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ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA AGU Professor: Rodrigo Duarte Contato Email: rodrigomouraduarte@hotmail.com Facebook: Rodrigo Duarte NORMAS PERTINENTES - CRFB (Art. 131) - CPC 2015 - Lei 13.140/15 (Lei da Mediação) - Lei nº 10.480/02 (Procuradoria-Geral Federal) - Lei nº 9.469/97 - Lei 9.307/96 (Lei da Arbitragem) - Lei nº 9.028/95 - Lei Complementar nº 73/93 - Lei nº 8.112/90 - Decreto 7.392/10 (Estrutura Regimental da AGU) - Súmulas e Orientações Normativas da AGU Candidato deve ler todas essas normas! FUNÇÃO ESSENCIAL À JUSTIÇA Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. - O que é o órgão vinculado? - Quatro carreiras distintas! - Quatro concursos diferentes – Excelente para os alunos do Ênfase CONTINUAÇÃO DO ART. 131 § 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. § 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. § 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei. AS 4 CARREIRAS •Advogados da União (previsão na CRFB); •Procuradores Federais (lei própria); •Procuradores da Fazenda Nacional (previsão na CRFB); e •Procuradores do Banco Central (lei própria). •Qual o entendimento do STF acerca do órgão vinculado? A Procuradoria-Geral Federal, apesar de manter vinculação com a AGU, não é um órgão dela. Procuradores autárquicos, Procuradores do INSS.... atuais Procuradores Federais Procuradores do Banco Central continuam a existir como carreira autônoma: opção política (...) ART. 1º DA LEI N. 2.123/1952 E ART. 17, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N. 4.069/1962. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS RECEPCIONADAS COM STATUS DE LEI ORDINÁRIA. POSSIBILIDADE DE REVOGAÇÃO PELO ART. 18 DA LEI N. 9.527/1997. INTERPRETAÇÃO DO ART. 131, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. A PROCURADORIA-GERAL FEDERAL, APESAR DE MANTER VINCULAÇÃO, NÃO SE CARACTERIZA COMO ÓRGÃO DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. ATUAL IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO DAS CONDIÇÕES FUNCIONAIS DOS MEMBROS DA ADVOCACIA PÚBLICA E DO MINISTÉRIO PÚBLICO. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, PROVIDO. (RE 602381, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 20/11/2014, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-023 DIVULG 03-02-2015 PUBLIC 04-02-2015) ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS CARREIRAS •Advogados da União são responsáveis pela representação judicial e extrajudicial da Administração Direta (Ministérios, Forças Armadas). •Procuradores Federais são responsáveis pela representação das autarquias e fundações públicas na esfera judicial e extrajudicial. •Procuradores do Banco Central são responsáveis pela assessoria jurídica e representação dessa autarquia na esfera judicial e extrajudicial. •Procuradores da Fazenda são responsáveis pela execução da dívida ativa tributária. Conhecimento da área de atuação é importante, pois já foi cobrado em provas da AGU, inclusive na última prova para Advogado da União. “A CF estabelece expressamente que a representação da União, na execução da dívida ativa de natureza tributária, cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.” Literalidade do art. 131, §3º, da CRFB. Resposta correta! LEI COMPLEMENTAR 73 A Lei Complementar 73/93 é a lei orgânica da AGU e regula aspectos gerais da carreira. Vedação à advocacia privada!! Exceções: atuação em causa própria ou pro bono. Orientação Normativa da AGU. Novo CPC: recebimento de honorários. Atrativo para a carreira. Regulamentação por lei específica. “A Secretaria-Geral de Contencioso é o órgão de direção superior da AGU competente para subsidiar as informações a serem prestadas pelo presidente da República ao STF em mandados de segurança, tendo em vista a sua atribuição de assistência na representação judicial da União perante referido tribunal”. O Decreto nº 7.392/10 estipula a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão da Advocacia-Geral da União. O conhecimento desse decreto é importante porque detalha mais as disposições contidas na LC 73/93. O art. 2º, I, da LC 73/93 traz os órgãos de direção superior da AGU e neles não consta a Secretaria-Geral de Contencioso: Art. 2º - A Advocacia-Geral da União compreende: I - órgãos de direção superior: a) o Advogado-Geral da União; b) a Procuradoria-Geral