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Trabalho de conclusão abandono do idoso na cidade de nova iguaçu

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL
ROSEMARY DA LUZ COSTA
O ABANDONO DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU:
Uma realidade silenciosa
Nova Iguaçu \ RJ
2017
ROSEMARY DA LUZ COSTA
O ABANDONO DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU:
Uma realidade silenciosa
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Serviço Social.
Orientador: Prof.
Nova Iguaçu \ RJ
2017
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pois sem ele nada disso teria sentido. Que me fortaleceu em todos os momentos, desde o inico desta caminhada me dando sabedoria e entendimento do que me foi proposto.
A minha orientadora XXXXXXX, pela dedicação e compromisso com este trabalho. Meu muito obrigada! 
			
“Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado. E é assim que perdemos pessoas especiais. ” 
 
 
(Carlos Drummond de Andrade)
COSTA, Rosemary da Luz. Abandono de idosos no Brasil: uma realidade silenciosa. 2017. 40 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharel em Serviço Social, Universidade Norte do Paraná, Nova Iguaçu, 2017.
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de Curso teve como objetivo analisar as fichas sociais dos casos registrados de idosos vítimas de abandono no Centro de Referência Especial da Assistência Social (CREAS) de Nova Iguaçu, no período de janeiro\2011 a julho\2011. O CREAS possui um papel muito importante, pois atua na prestação de serviços especializados e contínuo a indivíduos e suas famílias como os seus direitos violados, o foco de suas ações está voltada na perspectiva de potencializar sua capacidade de proteção e socialização de seus membros. A referida pesquisa possibilitou perceber um elevado número de casos de idosos abandonados decorrente das inúmeras dificuldades que permeiam as famílias brasileiras, muito delas proporcionadas pela questão social, realidade está que se tornou um dos problemas mais desafiadores para sociedade brasileira e para os profissionais da área. 
Palavra-chave: Idosos, família, abandono e violência.
SUMMARY
The purpose of this study was to analyze the social records of the registered cases of elderly victims of abandonment in the Special Reference Center for Social Assistance (CREAS) of Nova Iguaçu, from January 2011 to July 2011. CREAS has a very important role, as it acts in the provision of specialized and continuous services to individuals and their families as their rights violated, the focus of their actions is aimed at enhancing their capacity to protect and socialize their members. This research made it possible to perceive a large number of cases of abandoned elderly people due to the numerous difficulties that permeate Brazilian families, many of them provided by the social question, a reality that has become one of the most challenging problems for Brazilian society and professionals in the area.
Key words: Elderly, family, neglect and violence.
Gráfico 1 – Escolaridade dos Idosos	15
Gráfico 2 – Naturalidade dos Idosos...........................................................................
Gráfico 3 – Renda dos Idosos....................................................................................
Gráfico 4 – Perfil dos autores de violência dos Idosos..............................................
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
	AVC
	Acidente Vascular Cere
	CRAS
	Centro de Referência de Assistência Social
	CREAS
	Centro de Referência Especial de Assistência Social
	CIAP
	Centro Integrado Atendimento a Pessoa idosa
	INPS
	Instituto Nacional da Previdência Social
	IAPS
	Institutos de pensões e Aposentadoria
	IPEA
	Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
	IBGE
	Instituto Brasileiro de geografia e estatística
	LOPS
	Lei Orgânica da Previdência Social
	PNA
	Política Nacional do Idoso
	ONU
	Organização das Nações Unidas
	SUS
	Sistema Único de Saúde
	UTI
	Unidade de Tratamento Intensivo
	UPA
	Unidade de Pronto Atendimento
	UNATI
	Universidade Aberta da Terceira Idade
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende enfocar o perfil de idosos vítimas de abandono em especial os casos registrados no centro de Referência especial de Assistência Social (CREAS) de Nova Iguaçu. O interesse por esse objeto de pesquisa surgi através do campo de estágio no CREAS. Nesse estágio, pude observar através de uma análise documental em registro de fichas sociais, o aumento da violência contra o idoso e a existência de várias formas de abandono onde a maioria desses idosos abandonados estão sobre condições de fragilidade e perda da sua autonomia, passando a depender de outras pessoas. Esse processo de envelhecimento para muitos idosos está sendo vivenciados com muita dor e pesar, por conta do seu convívio familiar e pela ausência de todo o tipo de assistência efetiva por todas as partes que os envolvem.
O idoso abandonado é vítima do maior tipo de violência, pois ele se resume em todos os aspectos da violência: violação de direitos, a exclusão social, a descriminação, a extorsão, maus tratos, a agressão física e psicológica. Tendo como objeto de pesquisa as pessoas da terceira idade vítimas de abandono, nos permitiu também entender o processo de envelhecimento e suas consequências. O envelhecimento é um processo da trajetória humana que se inicia desde o nascimento e prossegue-se por toda a vida, porem envelhecimento não é velhice, esta é detectada como uma etapa da vida após os sessenta anos de acordo como Estatuto do Idoso (2003) em seu artigo I, em nosso pais. Contudo, a velhice não é homogênea, pois cada pessoa tem uma trajetória de vida diferenciada, uns com a idade de trinta e poucos anos já são vistos como velhos, outros com mais de sessenta e cinco anos possuem a aparência, disposição, e estilo de pessoas jovens, isto depende muito de sua vivencia.
Ao analisarmos o abandono é importante levar em considerações a trajetória de vida da pessoa, como se deu a sua caminhada quais foram a sua contribuição juntamente com o seu núcleo familiar, pois isso contribuirá com a maneira que este idoso irá ser tratado em sua velhice, pois nós somos resultados no nosso próprio produto.
É importante compreender que o processo de envelhecimento está relacionado as transformações de cunho cultural, biológico, e social, e essas transformações busca respostas e soluções para amenizar os problemas causados pelo envelhecimento, principalmente no espaço familiar, que nos últimos tempos tem gerados muitos conflitos, devido ao despreparo dos membros familiares, dificuldades financeiras como também a falta de apoio a essas famílias em questão que compete à ordem pública.
Nesse sentido, podemos observar, dos casos atendidos no CREAS, o quanto a população idosa enfrenta inúmeros desafios por conta de inúmeros casos de violência contra esses idosos, isto porque, o Estado no Brasil ainda pouco fez em termos de política pública concreta para este segmento específico. Portanto, diante disto, podemos dizer que o idoso, no Brasil, carece de uma atenção por parte do poder pública e dos próprios profissionais. Sendo assim, esta pesquisa está estruturada em capítulos:
No primeiro capítulo foi elaborado: o crescimento populacional da pessoa idosa, que se tornou um fenômeno mundial e sua relação com a sociedade contemporânea. Em seguida, prosseguiremos com a trajetória das políticas de atendimento à pessoa idosa no Brasil, apontando com isso, alguns de seus direitos expressos na Constituição de 1988, na Política Nacionaldo Idoso (1993) e no Estatuto do Idoso (2003), tratamos também sobre as questões do contexto familiar do idoso na atualidade.
No segundo capítulo foi abordado também sobre as leis que asseguram os direitos dos idosos e as formas de violação de direitos que acomete esse idoso na sociedade.
O terceiro capitulo foi composto por uma análise de dados obtidos através de pesquisa documental das fichas sociais e entrevistas com os profissionais de Serviços Sociais no Centro de Referência de Assistência Social (CREAS) no Município de Nova Iguaçu.
Portanto, que essa pesquisa possa contribuir para despertar a sociedade e ao poder público no sentido, que estes não fechem os olhos para os atos de violência, contra a população idosa. Servindo até mesmo como incentivo para o fortalecimento da luta contra toda e qualquer tipo de violência e abandono contra os idosos. 
14
O crescimento populacional da pessoa idosas.
O tema envelhecimento humano, hoje, representa uma grande polemica que busca respostas e soluções através de inúmeras pesquisas para amenizar os problemas causados pelo envelhecimento (físico, psicológico e social) e transformar a vida do idoso, numa vida mais longa, porem harmoniosa e saudável. Estudar o processo de envelhecimento é de grande valia para a sociedade devido ao aumento significativo da população idosa, portanto, se torna relevante que esse tema seja desenvolvido com ampla extensão para todos os níveis de escolaridade, como forma de conscientizar jovens e adultos e, os fazer entender a real necessidade do idoso, e mais, faze-los aprender a valorizá-lo e reconhecer os seus direitos como cidadãos e ser humano, pois somos seres humanos indo em direção para nosso próprio envelhecimento.
Os problemas são inúmeros, acerca do envelhecimento, além da fragilidade, que o tempo implacavelmente proporciona aos humanos, há a depreciação imposta pela sociedade ocasionando o descaso, o desrespeito e o abandono aqueles de uma idade mais avançada. O jovem de hoje, o idoso de amanhã, porem na sociedade atual, parece que esta realidade está sendo esquecida. Diferente de outros tempos e de algumas regiões que ainda existe hoje, onde as pessoas de mais idade são ou eram realmente tratadas de forma diferenciada, porem positivamente. Tratadas com mais respeito e valorizadas como ser humano pelo conhecimento adquirido através dos anos e pela experiencia de vida que vai ou ia sendo transmitida aos mais jovens.
