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AULA 6 PROCESSO PENAL I DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 Persecução Penal: Investigação penal. Inquérito Policial: Conceito e fundamentos. Natureza jurídica. Titularidade. Investigação diretamente pelo Ministério Público. Características. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 Características do inquérito policial a) Escrito: O art. 9º do CPP exige que todas as peças do inquérito sejam reduzidas a escrito ou datilografadas. b) Sigiloso: O art. 20 do CPP dispõe que o inquérito seja sigiloso, cabendo à autoridade policial regular, considerando o caso concreto, a intensidade do sigilo. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 c) Oficialidade: O inquérito policial é sempre realizado num órgão oficial. Se o crime for da competência da justiça estadual, ele será procedido na polícia civil. Se o crime for da competência da justiça federal, ele será procedido na polícia federal. d) Oficiosidade: O inquérito policial pode ser instaurado de ofício pelo delegado, no caso de ação penal pública incondicionada, conforme o art. 5º, I, do CPP. e) Autoritariedade: O inquérito é sempre presidido por uma autoridade policial. Se for no âmbito estadual, a presidência cabe ao delegado de polícia civil. Se for no âmbito federal a presidência cabe ao delegado federal. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 f) Indisponibilidade: O art. 17 do CPP é expresso quando afirma que não cabe ao delegado arquivar os autos do inquérito policial. Isso significa o seguinte: depois da instauração do inquérito, só o juiz pode determinar o seu arquivamento. g) Inquisitivo: O inquérito policial não se submete ao princípio do contraditório, previsto no art. 5º, LV, da CF, razão pela qual, em regra, todas as provas colhidas na fase do inquérito devem ser reproduzidas em juízo, para que o juiz possa valorá-las no momento da sentença. h) Dispensabilidade: Neste sentido: arts. 12, 27, 39, § 5º, e 46, § 1º, do CPP. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 INQUÉRITO EXTRA-POLICIAL Como conseqüência da característica da dispensabilidade do inquérito policial, o art. 4º, parágrafo único, do CPP, autoriza que outros procedimentos sirvam de base ao oferecimento da denúncia ou da queixa (ex. inquérito policial militar, comissão parlamentar de inquérito etc.). Caso concreto semana 3 DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 RE 468523 / SC - SANTA CATARINA RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ELLEN GRACIE Julgamento: 01/12/2009 Órgão Julgador: Segunda Turma Ementa DIREITO PROCESSUAL PENAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ALEGAÇÕES DE PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO, FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO DO DECRETO DE PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA E EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. PODERES INVESTIGATÓRIOS NO MINISTÉRIO PÚBLICO. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE, IMPROVIDO. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 ARGUMENTOS CONTRÁRIOS: a) a matéria foi discutida na assembleia constituinte e a possibilidade do MP investigar diretamente foi reprovada, razão pela qual não constou expressamente no texto constitucional; b) se fosse a intenção do legislador, haveria dispositivo expresso no art. 129 da CF. DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 ARGUMENTOS A FAVOR: a) se o MP, segundo o art. 129, VIII, da CF, pode determinar a instauração de inquérito policial, não faz sentido de que ele não possa diretamente investigar – Teoria dos poderes implícitos; b) o art. 129, IX, da CF, admite que o MP exerça outras funções compatíveis com a sua finalidade; c) o art. 144, § 1º, IV, da CR determinou a exclusividade para exercer a polícia judiciária somente à DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 6 Polícia Federal. Assim, a CR não dá às policias civis dos Estados-membros a exclusividade de apuração das infrações penais, e nem mesmo das atividades de polícia judiciária, pois o que faz é dizer que incumbem à polícia civil as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, mas sem o caráter de exclusividade – art. 144, §4º, CR. A matéria é altamente controvertida e, atualmente, há vários julgamentos pendentes no pleno do STF, sendo conveniente que se aguarde tal decisão.
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