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ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA AGU
Professor: Rodrigo Duarte
Contato
Email: rodrigomouraduarte@hotmail.com
Facebook: Rodrigo Duarte
NORMAS PERTINENTES
- CRFB (Art. 131)
- CPC 2015
- Lei 13.140/15 (Lei da Mediação)
- Lei nº 10.480/02 (Procuradoria-Geral Federal)
- Lei nº 9.469/97
- Lei 9.307/96 (Lei da Arbitragem)
- Lei nº 9.028/95
- Lei Complementar nº 73/93
- Lei nº 8.112/90
- Decreto 7.392/10 (Estrutura Regimental da AGU)
- Súmulas e Orientações Normativas da AGU
Candidato deve ler todas essas normas!
FUNÇÃO ESSENCIAL À JUSTIÇA
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou
através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente,
cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
- O que é o órgão vinculado?
- Quatro carreiras distintas!
- Quatro concursos diferentes – Excelente para os alunos do Ênfase
CONTINUAÇÃO DO ART. 131
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, 
de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de 
trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata 
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da 
União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto 
em lei.
AS 4 CARREIRAS
•Advogados da União (previsão na CRFB);
•Procuradores Federais (lei própria);
•Procuradores da Fazenda Nacional (previsão na CRFB); e
•Procuradores do Banco Central (lei própria).
•Qual o entendimento do STF acerca do órgão vinculado?
A Procuradoria-Geral Federal, apesar de manter vinculação com a AGU, não é
um órgão dela.
Procuradores autárquicos, Procuradores do INSS.... atuais Procuradores
Federais
Procuradores do Banco Central continuam a existir como carreira autônoma:
opção política
(...) ART. 1º DA LEI N. 2.123/1952 E ART. 17, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N.
4.069/1962. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS RECEPCIONADAS COM STATUS DE LEI
ORDINÁRIA. POSSIBILIDADE DE REVOGAÇÃO PELO ART. 18 DA LEI N.
9.527/1997. INTERPRETAÇÃO DO ART. 131, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. A PROCURADORIA-GERAL FEDERAL, APESAR DE MANTER
VINCULAÇÃO, NÃO SE CARACTERIZA COMO ÓRGÃO DA ADVOCACIA-GERAL
DA UNIÃO. ATUAL IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO DAS CONDIÇÕES
FUNCIONAIS DOS MEMBROS DA ADVOCACIA PÚBLICA E DO MINISTÉRIO
PÚBLICO. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, PROVIDO.
(RE 602381, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em
20/11/2014, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-023
DIVULG 03-02-2015 PUBLIC 04-02-2015)
ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS CARREIRAS
•Advogados da União são responsáveis pela representação judicial e 
extrajudicial da Administração Direta (Ministérios, Forças Armadas).
•Procuradores Federais são responsáveis pela representação das autarquias e 
fundações públicas na esfera judicial e extrajudicial. 
•Procuradores do Banco Central são responsáveis pela assessoria jurídica e 
representação dessa autarquia na esfera judicial e extrajudicial. 
•Procuradores da Fazenda são responsáveis pela execução da dívida ativa 
tributária. 
Conhecimento da área de atuação é importante, pois já foi cobrado em provas
da AGU, inclusive na última prova para Advogado da União.
“A CF estabelece expressamente que a representação da União, na execução
da dívida ativa de natureza tributária, cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, observado o disposto em lei.”
Literalidade do art. 131, §3º, da CRFB.
Resposta correta!
LEI COMPLEMENTAR 73
A Lei Complementar 73/93 é a lei orgânica da AGU e regula aspectos gerais da 
carreira. 
Vedação à advocacia privada!!
Exceções: atuação em causa própria ou pro bono. Orientação Normativa da 
AGU.
Novo CPC: recebimento de honorários. Atrativo para a carreira. 
Regulamentação por lei específica.
“A Secretaria-Geral de Contencioso é o órgão de direção superior da AGU
competente para subsidiar as informações a serem prestadas pelo presidente
da República ao STF em mandados de segurança, tendo em vista a sua
atribuição de assistência na representação judicial da União perante referido
tribunal”.
O Decreto nº 7.392/10 estipula a Estrutura Regimental e o Quadro
Demonstrativo dos Cargos em Comissão da Advocacia-Geral da União. O
conhecimento desse decreto é importante porque detalha mais as disposições
contidas na LC 73/93.