Mascaro (2008) diz que em Esparta, nas oligarquias gregas e em Roma até o século II antes de Cristo a velhice era prestigiada e ponderosa. Isto acontecia quando as sociedades eram tradicionais, estáveis e hierarquizadas, porem nos momentos de mudanças, transformações e revoluções os jovens substituíam os mais velhos na direção dos papeis sociais prestigiados, porque os idosos não tinham o vigor daqueles.
Na alta Idade Média, mesmo a velhice sendo uma raridade, onde poucas crianças devem ter tido a chance de conhecer seus avôs, devido à alta mortalidade pelas violências na vida pública e privada e o grande desgaste físico, o poder patriarcal era reverenciado de tal forma que os mais jovens obedeciam e respeitavam os mais velhos, os tendo em grande consideração como a Deus pelos seus filhos e netos. Este tipo de respeito, patriarcal, seguiu por vários séculos até o início do século XX. No início do capitalismo e no século XIX, durante a Revolução Industrial a vida dos idosos era muito difícil, se não fossem ricos e poderosos seu futuro estava depositado nas mãos da família que poderiam trata-los com benevolência, mas também poderia esquece-los em hospitais e asilos. Mascaro (2009).
O envelhecimento é um processo inexorável e natural, mas encontramos diferença no ritmo e na forma de atuação do tempo de cada indivíduo, portanto há uma grande diversidade de velhice natural. Este processo de envelhecimento é uma experiencia heterogênea, são experiencias vividas individuais. Há algumas pessoas que aos 60 anos, ou menos, se encontra em total senilidade, enquanto, outras com idade superior a 85 estão em plena vida produtiva.
O decréscimo funcional do organismo humano é inevitável a todo individuo sendo necessário adaptar novos meios em todos os níveis, sejam eles sociais, psicológicos e físicos tendo variações mediante as realidades vividas e a genética.
Contudo, a expectativa de vida tende a se estender devido a ciência e a medicina que em geral faz uso de uma tecnologia que cria meios de aumenta-la, proporcionando o crescimento do envelhecimento populacional e o amadurecimento da sociedade. Segundo Veras (2003, p.06):
A partir dos anos de 1960, quando até então todos os grupos etários registravam um crescimento quase igual, o grupo de idosos passou a liderar este crescimento; as projeções indicam que, num período de 70 anos, (1950 a 2020), enquanto a população brasileira estará crescendo 05 vezes, o grupo de idosos estará se ampliando em 16 vezes.
Portanto, é necessário que o idoso reconheça a importância de se cuidar, de se transformar, de mudar seus hábitos para amenizar as suas fragilidades e superar as dificuldades que esta etapa da vida lhe empoem e, para a promoção de sua saúde e bem-estar. A depreciação sofrida, o stress, doenças degenerativas, violência urbana, transito agressivo e a poluição entre outras questões, surgem como fatores negativos para o aumento dos anos de vida, que gera a fragilidade e a dependência desta população, a qual está a ocupar um lugar desprezível na existência humana, pois seu potencial não satisfaz mais as expectativas da sociedade, fazendo-o perder o seu valor social.
Analisando por esta óptica, percebe-se então que é necessário se ter uma nova postura em relação ao planejamento do pais para os próximos anos, pois o aumento da população idosa demanda mudanças de rumo. Portanto, é necessário fazer uma análise mais aprofundada para melhorar a qualidade de vida do idoso e anular o processo de desvalorização e estigmatização do mesmo.
O abandono de nossos idosos é um aspecto que merece atenção, pois e gerada pelo desprezo de uma sociedade despreparada que alimenta uma fantasia que somente com a juventude temos o que é belo, saudável e prazeroso. A velhice não deve ser vista como uma doença, mas sim, como um processo natural pelo qual o corpo passa a ser reflexo de seu passado.
Outro ponto que favorece este tipo de abandono é o índice crescente deste grupo social que se dá conforme o aumento de percentual de uma camada social mais velha, a qual está crescendo aceleradamente. Conforme VERAS (2003, p.06) devido as tecnologias, já mencionadas, as prevenções e aos cuidados com a saúde que os mesmos passaram a ter, além da taxa de mortalidade dos jovens causadas por homicídios, acidentes por imprudências e suicídios. Sendo está maior do que o de pessoas da terceira idade, desta forma, há a alteração desajustada do percentual de mortalidade entre jovens e idosos.
Entre os fatores que influenciam no aumento da população de idosos, Goldman (2004, p.19) aponta as principais, como:
Redução da natalidade – com o surgimento e a difusão de métodos anticoncepcionais, houve uma diminuição no número de nascimento.
Redução da morbidez e da mortalidade – apesar de uma grande parcela.
Devido a este crescimento populacional, há uma contribuição para a ampliação constantemente negligenciada contra a terceira idade ocasionando o isolamento familiar (na relação da família dentro do próprio lar ou em instituições e abrigos), a violação e o abandono total contra este grupo, pois os mesmos tem se tornado um peso para muitos na sociedade, já que dependem geralmente de auxilio alheio, são pessoas frágeis, alguns passam a ter problemas relacionados a memória e a declínios fisiológicos e, principalmente, quando não são mais reconhecidos na sociedade como cidadão economicamente ativos.
O envelhecimento traz uma contradição, aumenta-se a expectativa de vida, e por outro lado, a população que consegue alcançar idade mais elevada encontra dificuldade para adaptar. Esse processohumano, cada vez mais, é entendido como um processo influenciado por diversos fatores tais como: histórico, político, econômico, geográfico e cultural entre outros.
A política social em relação aos idosos está longe de ser adequada mesmo com determinação do poder público, que de acordo como artigo 230 da Constituição Federal Brasileira (1988), o qual determina que “a família, a sociedade, e o Estado tem o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar, garantindo-lhes o direito à vida’. É possível perceber que a efetividade desta política se torna fragmentada devido as limitações de acesso aos serviços ao qual esta camada social tem direito, mesmo está sendo prioritária no contexto da política social brasileira. A visibilidade do idoso só será conquistada por meio da ação política. Segundo a Cartilha do Ministério da Previdência Social (2008, p.05): 
No Brasil, como na maioria das nações desenvolvidas, o envelhecimento da população deixou de ser uma preocupação individual. Promover o bem-estar dos idosos é mais uma tarefa do Estado. É o reconhecimento de toda a sociedade aqueles que contribuíram e ainda contribuem para a construção deste pais.
	O envelhecimento não representa propriamente improdutividade, doenças, traumas e solidão isso pode ser apenas algumas consequências da vida, que pode ser transformada em uma vida saudável e produtiva desde que tenha amor, atenção e compreensão de familiares e amigos. A humanidade não esta preparada para envelhecer e muitas das vezes as famílias não estão preparadas para tratar a pessoa idosa em relação ao cuidado e tratamento.
A família deve enxergar o idoso como um ser humano igual a si, pois só desta forma, será possível superar as dificuldades ocasionada pela velhice de seu ente querido, tratando-o como um cidadão de valor e capaz de ter suas próprias escolhas e exercer sua autonomia. Observando outro olhar para velhice existem, aqui no Brasil, 220 etnias indígenas que se podem observar imagens positivas da velhice, em grande parte delas a figura do ancião é valorizada como forma de arquivo vivo, realizada através de seus saberes, este que vão desde curas através dos remédios feitos por ervas medicinais, rituais, e até mesmo cantos e danças usadas para os dias de festas que perpasse de geração em geração. “ A medida que o envelhecimento é documentado em outros povos, constata-se que ele é um fenômeno profundamente influenciado pela cultura”, conforme ressalta Uchoa apud Shinaeider e Irigary (2008, p. 587).
Pode-se perceber que na maior parte das sociedades de culturas indígenas as importantes realizações são desempenhadas pelo idoso. A transmissão dos elementos culturais como mitologia e rituais, todos são realizados oralmente, esta pratica é fundamental para a sobrevivência desses povos, para tal fato é necessário o conhecimento adquirido pelos mais antigos. Segundo Sousa (2004): “Entre os índios Caiapós, no Brasil, o Conselho dos Velhos, identificado pelo uso do botoque (disco labial de madeira), tem como principal tarefa estabelecer regras para o comportamento político e social da comunidade”. Devido à inserção das organizações políticas e sociais tornou-se necessário a essência cultural do povo indígena para a valorização de suas tradições como forma de preservação de seu habitat, pois se não houvesse as mesmas, estas culturas estariam sendo esquecidas devido à socialização dos índios com o mundo moderno, que se tornaram cada vez mais frequentes. Para que isto não aconteça, eles utilizam os anciãos como principal fonte de resgatar as suas tradições, que estava sendo perdida ou abandonadas devido ao contato com as áreas urbanas. Dessa forma, pode-se dizer que os mais velhos adquiriram ainda mais valor e admiração de sua tribo, pois sem eles, seria difícil resgatar sua cultura para exigir a dignidade, o respeito e os direitos indígenas.
