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Permitir o uso de drogas é uma forma eficaz de combater o encarceramento em massa e a superlotação das cadeias?
Um estudo sobre 36 países que adotaram leis mais tolerantes com usuários de drogas revela que, em 22 deles (ou 61% do total), o número de pessoas presas aumentou após a adoção dessas políticas.
O levantamento “Política de Drogas e Encarceramento” foi realizado pelo ITTC (Instituto Trabalho, Terra e Cidadania), uma organização de direitos humanos que presta assistência a populações com problemas na Justiça. O estudo será lançado nesta quinta-feira (7), em São Paulo, em forma de infográfico.
Foram avaliados 36 países que despenalizaram, descriminalizaram ou legalizaram o uso de drogas, sobretudo a maconha.
Despenalizar é quando o consumo continua sendo crime, mas o usuário não pode sofrer uma pena restritiva — é o caso do Brasil. Descriminalizar é quando o consumo deixa de ser crime — exatamente o julgamento que está no STF, paralisado desde setembro. E legalizar é o que aconteceu no Uruguai e em alguns Estados norte-americanos, em que o consumo é permitido, mas segue determinadas regras.
Dos 36 países avaliados, 21 são europeus e 15 americanos: Argentina, Bélgica, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Holanda, Honduras, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, México, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Venezuela, Alemanha, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Romênia, Ucrânia, Costa Rica, Croácia, EUA, Jamaica e Uruguai.
Dos 15 países americanos, 11 tiveram aumento do encarceramento após adotarem política tolerante com o usuário: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Paraguai, Peru e Venezuela.
Já dos 21 europeus, 11 viram aumentar o número de presos: Bélgica, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal e Reino Unido.
Costa Rica, Croácia, EUA, Jamaica e Uruguai não tiveram o encarceramento analisado porque as mudanças em suas legislações são recentes.
De acordo com uma das coordenadoras do levantamento, a internacionalista Lucia Sestokas, tolerar o consumo de drogas não foi o que provocou o aumento do número de presos.
O que acontece, diz ela, é que essa política lida somente com um personagem da temática, o usuário, sendo “insuficiente” para evitar que mais pessoas sejam presas.
— As pessoas que estão sendo presas entram para o tráfico como um trabalho, entram para sanar um problema econômico pontual ou crônico, de geração e complementação de renda.
Dessa forma, diz Lucia, as políticas de drogas precisam ser ampliadas e estarem atreladas "a políticas sociais, econômicas e de geração de renda”.
Em Portugal, por exemplo, a descriminalização do uso ocorreu em 2001, mas o aumento do encarceramento só aconteceu em 2008 e 2009, em razão da crise econômica.
A Lei de Drogas do Brasil vai completar dez anos em 2016. De lá para cá, a lei foi responsável por um aumento na população carcerária brasileira, que saltou de 400 mil para mais de 600 mil no final de 2014, segundo dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça.
A lei está prestes a ser alterada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que está analisando o Recurso Extraordinário 635.659, que pode levar à descriminalização do usuário.
Em setembro passado, os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso votaram pela descriminalização do porte de maconha. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Teori Zavascki.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
R7 – Tolerar o consumo de drogas foi decisivo para aumentar o encarceramento?
Lucia Sestokas – Não. Isso é exatamente o que a gente não pode afirmar. Flexibilizar a política de drogas não resulta em aumento de encarceramento. O que a gente pode afirmar é que, se você flexibilizar a política de drogas de forma restrita, ou seja, só para algumas condutas, como só para o uso, não tem efeito de desencarceramento.
R7 – A discussão no STF vai nesse sentido, de descriminalizar o uso de drogas. Isso então é ineficaz?
Não necessariamente ineficaz. A questão é que não pode parar aí. Despenalizar e descriminalizar o uso é ótimo, é um avanço. Mas você tem que pensar além, na totalidade das condutas. No Brasil, em teoria, você tem o uso despenalizado: a pessoa que é usuária pode ser processada, pode ser condenada, mas não pode receber pena de prisão, pode receber outras penas. E isso não quer dizer desencarceramento. Pelo contrário. No Brasil, desde 2006, quando se adotou essa nova política, a gente acompanhou um aumento de quase 50% da população carcerária.
