Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdade de Tecnologia Senac Rio Rua Santa Luzia n⁰ 735 / 4⁰,5⁰,6⁰, 7⁰ andares – centro - RJ Graduação: Tecnologia em Gestão Ambiental - 2⁰ período - Noite Carga horária: 40 horas Docente : Gláucio Alves Unidade Curricular: Gerenciamento da água e esgoto sanitário. Pensamento Sustentável : “Com este pensamento, que é à base da sustentabilidade, de consumir os bens naturais de maneira coerente, para que eles possam ser renovados naturalmente. É necessário que um esforço em conjunto de toda a sociedade em parceria com os governos locais, instituições financeiras e entidades sem fins lucrativos, para que todos os envolvidos possam firmar um compromisso ecologicamente correto”. A importância da água, hoje no mundo: A água, tal como o Sol, é essencial para a vida na terra. As plantas verdes captam a energia radiante solar e u�lizam-na no processo da fotossíntese que transforma, por meio de reações químicas, a água, o óxido de carbono e sais minerais em compostos orgânicos, que são indispensáveis aos seres vivos, como fonte de energia e para cons�tuição e renovação das células. Fotossintese : A fotossíntese libera oxigênio livre para a atmosfera que permite a respiração. Assim, só depois do aparecimento na Terra da fotossíntese, puderam se desenvolver animais. Estes animais não têm, como as plantas verdes, capacidade para fabricar compostos orgânicos a par�r de um ambiente inorgânico e por isso nutre-se de plantas e outros animais, formando assim a cadeia alimentar. Ciclo da Água: A imagem informa o ciclo da água em nosso planeta Dados indicativos da quantidade de Água em nosso planeta: ▪ Água salgada = 97.5% ▪ Água doce = 2.5% ▪ Rios e lagos = 0.006% ▪ Águas subterrâneas = 0.514% ▪ Geleiras = 1.979% (água salgada) ▪ Atmosfera = 0.001% 2 Água e doenças : A água pode cons�tuir veículo de disseminação de doenças entre os seres vivos quando está contaminada por microrganismos patogênicos ( Refere-se a organismos que provocam doenças ) ou poluída por agentes químicos ou radioa�vos. Pode também ser criadouro para larvas de mosquitos transmissores de doenças contagiosas. A água contaminada é uma forma de poluição. Agentes patogênicos presentes na água podem penetrar no organismo humano, tanto via oral como através da pele (via cutânea), causando diversas molés�as. Moléstias - via oral : disenteria bacilar, disenteria amebiana, hepa�te etc. Moléstias – via cutânea : esquistossomose, leptospirose. Doenças causadas por agentes químicos: Chumbo, que tem efeito cumula�vo, causando saturnismo e envenenamento, flúor que em grande quan�dade pode atacar os esmalte dos dentes, causando fluorose, arsênico que provoca envenenamento Monitoramento das Águas : O monitoramento das águas é o conjunto de prá�cas que visam o acompanhamento de determinadas caracterís�cas de um sistema, sempre associado a um obje�vo. “No monitoramento da qualidade das águas naturais, são acompanhadas as alterações nas características físicas, químicas e biológicas da água, decorrentes de atividades antrópicas (que resulta em ação humana) e de fenômenos naturais.” As prá�cas relacionadas ao monitoramento de qualidade de água incluem a coleta de dados e de amostras de água em locais específicos feitas em intervalos regulares de tempo, de modo a gerar informações que possam ser u�lizadas para a definição das condições presentes de qualidade da água. 3 É fundamental que associado a este monitoramento seja feita a determinação da vazão, de forma a determinar a carga de poluentes afluente. O monitoramento visa, ao final, permi�r uma avaliação adequada da qualidade da água. Para tanto, podem ser u�lizadas diversas configurações, em termos de localização dos pontos de monitoramento, de periodicidade e de �po de parâmetros monitorados, sempre em função dos obje�vos visados: Monitoramento básico: Realizado em pontos estratégicos para acompanhamento da evolução da qualidade das águas, iden�ficação de tendências e apoio a elaboração de diagnós�cos. Além disso, os resultados ob�dos no monitoramento permitem a iden�ficação de locais onde é necessário um maior detalhamento. A frequência deste �po de monitoramento acompanha os ciclos hidrológicos, ou seja, geralmente varia de uma frequência mínima trimestral até uma frequência mensal . Inventários: Esta modalidade compreende observações