da União e a da Fazenda Nacional; c) Consultoria-Geral da União; d) o Conselho Superior da Advocacia-Geral da União; e e) a Corregedoria-Geral da Advocacia da União; No Decreto nº 7.392/10, que regula a estrutura regimental da AGU, a SGCT realmente está inserida dentro dos órgãos de direção superior, com base no art. 2º, II, “b”. Ponto curioso - LC 73/93 não coloca a SGCT como órgão de direção superior, mas o Decreto coloca. Prevalece a disposição da LC 73/93, muito embora o Decreto nº 7.392/10 a coloque como órgão de direção superior. O órgão de Direção Superior é o AGU, e não a SGCT, a não ser que a banca interprete que ela, por auxiliar o chefe da AGU, acabe se tornando órgão de direção superior, o que justificaria a inclusão no Decreto. Porém, ainda que haja essa problemática na questão, não é incumbência da SGCT elaborar as informações a serem prestadas pelo Presidente da República, com base no art. 8º, II, do Decreto n° 7.392/10. Novo CPC (art. 89, §19)- advogados públicos passarão a receber honorários advocatícios. Este ponto ainda depende de regulamentação por lei específica para ser implementado. § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei. Advocacia privada - mesmo que o membro da AGU esteja licenciado ou afastado para o exercício de mandato eletivo, a vedação à advocacia privada permanece, salvo no caso de ser pro bono ou em causa própria (Orientação Normativa nº 27/09) “É VEDADO AOS MEMBROS DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO E DE SEUS ÓRGÃOS VINCULADOS O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA PRIVADA E FIGURAR COMO SÓCIO EM SOCIEDADE DE ADVOGADOS, MESMO DURANTE O PERÍODO DE GOZO DE LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES, OU DE LICENÇA INCENTIVADA SEM REMUNERAÇÃO, OU DURANTE AFASTAMENTO PARA O EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO, SALVO O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA EM CAUSA PRÓPRIA E A ADVOCACIA PRO BONO”. Alterações na Lei Complementar 73 A Lei Complementar só é exigida para alterações na organização e funcionamento da AGU. Possibilidade de alterações por meio de lei ordinária ou medida provisória. Entendimento do STF. “Questões funcionais referentes à carreira da Procuradoria da Fazenda Nacional. Período de férias. Lei ordinária. Possibilidade. Exigência de lei complementar apenas para dispor sobre sua organização e funcionamento (art. 131 da CF).” (RE 539.370, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30- 11-2010, Segunda Turma,DJE de 4-3-2011.)” HISTÓRICO DA AGU Instituição nova na estrutura brasileira. Existência de “advocacia pública” desde o período colonial. Ordenações Afonsinas – século XV. “Procurador dos Nossos Feitos”. Atuação do Ministério Público Federal como AGU antes da atual Constituição. Custos legis + atuação em prol da sociedade + defender a União. CRIAÇÃO DA AGU Criação inspirada no modelo italiano de advocacia de estado. Um mesmo órgão para atuação judicial e consultiva. Já foi cobradoem prova da AGU! “Na concepção da AGU pela CF, observa-se nítida influência do modelo de advocacia do Estado adotado na Itália (avvocatura dello Stato), no qual uma única instituição assume tanto a defesa judicial do Estado quanto a consultoria jurídica de órgãos da administração pública. Tal modelo parte da consideração unitária dos interesses do Estado e da necessidade de sua defesa com base em critérios uniformes.” Questão correta. Boa dose de dificuldade. OPÇÃO ENTRE MPF E AGU Previsão de os membros do MPF poderem optar entre a AGU e MPF. Art. 29, §2º, do ADCT – Escolha irretratável. Já foi cobrado em prova da AGU! Art. 61, da LC 73/93. § 2º - Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei complementar, será facultada a opção, de forma irretratável, entre as carreiras do Ministério Público Federal e da Advocacia-Geral da União. “A CF previu no ato das disposições constitucionais transitórias que os procuradores da República, os quais exerciam as funções de representação judicial da União, poderiam optar, de forma irretratável, entre as carreiras do Ministério Público Federal e as da AGU.” Art. 61. A opção, facultada pelo § 2º do art. 29 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, aos Procuradores da República, deve ser manifestada, ao Advogado-Geral da União, no prazo improrrogável de quinze dias, contado da publicação da lei prevista no parágrafo