R7 – Por quê?
Porque a pena para tráfico endureceu muito. Ainda que as pessoas não sejam presas pelo uso, elas são presas pelo tráfico, e o tráfico nada mais é do que um trabalho, é uma forma de geração e de complementação de renda.
R7 – Descriminalizar o uso pode ser considerado, então, uma política discriminatória social e economicamente?
É uma política que talvez não ajude na desigualdade do Brasil. Quando você fala que essa política é ineficaz, não é necessariamente isso, é que é insuficiente. É ótimo que despenalize ou descriminalize, mas a discussão não pode parar aí.
R7 – Como no Uruguai?
O Uruguai meio que chutou o balde nesse processo de primeiro despenalizar, depois descriminalizar e por último legalizar. Ele já legalizou, com o uso e o cultivo controlados pelo Estado. O Uruguai não legalizou o comércio, ele regulamenta de alguma forma nessa lógica de dar condições ao usuário.
R7 – E quais foram os resultados no Uruguai?
As regulações mais avançadas, como a do Uruguai, são mais novas, após 2013, então ainda não existem muitos dados sobre [o impacto no] encarceramento. Lembrando que o Uruguai legalizou só para maconha, os outros usos continuam criminalizados.
R7 – No STF também se discute a descriminalização somente para a maconha.
Assim como é insuficiente falar de flexibilização só para uso, é insuficiente falar de flexibilização só para maconha, principalmente porque tem um caráter muito social. Quem é que está usando maconha e quem é que está usando as drogas mais estigmatizadas, como o crack? O crack vai continuar sendo criminalizado. Então é bom que descriminalize a maconha, mas é insuficiente. O que se pode afirmar é que isso com certeza será prejudicial se vier acompanhado de um endurecimento para outras drogas.
R7 – A lei de drogas do Brasil está completando 10 anos. O que você destaca como avanço e retrocessos da lei?
Duas coisas principais são positivas: primeiro a despenalização do uso, que é um avanço do que se tinha antes, que era a criminalização total; segundo é que a ótica sobre a pessoa usuária muda um pouco, passando da segurança pública para a saúde e para a assistência social — pelo menos na teoria.
De lado negativo, com certeza, é o endurecimento de pena para tráfico. Se eu for pensar nos impactos da lei nesses dez anos, o que temos muito é essa dicotomia entre a pessoa usuária e traficante: o direito ao uso é muito restrito, que é o direito daquela pessoa de classe média alta, que é branca, que vai fazer o uso em que o Estado não vai interferir.
Agora, a pessoa que está na periferia não tem direito ao uso, então ela vai cair sim na malha de Justiça e o uso dela vai ser “patologizado”.
R7 – Como assim “não é permitido o uso na periferia”?
Na periferia temos um borramento de fronteira entre o que é usuário e traficante. O que vemos na periferia é que, a pessoa sendo usuária ou não, ela vai ser enquadrada como traficante, então vai cair na malha da Justiça. Se isso acontece e ela conseguir provar que é só um usuário, ela ainda vai ter que responder a um processo criminal, e isso tem impactos muito negativos para essas pessoas. Já o usuário de classe média alta não vai ser julgado, não vai a juízo, a polícia o descarta de primeira porque ele não vai ser enquadrado como traficante.
Veja como exemplo o caso que está em discussão no STF. A pessoa que está sendo julgada foi pegacom uma quantidade ínfima de maconha, mas precisa se defender para alegar que é usuária.
R7 – Se essas medidas são insuficientes, qual o caminho para uma política séria de drogas que não seja injusta com a periferia?
Já é complicado termos o Judiciário legislando. Mas é lógico que o Judiciário tem uma oportunidade única de falar para o Legislativo que eles têm que tratar essa questão a partir disso. “Vamos descriminalizar o uso e vocês fazem uma política a partir disso”. Mas quem tem que fazer essa política não é o Judiciário. A gente defende que essa política tenha o maior cunho social possível, mas o modelo, ainda temos que pensar.
R7 – Existe o risco de, a partir da descriminalização no STF, termos um aumento ainda maior do encarceramento no Brasil?