Há exemplos de aldeias que valorizam a imagem do idoso de forma positiva para a preservação de sua culturas, como as da Amazonia e do Mato Grosso do Sul, onde, em 2002, o cacique Kaiová Paulito Aquino com 100 anos de idade era a única pessoa propicia a realização de ritual de perfuração de lábio. De acordo com a pesquisadora Nádia Farage, do Departamento de Antropologia Social da Unicamp, diz queo tratamento de respeito e considerações com os mais antigos são diferenciados de uma tribo para outra, “mas, via de regras, há essa tendência de maior valorização dos mais velhos que são os depositários da memória dos povos”, afirma ela, que pesquisa a etnia Wapixana de Raraima. Segundo a mesma, nesta localidade, os velhos são vistos como referência do passado, como uma porta que se abre como passagem do tempo.
O antropólogo Robin Wright, também da Unicamp, diz que a importância dos velhos é diferenciada conforme o tipo de povos nos quais eles são inseridos. Isso acontece com os povos nômades, onde os velhos não conseguem acompanhar e atrapalham. Não há lugar para eles nessas sociedades. Mas nas sociedades mais fixas. Onde existem agricultura, os idosos têm um lugar privilegiados. Segundo o antropólogo existem velhos sábio entre os Baniwa, do Alto Rio Negro, pois estes são responsáveis por narrar as histórias da criação do mundo durante os rituais de passagem das idades, existem também relatos de velhos sábios que utilizam seus conhecimentos e poderes sobrenaturais para arrastar uma legião de seguidores. É possível ver a valorização e respeito que estas tribos dedicam a pessoa de mais idade, eles reconhecem que as experiências e os saberes acumulados ao longo da vida por esses velhos estão sendo utilizados em prol do indivíduo e da sociedade de cultura indígena. Isso nos ensina que as representações de velhice enraizadas nas ideias de deterioração e de perda não é universal.
Em nosso território nacional, hoje por causa das grandes conquistas do conhecimento médico, associado à melhoria nas condições de saneamento básico das cidades, melhorias nutricionais, elevação dos níveis de higiene pessoal e ambiental tanto em residências como no trabalho, é possível haver uma maio participação e cada vez mais significativa dos idosos em busca de melhoria para sua saúde, pois através destes fatores é possível perceber os avanços na vida dos ídolos diferenciando-os dos idosos de antigamente, que após a sua aposentadoria só aguardavam a morte chegar, não possuíam nenhuma perspectiva de vida, devido à sociedade que não lhe apresentava um espaço que fosse favorável a uma vida ativa.
Podemos ver as atuações das políticas públicas para esse seguimento, propiciando amparo e integração do idoso com a comunidade, abarcando não somente a saúde, mas, também a cultura e o lazer, dando-lhes independência em suas decisões e integração social junto à sociedade. Tudo isto permite uma mudança da visão estereotipada do envelhecimento.
O idoso contemporâneo utiliza o tempo da velhice de outras formas, já tem novos interesses e motivações. Permite-se viver e ser feliz, conhecer outros lugares e culturas diferentes, busca ampliar seus conhecimentos. Exemplos disso é o aumento da participação de idosos e aposentados num novo mercado de trabalho, em ambientes de entretenimentos, em redes sociais, salões de danças, academias de ginasticas, realizando atividades físicas e de lazer, modificando seus hábitos de vida, cuidando mais da sua saúde e da sua alimentação, pois essas atividades e mudanças de hábitos contribuem para o retardamento de doenças crônicas, mantendo-os por mais tempo em funcionamento sendo capazes de executar suas atividades e tarefas com mais disposição. Salimene (2010, p.169).
A possibilidade de acesso ao mercado de trabalho (aumento de renda), as oportunidades de lazer e cultura, e a promoção da máxima capacidade funcional são condições básicas para enfrentar o envelhecimento populacional. Enfim, são possibilidades reais de políticas públicas que poderiam oferecer ao processo de envelhecimento, como fenômeno coletivo, e, individualmente, a cada idoso como sujeitosocial, uma sociedade favorável a qualidade de vida das pessoas e a oportunidade de autorrealização.
Outra forma de desfrutar o tempo de velhice é a inserção de idoso na escola por diversos motivos, que os fazem desafiarem as perspectivas. Por força de vontade, voltam a estudar, buscando a realidade de um sonho que para muitos foi deixado para traz. Isso nos faz perceber que ter mais idade não e sinônimo de incapacidade e sim uma questão de saber entender e aproveitar a cada fase da vida, acompanhando as mudanças e superando os desafios advindos. Além disto, muitos alcançam a sua inserção ao nível superior chegando ao clímax dos seus objetivos, que até então era considerado quase impossível para uma pessoa de idade avançada. E nesta nova fase da humanidade, muitos deles chegam a exercer um novo mercado de trabalho que até então era vedado a eles, criando se assim um grupo avançado para perspectiva de vida do idoso e para o preconceito social. Berzins (2003, p.31), acrescenta que:
Apesar do avanço do crescimento que houve no percentual de idosos alfabetizados no pais, em 2000, ainda existiam, no Brasil, 5,1 milhões de idosos analfabetos e 64,8% declaram que sabiam ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Se compararmos como índice nacional de alfabetização, que é de 87,2% podemos observar o quanto os idosos estão em desvantagem.
Segundo a autora existe um desafio a ser ultrapassado em relação às políticas públicas voltadas para os idosos, no que diz respeito a sua promoção e inserção deste no âmbito escolar. Percebe-se a necessidade de uma melhor efetivação e preparação destas políticas para atender de fato a um direito que já lhes pertencem.
Outra conquista, é a quebra do tabu da sexualidade do idoso, que até pouco tempo era visto como algo inexistente, sem importância, vulgar devido a um forte preconceito que impedia a visibilidade social tornando-se assim um mito sociocultural.
Na terceira idade, não se consegue comer, praticar as atividades e nem fazer sexo da mesma forma que se fazia quando jovem, mas e fundamental que a sexualidade não desapareça, assim como não acontece com as outras funções vitais.
Hoje, se torna muito mais fácil a vida sexual dos mais velhos devido à ajuda de medicamentos que favorecem a ereção masculina, o qual criou um grande impacto e revolução no campo da sexualidade desses homens. Também pode se ressaltar o uso de medicamentos femininos, no período e após a menopausa favorecendo as mulheres nesta área. Contudo, esses procedimentos só devem ser realizados com orientação médica.
Quando o idoso tem uma vida sexualmente ativa ele se torna uma pessoa mais feliz consigo mesmo, com disposição para a vida, busca novas atividades profissionais, novas amizades. Busca independência no seio familiar deixando de ser um fardo para os mesmos. Desta forma, esta turma da melhor idade está com toda a disposição deixando de curtir a cadeira de balanço para curtir a cultura, esporte e lazer e o prazer da vida com o passar dos anos.
O processo de vida é algo intransferível na vida do ser humano, pois todos passarão por ele, o de nascer, crescer e envelhecer. A melhor forma de encará-lo é ter a sabedoria de aproveitar os momentos como se fosse o último dia de vida, com o prazer, alegria, dinamismo e informações, pois cada fase na vida do ser humano é única, por mais que o corpo aparenta estar velho, mas seu espirito permanece igual o da fase da juventude com desejos, sonhos e metas. 
A implementação de leis em defesa do idoso.
Para que se possa compreender um pouco mais a respeito da temática da população idosa no Brasil, é necessário também analisar a partir de quando está população passou a ser objeto de intervenção do Estado através das políticas sociais. Com isso, traçaremos uma trajetória histórica destas medidas até a atualidade.
Como vimos anteriormente, o envelhecimento populacional é um fenômeno que ocorre em diversos países, inclusive no Brasil e representa uma verdadeira conquista para humanidade, visto que a mesma sempre investiu em todos os meios necessários para promover esta longevidade. No entanto, Berzins (2003, p.20) aponta que esta vitória pode se tornar um problema da humanidade caso os países desenvolvidos ou em desenvolvimentos não planejam e executem políticas públicas que atendam às necessidades do segmento idoso. Ou seja, depois deste triunfo, agora se faz necessário incluir nas agendas dos governantes a realização de políticas sociais que promovam uma qualidade de vida destas pessoas que tiveram oportunidade de envelhecer, reconhecendo assim seu direito à longevidade.
Caso este investimento não ocorra, evidenciará um continuo crescimento de população idosa, porem vivendo em condições precárias de vida. Segundo Veras (1994, p.37): “após tanto esforço para prolongar a vida humana, seria lamentável não se ter condições adequadas de vive-la”.
Embora a questão do envelhecimento tenha obtido nas ultimas décadas uma discussão ampla em todo cenário mundial, os governantes só começaram a elaborar e implantar as políticas sociais de atendimento ao idoso quando a sociedade se organizou e começou pressioná-los. Antes disto, em termos de políticas públicas estruturadas, pouco se evidenciava. O que existiam eram medidas paliativas no âmbito da filantropia insuficientes para atender as inúmeras dificuldades do dia-a-dia de todos velhos que estavam a mercê do Estado. Neste sentido, podemos destacar o quanto é fundamental a mudança de correlação de força entre sociedade e governo, pois geralmente o segundo só passa atender os interesses da população quando pressionado.