associadas à avaliação intensiva de um espectro mais ou menos amplo de parâmetros com o obje�vo de estabelecer um diagnós�co da qualidade das águas de um trecho específico de curso d’água. Esta avaliação pode estar associada ao acompanhamento de ações limitadas no tempo ( implantação de empreendimentos hidrelétrico ). No inventário a frequência de amostragem é alta, variando de diária até mensal, por um período de tempo determinado. Vigilância : Nesta modalidade incluem-se as observações efetuadas em locais onde a qualidade das águas é de fundamental importância para um determinado uso (especialmente para consumo humano) ou em locais crí�cos em termos de poluição associada ao uso da água. Neste caso é necessário um monitoramento pra�camente em tempo real, o que 4 pressupõe a u�lização de aparelhos automá�cos de medição, o que limita os �pos de parâmetros monitorados. Entretanto, um bom acompanhamento dos parâmetros pH, oxigênio dissolvido e condu�vidade elétrica, já permitem iden�ficar alterações associadas a ações antrópica s, configurando um alerta para a tomada de providências. De Conformidade : Nesta modalidade incluem-se as observações feitas pelos usuários dos recursos hídricos (auto-monitoramento) em atendimento a requisitos legais presentes nos marcos regulatórios ( Portaria no 518 do Ministério da Saúde, Resolução no 357 do CONAMA ), nas condicionantes das licenças ambientais e nos termos de outorga. Tanto a periodicidade quanto os parâmetros monitorados são determinados pelos órgãos competentes. Rede de monitoramento de qualidade de água: Uma rede de monitoramento de qualidade de água é cons�tuída pelos seguintes elementos: ▪ Pontos de coleta, denominados estações de monitoramento, definidos em função dos obje�vos da rede. ▪ Conjunto de instrumentos u�lizados na determinação de parâmetros em campo e em laboratório. ▪ Conjunto de equipamentos u�lizados na coleta: baldes; amostradores em profundidade (garrafa de Van Dorn); corda; frascos, caixa térmica, veículos; barcos; e motores de popa. ▪ Protocolos para a determinação de parâmetros em campo; para a coleta e preservação das amostras, para análise laboratorial dos parâmetros de qualidade; e para iden�ficação das amostras. ▪ Estrutura logís�ca de envio das amostras: locais para o envio das amostras; disponibilidade de transporte; logís�ca de recebimento e encaminhamento das amostras para laboratório. 5 Para que serve uma rede de monitoramento de qualidade de água?: A crescente urbanização e a concentração demográfica nos grandes centros populacionais têm contribuído de forma crescentepara deterioração da qualidade das águas. Paralelamente à redução da qualidade, as demandas urbanas por água crescem proporcionalmente à população, impondo a necessidade de se buscar água cada vez mais longe, algumas vezes em outras bacias. Tendo em vista a necessidade de estabelecer um equilíbrio sustentável entre o necessário desenvolvimento econômico e demográfico e a disponibilidade hídrica em quan�dade e qualidade, que contemple os diversos usos da água, é fundamental o estabelecimento de um programa de monitoramento hídrico, que forneça subsídios para a avaliação das condições dos mananciais e para a tomada de decisões associada ao gerenciamento dos recursos hídricos. Como se planeja uma rede de monitoramento de qualidade de água? : O planejamento de uma rede de monitoramento de qualidade de água inicia-se pela definição dos obje�vos do monitoramento. A par�r da definição dos obje�vos define-se a configuração da rede em termos do número e da localização das estações; da frequência de monitoramento; e dos parâmetros a serem monitorados. Estas definições são condicionadas à disponibilidade de recursos para o monitoramento. A par�r do desenho da rede, determinam-se os roteiros de operação considerando-se a compa�bilidade dos tempos de deslocamento e de coleta com os prazos para o envio e processamento das amostras. Definidos os roteiros, são iden�ficados os aparatos necessários para a coleta e preservação das amostras, bem como para determinação de parâmetros em campo. PNQA (programa nacional da qualidade da água): O Portal da Qualidade das Águas é um espaço virtual criado no âmbito do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas – PNQA , des�nado à 6 divulgação de informações e intercâmbio de conhecimentos