O art. 2º, I, da LC 73/93 traz os órgãos de direção superior da AGU e neles não
consta a Secretaria-Geral de Contencioso:
Art. 2º - A Advocacia-Geral da União compreende:
I - órgãos de direção superior:
a) o Advogado-Geral da União;
b) a Procuradoria-Geral da União e a da Fazenda Nacional;
c) Consultoria-Geral da União;
d) o Conselho Superior da Advocacia-Geral da União; e
e) a Corregedoria-Geral da Advocacia da União;
No Decreto nº 7.392/10, que regula a estrutura regimental da AGU, a SGCT 
realmente está inserida dentro dos órgãos de direção superior, com base no 
art. 2º, II, “b”. 
Ponto curioso - LC 73/93 não coloca a SGCT como órgão de direção superior,
mas o Decreto coloca.
Prevalece a disposição da LC 73/93, muito embora o Decreto nº 7.392/10 a
coloque como órgão de direção superior.
O órgão de Direção Superior é o AGU, e não a SGCT, a não ser que a banca
interprete que ela, por auxiliar o chefe da AGU, acabe se tornando órgão de
direção superior, o que justificaria a inclusão no Decreto.
Porém, ainda que haja essa problemática na questão, não é incumbência da
SGCT elaborar as informações a serem prestadas pelo Presidente da
República, com base no art. 8º, II, do Decreto n° 7.392/10.
Novo CPC (art. 89, §19)- advogados públicos passarão a receber honorários
advocatícios. Este ponto ainda depende de regulamentação por lei específica
para ser implementado.
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos
termos da lei.
Advocacia privada - mesmo que o membro da AGU esteja licenciado ou
afastado para o exercício de mandato eletivo, a vedação à advocacia privada
permanece, salvo no caso de ser pro bono ou em causa própria (Orientação
Normativa nº 27/09)
“É VEDADO AOS MEMBROS DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO E DE SEUS
ÓRGÃOS VINCULADOS O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA PRIVADA E FIGURAR
COMO SÓCIO EM SOCIEDADE DE ADVOGADOS, MESMO DURANTE O PERÍODO
DE GOZO DE LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES, OU DE
LICENÇA INCENTIVADA SEM REMUNERAÇÃO, OU DURANTE AFASTAMENTO
PARA O EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO, SALVO O EXERCÍCIO DA
ADVOCACIA EM CAUSA PRÓPRIA E A ADVOCACIA PRO BONO”.
Alterações na Lei Complementar 73
A Lei Complementar só é exigida para alterações na organização e
funcionamento da AGU. Possibilidade de alterações por meio de lei ordinária
ou medida provisória. Entendimento do STF.
“Questões funcionais referentes à carreira da Procuradoria da Fazenda
Nacional. Período de férias. Lei ordinária. Possibilidade. Exigência de lei
complementar apenas para dispor sobre sua organização e funcionamento
(art. 131 da CF).” (RE 539.370, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-
11-2010, Segunda Turma,DJE de 4-3-2011.)”
HISTÓRICO DA AGU
Instituição nova na estrutura brasileira.
Existência de “advocacia pública” desde o período colonial. 
Ordenações Afonsinas – século XV.
“Procurador dos Nossos Feitos”.
Atuação do Ministério Público Federal como AGU antes da atual Constituição.
Custos legis + atuação em prol da sociedade + defender a União.
CRIAÇÃO DA AGU
Criação inspirada no modelo italiano de advocacia de estado.
Um mesmo órgão para atuação judicial e consultiva.
Já foi cobradoem prova da AGU!
“Na concepção da AGU pela CF, observa-se nítida influência do modelo de
advocacia do Estado adotado na Itália (avvocatura dello Stato), no qual uma
única instituição assume tanto a defesa judicial do Estado quanto a consultoria
jurídica de órgãos da administração pública. Tal modelo parte da consideração
unitária dos interesses do Estado e da necessidade de sua defesa com base
em critérios uniformes.”
Questão correta.
Boa dose de dificuldade.
OPÇÃO ENTRE MPF E AGU
Previsão de os membros do MPF poderem optar entre a AGU e MPF.
Art. 29, §2º, do ADCT – Escolha irretratável. Já foi cobrado em prova da AGU!
Art. 61, da LC 73/93.
§ 2º - Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei complementar,
será facultada a opção, de forma irretratável, entre as carreiras do Ministério
Público Federal e da Advocacia-Geral da União.