No Brasil, o processo de implementação das políticas para terceira idade também foi marcado por uma ampla pressão da sociedade. Este teve seu início a partir da década de 20, quando a classe trabalhadora começou a reivindicar dos patrões e do Estado o direito a uma renda mínima, ou seja, uma aposentadoria para quando esgotasse suas condições físicas para o trabalho. Em resposta a esta reivindicação, o Estado, em 1923, promulgou a Lei Elói Chaves, que institui as Caixas de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários, as quais nos anos posteriores passou a contemplar as demais categorias profissionais.
Foi somente a partir de 1930, que o Estado se vinculou aos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP´S), que estavam sobre a responsabilidade administrativa das empresas. Com a queda do governo Vargas e a abertura democrática, representantes dos sindicatos e membros do poder executivo e legislativo começaram a propor uma série de mudanças no sistema previdenciário. Como resultado, em 1947, foi apresentada a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) e aprovada em 1960, porem com reformulações e emendas. Mesmo assim, foi possível a aprovação de algumas propostas importantes como a criação do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) e a consagração das aposentadorias por velhice, por tempo de serviço e especial. 
Goldman (1995, p.164), já o direito a pensão por velhice para mulheres com idade igual ou superior a 60 anos e homens a partir de 65 anos, foi aprovada em 1973. Contudo, proibindo o exercício de qualquer atividade remunerada. Uma condição inviável, pois como o benefício consistia num valor insuficiente, a grande maioria dos idosos eram obrigados a exercerem atividades informais clandestinamente. Em 1974, foi aprovado o benefício previdenciário para velhos com mais de 70 anos, desde que não tivesse também nenhum outro meio de subsistência.
Portanto, observa-se que todas as medidas do Estado no Brasil com relação população idosa de 1923 até 1974, restringiram-se ao âmbito da previdência social, ou seja, o Estado se limitou em atender apenas ao problema imediato da renda mensal, desconsiderando assim as grandes necessidades desta população.
No entanto, justamente esta questão da tradição centralizadora das medidas do Estado com relação à terceira idade, foi alvo de grande questionamento por parte de intelectuais e organizações que trabalhavam com a temática da velhice noBrasil, a partir da década de 70. Diante disto, em 1976, foi organizado o I Seminário Nacional de Estratégia de Previdência Sociais para o idoso, onde se buscou discutir amplamente a situação do idoso no Brasil para que assim fosse elaborada uma proposta consistente de política social caráter intersetorial. Depois da realização da proposta, a mesma foi encaminhada para o governo Federal. Em janeiro de 1977, o Ministério da Previdência e Assistência Social apresentou, pela primeira vez, a Política social do Idoso.
Observando o conjunto destas medidas, é possível afirmar que este documento não nos permite compreendê-lo como uma política social de caráter intersetorial, conforme sugerido no Seminário Nacional, demostrando o quanto o pais ainda tinha que avançar em termos de políticas sociais.
Segundo Goldman (2005, p.166) foi na década de 80, principalmente durante o processo da constituinte, que os idosos demostraram sua organização e sua força política, exigindo assim que seus direitos fossem reconhecidos na Constituição de 1988. Para isto, as associações de aposentados e pensionistas organizaram passeatas, ocuparam as galerias do Congresso, protestaram nas capitais, lotaram plenárias e participaram também das comissões técnicas da constituinte sugerindo que seus direitos fossem incorporados na constituição.
Como resultado deste engajamento político, o Estado, pela primeira vez, numa Constituição Brasileira, reconheceu o idoso como um sujeito de direitos, designado a velhice como um fator de atenção obrigatório do estado, da família e da sociedade, no artigo 230 da Constituição de 1988: “a família, a sociedade e o estado tem o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar garantindo-lhe o direito à vida”.
Entretanto, não sendo suficiente os direitos acima e principalmente devido ao hiato do texto legal com a difícil realidade da população idosa, fez-se necessário a elaboração de uma Política Nacional do Idoso. Antes da aprovação desta política, foi realizado em Brasília, em 1989, o Semínario Nacional “ O Idoso na Sociedade Atual”, que contou com a participação de diversos profissionais e membros de organizações sociais preocupados com esta questão. Neste encontro foram apresentadas pesquisas, documentos, relatórios e estudos que demostravam juntamente o descaso do poder público com a terceira idade, mesmo depois da Constituição de 1988, deixando latente a necessidade de mudança desta situação. Diante disso, foi elaborado o documento “Recomendações Politicas para a 3ª idade nos anos 90”, o qual foi destinado a toda sociedade civil e principalmente às autoridades governamentais. Goldman (2005, p.167).
Como resultado de toda esta movimentação, foi aprovada em 4 de janeiro de 1994 a Lei n. 8842, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, regulamentada pelo Decreto n. 1984\96 a Política do Idoso representa um avanço, comparada à Constituição de 1988, pois define princípios e diretrizes que asseguram a participação do idoso na sociedade, os seus direitos sociais e a sua cidadania a partir de ações governamentais de cunho intersetorial. Com isso são determinadas ações na área da assistência, na saúde, educação, do trabalho e previdência social, da habitação e urbanismo, de justiça, da cultura, esporte e lazer.
Além disso, Bruno (2003, p.78) “acrescenta, que a mesma foi pautada em dois eixos fundamentais: da proteção social e da inclusão social”. No primeiro eixo, trata das questões da saúde, da moradia, da renda mínima, do transporte. No segundo, trata da participação do idoso na sociedade criando assim medidas socioculturais, educativas, desportivas que permita esta inserção e reinserção.
Para que essas medidas possam ser implementadas a Política Nacional do Idoso (NPI), no artigo 8°ressalta como dever dos Ministérios da área da saúde, da assistência, da educação, da previdência social, do trabalho, da cultura, do esporte e do lazer a elaboração de propostas orçamentárias que financiem programas, projetos e os serviços que fazem parte da PNI, comprometendo-os de direcionar suas verbas.
Outro ponto importante da PNI é a questão da regulamentação dos conselhos, estaduais, do Distrito Federal e municipais do idoso. Estes passam ser designados como órgãos permanentes, paritários e deliberativos, os quais devem exercer a função de fiscalização, de formulação e coordenação da PNI, buscando assim controlar as ações governamentais através de representantes da sociedade civil e do próprio poder público. O conselho é um importante espaço público, o qual possibilita que o idoso exerça sua cidadania, visto que é ele principal interessado.
Apesar de todos avanços legais proporcionados pela Política Nacional do Idoso, os programas e projetos públicos para terceira idade eram escassos e se limitavam a atividades de lazer. Ainda se via idosos carecendo de atendimento médicos, instituições asilares com péssimas condições de higiene e de cuidado, empresas de transportes sem punição ao proibir o acesso do idoso nos ônibus, poucos programas de saúde do idoso e de outros serviços em geral. Com isso, podemos dizer que o próprio poder público ignorava a PNI, principalmente com relação ao princípio que determina como de seu dever a garantia de “(...) todos os direitos da cidadania do idoso (...) “ (art.3°).
Em 1997, o Deputado Federal Paulo Paim apresentou pela primeira vez o projeto de Lei 3.567 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso. O mesmo estava embasado na necessidade de aglutinação dos direitos dos idosos, exigindo assim também uma ratificação do compromisso governamental com a população idosa. Sendo assim, no dia 21 de agosto de 2003 este projeto de Lei foi aprovado na Câmara de Deputados em Brasília e encaminhado para o Senado, que também obteve aprovação. Com isso, no dia 1 de outubro de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Estatuto do Idoso, que só entrou em vigor em janeiro de 2004. O objetivo do Estatuto do Idoso é de “regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos” (art.1°). Para isto, o Estatuto incorporou grande parte dos princípios e diretrizes da Política Nacional do Idoso, acrescentando também novos dispositivos para implantação dos programas e projetos. Além disso. O mesmo define uma série de crimes contra idosos, como por exemplos: discriminar, abandonar, expor a perigo a integridade e saúde do idoso, apropriando-se indevidamente de seus bens, exibir informações e imagens que os desqualifiquem e outros, com pena máxima de 4 anos de prisão e multas para entidades de atendimento ao idoso que deixarem de cumprir com suas obrigações.
Sendo assim, o Estatuto do Idoso (1993) foi dividido nos seguintes títulos: 
Disposições preliminares – que trata do objetivo do Estatuto, define a família, a sociedade e Estado com responsável pela atenção ao idosos, define as prioridades da lei e além disso legitima o Conselho Nacional do Idoso, o qual tinha sido vetado na PNI.
Dos Direitos Fundamentais – Determina os direitos mais importantes para os idosos como o direito à vida, aos alimentos, à saúde, à educação, esporte, lazer, profissionalização e trabalho, previdência social, assistência social, habitação, transporte.
Das medidas de Proteção – Trata das medidas que protegem o idoso em caso de violação ou ameaça de seus direitos, indicando assim os encaminhamentos necessários, seja para família, com termo de responsabilidade, ou para abrigo em entidade e outras medidas que visam amparar o idoso.
Das Políticas de Atendimento ao Idoso – Trata da importância das articulações das ações governamentais e não governamentais, buscando assim a intersetorialidade; define as diretrizes, os objetivos e forma de organização da entidade de atendimento ao idoso e os mecanismos de fiscalização e as infrações administrativas.