único do art. 26 desta lei complementar. Questão correta! Importância da leitura das leis! Leiam e releiam! ESTRUTURAÇÃO DA AGU Tema “áspero”, mas importante. Já foi cobrado em prova! Auxílio jurídico apenas ao Poder Executivo! Caput do art. 131, da CRFB. “Incumbe à AGU, diretamente ou mediante órgão vinculado, exercer a representação judicial e extrajudicial da União, assim como as atividades de consultoria e assessoramento jurídico dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no âmbito federal. “ Questão errada! DIVISÃO INTERNA DA AGU 4 TIPOS DE ÓRGÃOS •órgãos de direção superior; •órgãos de execução; •órgãos vinculados; e •órgãos de assistência ao Advogado-Geral da União. Órgãos de Direção Superior •Advogado-Geral da União; •Procuradoria-Geral da União (atuação contenciosa); •Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional; •Consultoria-Geral da União (atuação consultiva); •Conselho Superior; e •Corregedoria. Órgãos de Execução •Procuradorias Regionais da União (atuação contenciosa que segue a divisão dos TRFs); •Procuradorias Regionais da Fazenda; •Procuradorias da União e Procuradorias Seccionais (atuação contenciosa descentralizada); •Consultorias da União (atuação consultiva local); e •Consultoria Jurídica nos Ministérios. Órgãos Vinculados •Procuradorias das autarquias e fundações públicas. Essa disposição é anterior à unificação que ocorreu com a criação da Procuradoria-Geral Federal. Distinção entre procuradores de autarquias e fundações que não faz mais sentido. O Banco Central possui um corpo jurídico específico! Órgão de Assistência Gabinete do Advogado-Geral da União A divisão interna costuma ser cair em provas. Importância de ler com atenção a divisão interna, principalmente na véspera da prova. QUESTÃO SOBRE A DIVISÃO INTERNA Segundo a Lei Complementar n.º 73/1993, são órgãos de execução da AGU: as Procuradorias-Regionais da União, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, a Consultoria-Geral da União, as Procuradorias-Regionais da Fazenda Nacional, as Procuradorias-Seccionais da União e as Procuradorias da Fazenda Nacional nos estados. Questão errada! Consultoria-Geral da União é órgão de direção superior. OUTRA QUESTÃO SOBRE A DIVISÃO INTERNA Às consultorias jurídicas, órgãos setoriais da AGU, compete fixar a interpretação da Constituição Federal e das leis, em suas áreas de atuação e coordenação, para orientar a atuação de autoridades do Poder Executivo, quando não houver orientação normativa da AGU. Questão correta. Art. 11, III, da LC 73/93. “III - fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e dos demais atos normativos a ser uniformemente seguida em suas áreas de atuação e coordenação quando não houver orientação normativa do Advogado-Geral da União;” O ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Ministro de Estado. Cargo de confiança do(a) Presidente(a) da República. Nomeado não precisa integrar uma das carreiras da AGU. O atual AGU é membro da carreira. O anterior, José Toffoli, Ministro do STF, era de fora da carreira. Art. 131, §1º, da CRFB: Cidadão maior de 35 anos de idade. Notável saber jurídico. Reputação ilibada. § 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Foro especial no STF para crimes comuns. Foro no Senado para crimes de responsabilidade. ALGUMAS ATRIBUIÇÕES DO AGU •assessorar juridicamente o Presidente da República; •fixar a interpretação das normas para a Administração Pública Federal; •representar a União junto ao STF e em qualquer outro tribunal; •editar enunciados de súmula administrativa; •homologar os concursos públicos de ingresso nas Carreiras da Advocacia- Geral da União; e •defender a norma impugnada em ações de controle de constitucionalidade. ENTENDIMENTO DO STF “O munus a que se refere o imperativo constitucional (CF, art. 103, § 3º) deve ser entendido com temperamentos. O advogado-geral da União não está obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou entendimento pela sua inconstitucionalidade.” (ADI 1.616, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 24-5-2001, Plenário, DJ de 24-8-2001.) Vide: ADI 3.916, rel. min. Eros Grau, julgamento em 3-2-2010, Plenário, DJE de 14-5- 2010.” ATUAÇÃO DO AGU EM ADIs Art. 103, §3º, da CRFB. Imposição de defesa da norma impugnada, inclusive quando estadual. § 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado- Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. STF