Daqui para frente o que vamos fazer são apostas. Não sabemos quais vão ser as consequências, só saberemos depois de adotar. O que a gente sabe é que alguns exemplos já não deram certo. A gente sabe que descriminalizar só o uso, por exemplo, vai ter quase nenhum impacto na periferia, nas populações mais vulneráveis. Descriminalizar só maconha, a mesma coisa. A gente tem pensar qual é o modelo e quem será beneficiado por esse modelo.
R7 – Mas qual a importância que deverá ter, nesse modelo, a situação social e econômica das populações mais vulneráveis?
Se a gente hoje vê que o elo mais frágil da política de drogas são as populações de rua, populações negras, pessoas que moram na periferia e mulheres, especialmente, se a gente sabe que essas populações hoje vão pagar com a liberdade (sendo presas) ou com a vida (pelo genocídio das polícias), então temos que ter uma atenção especial e pensar o que elas estão precisando. Que política temos de adotar para essas pessoas não continuarem sendo mortas e presas?
E o comercio de drogas é uma coisa que temos de parar de ignorar ou de demonizar. O ITTC trabalha com populações presas desde 1997, e o que observamos é que as pessoas que estão sendo presas entram para o tráfico como um trabalho, elas entram para sanar um problema econômico pontual ou crônico, de geração e complementação de renda.
Menos liberalismo: Holanda ‘arrependida’ com a liberação da maconha e da prostituição
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Enquanto no Brasil, parlamentares, como Jean Wyllys e outros da esquerda, tentam a todo custo, liberar a o comercio de maconha e extinguir a pena de condenados por tráfico, além de formalizar a prostituição, com direito a aposentadoria aos 25 anos de “serviço”, do outro lado do mundo, onde isso já é realidade a muito tempo, as coisas andam na contramão daqui.
Veja detalhes: 
Projeto de Willys regulamenta a prostituição e garante aposentadoria com 25 anos de ‘serviço’
Jean Willys protocola projeto que autoriza mulher a abortar e obriga o SUS a custear o procedimento
Holanda ‘arrependida’ com a liberação da maconha e da prostituição. 67% da população é, agora, a favor de medidas MENOS liberais.
“A Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas”
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta.
Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os cafés já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas.
Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”. A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país.
E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus cafés, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.
Motivos para ser favorável a legalização das drogas
1- Todos devem ter o direito de fazer o que quiserem com suas próprias vidas, a criminalização mitiga a liberdade individual. o Estado não pode impor suas decisões a vida íntima dos cidadãos.
2 – O álcool e o cigarro matam muito mais gente e destroem milhares de famílias e são legalizados. Porque as outras drogas não são legalizadas também?
3 – É gasto MUITO tempo, esforço e DINHEIRO na guerra contra as drogas, se houvesse a legalização esses recursos seriam usados para combater crimes mais importantes.
Muitas pessoas MORREM por causa dessa guerra desnecessariamente. Além disso, legalizar esvaziaria cadeias e melhoraria as condições prisionais.
A criminalização corrompe a polícia e as instituições, deixando um legado de corrupção. Vide o que aconteceu na Chicago da Lei Seca.
4- A criminalização faz com que muitas pessoas se tornem criminosas, uma vez que a demanda por drogas torna o negócio incrivelmente lucrativo.
5- Com a criminalização, muitos jovens usuários são presos portando entorpecentes, caindo desnecessariamente no mundo do crime e se tornando traficantes nas suas escolas. Se as drogas fossem vendidas na farmácia isso deixaria de ocorrer.
6- A qualidade das drogas vendidas muitas vezes é péssima, acabando por prejudicar a saúde dos usuários, que vão posteriormente se tratar em hospitais públicos. Se houvesse a legalização, haveria um controle de qualidade das drogas.
7- Com a criminalização e marginalizaçãodo uso de drogas, muitas pessoas adquirem doenças transmissíveis por se utilizar das drogas sem os devidos cuidados. Se houvesse a legalização o Estado poderia controlar a forma de uso e dose das drogas.
8- Com o derretimento da velha moral e dos valores religiosos, somado a uma forte propaganda de setores da mídia, as drogas se tornarão um ato de ostentação de liberdade e rebeldia. A falência da família e as dificuldades da vida empurram cada vez mais pessoas para o uso de drogas.