Do Acesso a Justiça – Neste há um conjunto de artigo que visam basicamente facilitar o acesso do idoso à justiça, visto que o Poder Judiciário tem como função zelar pela não violaçãodos direitos dos idosos.
Dos crimes – Dispõe-se acerca dos crimes contra o idoso e suas penalidades. Esta parte é uma particularidade do Estado, visto que nenhum outro documento anterior apresentou mecanismo de punição daqueles que desrespeitasse o idoso.
Disposições Finais e Transitórias – Trata de temas gerais como as penalidades para casos de homicídio onde o idoso é a vítima, fala da responsabilidade do Fundo Nacional de Assistência Social de repassar as verbas destinadas a aplicação dos programas ou projetos relativos ao idoso, enquanto não há o Fundo Nacional do Idoso e outros assuntos.
O Estatuto também trata da questão da capacitação e da reciclagem de Recursos Humanos na área de Geriatria e Gerontologia. Isto porque acreditam na importância de se produzir profissionais qualificados (com um mínimo de conhecimento sobre a temática do envelhecimento) para se trabalhar com a terceira idade.
Após esta análise é possível se concluir do quanto se deu tardiamente a construção efetiva de uma política de atendimento ao idoso no Brasil, visto que sua cidadania só foi reconhecida na Constituição de 1988. Porém, mesmo depois desta conquista, a sociedade civil continuou pressionando o Estado recíprocos. Contudo, na atualidade as representações de família estão se modificando criando-se novos padrões conforme a liberdade conquistada de opções de convivência conjugal, mudando, assim, o contexto histórico da relação familiar (família nuclear), e com isso, novas alternativas de convívio familiar estão sendo apresentadas na sociedade, e nesta perspectiva há uma reformulação de valores e conceitos. Segundo os autores Kaslow, (2001), Samara (1992), Sarti (1992) que citam que pelo menos, nove tipos de modelos “oficiais” que podem ser consideradas como família.
Família Nuclear, incluindo duas gerações, com filhos biológicos;
Famílias extensas, incluindo três ou quatro gerações;
Família adotivas temporárias (Foster);
Família adotivas que podem ser bi-raciais ou multiculturais;
Casais;
Família monoparentais; chefiadas por pai ou mãe;
Casais homossexuais como sem crianças;
Família reconstituídas depois do divórcio;
Várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo.
Outra tendência interessante, face a visão de novo estilo familiar é o de idosos na posição de chefe de família situações esta que temos visto, de fato, em nossa realidade. O idoso em vez de esta na versão de um membro a ser cuidado, passa a ter a responsabilidade financeira e administrativa daquela família. Motta (1999, p.73) mostra que: “o que temos visto é o velho como figura central, na família. Como provedor em nada como dependente. Filhos e netos morando na casa deles ou na vizinhança sobre sua proteção. Nenhum deles na casa de filhos”. Temos visto que a uma inversão de papeis, o mesmo recebe em seu lar filhos separados ou com a sua família, ou mesmo, apenas netos, que vão ao seu encontro em busca de proteção, quase sempre, atingidos pela crise econômica. Não importa o quanto é a situação econômica dele, às vezes, é bem singela, porém, tem uma renda mais ou menos certa, favorecendo, assim, a sua ajuda financeira à família. Ela deixa de ser o reprodutor físico para ser um reprodutor do cotidiano de pessoas numa função social de sobrevivência de seus membros familiares, se colocando na função de arrimo.
Para reforçar essa análise, pode-se observar os dados do IPEA \ IBGE (1998). De acordo com Camarano e Beltrão (1998, p.5) Apud Motta: “os rendimentos do idoso é importante na renda familiar. Em 1996, sua renda total contribuía com 44% da renda Familiar (...)”.
Outras tendências significantes são as famílias unipessoais, que são formadas por pessoas que moram sozinhas: solteirões, viúvos e pessoas separadas que não buscam ou não conseguem constituir a sua vida com outro alguém. Ao envelhecerem se tornam idosos solitários, isto se dá, devido à mudança de estilo de vida, a tendência recente da redução do número de filhos, as inúmeras separações e, como já vimos, a melhora nas condições de saúde dos mais velhos que proporciona a longevidade e, como destaque para este potencial, temos em maioria, as mulheres. Esses fatores contribuem para o crescimento dos domicílios unipessoais e o número de idosos morando sozinhos. Contudo estes podem ser considerados mais vulneráveis e desprovidos de apoio diante de dificuldades de saúde, financeira e de apoio.
Assim, pode-se mais uma vez, afirmar, que as representações de família nuclear estão cada vez mais distintas entre as classes populares e as camadas médias urbanas empobrecidas. Independente da composição familiar é dela que se espera um apoio emocional e material em todos as fases da vida, pois a família pode ser considerada como um primeiro referencial de socialização, portanto, esta instituição deverá ser o porto seguro, pois em nenhum outro grupo social possui um elo tão forte. Conforme Lane (1994, p.33) ao definir a família:
Como um grupo necessário para garantir a sobrevivência do indivíduo e por isto mesmo, tende a ser visto como “natural” e “universal” na sua função de reprodução dos homens, e que cabe à família desenvolver a reprodução da força de trabalho e a perpetuação da propriedade, tornando-se assim como fator fundamental para a sociedade, pois a instituição familiar moderna em geral é carcada de normas, costumes e regimentos das leis que definem direitos e deveres pelos seus membros.
 Família co-residente ou não, é dela que se espera um apoio, e é este tipo de apoio que representa um papel importante no bem-estar e qualidade de vida dos idosos. Neste sentido, pode -se observar a importância do contato da família como seus idosos, pois se trata de um grupo que precisa de mais amparo e afetividade. O idoso busca assistência e amparo para suas carências no âmbito familiar, pois este é o vínculo de afinidade e afeto gerado ao logo de sua vida que lhe proporcionará confiança e segurança. Isso é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988, artigo 230, que diz que: “a família, a sociedade e o Estado tem o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito a vida”, embora esses direitos nem sempre são respeitados por seus familiares e as demais instituições competentes.
Para uma família unida que respeita e quer preservar junto a si o ente querido de idade avançada nem sempre se depara com o idoso sadio. Doente ou não, existe um grau de dependência muito extenso, o qual exige dela um enorme desdobramento onde seu apoio é de suma importância. Além de doenças e da dependência em si, existem outros fatores que provocam a baixa da autoestima e acabam por desestruturar o idoso e sua própria família é o momento da aposentadoria, as perdas funcionais e sociais que levam muitas vezes o idoso a um quadro depressivo. No caso da família do idoso que possuir alguma dependência é indispensável que esta tenha noções de todas as situações que envolvam o mesmo, pois é no seio familiar que é decidido como será o cuidado necessário para seu tratamento e quem será responsável por este cuidado, mas não só cuidar também será responsável de reportar o quadro dele para os demais familiares. A importância da família na vida do idoso começa com o apoio em diversos momentos e em diferentes fases de vida. É através do equilíbrio afetivo dentro do seio familiar que o aspecto físico, mental e social tem grandes possibilidades de se manter saudáveis. É neste núcleo que esta pessoa e vista por ser ela mesma, independente da utilidade econômica, política ou social, ela é única, sem máscara, na sua intimidade, faz parte da família sempre, pois ali é seu ninho. Em outro ambiente ela não teria a liberdade de ser autêntico, teria pudores e se resguardaria de forma um tanto inconveniente para si mesma, não se permitindo fazer as coisas que de costume faria no convívio familiar, e assim, causando-lhe, em certos momentos, o sentimento de inutilidade e abandono e, às vezes, desejandodeixar de existir. 
É pelos membros deste “habitat” que ela deseja ser cuidada, que ela deseja ser confortada, pois foi para eles que ela dedicou sua vida e, é apenas para eles que ela tem a liberdade de apresentar as suas manias e as suas fraquezas. O idoso acaba por envolver a família em torno de si, leva-os a olhar não só para si como também para tudo a sua volta, e assim, é possível observar o carinho dos netos ou mesmo de filhos para os seus avós queridos, que são vistos como os principais membros daquela comunidade familiar, pois representam uma trajetória de vida, a história daquela família, como se codificassem um gene. Entretanto, nem toda a família tem uma estrutura pronta para receber um idoso debilitado, pode-se verificar com mais frequência em famílias grandes vivendo em situação de dificuldades em muitos dos casos, dificuldades financeiras.
Há familiares que tem muita dificuldade em cuidar diretamente de seus idosos, devido ao grau de dependência que estes tenham como sequelas severas de um AVC, diabetes, dificuldades de locomoção, mal de Alzheimer entre outros males, sem falar, que a vida moderna é muito agitada, não permitindo tempo disponível para dedicação diária e constante de seu ente querido, porem essas famílias não admitem que seus velhos sejam encaminhados a um asilo ou outro tipo de abrigo qualquer, por ser algo muito impessoais e deixá-los distantes do seio familiar. De acordo com Moranga apud Alcântara (1997, p.20).
Mediante as transformações das sociedades urbanas industrializadas, essa atribuição vem deixando de ser um domínio exclusivo da esfera familiar e muitas dessas necessidades estão sendo atendidas por organizações alheias à família.
