhar com ênfase a diversidade cultural, para conhecer a cultura dos diversos grupos que a compõe posicionando-se contra qualquer tipo de discriminação, já que a escola é considerada com espaço sociocultural é institucional pela transmissão do conhecimento e pela cultura.
Mais tarde a “Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003, que altera a LDB para incluir no currículo da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro - brasileira” sofreu uma alteração com a promulgação da Lei 11.645/2008 que inclui a história e a cultura indígena.
Essa alteração tem sido motivo de críticas, pois se acredita que a temática indígena já estaria contemplada em outros documentos.
Neste contexto fica explícito que a LDB e as Diretrizes Curriculares não conseguem fazer com que se promova a igualdade étnica racial na sociedade brasileira e na escola, mas já é um grande passo para reconhecer a importância da diversidade cultural nas escolas.
As melhores ferramentas para prevenir o insucesso escolar e os melhores indicadores de boas práticas de ensino são respeito e a valorização social.
Uma escola sem a diversidade seria uma instituição asséptica, artificial, desprovida da identidade que se dá pelo reconhecimento da diferença a marca registrada de cada uma das pessoas que a compõe. O papel da escola consiste na formação dos professores, em conciliar as ações no acompanhamento e avaliação do processo, assim como na comunidade e aconselhamento para a família e alunos em seu caminho e trajetória escolar.
Para elaborar a temática diversidade e garantir uma discussão e reflexão sem preconceito sobre o tema, o professor deve ter em conta, tanto em sua programação na sala de aula como no desenvolvimento de uma estratégia que atenda a diversidade, questões fundamentais que sejam adequadamente identificadas e se é possível, que faça o acompanhamento. Em poucas palavras: uma boa dose de didática como exemplo: rotina de aulas, estrutura de ordem na atividade (ritmo da classe), padrões de comportamento, programação por competências e avaliação.
 
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA POSSIBILITAR A IMPORTÃNCIA E O RESPEITO DA DIVERSIDADE
Público alvo: Educação Infantil e Educação Fundamental
Objetivos:
Promover a implementação das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnicos Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e africana;
Possibilitar uma releitura dos povos e seus descendentes bem como sua participação enquanto trabalhadores e construtores de riquezas não só material, mas também cultural base da própria identidade brasileira;
Mobilizar o coletivo nas escolas e comunidade em geral para ações educativas que favoreçam o reconhecimento, a valorização e o respeito a diversidade;
Ações a serem desenvolvidas:
- Inclusão do Tema História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e a Educação das Relações Étnicas – Raciais em documentos normativos e de planejamento nos estabelecimentos de ensino do Município;
- Apoio sistemático aos professores para elaboração de planos, oficinas, seleção de conteúdos e métodos de ensino, cujo foco seja História e cultura Afro – Brasileira e Africana e a Educação das Relações Étnicas Raciais;
- Organização de turma que serão divididas por temas específicos relacionados ao tema proposto para serem desenvolvido ao ano do longo letivo, as quais serão apresentadas uma amostra cultural na casa da cultura no mês de novembro, data culminante em comemoração a Consciência Negra.
- Promoção momentos de troca de experiência entre professores e demais envolvidos nas equipes multidisciplinares para a efetivação de projetos de trabalhos com atividades e procedimentos de inserção social;
- Mostra cultural dos trabalhos disciplinares desenvolvidos durante o ano letivo Semana da Consciência Negra;
Metodologia a ser utilizada:
Este plano de ação pedagógico busca agregar todas as áreas de conhecimento para a construção de proposta para a disseminação e reflexão da cultura Afro Brasileira através da elaboração de planos, oficinas, seleção de conteúdos e métodos de ensino, cujo foco seja História e Cultura Afro Brasileira e Africana. Durante o desenvolvimento deste trabalho com análise de diversos autores que escrevem sobre a dança e a cultura afro brasileira este projeto será desenvolvido através de aula expositiva e dialogada, encaminhamento de pesquisas, produções de textos, entrevistas com funcionários da escola e da comunidade em geral sobre o tema em questão, exposição das atividades para os demais alunos e professores da escola e da comunidade em local e data definida, acróstico com a palavra CULTURA AFRO BRASILEIRA, sendo que será enfatizada comidas típicas, confecção de um livro ilustrando a cultura negra. O professor passará o conhecimento de forma clara objetiva e de fácil linguagem, para que todos os alunos compreendam fatos comuns da vida africana e se relacionem com a nossa cultura. Na pratica será ofertada oficina de danças desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimento, descobrindo novos espaços novas formas , construção de coreografias e apresentação à comunidade .
CONCLUSÃO
Precisamos entender que a diversidade cultural existente na sala de aula, pode ser vista de forma que não leve a tratamentos diferenciados nem a reprodução das desigualdades e a exclusão social, porém tenha uma perspectiva crítica, que sugere as atitudes meramente condenatórias e resgate o espaço escolar para viabilizar práticas pedagógicas que elevem e destaquem a diversidade cultural.
Ao analisarmos as escolas através de situações vivenciadas percebem-se discriminações e preconceitos e que muitos professores encontram-se cada vez mais resistentes em trabalhar a diversidade e que muitos professores não possuem conhecimento ou até mesmo preparo paraexpor o assunto sobre preconceito e discriminação em sala de aula e assim consequentemente perdem a oportunidade de esclarecimento e formação ao educando.
Não bastarão Leis, se não houver a transformação de mentalidade e práticas, precisamos de ações que promovam a discussão desses temas que motivem a reflexão individual, coletiva e contribuam para a superação e eliminação de qualquer preconceito.
Para finalizar concluo que este desafio profissional teve a intenção de colaborar na construção de uma ação que pode ser aplicada e vivenciada por professores, acerca de experiência adquirida, que sirva também para pensar em atitudes concretas no processo educacional em relação à diversidade cultural da sociedade em que vivemos.
REFERÊNCIAS
Bittencourt, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
Brasil. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicas- Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros dos temas transversais nacionais, apresentação dos temas transversais e ética. V08, Brasília. DF: MEC/SEE, 1997.
Gonçalves e Silva, Petronilha Beatriz. Prática do racismo e formação de professores. In: Dayrell, Juarez. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1996.
Silva, Ana Célia da.Desconstruindo a discriminação do negro no livro didático. Salvado Edufba 2001.
Cadiou, François. Como se faz história: historiografia, método e pesquisa. Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
ANEXO I – EMAIL ESCRITO PARA A SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO
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