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Abordagem Cepalina para C,T&I na AL

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Pensamento Latino-Americano e Políticas de C,T&I
Aula 4- A Abordagem Cepalina: o estruturalismo nos anos 60 e 70
Professor Adalberto Azevedo
São Bernardo do Campo, 04/07/2014
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Correspondência com os momentos históricos da AL
50s: Industrialização
60s: Reformas para
Industrializar
70s: novo estilo de desenvolvimento 
(socialmente justo e exportador)
80s: endividamento externo, ajustes 
para retomar o crescimento
90s: reestruturação produtiva com 
Equidade
As idéias-força da Cepal: períodos
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Quais as soluções propostas?
Proteção da indústria: mesmo uma indústria menos eficiente que a dos países centrais gerará mais riqueza do que o setor primário (argumento da eficiência na aplicação de recursos);
Políticas de estímulo à ampliação e diversificação das exportações: comércio intraregional, ampliação do mercado e economias de escala (ALALC, 1960).
Esforços para firmar acordos de comércio 
(United Nations Conference on Trade and 
Development- UNCTAD, 1964)
3. IDE: estimular a entrada de capitais 
externos com cautela para não aumentar
os passivos internacionais
As idéias-força da Cepal: 1948-60 (Prebisch)
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Quais as soluções propostas?
4. Negação de políticas recessivas (FMI): visto como obstrução da oportunidade histórica de desenvolvimento (anticíclica) e geradoras de recessão. Expansão da moeda é uma resposta das autoridades monetárias a elevações de preço de origem estrutural, não sendo a causa da inflação.
5. Alteração das estruturas inflacionárias: planejamento do crescimento (setorial, infraestrutura)
6. Absorção de mão de obra: em atividades com dinamismo tecnológico
7. Planejamento: corrigir deficiências técnicas na administração pública (documentos de apoio): racionalidade ao processo de industrialização espontânea, apoio na produção de indicadores econômicos (http://www.cepal.org/Ilpes/)
As idéias-força da Cepal: 1948-60 (Prebisch)
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Manutenção do crescimento, com instabilidade macroeconômica: diminuição de importações e pressões inflacionárias
Importações: causa (diminuição no investimento em expansão da produção) e efeito (diminuição do poder de compra gerado pela queda na atividade interna)
Empobrecimento da população combinado à urbanização: pobreza se torna mais visível
Incapacidade da industrialização absorver a mão-de-obra excedente: favelização nas cidades
Os anos 60
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Os anos 60
Fonte: Moura e Teixeira (1997)
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Os anos 60
Fonte: Moura e Teixeira (1997)
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Os anos 60
Fonte: Moura e Teixeira (1997)
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Os anos 60
Fonte: Moura e Teixeira (1997)
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Avanço democrático: insatisfação traduzida em pressões sociais
1959: revolução cubana. Consequências: orientação social-democrata (apoiada pelos Estados Unidos), Programa Aliança para o Progresso (OEA)
Einsenhower (republicano): 1953-61; Kennedy (democrata): 1961-63; Johnson (democrata): 1963-69
Aumento da importância da AL, antiamericanismo https://www.youtube.com/watch?v=EHR1dBTJrRA
Reorientação do pensamento Cepalino: sociologia do desenvolvimento (Echavarría, texto do próximo seminário)
Esperanças: planificação do desenvolvimento sustentado: reforma agrária, redução de desigualdades, ampliação do investimento, educação e cidadania (direitos e deveres)
Os anos 60
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Realidade: polarização ideológica, clivagem política (ditaduras conservadoras de direita X esquerda revolucionária )
Os anos 60
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Cepal: posição moderada, diálogo: OEA/Aliança para o comércio; integração regional/ALALC; criação da UNCTAD, modernização das burocracias latino-americanas
Crítica dos social-democratas ao crescimento (desenvolvimento?) em curso: 
Exclusão da maioria da população dos benefícios da industrialização/progresso técnico;
2. Vulnerabilidade externa: substituição