Cada vez mais pessoas estão experimentando drogas. Logo, proibir um ato que é cada vez mais feito e tolerado pela sociedade é um retrocesso hipócrita que apenas marginalizará uma parcela crescente da sociedade.
9- A criminalização encarece MUITO as drogas e obriga muitos a ter de roubar para sustentar o vício. Quando a legalização acontecer, vamos olhar pra trás e ver como a política de repressão era medieval e injusta.
10- Muitas drogas podem ser usadas de forma mais efetiva e barata para tratar muitas pessoas que estão doentes. Criminalizar as drogas significa negar a estas pessoas um alívio para suas dores.
Motivos para ser contrário à legalização das drogas
1- Drogas matam, viciam, ceifam vidas, acabam com futuros, trazem sequelas, produzem esterelidade, destroem as ligações do cérebro, desagregam famílias, trazem doenças e acabam com a produtividade dos indivíduos. As pessoas estão vivas para encarar a realidade e não para fugir dela.
2- Está bem, legalizaram as drogas, os traficantes vão fazer o que? Arrumar um emprego? Estudar? Virar pastor? Ou será que vão assaltar, sequestrar e cometer outros ilícitos?
3- Por trás desse problema existe a desigualdade social que as drogas amenizariam, pois os mais ricos compram as drogas nas comunidades mais pobres, distribuindo assim a renda nessas regiões.
4- A legalização acarretaria num aumento de usuários, que dependeriam da ajuda do governo para tratar de suas doenças decorrentes do uso de drogas. Quanto custaria construir hospitais e centros de recuperação para esses novos dependentes químicos?
5- Como o Estado conseguiria produzir tantas toneladas de drogas para suprir a demanda das pessoas? O tráfico ainda existiria para suprir o resto desta demanda. O tráfico não seria extinto.
6- Teria de haver milhões de hectáres de plantações de papoula e canabis no Brasil para suprir a demanda. Um agricultor, preferiria plantar arroz ou plantar papoula? Papoula o daria muito mais lucro. Com isso a produção de alimentos diminuiria e seus preços aumentariam, afetando a população mais pobre.
7- Para oferecer tantas drogas, sua distribuição seria cara para o governo se ele a quisesse subsidiar. Logo, a legalização beneficiaria apenas os ricos que podem pagar pelos entorpecentes.
8- O Brasil, como aconteceu na Holanda, seria invadido por turistas e viciados em busca de drogas. Vale lembrar que a Holanda permitiu a venda em UM bairro e desde então vem restringindo progressivamente o uso. A experiência no estrangeiro não se traduz num sucesso.
9- Onde se instala uma boca de fumo, cresce a violência e o número de assaltos, devido a demanda de drogas por parte dos viciados. Se as drogas fossem liberadas haveria o risco de aumentar o número de viciados e de quebra, também o de crimes.
10- Com a legalização, estaríamos colocando nas mãos de milhões de jovens um fardo muito pesado. Muitos iriam se viciar e perderiam sua independência e individualidade para se tornarem escravos das drogas, sem que o Estado pudesse impedí-los.
Quantas gerações seriam perdidas? Como trataríamos milhares de dependentes? Quem pagaria por isso? Legalizar seria querer que toda a sociedade se dobrasse aos atos daqueles que consomem drogas e não querem ser vistos como culpados pelos seus atos.
 
Conclusão
Agora minha opinião sobre a legalização, já fui contra, virei favorável, voltei a ser contra, voltei a ser a favor e hoje… sou favorável ao debate do tema. Não existe nenhuma forma concreta de mensurar as mazelas e ganhos que a legalização poderia causar no contexto da sociedade brasileira.
Uma coisa podemos concordar: um experimento no nosso território poria fim a essa discussão.
Até lá, veremos muitas dessas idéias sendo proclamadas sem saber se elas são de fato verdadeiras, ou se não passam de delírios de mentes que teimam em fugir da realidade.