sobre a situação da qualidade das águas no país. O Portal da Qualidade das Águas foi elaborado para permi�r um amplo acesso à informação por parte da sociedade civil e uma maior interação entre os órgãos públicos direta ou indiretamente envolvidos com o monitoramento e avaliação da qualidade das águas no país. Os dados e informações disponibilizados neste Portal são provenientes do monitoramento de qualidade de água realizado pela Agencia Nacional de Águas - ANA e por órgãos estaduais de meio ambiente e recursos hídricos que possuem redes de qualidade de água e aderiram ao PNQA . IQA (índice da qualidade da água): O Índice de Qualidade das Águas foi criado em 1970, nos Estados Unidos, pela National Sanitation Foundation . A par�r de 1975 começou a ser u�lizado pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Nas décadas seguintes, outros Estados brasileiros adotaram o IQA, que hoje é o principal índice de qualidade da água u�lizado no país. IQA : Foi desenvolvido para avaliar a qualidade da água bruta visando seu uso para o abastecimento público, após tratamento. Os parâmetros u�lizados no cálculo do IQA são em sua maioria indicadores de contaminação causada pelo lançamento de esgotos domés�cos. A avaliação da qualidade da água ob�da pelo IQA apresenta limitações, já que este índice não analisa vários parâmetros importantes para o abastecimento público, tais como substâncias tóxicas; ex: metais pesados, pesticidas, compostos orgânicos, protozoários patogênicos e substâncias que interferem nas propriedades organolépticas da água. O IQA é composto por nove parâmetros (ver descrição do parâmetros do IQA), com seus respec�vos pesos (w), que foram fixados em função da sua importância para a conformação global da qualidade da água. 7 Oxigênio Dissolvido : O oxigênio dissolvido é vital para a preservação da vida aquá�ca, já que vários organismos, precisam de oxigênio para respirar. As águas poluídas por esgotos apresentam baixa concentração de oxigênio dissolvido pois o mesmo é consumido no processo de decomposição da matéria orgânica. Por outro lado as águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido mais elevadas, geralmente superiores a 5mg/L , exceto se houverem condições naturais que causem baixos valores deste parâmetro. As águas eutrofizadas (ricas em nutrientes) podem apresentar concentrações de oxigênio superiores a 10 mg/L, situação conhecida como supersaturação . Isto ocorre principalmente em lagos e represas em que o excessivo crescimento das algas faz com que durante o dia, devido a fotossíntese, os valores de oxigênio fiquem mais elevados. Coliformes termotolerantes : As bactérias coliformes termotolerantes ocorrem no trato intes�nal de animais de sangue quente e são indicadoras de poluição por esgotos domés�cos. Elas não são patogênicas (não causam doenças) mas sua presença em grandes números indicam a possibilidade da 8 existência de microorganismos patogênicos que são responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica ( desinteria bacilar, febre tifóide, cólera ). Potencial Hidrogeniônico (pH) : O pH afeta o metabolismo de várias espécies aquá�cas. A Resolução CONAMA 357/2005 , estabelece que para a proteção da vida aquá�ca o pH deve estar entre 6 e 9. Alterações nos valores de pH também podem aumentar o efeito de substâncias químicas que são tóxicas para os organismos aquá�cos, tais como os metais pesados. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5,20) : A Demanda Bioquímica de Oxigênio representa a quan�dade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica presente na água através da decomposição microbiana aeróbia. A DBO 5,20 é a quan�dade de oxigênio consumido durante 5 dias em uma temperatura de 20°C. Valores altos de DBO5,20 , num corpo d'água são provocados geralmente causados pelo lançamento de cargas orgânicas, principalmente esgotos domés�cos. A ocorrência de altos valores deste parâmetro causa uma diminuição dos valores de oxigênio dissolvido na água. T emperatura da água : A temperatura influência vários parâmetros �sico-químicos da água, tais como a tensão superficial e a viscosidade. Os organismos aquá�cos são afetados por temperaturas fora de seus limites de tolerância térmica, o que causa impactos sobre seu crescimento e reprodução. Todos os corpos d’água apresentam variações de temperatura ao