Em casos como este, as famílias se veem abrigados a contratar pessoas para suprir a falta da permanência momentânea de um familiar para cuidar de seus idosos, sem retira-los do lar e de seus familiares. Essas pessoas, hoje, são conhecidas como cuidadores de idosos, nem sempre são formados, fazem pequenos cursos. Por não serem especialistas em determinadas áreas só devem ser contratados se o familiar mantiver certo grau de independência, pois elas estão ali para serem acompanhantes, ficando ao lado do mesmo, executando algumas tarefas domesticas para ele, como leva-lo ao banheiro, dar banho e vestir, servir seus alimentos, acompanha-lo à hospitais e passeios, conversar e saber ouvi-lo entre outras coisas e, algumas atividades de tratamento, que são exercidas apenas com algum tipo de supervisão, contudo esse profissional deve sempre está em função de visar o conforto e bem-estar do seu cliente. 
De acordo com o Manual do Cuidador da Pessoa Idosa (208, p.64):
O cuidador é aquele que fica responsável por quase todo o trabalho diário com a pessoa idosa. O papel do cuidador é o de suprir as necessidades desta pessoa durante o período da doença ou incapacidade. O seu principal objetivo será assegurar na medida do possível, o conforto físico e a segurança do doente.
Atualmente existem no Brasil 21 milhões de pessoas com 60 anos ou mais (11,3% da população) influenciam negativamente no cuidado com os idosos. Hoje a pessoa tem menos filhos e as mulheres passaram de cuidadoras oficiais da família a indivíduos ativos no mercado de trabalho. Isso faz com que tenhamos muitos idosos precisando de cuidados e poucas pessoas para cuidar deles. Segundo dados de 2005 da Subsecretária de Direitos Humanos, mais de 95% dos idosos brasileiros residem com as famílias ou em suas próprias casas, mas se tratando dos cuidados que uma idosa demanda, algumas famílias deixam a desejar na maneira de cuidar dos seus idosos, principalmente quando este idoso possui alguma dependência física ou mental. Para algumas famílias que tem condições financeiras acabam contratando um cuidador de idosos, porém, a maioria das famílias brasileiras, que não possuem condições para pagar um cuidador ou até mesmo uma casa de repousos, cuidar de um idoso dependente e difícil e as famílias brasileiras dificilmente encontram ajuda ativa do Estado. Na maioria dos casos são as famílias que são legitimamente designadas como uma das instituições que tem a responsabilidade de amparar o idoso. No entanto, observa-se a decadência do suporte familiar decorrente das inúmeras dificuldades que permeiam as famílias brasileiras, muitas delas proporcionadas pelo desemprego, pela falta de moradia, pelas dificuldades financeiras, pela violência e por uma série de fatores. Neste sentido, entre a realidade caótica das famílias e o que dispõe na lei, destacamos como de suma importância o apoio ou suporte às famílias para que a mesma tenha condições de cuidar do idoso. Isto porque muitos destes cuidadores familiares encontram-se sobrecarregados, estressados, desgastados nas relações afetivas como próprio idoso, sem vida social, carentes de orientações e recursos matérias. Situação esta que rebate negativamente na qualidade de vida daquele idoso, que depende de seu cuidado, pois devido a essas necessidades no suporte familiar muito idoso tem sido negligenciado, mau tratado e muitas das vezes abandonado pelos seus próprios familiares.
A violência contra a pessoa idosa: o abandono.
Estamos diante de um quadro de aceleração do número de idosos no Brasil. Esse prolongamento da vida fez surgir muitas dificuldades no próprio envelhecimento, que os colocam em situação de dependência, demandando cuidados para os quais a família nem sempre está disponível, devido as agitações no mundo cotidiano e das novas profissões que inserem a população na sociedade, a participação da mulher no mercado de trabalho, a redução do tamanho da família, surgimento de novos modelos de construção familiar e a maior longevidade humana. Tal fato, soa como um alerta para a sociedade, para não só se preocupar em relação ao crescimento da população idosa, mas sim no questionamento de que maneira o idoso esta vivendo nos dias de hoje. Qual é a posição da sociedade em geral no que se diz respeito a está questão? Segundo o Plano de Ação para enfrentamento da violência contra a pessoa idosa (2007-2010 p.11) diz:
O fenômeno do envelhecimento no Brasil veio para ficar, configurado, ao mesmo tempo, uma conquista da qualidade de vida no pais e um desafio que precisa ser enfrentado pelas famílias, pela sociedade e pelo Estado.
Nos dias de hoje, uma grande parcela de idosos esta sendo desvinculados do seu papel social, deixando de lado pela falta de oportunidade que a nova sociedade impõe a eles e, sem que, na maioria das vezes, os próprios familiares e as pessoas envolvidas tenham a percepção do acontecido. De acordo com a Política de Saúde do Idoso (2008, p.2)
A família tradicionalmente considerada o mais afetivo sistema de apoio aos idosos, está passando por alterações decorrentes dessas mudanças conjunturais e culturais. (...) situações que precisam ser levadas em conta na avaliação no suporte informal aos idosos na sociedade brasileira. Essas situações geram o que se convencionou chamar de intimidade à distância, em que diferentes gerações ou mesmo pessoas de uma mesma família ocupam residências separadas.
Por estes fatores, a convivência idoso\família torna-se, em muitos casos, complicada, gerando muitas dificuldades para o mesmo em prolongar os seus dias em sociedade. Diante da cruel realidade vivida por este. Em face dessas dificuldades vividas, hoje um dos principais problemas que tem se feito presente na nossa sociedade, como um todo, são os casos de violência expostos, em todos os lugares imagináveis, principalmente as manifestações de violência no âmbito familiar, em geral os direcionados a população idosa, que se torna visível os maus tratos em todos os seus aspectos, questão esta, que afeta a comunidade em geral. Diante dessas circustancias, pode-se perceber o grau de abandono das pessoas de idade avançada em todos os setores, incluindo no âmbito familiar, pois se inicia com a exclusão social imposta por certos familiares, que os isola, geralmente, por questões econômicas, tendo muita das vezes interesses apenas em utilizara aposentadoria delas em benefício próprio, proporcionando assim, situações de graves negligencias desde a má alimentação até o descompromisso dos medicamentos necessários e da falta de acompanhamento médico especializado, ocasionando situações que os fragilizam e intensifica o grau de dependência dessas pessoas, levando-as a alguma situação de risco pessoal por não ter ou não saber a quem recorrer, e assim, se configura a violação de seus direitos negando aos mesmos o direito de ser ouvido e de ser respeitado, de ter autonomia e de fazer parte das decisões familiares, mesmo quando essas decisões tenham haver diretamente consigo.
No Brasil, são muitos os problemas enfrentados por uma considerável parcela de idosos em seu dia-a-dia: a exclusão do seu meio social devido a perda do contato com a força de trabalho, a desvalorização de aposentadorias e pensões, a saúde debilitada, o abandono da família total ou parcial, a ausência de lazer, a falta de projetos sociais voltado para si e, como prioridade, o difícil acesso aos planos de saúde, colocando-os vítimas de uma rede de proteção precária e despreparada, pois o que é possível observar são os programas que atende ao idoso, mas que não supri a real necessidade deste, que é um ser humano que merece toda atenção e respeito dentro do meio social como cidadão. A realidade observada e que há um grande índice dessas pessoas vivendo em situação indigna com base na violência e no abandono por consequência do abandono familiar, do descumprimento das leis de proteção ou pela falta de infraestrutura e fiscalização adequada e eficaz dos órgãos competentes para o cumprimento destas.
Embora as propostas definidas pela política governamental contenham questões relevantes quanto a assistência integral ao idoso, percebe-se que na implementação desta política surge um viés onde o idoso sofre as consequências deste sistema. Com isso, ele e privado de programas de prevenção de doenças, deixa de ser atendido as instituições públicas, enfrenta filas para conseguir atendimento na rede básica, levando a um ciclo vicioso por terminar na desistência do mesmo em procurar auxílio médico quanto necessita, podendo esse fator causa de muitas mortes em domicilio, sem assistência médica. 
O papel do estado nesta questão é viabilizar os direitos dos idosos promovendo a garantia de uma velhice digna, para isso são necessários programas sociais e políticas adequadas voltadas para esta demanda. Porem, hoje, por mais que existam os órgãos de proteção (Ministério Público, Conselho Estadual do Idoso, Conselho Municipal do Idoso e Fóruns) em defesa deste grupo social , pode-se perceber a fragilidade na intervenção dos mesmos, para que haja responsabilidade pautada e executada a proteção de direitos, isso porque vivemos em uma sociedade regida pelo capitalismo, que visa o acumulo de capital e não dá ênfase aos projetos e órgãos direcionados ao bem-estar da população. Regime, este, onde a imagem que se tem do idoso é ainda extremamente negativa, isto porque o valor do indivíduo é medido por sua capacidade produtiva, ou seja, por aquilo que ele produz em benefício da produção capitalista, por consequência disto o idoso é rotulado como um sujeito improdutivo, ou seja, como aquele que deixou de ser importante para o sistema. Desta forma, ele passa a ser considerado como alguém inútil ou incapaz de produzir algo de valor. Concepção, esta, preconceituosa que é uma violência, que desvaloriza a velhice por centrar-se na lógica da produtividade. Faleiros (2004, p.14) nos mostra claramente o significado de velho para esta sociedade:
No capitalismo contemporâneo, assim, fica-se velho quando se fica defasado, fora do processo de modernização compulsória para aumento da produção, trazendo a tona um novo conceito de velhice: não é mais o tempo que envelhecer, mas a programação produtiva da improdutividade.