Legalização da maconha: Consequências no cenário jurídico e social
Este artigo trata da discussão a respeito da legalização da Maconha, e no caso de sua efetivação, quais seriam suas consequências no ordenamento jurídico e social brasileiro, já que mesmo não sendo usuário, esta legalização tem efeito na vida de todos os cidadãos de nossa nação, pois é cediço a existência de relação intrínseca entre a sociedade e as drogas
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Publicado por Marcus Vinicius Mariot Pereira
ano passado
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Este artigo tem como fulcro principal a legalização da Maconha no ordenamento jurídico Brasileiro e as consequências que essa legalização possivelmente traria para o cenário jurídico e social.
Seu objetivo principal é conceituar a sociedade em relação às drogase qual os argumentos utilizados por aqueles que pedem a legalização, descriminalização, ou liberação do uso da Maconha e como nosso ordenamento jurídico trataria isso, criando uma situação hipotética dessa legalização, fomentando também o motivo pelo qual a Maconha tem seu consumo considerado com ilegal no país.
Assim sendo, é de fundamental importância abordar um tema que está em discussão em todo o mundo, já que a Maconha é a droga ilegal mais consumida no planeta.
A SOCIEDADE E AS DROGAS
A Sociedade está em constante mutação de valores e ideais, e consequentemente, o direito deve acompanhar essa transformação. O que era totalmente reprendido no passado pode se tornar uma prática casual na sociedade de hoje. Um exemplo palatável para a compreensão, foi que durante sua curta passagem pela presidência da república (renunciando ao mandato apenas sete meses após sua posse) o ex-presidente Jânio Quadros proibiu em todo território nacional o uso de biquínis nas praias por serem provocativos demais. Nos dias atuais, encontramos com facilidade mulheres com biquínis nas praias, que não são repreendidas ou punidas por estarem vestidas daquele modo.
O Brasil é considerado mundialmente pioneiro no assunto das drogas, já que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no 4 de outubro de 1830, proibiu a venda e uso do pito de pango, criando desta forma, a primeira lei com registro histórico da proibição de drogas em todo o mundo.[1]
O uso de Drogas pode ser associado a toda a trajetória e evolução humana, já que este está presente na vida do homem desde os tempos mais primitivos, refutando deste modo, a ideia que as drogas são um evento recente na sociedade. Para Toscano Jr:
[...] a relação do homem com as substâncias psicoativas é bastante antiga ou, melhor dizendo, ancestral. Assim, mostra-se equivocada a ideia de que a presença das drogas é um evento novo do repertório humano. Na verdade, trata-se de uma presença contínua no tempo e que não envolve somente medicina e ciência, mas também magia, religião, cultura, festa e deleite.[2]
É já sabido que as drogas eram utilizadas com frequência e sem descriminação em diversas culturas e épocas, porém, nos dias atuais, acometido pelas diversas mudanças ideológicas e culturais da população, as drogas em sua maioria, são encaradas como um problema que assola toda sociedade. Vale a ressalva que ao citarmos o termo droga, diferente do que é pensado pelo senso comum, inclui-se tanto aquelas que são consideras pela lei vigente como lícitas, quanto as classificadas como ilícitas, ou seja, que tem seu comércio e uso veementemente proibidos pelo estado, sendo regulamentadas pela Lei 11.343, do dia 23 de agosto de 2006, denominada nova lei de drogas.
Outro ponto de interessante observância é o fato de que uma grande parte da população mundial já consumiu ou consome algum tipo de droga em sua vida. Talvez o leitor deste texto, nestemomento, mesmo que não tenha ciência de que está fazendo isso, está utilizando alguma droga, se partirmos do pressuposto que um remédio para dor de cabeça ou até mesmo a ingestão de um chocolate, café, energético, álcool, refrigerante e até mesmo a Maconha se configuram como consumo de droga (licitas ou ilícitas), já que estas possuem em suas fabricações substâncias capazes de produzir alterações nas sensações físicas, emocionais e psíquicas no indivíduo que a consome.
