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Aula 1 – Noções de Direito Empresarial
Origem
Ao iniciarmos o estudo sobre o direito empresarial, que teve como ponto de partida o direito comercial, é importante sabermos a sua evolução histórica que, diga-se de passagem, é bem remota, pois vem desde a Idade Antiga, época em que se destacava o exercício da atividade mercantil. Nesse tempo, já existiam leis para nortear o comércio que existia, sem falar ainda em direito comercial.
O direito comercial surge na Idade Média, quando o comércio era mais avançado e se estendia a todos os povos daquela época. Consistia em um regime jurídico próprio para regular as transações daquele período. É nesse momento que ressurgem as cidades e o Renascimento Mercantil.
O poder político era descentralizado apenas nas mãos de poucos da nobreza, o que fez com que houvesse diversas divisões nas regiões da Europa, surgindo assim os “direitos locais”.
A classe burguesa, na busca de atender aos seus interesses, inicia a organização e construção do seu próprio “direito”, que passa a ser utilizado nos conflitos da atividade mercantil. Suas regras foram surgindo de acordo com as necessidades da atividade.
O direito comercial, no que diz respeito aos usos e costumes mercantis, é oriundo da disciplina e das relações jurídicos-comerciais. Nesse momento em que se inicia a construção do direito sem a participação do Estado, cada “Corporação” utilizava seus usos e costumes, e seus cônsules, que eram eleitos pelos próprios associados, para administrar as relações entre seus membros.
Os títulos de crédito, as sociedades, os contratos mercantis e os bancos são os primeiros institutos jurídicos que aparecem no direito comercial e, com isso, declinam a utilização dos usos e costumes e do informalismo para criar suas regras.
Podemos destacar nesse período inicial do direito comercial, o caráter subjetivista, sendo um direito dos membros das corporações ou um direito ”a serviço do comerciante”. Com uma das partes sendo comerciante já bastava para essa relação ser regida pelo direito comercial.
Nessa primeira fase do direito comercial, houve um rompimento da doutrina contratualista com a teoria contratual concretizado do direito romano. A antiga visão de um contrato engessado do direito romano confrontava com a classe mercantil que surgia na época. É nesse período que constatamos o aparecimento da celebração dos contratos.
Evolução histórica
Toda essa evolução fez com que a teoria do direito avançasse, saindo do comum tradicional e evoluindo para um direito específico.
Após o Renascimento Mercantil, houve uma evolução no comércio, proveniente também das feiras e das navegações, o que possibilitou a evolução do direito específico que se estendeu por toda Europa; assim, o direito comercial se expandiu fazendo com que os tribunais consulares se adequassem às novas demandas.
No período da Idade Média, nos Estados Monárquicos, a figura do monarca vai perdendo força para a classe dos comerciantes. Com todas essas modificações no cenário desse período, Benvenutto Stracca publicou a primeira grande obra referente à sistematização do direito comercial: "Tratactus de Mercatura seo Mercatore", publicada em 1553.
O monopólio da jurisdição mercantil foi enfraquecendo devido aos Estados terem assumido o monopólio da jurisdição e se incumbido de fiscalizar os tribunais de comércio.
Nos anos de 1804 e 1808, surgem o Código Civil e o Código Comercial, e assim é criado o sistema jurídico estatal nas relações jurídico-comerciais, nascendo assim um direito comercial elaborado e executado pelo Estado. Com a divisão do direito privado, houve a necessidade de criar critérios para limitar os efeitos dessa divisão. Contudo, limitar os efeitos do direito comercial, visto que foi concebido como um regime jurídico especial para atuar nas atividades mercantis. Foi criada assim a teoria dos atos de comércio pelos franceses, e com essa teoria foi denominado de comerciante quem praticava atividade de comércio. O direito comercial regularia, portanto, as relações jurídicas que envolvessem a prática de alguns atos definidos em lei como atos de comércio. Quando não envolvesse essa relação, seria regulamentada pelas normas do Código Civil.
O Mercantilismo sofre uma alteração, passa da qualidade do sujeito para o objeto. Essa objetivação do direito comercial relaciona-se à formação dos Estados Nacionais da Idade Moderna que impõem sua soberania ao particularismo que imperava na ordem jurídica anterior e se inspiram no princípio da igualdade.
Duas doutrinas tiveram destaque sobre os atos de comércio:
a) Thaller - baseava nos atos de comércio a atividade de circulação de bens ou serviços;
b) Alfredo Rocco - que constatava nos atos de comércio uma característica habitual na intermediação para a troca.