“A CF previu no ato das disposições constitucionais transitórias que os
procuradores da República, os quais exerciam as funções de representação
judicial da União, poderiam optar, de forma irretratável, entre as carreiras do
Ministério Público Federal e as da AGU.”
Art. 61. A opção, facultada pelo § 2º do art. 29 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, aos Procuradores da
República, deve ser manifestada, ao Advogado-Geral da União, no prazo
improrrogável de quinze dias, contado da publicação da lei prevista no
parágrafo único do art. 26 desta lei complementar.
Questão correta!
Importância da leitura das leis! Leiam e releiam!
ESTRUTURAÇÃO DA AGU
Tema “áspero”, mas importante. Já foi cobrado em prova!
Auxílio jurídico apenas ao Poder Executivo! Caput do art. 131, da CRFB.
“Incumbe à AGU, diretamente ou mediante órgão vinculado, exercer a
representação judicial e extrajudicial da União, assim como as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, no âmbito federal. “
Questão errada!
DIVISÃO INTERNA DA AGU
4 TIPOS DE ÓRGÃOS
•órgãos de direção superior; 
•órgãos de execução;
•órgãos vinculados; e 
•órgãos de assistência ao Advogado-Geral da União.
Órgãos de Direção Superior
•Advogado-Geral da União;
•Procuradoria-Geral da União (atuação contenciosa);
•Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;
•Consultoria-Geral da União (atuação consultiva);
•Conselho Superior; e
•Corregedoria.
Órgãos de Execução
•Procuradorias Regionais da União (atuação contenciosa que segue a divisão 
dos TRFs);
•Procuradorias Regionais da Fazenda;
•Procuradorias da União e Procuradorias Seccionais (atuação contenciosa 
descentralizada);
•Consultorias da União (atuação consultiva local); e
•Consultoria Jurídica nos Ministérios.
Órgãos Vinculados
•Procuradorias das autarquias e fundações públicas.
Essa disposição é anterior à unificação que ocorreu com a criação da 
Procuradoria-Geral Federal. 
Distinção entre procuradores de autarquias e fundações que não faz mais 
sentido.
O Banco Central possui um corpo jurídico específico!
Órgão de Assistência
Gabinete do Advogado-Geral da União
A divisão interna costuma ser cair em provas.
Importância de ler com atenção a divisão interna, principalmente na véspera
da prova.
QUESTÃO SOBRE A DIVISÃO INTERNA
Segundo a Lei Complementar n.º 73/1993, são órgãos de execução da AGU: as
Procuradorias-Regionais da União, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, a
Consultoria-Geral da União, as Procuradorias-Regionais da Fazenda Nacional,
as Procuradorias-Seccionais da União e as Procuradorias da Fazenda Nacional
nos estados.
Questão errada! Consultoria-Geral da União é órgão de direção superior.
OUTRA QUESTÃO SOBRE A DIVISÃO INTERNA
Às consultorias jurídicas, órgãos setoriais da AGU, compete fixar a
interpretação da Constituição Federal e das leis, em suas áreas de atuação e
coordenação, para orientar a atuação de autoridades do Poder Executivo,
quando não houver orientação normativa da AGU.
Questão correta.
Art. 11, III, da LC 73/93.
“III - fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e dos demais
atos normativos a ser uniformemente seguida em suas áreas de atuação e
coordenação quando não houver orientação normativa do Advogado-Geral da
União;”
O ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Ministro de Estado.
Cargo de confiança do(a) Presidente(a) da República.
Nomeado não precisa integrar uma das carreiras da AGU.
O atual AGU é membro da carreira. O anterior, José Toffoli, Ministro do STF,
era de fora da carreira.
Art. 131, §1º, da CRFB:
Cidadão maior de 35 anos de idade.
Notável saber jurídico.
Reputação ilibada.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, 
de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de 
trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Foro especial no STF para crimes comuns.
Foro no Senado para crimes de responsabilidade.
ALGUMAS ATRIBUIÇÕES DO AGU
•assessorar juridicamente o Presidente da República;
•fixar a interpretação das normas para a Administração Pública Federal;
•representar a União junto ao STF e em qualquer outro tribunal;
•editar enunciados de súmula administrativa;
•homologar os concursos públicos de ingresso nas Carreiras da Advocacia-
Geral da União; e
•defender a norma impugnada em ações de controle de constitucionalidade.