A Maconha, produto da planta cannabis sativa, droga com abordagem principal neste artigo, é a substância ilícita com maior uso pela população brasileira. Em pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Para Políticas Públicas Do Álcool e outras Drogas, constatou-se que do total da população adulta, 5,8% declarou já ter usado Maconha de alguma forma pelo menos uma vez na vida (isto é, sete milhões e oitocentos mil brasileiros adultos). Entre os adolescentes esse número é de quinhentos e noventa e sete mil indivíduos (4,3% da população adolescente brasileira) dentre os quase quatorze milhões de adolescentes brasileiros[3]. Como já exposto, esta droga também é a mais consumida no mundo, já que segundo o Relatório mundial sobre Drogas da ONU publicado em junho de 2013, cento e oitenta milhões de usuários, ou seja 3,9% da população mundial, já consumiram ou consomem esta droga de alguma forma.[4]
AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE A LIBERAÇÃO, LEGALIZAÇÃO E DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA
Existem diversas manifestações e pedidos populares para a liberação, legalização ou a descriminalização da Maconha, todavia, pedidos estes que apresentam mais do que uma diferença semântica entre as palavras, que muitas vezes não são nem conhecidos ou ignorados por aqueles que fazem o pedido ao governo. Cada termo apresenta sua singularidade, e uma consequência jurídica totalmente diferente do outro sobre o uso da Maconha, sendo do mais brando e comedido até mesmo ao extremamente liberal e radical.
A expressão liberação da Maconha é vinculada com mais frequência pelos veículos de massa, porém, devido a atual conjuntura de nosso ordenamento político e jurídico, é praticamente impossível que um dia essa aconteça no Brasil. Esta proposta de liberação, retira qualquer tipo de normatização e controle do estado sobre a Maconha, deixando totalmente livre seu consumo e venda, sem um controle de qualidade realizado pelo estado. Por ser de difícil realização, essa proposta pode ser classificada como utópica e nunca foi aplicada por nenhum país ou estado do mundo até hoje.
Por sua vez, a expressão legalização é menos radical que a liberação, mas ainda assim apresenta importantes reflexos em nosso ordenamento jurídico, este tipo de legalização é o fulcro principal deste trabalho. O ato de legalizar torna o uso da Maconha livre de qualquer penalidade, assim como a liberação, mas com regras rígidas, que controlam desde a produção até o transporte, comércio e a utilização da Maconha, com normatização e controle do estado sobre isso.
O Uruguai, país fronteiriço do Brasil, é um exemplo de país que estabeleceu a política de legalização da Maconha, já que o cultivo, transporte e distribuição passam pelo controle do governo. Além disso, o preço é controlado e a venda só ocorre para maiores de 18 anos. Realizando o cadastrando, cada cidadão tem o direito de plantar até seis pés de cannabis que estejam florescendo, e a droga também é vendida em farmácias, com apresentação de receita médica para a compra. Visitantes no Uruguai não podem fazer a compra da droga, impedindo assim, um turismo ocasionado pela Maconha.[5]Nos Estados Unidos, a Maconha foi legalizada apenas nos estados de Washington e Colorado, todavia, esta liberdade não é total e irrestrita, já que somente maiores de 21 anos podem utilizar a droga e existem leis severas, por exemplo, para quem dirigir sobre o efeito do uso da Maconha em ambos os estados.[6]
No Brasil, ninguém pode ser preso se for encontrado com uma quantidade pequena e restrita para consumo de Maconha, porém, o cidadão ainda é tratado como infrator pela lei. A linha que divide o traficante do consumidor ainda é tênue para o ordenamento, já que esta não é taxativa na quantidade de drogas que se deve portar para ser um traficante.
POR QUE A MACONHA É PROIBIDA NO BRASIL?
Antes de nos indagarmos se é justo ou necessário legalizar, liberar ou descriminalizar a Maconha, devemos realizar a seguinte indagação: Por que a Maconha é proibida? É apenas respondendo esta pergunta que podemos tirar nossas conclusões pessoais sobre este assunto. Podemos partir do pressuposto que a proibição das drogas em geral, e consequentemente da Maconha, ocorra por dois motivos centrais, que se completam e são harmônicos entre si.
Inicialmente, a proibição tem o papel de reduzir a oferta daquela droga no país, tendo como consequência o segundo motivo, que é de inibir o consumo daquela determinada droga pela população. Apliquemos neste momento as duas respostas no exemplo prático da Maconha no Brasil. Será, que com a proibição do uso e venda em exercício, conseguimos reduzir efetivamente a oferta de Maconha no mercado, mesmo que esse tenha se tornado ilegal? Essa redução, ou a culminação do uso em uma pena, está inibindo o usuário o consumo desta Droga? Indiferentemente a proibição, a Maconha é hoje em dia altamente consumida no Brasil, como retratam pesquisas já citadas neste trabalho.
