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CCJ0040-WL-D-AMMA-15-Ação Penal Privada

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AULA 15
PROCESSO PENAL I
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 15
 Jurisdição Penal. Conceito. Classificação.
Princípios: investidura, indeclinabilidade,
indelegabilidade, improrrogabilidade e
unidade, nulla poena sine judicio.
Características: substitutividade, inércia e
definitividade.
 Competência Jurisdicional. Natureza
jurídica. Competência Interna: originária dos
tribunais, das justiças especiais, da Justiça
Federal; Competência absoluta e
competência relativa. Regras de fixação da
competência: ratione materiae;
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JURISDIÇÃO
A palavra jurisdição provém do latim juris (direito) e dictio
(dizer), que significa a função de dizer o direito.
“Jurisdição é a função estatal exercida com exclusividade 
pelo Poder Judiciário, consistente na aplicação de normas da 
ordem jurídica a um caso concreto, com a consequente 
solução do litígio. É o poder de julgar um caso concreto, de 
acordo com o ordenamento jurídico, por meio do processo.” 
– Fernando Capez.
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A jurisdição divide-se em jurisdição inferior (ou de 
primeiro grau) e jurisdição superior (ou de segundo 
grau), em jurisdição plena (exercida sobre todas as 
fases do processo) e jurisdição limitada (ou restrita a 
determinada fase do processo). 
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Princípios da jurisdição:
Caso concreto da semana 8:
Juscelino, Juiz de Direito, cansado de tanto trabalho, decidiu 
não mais apreciar as medidas cautelares submetidas ao seu 
conhecimento e, para tanto, determinou que todas fossem 
encaminhadas ao Juiz de Direito da comarca vizinha para que 
ele decidisse a respeito. Diga quais os princípios da jurisdição 
foram violados, no presente caso concreto, e quais as 
características da jurisdição. 
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Princípio da indeclinabilidade: nenhum juiz pode subtrair-se 
do exercício da função jurisdicional, de acordo com o art. 5º, 
XXXV, CRFB.
Princípio da indelegabilidade: nenhum juiz pode delegar sua 
jurisdição a outro órgão, pois estaria, por via indireta, 
violando a garantia do juiz natural.
Princípio da investidura: A jurisdição só pode ser exercida 
por quem tenha sido regularmente investido no cargo de juiz 
e esteja no exercício de suas funções. 
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Princípio da improrrogabilidade: um juiz não pode invadir a 
competência de outro, mesmo que haja concordância das 
partes.
Nulla poena sine juditio: é necessário um processo perante 
juiz com jurisdição para a aplicação da lei penal; assim, se 
não há crime e nem pena sem lei prévia, também não se 
pode impor pena sem processo, nem se admitir que haja 
processo sem justiça.
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Características da jurisdição:
Substitutividade: o órgão jurisdicional declara o direito no 
caso concreto, substituindo-se à vontade das partes.
Definitividade: ao se encerrar o processo, a manifestação do 
juiz torna-se imutável.
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Definição
A competência pode ser definida como o critério que distribui
o poder jurisdicional entre os vários órgãos integrantes do
poder judiciário.
É fundamental compreender, no estudo da competência, que
o uso de um único critério distribuidor do poder jurisdicional
não é capaz de definir a competência num caso concreto.
Assim, só após o estudo de todos os critérios será possível
fixar a competência em cada caso concreto.
COMPETÊNCIA
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Exercício suplementar da semana 8:
Roberto, mediante emprego de arma de fogo, subtraiu o
relógio de Maria na cidade de Teresópolis. Após a subtração,
vendeu o produto do ilícito penal para Fernando, na cidade
do Rio de Janeiro. No exato momento, Antonio, policial
federal, surpreendeu-os em flagrante delito. Nervoso e
inconformado, Fernando desacatou o policial federal e
desobedeceu a ordem de prisão. Onde serão processados e
julgados os crimes?
a. Na Justiça Estadual da cidade de Teresópolis;
b. Na Justiça Federal do Rio de Janeiro;
c. No lugar onde preponderar a infração mais grave;
d. Na Justiça Estadual da cidade do Rio de Janeiro.
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Primeiramente, deve o intérprete verificar se a competência
é de um juiz brasileiro, em seguida se é de um tribunal (art.
92 e seguintes da CRFB). Depois, deve verificar se não se
trata de justiça especial em razão da matéria (militar ou
eleitoral). Se não for especial, deve ser verificado se o caso é
de competência da justiça federal (art. 109, CRFB). Caso
contrário, será da competência da justiça estadual.
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A doutrina tradicionalmente distribui a competência 
considerando três diferentes aspectos:
a) ratione materiae (em razão da matéria): estabelecida em 
razão da natureza do crime praticado. Hipótese de 
competência absoluta.
b) ratione personae (em razão da pessoa): de acordo com a 
qualidade das pessoas incriminadas. Hipótese de competência 
absoluta.
c) racione loci (em razão do local): de acordo com o local em 
que foi praticado ou se consumou o crime. Hipótese de 
competência relativa.
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Competência pelo lugar da infração 
(arts. 70 e 71 do CPP)
Segundo o art. 70 do CPP, a competência, em regra, é fixada 
de acordo com o local da consumação ou, se o crime for 
tentado, a competência é fixada de acordo com o local do 
último ato executório.
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Observação nº 1:
Refere-se ao homicídio plurilocal, que é aquele que ocorre
quando a conduta é praticada em um local e o resultado
ocorre em outro local. Segundo o art. 70 do CPP, não há
dúvida quanto ao fato de a competência ser fixada no local
do resultado, ou seja, no local da morte. Entretanto, a
jurisprudência fixa a competência no local do fato por dois
motivos: para que a resposta penal seja dada no local onde o
fato ocorreu e para que seja facilitada a colheita da prova,
evitando-se a expedição de cartas precatórias.
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Observação nº 2:
Refere-se ao crime de falso testemunho praticado em
depoimento prestado através de carta precatória. Entende-se
que, neste caso, a competência deve ser fixada no juízo
deprecado, e não no juízo deprecante.
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O art. 70, §§ 1º e 2º, do CPP, trata de hipóteses de aplicação 
rara que, na verdade, exigem que as normas de direito 
internacional estabeleçam, nos casos concretos, que a 
jurisdição a ser aplicada é a brasileira. 
O art. 70, § 3º, do CPP, também trata de hipóteses raras 
(infração praticada exatamente em local que não se sabe se 
pertence a uma jurisdição ou se pertence a outra jurisdição; 
infração praticada exatamente na divisa entre duas ou mais 
jurisdições).
Nesses casos, aplica-se a prevenção, que é um critério 
distribuidor da jurisdição previsto no art. 83 do CPP.
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O art. 71 do CPP traz duas situações interessantes. Ele trata
do crime continuado e do crime permanente, aplicando, nos
dois casos, o critério da prevenção, de acordo com o art. 83
do CPP.

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