longo do dia e das estações do ano. No entanto, o lançamento de efluentes com altas temperaturas pode causar impacto significa�vo nos corpos d’água. Nitrogênio Total : Nos corpos d’água o nitrogênio pode ocorrer nas formas de nitrogênio orgânico, amoniacal. Além dos metais, pode se detectar nitrogênio amoniacal nos cursos d águas ( que indica presença de 9 matéria orgânica e mata os peixes por asfixia ) e coliformes totais e termotolerantes (também indicam contaminação por matéria orgânica). Folha de São Paulo, 28/05/2012 Pelo fato dos compostos de nitrogênio serem nutrientes nos processos biológicos, seu lançamento em grandes quan�dades nos corpos d’água, junto com outros nutrientes tais como o fósforo, causa um crescimento excessivo das algas, processo conhecido como eutrofização, o que podeprejudicar o abastecimento público, e a preservação da vida aquá�ca. As fontes de nitrogênio para os corpos d’água são variadas, sendo uma das principais o lançamento de esgotos sanitários e efluentes industriais. Em áreas agrícolas, o escoamento da água das chuvas em solos que receberam fer�lizantes também é uma fonte de nitrogênio, assim como a drenagem de águas pluviais em áreas urbanas. Fósforo Total : Do mesmo modo que o nitrogênio, o fósforo é um importante nutriente para os processos biológicos e seu excesso pode causar a eutrofização Procedimento capaz de fazer com que um corpo de água alcance elevados níveis de nutrientes (fosfatos e nitratos), ocasionando a acumulação de matéria orgânica em estado de decomposição Entre as fontes de fósforo destacam-se os esgotos domés�cos, pela presença dos detergentes superfosfatados e da própria matéria fecal. A drenagem pluvial de áreas agrícolas e urbanas também é uma fonte significa�va de fósforo para os corpos d’água. Entre os efluentes industriais destacam-se os das indústrias de fer�lizantes, alimen�cias, la�cínios, frigoríficos e abatedouros. Turbidez : A turbidez indica o grau de atenuação ( perda gradual de intensidade de qualquer tipo de fluxo de luz, através de um meio ), que um feixe de luz sofre ao atravessar a água. Esta atenuação ocorre pela absorção e espalhamento da luz causada pelos sólidos em suspensão ( silte, areia, argila, algas, detritos, etc ). 10 A principal fonte de turbidez é a erosão dos solos, quando na época das chuvas as água pluviais trazem uma quan�dade significa�va de material sólido para os corpos d’água. A�vidades de mineração, lançamento de esgotos e de efluentes industriais, também são fontes importantes que causam uma elevação da turbidez das águas. O aumento da turbidez faz com que uma quan�dade maior de produtos químicos, sejam u�lizados nas estações de tratamento de águas, aumentando os custos de tratamento. Além disso, a alta turbidez também afeta a preservação dos organismos aquá�cos, o uso industrial e as a�vidades de recreação. Resíduo Total : O resíduo total é a matéria que permanece após a evaporação, secagem ou calcinação da amostra de água durante um determinado tempo e temperatura. Quando os resíduos sólidos se depositam nos leitos dos corpos d’água podem causar seu assoreamento, que gera problemas para a navegação e pode aumentar o risco de enchentes. Além disso podem causar danos à vida aquá�ca pois ao se depositarem no leito eles destroem os organismos que vivem nos sedimentos e servem de alimento para outros organismos, além de danificar os locais de desova de peixes. Padrões de Balneabilidade das praias: A análise de balneabilidade avalia a qualidade dos corpos d’água para a recreação de contato primário, sendo u�lizada tanto em praias litorâneas quanto em águas interiores. A legislação que estabelece os critérios e limites para análise de balneabilidade é a Resolução CONAMA nº 274 , de 29 de novembro de 2000 . A par�r dos resultados ob�dos nos monitoramentos (semanal e mensal), a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) desenvolveu um índice de Balneabilidade, que representa uma síntese da qualidade das águas monitoradas ao longo do ano. Nos locais em que é realizado monitoramento 11 semanal o Índice de Balneabilidade é calculado a par�r das classificações ob�das ao longo das 52 semanas do ano . Ensaios : http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/praias Os ensaios verificaram a conformidade das amostras de água de praia em relação à Resolução do CONAMA n° 20 , do Ministério do Meio Ambiente Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Os ensaios foram realizados pelas Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, em parceria com os IPEM s – Ins�tuto de Pesos e Medidas – de cada estado. A tabela a seguir mostra os órgãos, de cada estado, que realizaram os ensaios. 