relativizou a imposição constitucional. Leis claramente inconstitucionais ou que causem prejuízo à União. QUADRO RESUMO DA NÃO ATUAÇÃO DO AGU EM ADI •quando a norma for claramente inconstitucional; •quando já houver entendimento consagrado no STF pela inconstitucionalidade; •quando a norma impugnada atingir interesses da União . Não há sanções para a não atuação do AGU. PENALIDADES AOS ADVOGADOS PÚBLICOS Advogados Públicos não podem ser multados, presos ou ter bens bloqueados pelo descumprimento de ordem judicial. Indicação da força executória da decisão judicial ao ente público. Encaminhamento para o setor competente. Recomendação do CNJ de não decretação de prisão. Atuação da própria AGU em defesa do Advogado Público. MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC DE 1973 Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001) (...) Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. (Incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001) MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPCDE 1973 Multa pode ser aplicada às partes ou a terceiros. Intenção de coibir condutas que atrapalhem o andamento processual. Advogados não podem ser multados. Regramento do Estatuto da OAB. Regramento válido apenas para os advogados privados? MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC Entendimento do STF Advogados privados e públicos não estão sujeitos a essa multa “...tem-se que a condenação pessoal do Procurador do INSS ao pagamento de multa processual é inadequada porque, no caso vertente, ele não figura como parte ou interveniente na ação." (Rcl 5.133 e Rcl 7.181, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-5-2009, Plenário, DJE de 21-8- 2009.) No mesmo sentido: Rcl 13.195, rel. min. Dias Toffoli, decisão monocrática, julgamento em 8-8-2012, DJE de 13-8-2012.” MULTA DO ART. 14, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC No novo CPC essa problemática foi resolvida Aplicabilidade aos advogados públicos, defensores públicos e membros do Ministério Público. Apuração pelo órgão de classe ou corregedoria Art. 77, §6º, do novo CPC § 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. Impossibilidade de compelir o representante da parte a cumprir a decisão. “§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar.” PARECERES JURÍDICOS “É o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência.” Importância do parecer na vida do advogado público e para fins de prova Tipos de parecer: -facultativo; -obrigatório; e -vinculante. PARECERES JURÍDICOS Entendimento do STF: parecer facultativo - não possui qualquer vinculação para o gestor público e este pode solicitá-lo ou não; parecer obrigatório – a obrigatoriedade é para a solicitação. Caso o agente público não acolha a opinião jurídica, deverá motivar o ato ou requerer uma nova consulta; e parecer vinculante - o gestor é obrigado a ouvir a consultoria jurídica e a seguir a opinião jurídica emitida. Em caso de discordância ou dúvida, nova consulta. PARECERES JURÍDICOS Como regra, não pode haver responsabilização do parecerista. Atuação com dolo ou erro grosseiro. Possibilidade de responsabilização. Art. 40, da LC 73/93 Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à aprovação do Presidente da República. § 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento. § 2º O parecer aprovado, mas não publicado, obriga apenas as repartições interessadas, a partir do momento em que dele tenham ciência. PARECERES JURÍDICOS Pareceres equiparados aos previstos no art. 40, da LC 73/93 Manifestação da Consultoria-Geral da União. Art. 41, da LC 73/93 Publicação com despacho presidencial. Vinculação Art. 41. Consideram-se, igualmente, pareceres do Advogado-Geral da União, para os efeitos do artigo anterior, aqueles que, emitidos pela Consultoria- Geral da União, sejam por ele aprovados e submetidos ao Presidente da República. SÚMULAS DA AGU Art. 43, da LC 73/93 Leitura de todas para a prova. Entendimento do órgão. Importante para todas as fases do concurso Observância obrigatória para todos os órgãos da AGU e os vinculados Edição de súmula. Publicação na Imprensa Oficial por três dias consecutivos SÚMULAS DA AGU •Art. 43. A Súmula da Advocacia-Geral da União tem caráter obrigatório quanto a todos os órgãos jurídicos enumerados nos arts. 2º e 17 desta lei complementar. (Vide Lei 9.469, 