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AULA 15 PROCESSO PENAL I DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Jurisdição Penal. Conceito. Classificação. Princípios: investidura, indeclinabilidade, indelegabilidade, improrrogabilidade e unidade, nulla poena sine judicio. Características: substitutividade, inércia e definitividade. Competência Jurisdicional. Natureza jurídica. Competência Interna: originária dos tribunais, das justiças especiais, da Justiça Federal; Competência absoluta e competência relativa. Regras de fixação da competência: ratione materiae; DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 JURISDIÇÃO A palavra jurisdição provém do latim juris (direito) e dictio (dizer), que significa a função de dizer o direito. “Jurisdição é a função estatal exercida com exclusividade pelo Poder Judiciário, consistente na aplicação de normas da ordem jurídica a um caso concreto, com a consequente solução do litígio. É o poder de julgar um caso concreto, de acordo com o ordenamento jurídico, por meio do processo.” – Fernando Capez. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 A jurisdição divide-se em jurisdição inferior (ou de primeiro grau) e jurisdição superior (ou de segundo grau), em jurisdição plena (exercida sobre todas as fases do processo) e jurisdição limitada (ou restrita a determinada fase do processo). DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Princípios da jurisdição: Caso concreto da semana 8: Juscelino, Juiz de Direito, cansado de tanto trabalho, decidiu não mais apreciar as medidas cautelares submetidas ao seu conhecimento e, para tanto, determinou que todas fossem encaminhadas ao Juiz de Direito da comarca vizinha para que ele decidisse a respeito. Diga quais os princípios da jurisdição foram violados, no presente caso concreto, e quais as características da jurisdição. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Princípio da indeclinabilidade: nenhum juiz pode subtrair-se do exercício da função jurisdicional, de acordo com o art. 5º, XXXV, CRFB. Princípio da indelegabilidade: nenhum juiz pode delegar sua jurisdição a outro órgão, pois estaria, por via indireta, violando a garantia do juiz natural. Princípio da investidura: A jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido regularmente investido no cargo de juiz e esteja no exercício de suas funções. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Princípio da improrrogabilidade: um juiz não pode invadir a competência de outro, mesmo que haja concordância das partes. Nulla poena sine juditio: é necessário um processo perante juiz com jurisdição para a aplicação da lei penal; assim, se não há crime e nem pena sem lei prévia, também não se pode impor pena sem processo, nem se admitir que haja processo sem justiça. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Características da jurisdição: Substitutividade: o órgão jurisdicional declara o direito no caso concreto, substituindo-se à vontade das partes. Definitividade: ao se encerrar o processo, a manifestação do juiz torna-se imutável. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Definição A competência pode ser definida como o critério que distribui o poder jurisdicional entre os vários órgãos integrantes do poder judiciário. É fundamental compreender, no estudo da competência, que o uso de um único critério distribuidor do poder jurisdicional não é capaz de definir a competência num caso concreto. Assim, só após o estudo de todos os critérios será possível fixar a competência em cada caso concreto. COMPETÊNCIA DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Exercício suplementar da semana 8: Roberto, mediante emprego de arma de fogo, subtraiu o relógio de Maria na cidade de Teresópolis. Após a subtração, vendeu o produto do ilícito penal para Fernando, na cidade do Rio de Janeiro. No exato momento, Antonio, policial federal, surpreendeu-os em flagrante delito. Nervoso e inconformado, Fernando desacatou o policial federal e desobedeceu a ordem de prisão. Onde serão processados e julgados os crimes? a. Na Justiça Estadual da cidade de Teresópolis; b. Na Justiça Federal do Rio de Janeiro; c. No lugar onde preponderar a infração mais grave; d. Na Justiça Estadual da cidade do Rio de Janeiro. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Primeiramente, deve o intérprete verificar se a competência é de um juiz brasileiro, em seguida se é de um tribunal (art. 92 e seguintes da CRFB). Depois, deve verificar se não se trata de justiça especial em razão da matéria (militar ou eleitoral). Se não for especial, deve ser verificado se o caso é de competência da justiça federal (art. 109, CRFB). Caso contrário, será da competência da justiça estadual. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 A doutrina tradicionalmente distribui a competência considerando três diferentes aspectos: a) ratione materiae (em razão da matéria): estabelecida em razão da natureza do crime praticado. Hipótese de competência absoluta. b) ratione personae (em razão da pessoa): de acordo com a qualidade das pessoas incriminadas. Hipótese de competência absoluta. c) racione loci (em razão do local): de acordo com o local em que foi praticado ou se consumou o crime. Hipótese de competência relativa. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Competência pelo lugar da infração (arts. 70 e 71 do CPP) Segundo o art. 70 do CPP, a competência, em regra, é fixada de acordo com o local da consumação ou, se o crime for tentado, a competência é fixada de acordo com o local do último ato executório. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Observação nº 1: Refere-se ao homicídio plurilocal, que é aquele que ocorre quando a conduta é praticada em um local e o resultado ocorre em outro local. Segundo o art. 70 do CPP, não há dúvida quanto ao fato de a competência ser fixada no local do resultado, ou seja, no local da morte. Entretanto, a jurisprudência fixa a competência no local do fato por dois motivos: para que a resposta penal seja dada no local onde o fato ocorreu e para que seja facilitada a colheita da prova, evitando-se a expedição de cartas precatórias. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 Observação nº 2: Refere-se ao crime de falso testemunho praticado em depoimento prestado através de carta precatória. Entende-se que, neste caso, a competência deve ser fixada no juízo deprecado, e não no juízo deprecante. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 O art. 70, §§ 1º e 2º, do CPP, trata de hipóteses de aplicação rara que, na verdade, exigem que as normas de direito internacional estabeleçam, nos casos concretos, que a jurisdição a ser aplicada é a brasileira. O art. 70, § 3º, do CPP, também trata de hipóteses raras (infração praticada exatamente em local que não se sabe se pertence a uma jurisdição ou se pertence a outra jurisdição; infração praticada exatamente na divisa entre duas ou mais jurisdições). Nesses casos, aplica-se a prevenção, que é um critério distribuidor da jurisdição previsto no art. 83 do CPP. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 15 O art. 71 do CPP traz duas situações interessantes. Ele trata do crime continuado e do crime permanente, aplicando, nos dois casos, o critério da prevenção, de acordo com o art. 83 do CPP.
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