ENTENDIMENTO DO STF
“O munus a que se refere o imperativo constitucional (CF, art. 103, § 3º) deve
ser entendido com temperamentos. O advogado-geral da União não está
obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou
entendimento pela sua inconstitucionalidade.” (ADI 1.616, Rel. Min. Maurício
Corrêa, julgamento em 24-5-2001, Plenário, DJ de 24-8-2001.) Vide: ADI
3.916, rel. min. Eros Grau, julgamento em 3-2-2010, Plenário, DJE de 14-5-
2010.”
ATUAÇÃO DO AGU EM ADIs
Art. 103, §3º, da CRFB.
Imposição de defesa da norma impugnada, inclusive quando estadual.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,
em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-
Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
STF relativizou a imposição constitucional.
Leis claramente inconstitucionais ou que causem prejuízo à União.
QUADRO RESUMO DA NÃO ATUAÇÃO DO AGU EM ADI
•quando a norma for claramente inconstitucional;
•quando já houver entendimento consagrado no STF pela 
inconstitucionalidade;
•quando a norma impugnada atingir interesses da União .
Não há sanções para a não atuação do AGU.
PENALIDADES AOS ADVOGADOS PÚBLICOS
Advogados Públicos não podem ser multados, presos ou ter bens bloqueados
pelo descumprimento de ordem judicial.
Indicação da força executória da decisão judicial ao ente público.
Encaminhamento para o setor competente.
Recomendação do CNJ de não decretação de prisão.
Atuação da própria AGU em defesa do Advogado Público.
MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC DE 1973
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma
participam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
(...)
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente
aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui
ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das
sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa
em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não
superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo
estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a
multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. (Incluído
pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPCDE 1973
Multa pode ser aplicada às partes ou a terceiros.
Intenção de coibir condutas que atrapalhem o andamento processual.
Advogados não podem ser multados.
Regramento do Estatuto da OAB.
Regramento válido apenas para os advogados privados?
MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC
Entendimento do STF
Advogados privados e públicos não estão sujeitos a essa multa
“...tem-se que a condenação pessoal do Procurador do INSS ao pagamento
de multa processual é inadequada porque, no caso vertente, ele não figura
como parte ou interveniente na ação." (Rcl 5.133 e Rcl 7.181, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-5-2009, Plenário, DJE de 21-8-
2009.) No mesmo sentido: Rcl 13.195, rel. min. Dias Toffoli, decisão
monocrática, julgamento em 8-8-2012, DJE de 13-8-2012.”
MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC
No novo CPC essa problemática foi resolvida
Aplicabilidade aos advogados públicos, defensores públicos e membros do
Ministério Público. Apuração pelo órgão de classe ou corregedoria
Art. 77, §6º, do novo CPC
§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o,
devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo
órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
Impossibilidade de compelir o representante da parte a cumprir a decisão. 
“§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir
decisão em seu lugar.”
PARECERES JURÍDICOS
“É o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião
sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência.”
Importância do parecer na vida do advogado público e para fins de prova
Tipos de parecer:
-facultativo;
-obrigatório; e
-vinculante.
PARECERES JURÍDICOS
Entendimento do STF:
parecer facultativo - não possui qualquer vinculação para o gestor público e
este pode solicitá-lo ou não;
parecer obrigatório – a obrigatoriedade é para a solicitação. Caso o agente
público não acolha a opinião jurídica, deverá motivar o ato ou requerer uma
nova consulta; e
parecer vinculante - o gestor é obrigado a ouvir a consultoria jurídica e a
seguir a opinião jurídica emitida. Em caso de discordância ou dúvida, nova
consulta.
PARECERES JURÍDICOS
Como regra, não pode haver responsabilização do parecerista.
Atuação com dolo ou erro grosseiro. Possibilidade de responsabilização.
Art. 40, da LC 73/93
Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à 
aprovação do Presidente da República.
§ 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial 
vincula a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a 
lhe dar fiel cumprimento.
§ 2º O parecer aprovado, mas não publicado, obriga apenas as repartições 
interessadas, a partir do momento em que dele tenham ciência.
PARECERES JURÍDICOS
Pareceres equiparados aos previstos no art. 40, da LC 73/93
Manifestação da Consultoria-Geral da União. Art. 41, da LC 73/93
Publicação com despacho presidencial. Vinculação
Art. 41. Consideram-se, igualmente, pareceres do Advogado-Geral da União,
para os efeitos do artigo anterior, aqueles que, emitidos pela Consultoria-
Geral da União, sejam por ele aprovados e submetidos ao Presidente da
República.