10/07/97) •§ 1º O enunciado da Súmula editado pelo Advogado-Geral da União há de ser publicado no Diário Oficial da União, por três dias consecutivos. •§ 2º No início de cada ano, os enunciados existentes devem ser consolidados e publicados no Diário Oficial da União. MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM Lei nº 13.140/15 - mediação, inclusive envolvendo entidades públicas. Lei nº 9.307/96 - trata da arbitragem e também faz maiores previsões sobre a arbitragem envolvendo entidades de Direito Público. Decreto nº 7.392/10 - art. 18 traz as atribuições da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Pública Federal. Art. 18. A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal compete: I - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da Advocacia-Geral da União; II - requisitar aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal informações para subsidiar sua atuação; III - dirimir, por meio de conciliação, as controvérsias entre órgãos e entidades da Administração Pública Federal, bem como entre esses e a Administração Pública dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios; (...) IV - buscar a solução de conflitos judicializados, nos casos remetidos pelos Ministros dos Tribunais Superiores e demais membros do Judiciário, ou por proposta dos órgãos de direção superior que atuam no contencioso judicial; V - promover, quando couber, a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta nos casos submetidos a procedimento conciliatório; VI - propor, quando couber, ao Consultor-Geral da União o arbitramento das controvérsias não solucionadas por conciliação; e VII - orientar e supervisionar as atividades conciliatórias no âmbito das Consultorias Jurídicas nos Estados. É possível haver litígio entre a União e um Município. Solução judicial nem sempre é a melhor - é plenamente possível que a questão seja submetida à CCAF. A CCAF pode ser provocada pelo próprio Judiciário, especialmente quando o tema envolver litígios entre entidades da esfera federal ou entre estas e outros entes federativos. Art. 32 da Lei nº 13.140/15 - autorização para a mediação na Administração Pública: Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com competência para: I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de controvérsia entre particular e pessoa jurídica de direito público; III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. Lei 9.307/96 - já possuía previsão para procedimento arbitral na Administração Pública. “Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. § 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) § 2o A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015)” Grande dificuldade em definir o que significa direitos patrimoniais disponíveis Visão clássica - atuação estatal a partir do interesse público. Indisponibilidade por pertencer à coletividade Pda supremacia do interesse público e da legalidade. Atuação da Administração revela manifestação de interesse público não disponível - inviabilizaria a adoção da arbitragem em litígios travados entre o ente público e os particulares. Visão doutrinária “mais moderna” - não se transige o direito publico indisponível, mas as suas consequências patrimoniais. Exemplo: cláusulas financeiras em contratos celebrados pela Administração.QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES Matéria cobrada reiteradamente em provas “No que tange às repercussões da natureza jurídico-administrativa do parecer jurídico, o STF entende que: quando a consulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao parecer proferido, de modo que seu poder de decisão não se altera pela manifestação do órgão consultivo; por outro lado, quando a consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou contrário, e, se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo parecer; por fim, quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídico deixa de ser meramente opinativa, não podendo a decisão do administrador ir de encontro à conclusão do parecer.” QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES Questão que explica didaticamente o entendimento do STF. Entendimento doutrinário e jurisprudencal. Questão correta Mais uma questão: “Para a responsabilização do parecerista que emitiu parecer sobre determinada questão, induzindo a autoridade administrativa a erro, é desnecessário demonstrar a