Maiores afinidades com as ideias da esquerda revolucionária: reformas sociais
Os anos 60
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“Por uma dinâmica do desenvolvimento latino-americano” (1963)
Dificuldade de absorver excedente de trabalhadores (anos 50)
Novo argumento: estrutura social e má distribuição de renda (reformas, por exemplo, agrária)
Anos 50: insuficiência de poupança e tecnologias capital-intensivas (restringir o consumo da elite direcionando os recursos para o investimento e a inovação) 
Anos 60: reforma agrária para impedir a obstrução do desenvolvimento por latifundiários rentistas
Apoio do Estado a minifúndios, maior produtividade agrícola, fixação do homem no campo, poupança para investimento
Objetivo politicamente difícil
Os anos 60: os pensadores cepalinos (Prebisch)
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“Desenvolvimento e Subdesenvolvimento” (1961)- Capítulo A Tendência à estagnação; “Dialética do desenvolvimento” (1965) 
Dependência tecnológica e inadequação aos recursos internos
Progressiva intensidade de capital e exigência de escala (maiores mercados consumidores) em um cenário de má distribuição de renda: tendência à queda na taxa de lucro, menor participação dos assalariados no mercado (que diminui)
Tendência à estagnação
Reforma agrária e distribuição de renda: ampliação do mercado consumidor
Recuperação do crescimento: refuta a tese de Furtado
Os anos 60: os pensadores cepalinos (Furtado)
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“Acumulação dependente e subdesenvolvimento” (1979)
Economista marxista: industrialização latino americana como uma nova etapa da exploração secular centro-periferia
Capitais imperialistas aliados à elite local, em desfavor da classe trabalhadora
Sistema capitalista mundial: exploração imperialista, cooptação de elites locais, formação de subsistemas domésticos de exploração, dependência comercial, financeira e tecnológica
Conflito: teorias que propunham políticas econômicas/sociais/tecnológicas bem elaboradas para atuar nos gargalos internos e externos X teorias que propunham o rompimento com o sistema capitalista mundial
Os anos 60: pensadores cepalinos (Frank)
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“Desenvolvimento, subdesenvolvimento, dependência, marginalização e desigualdades espaciais: por um enfoque totalizante” (1969)
Economia capitalista global: padrões tecnológicos e de consumo globalmente impostos (corporações transnacionais)
Dica de filme- Meu tio (Jacques Tati, França, 1958) https://www.youtube.com/watch?v=hRjtIg1NM84
Periferia: minoria da população integrada ao mundo “moderno”
Marginalização de agentes econômicos com potencialidades produtivas
Os anos 60: pensadores cepalinos (Osvaldo Sunkel)
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“Natureza e implicações da "heterogeneidade estrutural" da América Latina” (1969)
Frutos do progresso técnico: concentrado (entre classes e entre setores), não eliminando a heterogeneidade, e perpetuando o subdesenvolvimento, mesmo com a industrialização
Os anos 60: pensadores cepalinos (Aníbal Pinto)
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Prescrição: reformas estruturais
Distribuição de renda e reformas (agrária, financeira, tributária, educacional, tecnológica, ...)
Necessidade de transformação política: não a revolução, mas a mudança de estilos de desenvolvimento mais equitativos
Os anos 60: pensadores cepalinos (Síntese)
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Meados 60s até 73/74: crescimento médio anual 6,7%, expansão de exportações 7,1% a.a., de importações 13,5% a.a. (AL)
Fim da liquidez internacional (choque do petróleo): recessão mundial e endividamento para seguir com o crescimento ou estabilizar a economia (petrodólares):
Crescimento de 5,1% a.a. entre 74 e 80
Estratégias industriais: protecionismo, 
participação estatal e diversificação de 
exportações (Brasil e México);
Abertura de mercados à livre entrada de bens, serviços e finanças, importação via endividamento (Argentina, Chile e Uruguai) 
Cepal (novas ênfases): análise macroeconômicas, análise do endividamento, promoção das exportações 
Os anos 70
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Cepal (novas ênfases):
análise macroeconômicas, análise do endividamento, promoção das exportações, emprego e distribuição de renda 
Diminuição da influência sobre os governos: porquê?