SÚMULAS DA AGU
Art. 43, da LC 73/93
Leitura de todas para a prova. Entendimento do órgão. Importante para todas
as fases do concurso
Observância obrigatória para todos os órgãos da AGU e os vinculados
Edição de súmula. Publicação na Imprensa Oficial por três dias consecutivos
SÚMULAS DA AGU
•Art. 43. A Súmula da Advocacia-Geral da União tem caráter obrigatório 
quanto a todos os órgãos jurídicos enumerados nos arts. 2º e 17 desta lei 
complementar. (Vide Lei 9.469, 10/07/97)
•§ 1º O enunciado da Súmula editado pelo Advogado-Geral da União há de ser 
publicado no Diário Oficial da União, por três dias consecutivos.
•§ 2º No início de cada ano, os enunciados existentes devem ser consolidados 
e publicados no Diário Oficial da União.
MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
Lei nº 13.140/15 - mediação, inclusive envolvendo entidades públicas. 
Lei nº 9.307/96 - trata da arbitragem e também faz maiores previsões sobre a 
arbitragem envolvendo entidades de Direito Público. 
Decreto nº 7.392/10 - art. 18 traz as atribuições da Câmara de Conciliação e 
Arbitragem da Administração Pública Federal.
Art. 18. A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal
compete:
I - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de
conciliação, no âmbito da Advocacia-Geral da União;
II - requisitar aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal
informações para subsidiar sua atuação;
III - dirimir, por meio de conciliação, as controvérsias entre órgãos e entidades
da Administração Pública Federal, bem como entre esses e a Administração
Pública dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios;
(...)
IV - buscar a solução de conflitos judicializados, nos casos remetidos pelos
Ministros dos Tribunais Superiores e demais membros do Judiciário, ou por
proposta dos órgãos de direção superior que atuam no contencioso judicial;
V - promover, quando couber, a celebração de Termo de Ajustamento de
Conduta nos casos submetidos a procedimento conciliatório;
VI - propor, quando couber, ao Consultor-Geral da União o arbitramento das
controvérsias não solucionadas por conciliação; e
VII - orientar e supervisionar as atividades conciliatórias no âmbito das
Consultorias Jurídicas nos Estados.
É possível haver litígio entre a União e um Município.
Solução judicial nem sempre é a melhor - é plenamente possível que a
questão seja submetida à CCAF.
A CCAF pode ser provocada pelo próprio Judiciário, especialmente quando o
tema envolver litígios entre entidades da esfera federal ou entre estas e outros
entes federativos.
Art. 32 da Lei nº 13.140/15 - autorização para a mediação na Administração
Pública:
Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar
câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, no âmbito dos
respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com competência
para:
I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública;
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio
de composição, no caso de controvérsia entre particular e pessoa jurídica de
direito público;
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de
conduta.
Lei 9.307/96 - já possuía previsão para procedimento arbitral na
Administração Pública.
“Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para
dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
§ 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem
para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais
disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015)
§ 2o A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para
a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de
acordos ou transações. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015)”
Grande dificuldade em definir o que significa direitos patrimoniais disponíveis
Visão clássica - atuação estatal a partir do interesse público. Indisponibilidade
por pertencer à coletividade
Pda supremacia do interesse público e da legalidade.
Atuação da Administração revela manifestação de interesse público não
disponível - inviabilizaria a adoção da arbitragem em litígios travados entre o
ente público e os particulares.
Visão doutrinária “mais moderna” - não se transige o direito publico
indisponível, mas as suas consequências patrimoniais.
Exemplo: cláusulas financeiras em contratos celebrados pela Administração.QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES
Matéria cobrada reiteradamente em provas
“No que tange às repercussões da natureza jurídico-administrativa do parecer 
jurídico, o STF entende que: quando a consulta é facultativa, a autoridade não 
se vincula ao parecer proferido, de modo que seu poder de decisão não se 
altera pela manifestação do órgão consultivo; por outro lado, quando a 
consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal 
como submetido à consultoria, com parecer favorável ou contrário, e, se 
pretender praticar ato de forma diversa da apresentada à consultoria, deverá 
submetê-lo a novo parecer; por fim, quando a lei estabelece a obrigação de 
decidir à luz de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídico deixa de 
ser meramente opinativa, não podendo a decisão do administrador ir de 
encontro à conclusão do parecer.”
QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES
Questão que explica didaticamente o entendimento do STF. Entendimento
doutrinário e jurisprudencal. Questão correta
Mais uma questão:
“Para a responsabilização do parecerista que emitiu parecer sobre
determinada questão, induzindo a autoridade administrativa a erro, é
desnecessário demonstrar a culpa, ou o cometimento de erro grave,
inescusável.”
Errado. É preciso demonstrar o erro grave e o dolo/culpa
QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES
A autoridade administrativa competente, ao julgar fatos apurados em um
processo administrativo, não está vinculada às conclusões do parecer final que
lhe é encaminhado por sua consultoria jurídica, mas, caso venha a afastar-se
do sugerido, deve especificar os pontos em que o mesmo lhe parece
equivocado ou inaplicável ao caso.
Questão correta. O parecer não vincula, é uma opinião jurídica.
Justificativa pela não adoção da posição da assessoria jurídica.
QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES
Questão que envolve parecer e ato administrativo
Quando uma autoridade administrativa acata parecer da sua consultoria
jurídica, o que subsiste como ato administrativo não é o parecer, mas sim o
ato de sua aprovação, que poderá revestir-se de naturezas diversas, como
normativa, ordinária, negocial ou punitiva.
Ato administrativo que usa o parecer. Decisão da autoridade administrativa
que se torna o ato. Impetração de mandado de segurança contra o ato, e não
contra o parecer
Questão correta
QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES
Um procurador federal emitiu parecer em consulta formulada por servidor
público para subsidiar a decisão da autoridade competente. Nessa situação, se
a decisão da autoridade, que seguiu as diretrizes apontadas pelo parecer, não
for considerada como a correta pelo TCU e, em consequência disso houver
dano ao patrimônio público, então haverá responsabilidade civil pessoal do
parecerista.
Questão errada, conforme entendimento do STF
QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES
“Sua aprovação pelo superior hierárquico não desvirtua sua natureza
opinativa, nem o torna parte de ato administrativo posterior do qual possa
eventualmente decorrer dano ao erário, mas apenas incorpora sua
fundamentação ao ato. Controle externo: É lícito concluir que é abusiva a
responsabilização do parecerista à luz de uma alargada relação de causalidade
entre seu parecer e o ato administrativo do qual tenha resultado dano ao
erário. Salvo demonstração de culpa ou erro grosseiro, submetida às
instâncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a
responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de
natureza meramente opinativa." (MS 24.631, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 9-8-2007, Plenário, DJ de 1º-2-2008.)”
Se a consultoria jurídica junto ao Ministério do Meio Ambiente divergir acerca
da interpretação dada pela consultoria jurídica junto ao Ministério do
Desenvolvimento Agrário sobre determinada lei, a controvérsia deverá ser
dirigida à Secretaria-Geral de Consultoria, órgão de direção superior da AGU
competente para orientar e coordenar os trabalhos das consultorias jurídicas
no que se refere à uniformização da jurisprudência administrativa e à correta
interpretação das leis.
Nos casos de divergência de entendimentos entre os referidos órgãos
consultivos, a atribuição para dirimi-la não é a Secretaria-Geral de Consultoria,
mas sim da Consultoria-Geral da União, com base no art. 2º, I, “c”, da LC 73/93
e art. 12, V, do Decreto 7.392/10.
.
Art. 2º - A Advocacia-Geral da União compreende:
I - órgãos de direção superior:
c) Consultoria-Geral da União;
Art. 12. À Consultoria-Geral da União compete:
V - produzir manifestações jurídicas e submeter ao Advogado-Geral da União
proposta de solução de controvérsias entre os órgãos consultivos que lhe são
subordinados e os órgãos consultivos integrantes da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional, da Procuradoria-Geral Federal e da Procuradoria-Geral do
Banco Central;
.
Na hipótese de haver controvérsia extrajudicial entre um órgão municipal e
uma autarquia federal, poderá a questão ser dirimida, por meio de
conciliação, pela Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração
Federal.
Literalidade do art. 18, III, do Decreto 7.392/10 
Possível que haja conciliação entre órgãos e entidades da esfera federal com a 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
.
Art. 18. A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal
compete:
III - dirimir, por meio de conciliação, as controvérsias entre órgãos e entidades
da Administração Pública Federal, bem como entre esses e a Administração
Pública dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios;
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