A legalização da Maconha, por exemplo, auxiliaria o usuário que quer se livrar da droga, já que este cidadão não seria mais taxado como criminoso. O Pós-doutor em pesquisa sobre o uso de álcool e drogas pela Organização dos Estados Americanos, Rodrigo Moretti afirma que a legalização da Maconha, causa menos problemas de saúde pública do que o álcool (que já é legalizado em nosso ordenamento jurídico). Já para as substâncias pesadas, Moretti reforça que é necessário aprofundar o debate.[7]
O Uruguai, país já citado e que legalizou a Maconha no ano de 2014, poucos meses após a legalização, parou de registrar mortes ligadas à venda de mesma.[8] No Colorado, estado americano também já citado neste artigo, segundo um relatório produzido pela força policial local, em curto espaço de tempo de um ano e meio após a descriminalização do uso da Maconha e com apenas 6 meses de liberação para uso recreativo desta, a criminalidade do estado foi reduzida em 10,1% e os crimes classificados como violentos reduzidos em 5,2%.[9]
Em uma pesquisa realizada recentemente no Brasil pelo IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) foram ouvidos 2.506 eleitores em 175 municípios entre 31 de agosto de 2014 e 2 de setembro de 2014, revelando que 79% dos eleitores brasileiros são contra a descriminalização da Maconha, em contrapartida, apenas 17% são favoráveis que isto aconteça e 4% dos entrevistados não apresentaram uma opinião formada sobre o assunto. A pesquisa apresenta uma margem de erro é de dois pontos percentuais para menos ou para mais, com um nível de confiança de 95%.[10] É sempre válida a ressalva que no Brasil, infelizmente, a opinião pública ainda é facilmente manipulada por veículos de propagação de massa, o que pode ter influenciado no resultado desta pesquisa.
URGENTE: O USO DA MACONHA ESTÁ LEGALIZADO!
Criemos uma situação, que no presente momento é considerada hipotética: Em um dia comum, todos os cidadãos brasileiros acordassem pela manhã sendo bombardeados com a notícia nos veículos de massa com a seguinte manchete: Urgente: o uso da Maconha está legalizado em todo o território nacional! A notícia provavelmente iria dispor da seguinte redação em um de seus parágrafos: Ainda assim, é necessário ressaltar que a liberação acontece com o controle e fiscalização estatal, da produção, transporte e venda (por isso o uso do termo legalização da Maconha). Esta noticia, se ocorrer, provavelmente causaria comoção e revolta na população em geral. Também é presumível que a venda da Maconha só acontecesse para maiores de dezoito anos, assim como acontece com oscigarros e bebidas alcóolicas, e em lugares com alvará especial.
Os reflexos jurídicos e sociais da legalização
Os primeiros reflexos na sociedade e em nosso ordenamento jurídico dessa liberação do uso, aconteceriam muito provavelmente na área penal. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5o, presente no título “Dos Direitos E Garantias Fundamentais” no capítulo “Dos Direitos E Deveres Individuais E Coletivos” afirma em seu inciso XL que: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu".[11] Dessa maneira, nosso ordenamento jurídico defende o princípio conhecido como in dúbio pro reo. O Código Penal brasileiro vigente trata especificamente deste assunto em seu artigo segundo, Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.198:
Lei penal no tempo
Artigo 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos interiores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.[12]
Este princípio apresentado também é defendido em todo mundo, já que está presente também na Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada no ano de 1948 e ainda em exercício, em seu artigo nono:
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade:
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momento em que foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se.[13]
Desta forma, todos os cidadãos anteriormente presos exclusivamente por algo relacionado à Maconha, estariam livres de cumprirem qualquer sanção, ocorrendo dessa forma a anistia desses condenados.
No âmbito civil, com o advento da liberação, poderiam existir contratos jurídicos envolvendo a Maconha, já que isto não é possível nos dias de hoje pela redação do artigo 166:
Art. 166.