12 Metodologia aplicada e ensaios realizados: De acordo com a Resolução CONAMA n° 20, foram coletadas, durante cinco semanas, amostras de água das praias selecionadas. As coletas foram realizadas, em quase todos os estados, preferencialmente aos domingo. Após cada coleta, as amostras foram imediatamente encaminhadas para laboratório, dando início aos ensaios antes que sofressem qualquer �po de alteração. Foram realizados dois �pos de ensaios, o de Coliforme Fecal e o de pH . O ensaio de coliforme fecal verifica a presença e o número de bactérias de origem fecal na amostra de água da praia. Esta bactéria pode ser veículo de transmissão de doenças como a hepa�te ou agente causador de problemas gastro intes�nais. Além disso, a presença de coliformes fecais na água de praia, indica que esta pode ter sido contaminada com água de esgoto, que pode trazer outras doenças, caso o usuário da praia venha a ingerir a água. O maior risco, neste caso, é da população infan�l. 13 O ensaio de pH , é um indicador do nível de acidez da água. Caso a água da praia esteja com o pH fora da faixa determinada pela Resolução, o usuário corre o risco de sofrer algum �po de irritação da pele ou olhos. Para o ensaio de coliforme fecal, a Resolução CONAMA , determina que pelo menos 80% das amostras analisadas apresentem uma contagem de bactérias inferior a 1000/100 ml de amostra, para que a balneabilidade da praia seja considerada sa�sfatória. Nas análises realizadas, foram coletadas cinco amostras de água de cada praia. Segundo a Resolução, pelo menos 4 (quatro) amostras, não poderão apresentar contagem de bactérias do grupo coliforme fecal, acima de 1000/100 ml, para que a balneabilidade seja considerada sa�sfatória. Para o ensaio de pH é estabelecido uma faixa de variação, que vai de 5 a 8,5, dentro da qual o pH pode variar, sem risco para a balneabilidade da praia. Análise pontual : No estado do Rio de Janeiro foram selecionados três praias para análise: praia do Leme, praia de Copacabana, praia da Barra da Tijuca (dois trechos). “Os trechos analisados foram considerados, de acordo com a Resolução do CONAMA , próprios para o banho. Cabe destacar, entretanto, que o trecho 14 analisado na praia do Leme e o da Barra, em frente a Barraca do Pepê, apresentaram, em um dos dias de análise, níveis de coliformes fecais bastante elevados.” Captação e tratamento de água para uso domestico: Estação de coleta, tratamento e distribuição de água: A água, antes de chegar aos reservatórios de nossas casas, é captada na super�cie (em barragens, rios e lagos) e passa por uma série de etapas que irão purificá-la, para que possa ser consumida. As águas re�radas da super�cie são tratadas nas chamadas ETAs (Estações de Tratamento de Água). Podemos dizer que estas etapas de tratamento são: coagulação, decantação, filtração e desinfecção, como mostra o desenho. A água é bombeada até um tanque, onde se processam as fases do tratamento.Na fase de coagulação, é adicionado um produto químico chamado “sulfato de alumínio” na água bruta do tanque. O sulfato provoca uma atração entre as impurezas que estão suspensas na água, o que vai formando pequenos flocos. 15 À medida que esses flocos vão ficando mais pesados, tendem a se depositar no fundo, tornando então a água mais clara. Esta é a fase de decantação. A água, a seguir, passa por outro processo, chamado de filtração, e que nada mais é do que um filtro que retém os flocos que não decantaram , as bactérias e demais impurezas em suspensão na água. Por úl�mo, na etapa de desinfecção, é adicionado o cloro, que tem a propriedade de eliminar as bactérias que ainda conseguiram passar pelos filtros. Essas bactérias, que são pequeninos seres vivos, muitos dos quais nos causam graves doenças, são mortos pela ação do cloro. Após estas quatro fases, a água tratada é bombeada por meio de uma tubulação denominada de adutora de água tratada, e é conduzida até um grande reservatório. A este reservatório, normalmente localizado em um morro próximo, é ligada