culpa, ou o cometimento de erro grave, inescusável.” Errado. É preciso demonstrar o erro grave e o dolo/culpa QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES A autoridade administrativa competente, ao julgar fatos apurados em um processo administrativo, não está vinculada às conclusões do parecer final que lhe é encaminhado por sua consultoria jurídica, mas, caso venha a afastar-se do sugerido, deve especificar os pontos em que o mesmo lhe parece equivocado ou inaplicável ao caso. Questão correta. O parecer não vincula, é uma opinião jurídica. Justificativa pela não adoção da posição da assessoria jurídica. QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES Questão que envolve parecer e ato administrativo Quando uma autoridade administrativa acata parecer da sua consultoria jurídica, o que subsiste como ato administrativo não é o parecer, mas sim o ato de sua aprovação, que poderá revestir-se de naturezas diversas, como normativa, ordinária, negocial ou punitiva. Ato administrativo que usa o parecer. Decisão da autoridade administrativa que se torna o ato. Impetração de mandado de segurança contra o ato, e não contra o parecer Questão correta QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES Um procurador federal emitiu parecer em consulta formulada por servidor público para subsidiar a decisão da autoridade competente. Nessa situação, se a decisão da autoridade, que seguiu as diretrizes apontadas pelo parecer, não for considerada como a correta pelo TCU e, em consequência disso houver dano ao patrimônio público, então haverá responsabilidade civil pessoal do parecerista. Questão errada, conforme entendimento do STF QUESTÕES ENVOLVENDO PARECERES “Sua aprovação pelo superior hierárquico não desvirtua sua natureza opinativa, nem o torna parte de ato administrativo posterior do qual possa eventualmente decorrer dano ao erário, mas apenas incorpora sua fundamentação ao ato. Controle externo: É lícito concluir que é abusiva a responsabilização do parecerista à luz de uma alargada relação de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual tenha resultado dano ao erário. Salvo demonstração de culpa ou erro grosseiro, submetida às instâncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natureza meramente opinativa." (MS 24.631, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 9-8-2007, Plenário, DJ de 1º-2-2008.)” Se a consultoria jurídica junto ao Ministério do Meio Ambiente divergir acerca da interpretação dada pela consultoria jurídica junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário sobre determinada lei, a controvérsia deverá ser dirigida à Secretaria-Geral de Consultoria, órgão de direção superior da AGU competente para orientar e coordenar os trabalhos das consultorias jurídicas no que se refere à uniformização da jurisprudência administrativa e à correta interpretação das leis. Nos casos de divergência de entendimentos entre os referidos órgãos consultivos, a atribuição para dirimi-la não é a Secretaria-Geral de Consultoria, mas sim da Consultoria-Geral da União, com base no art. 2º, I, “c”, da LC 73/93 e art. 12, V, do Decreto 7.392/10. . Art. 2º - A Advocacia-Geral da União compreende: I - órgãos de direção superior: c) Consultoria-Geral da União; Art. 12. À Consultoria-Geral da União compete: V - produzir manifestações jurídicas e submeter ao Advogado-Geral da União proposta de solução de controvérsias entre os órgãos consultivos que lhe são subordinados e os órgãos consultivos integrantes da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Procuradoria-Geral Federal e da Procuradoria-Geral do Banco Central; . Na hipótese de haver controvérsia extrajudicial entre um órgão municipal e uma autarquia federal, poderá a questão ser dirimida, por meio de conciliação, pela Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal. Literalidade do art. 18, III, do Decreto 7.392/10 Possível que haja conciliação entre órgãos e entidades da esfera federal com a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. . Art. 18. A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal compete: III - dirimir, por meio de conciliação, as controvérsias entre órgãos e entidades da Administração Pública Federal, bem como entre esses e a Administração Pública dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios; .
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