É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção;[14]
A redação do artigo é taxativa quando diz que se o objeto for ilícito o negócio jurídico será nulo, empecilho este que não permitia, antes da hipotética legalização, o negócio jurídico envolvendo a Maconha, mesmo que este negócio fosse revestido de todas as especificações de não nulidade.
No âmbito do processo penal, um processo que apresentasse exclusivamente algum delito ocasionado pelo uso, transporte ou venda de Maconha e ainda não estivesse concluso, seria arquivado, já que tal prática, não seria mais taxada como crime.
No âmbito social, muito provavelmente, esta legalização hipotética traria a discórdia, pois são vários os argumentos utilizados pelos que são contra ou a favor da legalização da Maconha.
Recentemente, uma campanha publicitária contrária a legalização da Maconha movida pela ONG Movida (Movimento Pela Vida e Não Violência) e o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará, foi vinculada em jornais impressos de todo país, com a seguinte redação: “Você entraria num avião em que o piloto acabou de fumar Maconha? Se ela for legalizada isso acontecerá de forma normal”[15]. Este argumento que é comumente utilizado por contrários a legalização da Maconha, se analisados de forma correta, são facilmente rebatíveis e não apresentam fundamento prático.
No Brasil, o uso de álcool é legalizado e de fácil acesso em todo o país para os maiores de 18 anos, mas nem por conta disto, é compreensível que um piloto de avião, como o exemplo citado pela peça publicitária, pilote uma aeronave embriagado ou um médico realize uma cirurgia ébrio, por exemplo. Caso isso ocorra, estes profissionais são propensos a serem acometidos por sanções sérias e rígidas, independentemente da legalidade ou ilegalidade da droga que foi utilizada, não influenciando assim de nenhuma maneira na legalização ou não da Maconha.
É importante ressaltar também que um dos argumentos defendido por todos os que seguem a ideia da liberação ou legalização da Maconha, é que com a efetividade de ambas as propostas, além de uma consequente maior autonomia para o cidadão, o narcotráfico ocasionado pela Maconha no Brasil iria chegar ao fim. Muito provavelmente isto não aconteceria, já que vemos em nosso cotidiano, que isso não apresenta fundamento prático. Em território brasileiro, por exemplo, é permitido o comércio e venda de Cigarros (com certas regras e regulamentos do estado) e ainda assim, é existente e comum o tráfico de cigarros nas fronteiras brasileiras, mesmo que o cigarro seja lícito e de fácil acesso para todos que podem o adquirir.
É cediço que a legalização da Maconha traria pontos positivos e negativos, e que a princípio, causaria um forte impacto em toda a dinâmica social, mas com o tempo teríamos um avanço considerável. As pesquisas já expostas neste texto demonstram que independe de ser ilegal ou legal, existe um grande consumo da Maconha em todo o território nacional, e, com efetivação da legalização desta droga, além de mais seguro o acesso, cortando o relacionamento direto com o tráfico, o estado tomaria o controle das formas de distribuição e venda. Ações sociais poderiam ser criadas em cima desta venda, como por exemplo, o investimento dos impostos arrecadados em programas de saúde ou de prevenção ao consumo da Maconha e outras drogas, situação análoga à que ocorre nos dias de hoje com a venda do tabaco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos assim que a proibição do uso da Maconha favorece, no momento, ao tráfico e ao seus envolvidos, já que mesmo proibida é a droga mais consumida do Brasil, movimentando uma economia perigosos. Ainda assim, o Brasil apresenta dimensões continentais e culturas das mais variadas, se tornando complexa e abstrata uma suposição de um futuro com a Maconha legalizada, todavia, uma suposição válida, já que devemos sempre analisar os ricos que uma ação como esta podem impactar na vida dos cidadãos de uma nação.
Portanto, levando em conta todos os aspectos mencionados, a legalização da Maconha seria muito impactante, já que mudaria toda uma dinâmica social. É de importante ressalva que devemos analisar a problemática das drogas como um problema social, analisando todo o contexto dos indivíduos e da sociedade em questão, não tratando o usuário com estereótipos prontos e muitas vezes errôneos, e levando em consideração que a punição não é a melhor ferramenta para erradicar ou diminuir o uso de drogas. A educação e informação devem ser sempre a ferramenta social e jurídica para auxiliar a existência de uma sociedade harmônica e justa.

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