outra tubulação, que conduzirá a água até as nossas casas. Essa tubulação, chamada de rede de distribuição, passa por debaixo de todas as ruas e avenidas da cidade. Esgotos : A coleta, o afastamento, o condicionamento e a disposição final do esgoto e águas servidas são ações fundamentais para o saneamento do meio. 16 Características, físicas, químicas e biológicas dos esgotos: A qualidade da água é determinada pela presença de inúmeros elementos e compostos que podem ocorrer na forma sólida, líquida ou gasosa. Estas substâncias são provenientes do ar, na etapa de precipitação atmosférica; do solo sobre o qual a água circula ou é armazenada e, principalmente devido ao lançamento de poluentes das a�vidades antrópicas (provocado pela ação do homem). Estes elementos ou compostos ocorrem tanto em solução quanto em suspensão e são iden�ficados mediante procedimentos padronizados de laboratório, classificados em parâmetros físicos , químicos e biológicos de análise da água. “Podemos agrupar estes parâmetros em três grandes grupos, em função do aproveitamento dos recursos hídricos”: ▪ Estéticos: cor, turbidez, odor, sabor. ▪ Fisiológicos: toxicidade, patogenicidade, salinidade. ▪ Ecológicos: pH, oxigênio dissolvido, produtividade primária. Os parâmetros esté�cos levam em conta a percepção do usuário. A cor, turbidez, odor, sabor, materiais em suspensão ou flutuantes na água não causam necessariamente riscos para sustentação da vida animal ou vegetal. Parâmetros fisiológicos : Afetam a saúde especialmente do ser humano. A classificação de água potável requer ausência de organismos patogênicos (que causam doenças), bem como de substâncias tóxicas. Parâmetros ecológicos : São os que interferem na vida e reprodução dos organismos aquá�cos. A seleção das técnicas de tratamento de efluentes requer a iden�ficação dos poluentes a serem destruídos ou removidos, o que é realizado pelo estudo entre as caracterís�cas físicas , químicas e biológicas das águas residuárias. 17 Características físicas: As caracterís�cas �sicas de interesse para iden�ficação de poluentes em águas residuárias são baseadas nas seguintes análises: ▪ Turbidez, ▪ cor, ▪ odor, ▪ temperatura, ▪ quantidade de matéria sólida, ▪ condutividade elétrica, ▪ vazão Análises �sicas adicionais podem ser requeridas em casos par�culares, tais como a radioa�vidade, massa específica, viscosidade. São empregados diversos parâmetros para iden�ficação de poluentes presentes em águas residuárias. Entretanto, podemos destacar a matéria sólida como um dos mais importantes, pois indica de maneira rápida e simplificada a quan�dade total de impurezas presentes na água. Os esgotos são compostos por diversos tipos de despejos: ▪ Águas residuais : líquidos ou efluentes do sistema domés�co ou industrial ▪ Despejos domésticos : despejos líquidos das habitações, estabelecimentos comerciais, ins�tuições e edi�cios públicos. ▪ Águas imundas : águas residuais que contém dejetos (material fecal). ▪ Despejos industriais : efluentes de operações industriais (processos) Sistema de tratamento de esgoto doméstico NBR 12209 : Esta Norma fixa as condições exigíveis para a elaboração de projeto hidráulico-sanitário de estações de tratamento de esgoto sanitário (ETE), observada a regulamentação específica das en�dades responsáveis pelo planejamento e desenvolvimento do sistema de esgoto sanitário. 18 Esta Norma se aplica aos seguintes processos de tratamento: Separação de sólidos por meios �sicos; filtração biológica; lodos a�vados; tratamento de lodo. O caminho do esgoto: O esgoto, ou águas residuais, são os despejos líquidos de casas, edi�cios, estabelecimentos comerciais, ins�tuições e indústrias. Podemos dividi-los conforme o �po de efluente. Veja o esquema: Os componentes de um sistema de esgoto são definidos conforme a quan�dade de líquido escoado, número de pessoas, custos, �po de efluentes, solo, entre outros. No esquema abaixo resumimos de forma clara as possibilidades existentes quanto ao encaminhamento dos esgotos domés�cos (águas imundas e servidas). 