Em relação a Faleiros (2004), uma grande parte de idoso nos dias atuais sente dificuldades, em estar inseridos na sociedade após a sua aposentadoria, por ser considerado uma pessoa sem vitalidade, improdutivo, inútil tanto para a família quanto para a sociedade, esse rótulo que a sociedade impõem ao idoso aposentado, é uma concepção extremamente preconceituosa e que muitas das vezes leva esse idoso a se sentir um ser improdutivo para a sociedade que aso poucos vai si excluído dos meios sociais, consequentemente transportando-o para um estado de isolamento, ocasionado a depressão e até o surgimento de doenças, situações de conflito interpessoais, familiares e institucionais.
Com base no entendimento de Faleiros (2004 e 2007) a violência é um processo social relacional com um extenso grau de complexidade e diversidade, pois deve ser entendido na estruturação do meio social e das relações interpessoais, institucionais e familiares. A violência é uma relação conflituosa dento da sociedade, pois resulta da disputa por posições, domínio, vantagens, lugares numa estrutura complexa com garantia de poderes reais ou simbólicos em detrimento de outros. Na família, é gerada, muita das vezes, pela imposição de obrigatoriedade sem um apoio governamental e profissional no cuidado de alguém que necessite de auxilio constante. Nem sempre é pela falta de apoio econômico, mas sim, pela falta de condições para tratamento, da falta de disponibilidade integral ou parcial de acompanhamento, da falta de um tratamento psicológico especializado para os familiares que entram em desajustes emocional, entre outros dados.
Os fatores que hoje dificultam a relação idoso dependente e sua família, proporcionam o desvinculo da cumplicidade de afeto, ou seja, o rompimento do elo afetivo e, gera, na maioria dos casos, diversos níveis de violência no relacionamento e o abandono dentro do próprio lar.
Seguindo este contexto, a pessoa idosa tem recebido um tratamento como se fosse um ser descartável e um peso no contexto familiar e social, sendo na maioria das vezes maltratado e desprezado por quem mais deveria lhe dar valor, que são seus filhos e netos e pelas instituições públicas, além de ser esquecido pela sociedade em geral.
Esse tipo de violência pode se caracterizar como social, proporcionada pelo desajustes econômicos da população. Em bairros de família classe-média\pobre há tratamento de idosos diferenciado dos bairros de classe-média\rica, pois não há, em sua maioria, programas nem projetos voltados para melhor qualidade de vida desse público alvo e, quando há, e numa proporção bem menor do que em lugares em que o poder aquisitivo é elevado, ofertando serviços quase sempre precários, nos quais as bases de tratamento é inferior e, com muita falta de disponibilidade de serviços adequados para com seus idosos, além da falta de auxílio do governo para com os mesmos. Havendo assim uma contradição que violenta a sociedade, onde mais se precisa é onde menos se tem. Na concepção de Minayo (1994, p.07) “a violência é um dos eternos problemas da teoria social e da prática política e relacionada da humanidade”.
O abandono é um tipo de violência que se manifesta através de um rompimento de um elo familiar devido à falta de assistência da mesma ou pela ausência de um responsável, institucionais e governamentais.
Há uma complexidade quando tratamos a questão do abandono, pois este pode ser motivado por diferentes fatores na vida das pessoas, podendo acontecer devido ás dificuldades de relacionamento no âmbito familiar ocasionando perda de vínculo familiar, pela inexistência de parentes e familiares, devido a relação de conflitos que duram por toda a vida, pelas dificuldades de conflitos que duram nos meios sociais, ou pela incapacidade funcional do idoso, perda da autonomia total do indivíduo, muitas vezes, o abandono e motivado devido à relacionamentos e a trajetórias de vida de cada indivíduo, como que é que esse indivíduo construiu sua relação ao longo da vida com seus familiares, parentes e amigos.
Outro tipo de abandono são idosos que dão entrada nas emergências hospitalares apresentando problemas associados a idade ou situaçãocrônica e quando chegar o tempo de receber alta médica nenhum familiar aparece para busca-lo.
Muitos idosos são vítimas de negligencias \ abandono por parte de seus familiares dentro do seu próprio lar, principalmente estes idosos que apresentam algum tipo de dependência, onde esses ficam sem ter acesso a uma alimentação adequada, a medicamento agravando ainda mais a sua saúde.
Muitos são os fatores que podem levar uma pessoa idosa de 60 anos ou mais, inserir-se numa instituição de longa permanência, geralmente são pessoas que não dispõem de condições para permanecer com a família, ou em seu lar, devido a perda de laços familiares, ou em casos de abandono. Essas instituições podem receber diversas denominações (abrigo, asilo, lar e casa de repouso) e prestam atendimento sobre regime de internado, mediante o pagamento ou não, durante um período indeterminado. Porém, podemos perceber nos dias de hoje, a escassez dessas instituições pública de longa permanência para atender os idosos com rompimento ou inexistência de vinculo familiar e a inexistência de instituição de longa permanência que trabalhe com idosos dependentes, pois uma das dificuldades é a falta de infraestrutura das instituições e de profissionais para atender os indivíduos com transtorno mentais e necessidades especiais. 
Direitos do Idoso: algumas reflexões.
Segundo Goldman (1995), o envelhecimento uma questão da responsabilidade de todos, vimos que no Brasil só foi possível a construção de uma política de atendimento ao idoso, a partir de uma ampla organização e mobilização dos idosos e de profissionais da área do envelhecimento. 
O Estado reconhece seu dever de proteção ao idoso a partir da promulgada da Constituição Federal de 1988, quando estabelece a responsabilidade do governo, da sociedade civil e da família de proteger, assistir e amparar a pessoa idosa.
E como resultado de uma ampla pressão social, o Estado aprova em 4 de janeiro de 1994, a Política Nacional do Idoso, lei 8.842 que tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso maio de 60 anos é importante citar também que esta lei foi criada no intuito de identificar o idoso como um indivíduo, que tem seus direitos e deveres que devem ser atendidos de forma diferenciada, por causa das suas necessidades físicas, sociais e econômicas. A Política Nacional do Idoso deve incentivar formas diferenciadas de cooperação e interagir junto às organizações da sociedade, que mostram interesse em priorizar o atendimento aos idosos. 
O Estatuto do Idoso instituído pela lei n. 10.741 de 1 de outubro de 2003, este é mais abrangente que a Política Nacional do Idoso 1994, onde regula os direitos assegurado às pessoas idosas e instituído penas severas para quem desrespeitar e abandonar os idosos. Ambas representam verdadeiras conquistas para a questão do envelhecimento no pais, pois foram a partir destas aprovações que a pessoa idosa passou a ser reconhecido como um sujeito de direito.
É possível perceber que a importância dos idosos para o pais não se resume à sua crescente participação no total da população, pois esse fenômeno altera significativamente o perfil das políticas sociais, exigindo a implementação de novas leis, serviços, benefícios, programas e projetos voltados para a promoção e garantia dos direitos da pessoa idosa, pois trona-se um grande desafio dos governos e da sociedade assegurar os direitos a esse segmento populacional, elaborando políticas adequadas ao mundo globalizado, para combater o elevado número de violação de direitos e violência contra a pessoa idosa. Segundo Veras (2006, p.32):
Das questões mais instigantes do início do século XXI está o desafio da longevidade humana; desafio filosófico, social, político e cientifico. Filosófico porque a velhice carece de novo de sentido e requer ética nova. Social porque os velhos ainda não têm lugar na sociedade atual. Político porque q existência de um número maior de velhos exige políticas e ações que permitam ao segmento idoso viver: tanto a ciência quanto a tecnologia devem com seus avanços colaborar para a melhoria da qualidade de vida daqueles que envelhecem e resolvem novos desafios teóricos – metodológico. 
Em relação à fala citada pelo autor, percebemos que muitas são as limitações, e desafios postos em nosso cotidiano, dificuldades estas dos idosos se adaptarem no mundo globalizado, entretanto é preciso que o idoso exerça sua autonomia e que tenha sempre em mente que as políticas de proteção alcançadas só foram possíveis através dos seus esforços, sendo assim, se torna necessário que essa classe social continue nesse caminho para fazer valer os seus direitos que estão determinado no Estatuto do Idoso, na Política Nacional do Idoso, na Política Nacional de Saúde. Um ponto importante no Estatuto do Idoso (2003) é o artigo 2° que diz que:
O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana, sem prejuízos da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. 
Ao compreendermos esta citação, é possível perceber as dificuldades na realidade vivenciada por essa classe social, a lei assegura, porém pouco vem sendo efetivada de fato, há uma limitação quando o acesso aos serviços ao qual esta população tem direito, mesmo reconhecendo a velhice como uma questão prioritária no contexto das políticas sociais brasileiras.