Destaque-se que a segunda corrente foi mais incisiva, pois fez um resumo constatando que todos os atos de comércio possuem uma característica em comum na intermediação para a troca. Contudo, entendemos que essas correntes doutrinárias não satisfizeram, pois não deram ênfase ao que realmente seriam os atos de comércio.
Direito comercial ou direito empresarial
A nomenclatura direito comercial vem da Antiguidade, período em que a atividade do comércio prevalecia no ramo do direito. E a transição para nomenclatura Direito Empresarial veio da necessidade de abranger toda atividade que envolve o comércio, especialmente nas relações empresariais. Agora, vamos conhecer alguns conceitos importantes pertencentes ao direito empresarial:
Empresário individual versus sociedade empresária
Em uma sociedade empresária seus sócios não são empresários e sim a própria sociedade é que se designa empresária; a ela é conferida a personalidade com seus direitos e obrigações.
A diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que, nesta, a pessoa jurídica tem patrimônio próprio, que não se mistura ao patrimônio dos sócios, e, por isso, não são executados por dívidas da sociedade.
Já o empresário individual não tem essa separação patrimonial e responde pelos seus bens devido ao risco do empreendimento.
Assim, na sociedade empresária a responsabilidade dos sócios é subsidiária, pode ser limitada, como por exemplo, nas sociedades limitadas e nas sociedades anônimas; já o empresário individual tem responsabilidade direta e responde com todos os seus bens por dívidas obtidas no exercício da atividade econômica, não tendo limite de responsabilização.
A Empresa Individual de Responsabilidade limitada (EIRELI)
A lei 12.441/2011 alterou dispositivos do Código Civil e adicionou outros, criando assim a empresa individual de responsabilidade limitada, chamada de EIRELI.
Objetivou o legislador criar um novo tipo de pessoa jurídica, constituída por apenas uma pessoa que possa exercer atividade empresarial, com os benefícios da separação de patrimônio e limitação de sua responsabilidade. O capital investido na empresa deve ser igual ou superior a 100 vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país.
Contratos
As sociedades são instituídas no Brasil através de seus atos constitutivos que, posteriormente, são devidamente arquivados nos órgãos competentes, como por exemplo, as “juntas”. Nesse sentido, é importante sabermos a distinção entre um contrato empresarial e um contrato eminentemente cível.
Os contratos cíveis distinguem-se dos contratos empresariais, pois nos contratos empresariais há nos contratantes uma simetria; por esse motivo, não se aplicam algumas regras do Código Civil que cerceiam a liberdade na celebração dos contratos.
Os empresários devem ter total liberdade para concretizar seus negócios, sempre com cautela e ciente dos riscos que poderão ocorrer.
Atividades Propostas - Para fixar o conteúdo estudado nesta aula, vamos praticar com algumas atividades!
1 - Acerca de empresa, assinale a alternativa correta.
a) A empresa caracteriza-se pela atividade comercial organizada e com intuito lucrativo.
b) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada e econômica,excluindo-se as atividades de índole intelectual.
c) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada, econômica e habitual, independentemente de ser prestação de serviço ou circulação de mercadoria.
d) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada e econômica, independentemente de ser prestação de serviço ou circulação de mercadoria.
e) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada, econômica e habitual, excluindo-se as intelectuais e de natureza rural.
( ) A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E
2 - Considere as afirmativas a respeito da figura da EIRELI:
I. A figura da EIRELI significa “empresa individual de responsabilidade limitada.” A pessoa natural que constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada, em nenhuma hipótese poderá figurar em outra empresa dessa modalidade.
II. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 120 (cento e vinte) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
III. O Sr. João da Silva Pacheco constituiu uma EIRELI e utilizou o nome empresarial “JOÃO DA SILVA PACHECO EIRELI”; nesse caso, pode-se afirmar que o nome empresarial utilizado pelo empresário é uma firma.
IV. Empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram essa concentração.
Marque a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
( ) Apenas as afirmativas II, III e IV;
( ) Apenas a afirmativa II;
( ) Apenas a afirmativa I, II e IV;
( ) Todas as afirmativas estão corretas;
( ) Apenas as afirmativas I, III e IV.
3 - Discorra sobre Empresário individual e sociedade empresária.
R:____________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Nesta aula, você:
Conheceu a origem e a evolução histórica do direito empresarial;
Analisou as principais características dos contratos, seus princípios e a distinção entre contrato empresarial e contratos cíveis.
Referências desta aula
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Direito da Empresa. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2012.
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 25. ed. São Paulo: Saraiva, v. 1, 2003.
Na próxima aula, você estudará:
Principais tipos societários existentes no Brasil e suas características distintivas;
Sociedades simples e empresárias;
Sociedades personificadas e não personificadas;
Sociedades de fato e de direito.
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, sugerimos:
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.

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