19 Esgoto sem transporte hídrico: Como podemos ver no esquema anterior, os esgotos podem ser levados ao seu des�no final com ou sem “transporte hídrico”, ou seja, u�lizando a água para transporte dos dejetos. O transporte hídrico é usado em locais onde há abastecimento de água em quan�dade suficiente para isto. Onde não é possível o transporte hídrico, é u�lizado normalmente à fossa negra, ou fossa seca. 20 Sumidouro ou poço absorvente: Ainda muito u�lizado no Brasil, trata-se de um buraco aberto no solo cujas dimensões variam de acordo com a quan�dade de esgoto eliminada e com a porosidade do solo. O fundo do poço deve estar a 1,5 metros acima do lençol d'água, para evitar a poluição da água subterrânea. Para evitar desmoronamentos, as paredes laterais são feitas em alvenaria, u�lizando-se �jolos em crivo que são juntas abertas para permi�r a infiltração no terreno. 21 Irrigação sub-superficial: Forma u�lizada quando o lençol subterrâneo está muito próximo da super�cie do solo. É composto basicamente por tubos de drenagem que permanecem enterrados, com certo espaçamento entre si. Veja o esquema abaixo. Para a sua construção, podem ser u�lizados tubos de PVC rígidos para drenagem, de diâmetro 100 mm, instalados no fundo das valas. 22 A declividade dos tubos enterrados deve ser entre 0,25 % e 0,5 %. Por exemplo, se tenho uma linha com 10 metros de comprimento, e quero uma declividade de 0,5%, teremos o seguinte valor de declividade: (10 x 0,5) : 100 = 0,05 metros = 5 cm O afastamento mínimo recomendado entre as valas é de 1 metro, e o comprimento das linhas não deverá ser maior que 30 metros. Um critério aproximado para se dimensionar esse �po de sistema é o es�mado,comprimento total da linha em função do �po de solo do local onde será 23 instalado o sistema e do número total de pessoas a u�lizarem a habitação considerada. Neste caso consultamos a tabela O valor de C representa a taxa de infiltração do solo. Quanto maior o valor, mais facilidade o líquido terá para se infiltrar no solo. Com o valor de C �rado da tabela, calculamos o valor do comprimento das linhas ( L ) com a seguinte fórmula: Onde: L: Comprimento das linhas (metros); N: Número de pessoas da residência; C: Taxa de infiltração do solo Para exemplificar : Suponhamos uma residência de 5 pessoas, com solo do classe 2, onde teremos: Obs.: Para se obter um melhor desempenho, é recomendado que a linha tenha no máximo 30 metros de comprimento. Sendo assim, em nosso exemplo, poderemos construir o sistema com 4 linhas de 12,5 metros. 24 Detalhe sistema de drenagem Trincheiras filtrantes: Este sistema é u�lizado quando o solo local não consegue absorver o esgoto através dos dois sistemas anteriores. É formado por duas linhas de tubulação, uma sobre a outra, com uma camada de areia entre elas. A linha superior faz a irrigação e a inferior coleta. Quando o esgoto passa por esta camada de areia, pra�camente eliminam-se as bactérias existentes, permi�ndo o lançamento posterior em um curso d'água, ou sarjeta, conforme o local. Quanto maior a camada de areia e mais fino o grão de areia (granulometria), melhor é a filtragem. 25 Detalhe trincheiras filtrantes A declividade dos tubos enterrados varia entre 2% e 3 %. Por exemplo, se tenho uma linha com 10 metros de comprimento, e quero uma declividade de 0,2%, teremos o seguinte valor de declividade: (10 x 0,2) :100 = 0,02 metros = 2 cm, As valas deverão ter uma profundidade de 1,20 a 1,50 metros, com largura de 0,50 metros. A extensão mínima das linhas deverá ser de 6 metros por pessoa. Não é recomendado menos de 2 valas para atender uma fossa sép�ca. Exemplo : Em uma residência com 4 pessoas, teremos um sistema com 4 linhas de 6 metros cada uma. 26 Estação de tratamento individual (modelo 1): É aquele, onde cada casa da cidade possui o seu próprio sistema de coleta, e tratamento do esgoto. Neste sistema, o esgoto é encaminhado a uma fossa sép�ca, que é uma espécie de caixa que recebe todo o esgoto domés�co, onde existe a ação de bactérias chamadas “anaeróbias”. Estas bactérias transformam parte da matéria orgânica sólida em gases, que saem pela tubulação de ven�lação. Durante o processo, depositam-se no fundo da fossa as par�culas sólidas, que formam o lodo. Na super�cie do líquido também se forma uma camada de crosta, ou espuma, que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das bactérias. Uma fossa sép�ca com 1500 litros de capacidade está apta a atender uma residência de até 7 pessoas, prevendo-se a sua limpeza a cada 2 anos. Não é recomendável a instalação de uma fossa com capacidade menor que 1250 litros. O material que permanece diluído no líquido