Lado bom: fortalecimento das tecnocracias, centros acadêmicos de excelência
Lado ruim: golpe no Chile, muitos intelectuais não podiam (ou não queriam) trabalhar na Cepal. Antipatia de outras ditaduras
Instabilidade macroeconômica crescente, junto à financeirização da vida econômica (rentabilidade X crescimento/inovação)
Análises de longo prazo perdem importância, principalmente nos anos 80 (crises no Brasil e México)
Nova ortodoxia para a análise do desenvolvimento 
Os anos 70
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Estilo socialmente mais justo
Crítica às posições internacionais
Necessidade de combinar industrialização interna e crescimento de exportações (endividamento)
Indústria export-oriented: maior eficiência alocativa 
Percepção das dificuldades políticas: ditaduras e problemas ancestrais de desigualdade (que se manteriam na democracia)
Os anos 70: análise dos estilos de crescimento
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“Para além da estagnação” (1969)
Capitalismo desigual, mas que consegue se expandir, devido ao estilo de crescimento
Crescimento “perverso”: ampliação do consumo das classes média/alta (comercial opala)
Milagre Brasileiro 
Modernização imitativa, dependência tecnológica, importações crescentes
Varsavsky (1969): Estilo consumista X Estilo criativo
Os anos 70: pensadores Cepalinos (Serra e Tavares)
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Os anos 70: pensadores Cepalinos (Serra e Tavares)
1969
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Os anos 70: pensadores Cepalinos (Serra e Tavares)
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“Notas sobre os estilos de desenvolvimento na América Latina” (1976)
Estilo: “modalidade concreta e dinâmica adotada por um sistema em um momento histórico determinado” ou a organização de recursos humanos/materiais para determinar o quê, como e para quem produzir em termos de bens e serviços
Estilo perverso: concentração de renda que alimenta a estrutura produtiva existente
Redistribuir renda e reorientar a estrutura produtiva
Os anos 70: pensadores Cepalinos (Aníbal Pinto)
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“Poder e estilos de desenvolvimento: uma perspectiva heterodoxa” (1976, Jorge Graciarena)
Integração de dimensões relacionadas ao desenvolvimento (política, econômica, social, cultural) em um todo unificado
Realismo: considerar os conflitos nessas dimensões
“Abordagens do desenvolvimento: de quem e para quê?” (Marshall Woolf, 1976): dificuldades históricas de viabilizar “discursos” reformistas
Abordagens: utópica-normativa, tecnocrática-racionalista e sociopolítica 
Necessidade de conhecer e manipular valores e interesses (não supondo que existem agentes bem intencionados)
Os anos 70: pensadores Cepalinos “sociólogos”
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Crítica à proteção excessiva, baixa produtividade, desperdício de capital, endividamento externo
Mercados mais amplos e exigentes
Riscos da abertura comercial e financeira
Complementariedade entre a exploração de mercados internos e externos
Os anos 70: a reorientação exportadora
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MOURA, H. A. e TEIXEIRA, P. Tendências recentes do crescimento populacional. Estudos avançados. 1997, v.11, n.29, p. 95-126. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40141997000100006
Referências
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Obrigado pela atenção!
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Brasil: 7º PIB Mundial, mas 84º entre 187 países em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): má distribuição da riqueza
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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Brasil: 3,3% dos maiores de 18 anos (4,3 milhões em 2007, segundo o IBGE) frequentavam curso profissionalizante (21% no nível médio e 2% graduação tecnológica)
53% dos trabalhadores não possuíam 2º grau completo
Empregos no Brasil requerem pouca qualificação
 
37,4% dos empregos Brasileiros em 2009 eram informais (sem carteira assinada ou autônomos): salários 60% menores, em média 
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho
Obs: Dados de 2008
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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
http://geografiaegeopolitica.blogspot.com.br/p/geopolitica-em-quadrinhos.html
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