A lei diz que o idoso tem direito à cultura, esporte e ao lazer, porém é importante lembrar que muitos idosos ficam de fora dessa realidade. Devido a falta de projetos e programas sociais próximos de suas residências, na maioria das vezes essas localidades são abandonadas pelos governantes que não investe em nada de novo de novo que possa estar possibilitando algo que promova a saúde física e intelectual dessa pessoa. Seria maravilhoso se todos os idosos tivessem oportunidade de acesso em todos os serviços de direitos, se em cada bairro fosse implantado um centro de convivência, uma área de lazer destinada para a terceira idade. Outro fator que impede muitas das vezes esse idoso a usufruir dos serviços é a falta de segurança pública nos centros urbanos, que o coloca em situação de risco e a falta de transporte que muitos das vezes o impede do direito de ir e vir. 
A Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso objetivam garantir a qualidade de vida durante o envelhecimento. É primordial a criação de espaços para a participação social dos idosos em suas comunidades. Não podemos se conformar com essa realidade de negação de direitos e sim a sociedade como todo cobrar as autoridades. De acordo com Goldman (2006, p.163).
A população que chega a alcançar idade mais elevada encontra dificuldades de adaptar as condições de vida atuais, pois, além das dificuldades físicas, psíquicas, sociais, e culturais decorrentes do envelhecimento, sente-se relegada a plano secundário no mercado de trabalho, no seio da família e na sociedade em geral.
Outro assunto sério que faz parte da realidade dos idosos é a acessibilidade deste grupo ao transporte público, estes deveriam ser um meio de facilitação para a vida de todos os cidadãos na sociedade, independente de sexo, idade e condição social, porem. O Estatuto do Idoso assegura em seu artigo 39 que:
Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos e urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
Este direito permite aos maiores de 65 anos o transporte coletivo público, gratuidade de acesso imediato aos meios de transporte seja ele ônibus, avião, trem, barca ou navio. Outra questão em torno desse debate é em relação a situação do idoso com a idade de 60 a 64 anos que possui a necessidade de utilizar o transporte público. O estatuto do Idoso deixa claro que o acesso as pessoas da idadeentre 60 anos a 64 anos, ficará a critério da legislação local o exercício da gratuidade.
No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 e 65 anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.
Diante dessa questão muitos dos idosos passam por situação de constrangimentos e desconfortos no momento do embarque nos transportes públicos, tendo que contar com a boa vontade dos responsáveis pelo transporte em receber esse idoso, se tratando ainda dos direitos dos idosos é importante abordar os direitos dos números de reservas nesse transporte para o idoso. No Estatuto do Idoso no artigo diz no parágrafo 2 que são reservados aos idosos 10% (por cento) dos assentos nos veículos de transportes coletivos, devidamente identificados com placas de reserva preferencialmente para os idosos. Diante desse direito podemos questionar será que esse direito dos idosos estão sendo respeitados em relação ao seu acesso aos transportes públicos, e quanto a tranquilidade nas suas viagens, será que esses lugares reservados para os idosos se encontrar realmente disponível para eles. Sendo assim o próprio idoso como cidadão tem o direito de combater os desrespeitos e os constrangimentos vivenciados por eles, ao usarem o transporte público podendo denunciar o problema na empresa responsável ou aos órgãos competentes como Conselho Estaduais de Direitos do Idoso, para fazer valer seus direitos.
Tratando de direitos podemos citar o artigo 15 do Estatuto do Idoso, que diz respeito aos direitos à Saúde da pessoa idosa em seu artigo n° 15:
É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do sistema único de saúde – SUS, garantindo-lhes o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a preservação, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial as doenças que afetam preferencialmente os idosos.
Percebe-se que o Estatuto do Idoso organiza o atendimento a pessoa idosa desde a sua prevenção, promoção, proteção até a recuperação do idoso, assegurando também atenção integral como já foi mencionado acima, sabemos que o Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema que deve atender o cidadão com toda atenção, pois se trata de um direito universal de todos os brasileiros, os serviços prestados pelo SUS são destinados a todos os cidadão, pois esses direitos são financiados com recursos arrecadados por meio de impostos e contribuições pagos pela própria populações. Direito este garantido também pela Constituição Federal 1988 em seu artigo 196, que diz que:
A saúde e direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visam a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
É possível hoje que a qualidade e as condições que este oferece não tem sido favorável para os cidadãos da nossa sociedade que muito já contribuíram.
A saúde pública no Brasil tem vivido sérios problemas principalmente no âmbito que tange verbas para a saúde. É tarefa do governo repassar verbas para a saúde, mas, não são todos os municípios que tem hospitais, alguns não possui nem posto de saúde e, os que possuem, em sua maioria, faltam infraestrutura e se encontram precários para atender a demanda deste grupo em especial – o idoso. Essa diminuição do papel redistributivo do Estado, acontece devido ao direcionamento político tomado pelo pais, direcionamento esse denominado neoliberal.
Os idosos, como os demais, deparam-se com dificuldade desde o acesso aos hospitais até a sua permanência nos mesmos, principalmente quando este idoso necessita de uma UTI, é possível constatar que as políticas públicas para os idosos não foram pensadas em relação priorização deles nesse espaço, dando preferência a casos de pessoas mais jovens, priorizando que estes terão um tempo de vida maior, e assim, esquecendo que os direitos são iguais independente de idade.
Muitas das vezes, idoso são largados nos corredores, nas macas, banco e até no próprio chão de hospitais, por descaso, correndo o risco de adquirirem uma infecção ou até sofrerem uma queda que agrave ainda mais o seu quadro de saúde, ou seja, o hospital é o local que deveria ser um ambiente de recuperação da saúde, mas passa a ser um lugar que traz dor e frustação, por não haver um tratamento digno previsto em lei. Diante disso, podemos dizer que a população idosa enfrenta inúmeras dificuldades para ter acesso a esses direitos que são fundamentais para que o ser humano continue envelhecendo com dignidade, isto porque, no Brasil ainda pouco se faz em termos de política pública concreta em relação a saúde para a população.
3. O abandono dos Idosos.
3.1. O problema.
Devido a grande demanda de atendimento à situação de risco e violação de direitos a pessoa idosa, onde foi percebido um grande número de denúncias (abuso financeiro, negligencia, abandono, violência física) que chegavam ao CREAS. Na maioria das vezes elas chegam do Poder Judiciário, (Ministério Público \ Promotoria do Idoso), no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), postos de saúde, sistema de garantia de direitos e demandas espontâneas de membros de família \ ou comunidade e também (ainda que de forma incorreta. Recebe também denúncias do disque 100, porém, o CREAS não é um órgão de apuração de denúncias e sim, um equipamento que presta serviços especializados e contínuos a indivíduos e famílias que tiveram seus direitos violados bem como aos que se encontram em situações de risco pessoal e social por ocorrência de negligencia, ameaças, maus tratos, abandono, abuso e exploração sexual, trabalho infantil, violência física e psicológica, discriminação, entre outras, apoiando a construção e ou reconstrução de projetos pessoais e sociais.
No caso do CREAS no Município de Nova Iguaçu, são abarcados os atendimentos de riscos e violação de direitos, aos usuários como “crianças, adolescentes, jovens, adultos pessoas com deficiência, idosos e famílias (população de rua) que utilizam espaços públicos como forma de moradia ou sobrevivência, onde são atendidos juntos com uma equipe multidisciplinar com 1 coordenador, 6 assistentes sociais, 2 psicólogos e 1 orientador social.
Aos seres informados do caso, o Serviço Social utiliza instrumentos como entrevistas e a visita domiciliar onde se verifica as demandas dos usuários e das famílias. Se faz necessárias a articulação em rede e a interlocução com as promotorias e outros órgãos do sistema de garantia de direitos, políticas públicas setoriais. Porem quando há casos que não são de competências do CREAS, são enviados ao Ministério Público, para possível intervenção, como por exemplo quando são casos relacionados a saúde do idoso.
A experiencia de trabalho com idoso, nos permitiu afirmar que as políticas para os idosos só serão respeitadas e priorizadas se houver mobilização da sociedade e dos profissionais atuante da equipe multidisciplinar como assistentes sociais, psicólogos, orientador social, coordenadores do equipamento e também da própria população idosa numa parceria de cidadania participativa. Diante dessas reflexões teórica e prática, aguça o desejo de aprofundar a temática do abandono contra o idoso.
3.2. Caminho metodológico
 O primeiro momento foi realizado um levantamento bibliográfico para ter uma melhor dimensão sobre os problemas, desafios, avanços e conquistas relacionados a terceira idade. No segundo momento traçou-se o perfil dos idosos baseado nas 11 fichas sociais no período de janeiro 2011 à julho de 2011 com 15 perguntas fechadas, visando entender, analisar e identificar no CREAS os tipos de abandono.
3.3. Análise dos dados
O abandono acontece em todas as classes sociais, em todas as etnias, em todas as idades e nada mais é do que uma violência, porém, o maior tipo de violência sofrido por estas pessoas é a perda de seus direitos

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