do esgoto segue pela tubulação até ser distribuído no terreno por um dos seguintes sistemas: 27 Estação de tratamento individual, (modelo 2): Elas são mais comuns nas muitas regiões do país onde a rede pública de tratamento de esgoto ainda não chegou. Mas já começam a surgir, também nas grandes cidades, casas com estações próprias para tratar seus detritos que incluem um sistema de reaproveitamento da água. O espaço u�lizado por elas é bem pequeno: cerca de quatro metros quadrados. E o melhor, os custos nem são tão altos assim. Com cerca de R$ 6 mil é possível construir uma ETE (estação de tratamento de esgoto) em uma casa de três quartos com cinco moradores 28 Sistemas de Tratamento Coletivo : A outra solução adotada para coleta, afastamento e tratamento do esgoto com transporte hídrico. É o mais recomendado por não despejar no solo qualquer �po de resíduo de esgoto, visto que é coletado diretamente por uma rede de tubulações, que o encaminha para um adequado tratamento. Os esgotos das casas e comércios em geral são encaminhados pelo coletor predial até uma rede coletora chamada de coletor público. Este passa pelas ruas da cidade, enterrado, encaminhando-se até um local onde se efetua o tratamento do esgoto: Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Estação de tratamento de esgoto (ETE): Uma Estação de Tratamento de Esgoto tem a finalidade de tornar o esgoto recebido em condições de ser lançado aos rios, lagos ou ao mar. Os esgotos são encaminhados a ETE, onde inicialmente são re�radas as impurezas maiores (sólidos, gorduras e areia), para depois ser removida a matéria orgânica. O tratamento pode ser complementado adicionando-se cloro como uma forma de desinfecção. Os efluentes são lançados então por uma tubulação chamada emissário , aos rios, lagos ou ao mar. Neste ponto o esgoto tem um alto índice de purificação. Exemplo de uma ETE. 29 Emissário submarino: O emissário é uma canalização que transporta os efluentes desde a ETE até seu des�no final. É cons�tuído de uma parte terrestre e outra oceânica ficando, esta úl�ma, assentada no assoalho marinho onde é ancorada. Esquema ver�cal de emissário submarino 30 Emissário submarino instado no fundo do mar O comprimento do emissário ou, a distância de lançamento dos despejos, depende de estudos referentes a diluição inicial do esgoto, ás correntes de aproximação da costa, a profundidade do lançamento, maré e regime de ventos. Geralmente eles variam de 1 a 10 km de extensão. Nas cidades costeiras em todo o mundo, a grande capacidade depuradora dos oceanos, tem feito da disposição oceânica, uma alterna�va a ser considerada na concepção dos sistemas de tratamento e disposição final de esgotos. 31 Materiais empregados: Diferentes materiais vêm sendo u�lizados na confecção de tubos para emissários submarinos. Aço, ferro dúc�l, concreto, aço reves�do e materiais plás�cos a base de polipropileno e polie�leno. Propriedades como baixo peso, alta resistência à impactos, torção e esmagamento, flexibilidade, resistência a abrasão além do fato de serem quimicamente inertes tem feito do PEAD (Polie�leno de alta densidade) uma opção muito interessante para a confecção dos tubos para uso em emissários. A solda térmica permite a confecção de uma tubulação inteira com completa estanqueidade. Tubos PEAD estocados. 32 Máquina de Solda Térmica 33 Blocos de Ancoragem Tubulação Pronta para Lançamento 34 Tubulação sendo rebocada até o local Emissário sendo afundado para ser instalado 35 Emissário Instalado no local defini�vo 36 Referênciasbibliográficas: ▪ RESOLUÇÃO CONAMA No 274/2005 – Padrões de Balneabilidade para Águas Doces, Salobras e Salinas... ▪ RESOLUÇÃO No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 - Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento... ▪ NBR 12209 - Projeto de estações de tratamento de esgoto ▪ NBR 8160 - Instalação de Esgoto residencial ▪ Princípios básicos do saneamento do meio, editora SENAC São Paulo Pesquisa eletrônica: www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3 www.extra.globo.com/casa/estacoes-de-tratamento-de-esgoto-individuais-p ermitem-reutilizacao-da-agua- www.ecoterrabrasil.com.br www.pnqa.ana.gov.br www.conama.gov.br www.ana.gov.br www.tigre.com.br/enciclopedia/api.php/tag/1/tigre www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/praias.rj 37
Compartilhar