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ASISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO AO PACIENTE COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

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ASISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO AO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA : UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Athina Larissa Ribeiro Campos(1)
Ekateriny Melo Alves(1)
Juliana Vieira Figueiredo Lima (2);
RESUMO: Trata-se de um relato de experiência que teve como objetivo aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem ao cliente renal crônico. Utilizou-se como referencial teórico o modelo conceitual de HORTA, utilizando os Diagnósticos de Enfermagem da Taxonomia II da NANDA e as Intervenções de Enfermagem. O estudo foi desenvolvido na Clínica Nefrológica de um hospital público de Teresina, em Junho de 2012. Foi aplicado um modelo de Histórico de Enfermagem com um roteiro a ser seguido, e assim traçado um plano de cuidados, onde foram sugeridas as intervenções de enfermagem consideradas adequadas a fim de minimizar os problemas físicos e psicológicos apresentados pelo paciente, melhorando assim o seu estado. Entre os diagnósticos de enfermagem identificados incluíram-se distúrbio de autoestima conturbada, excesso de líquidos, risco de infecção, nutrição desequilibrada, risco de desequilíbrio eletrolítico, risco de constipação, perfusão tissular periférica ineficaz, risco de sangramento, intolerância a atividade, risco de quedas, déficit de conhecimento, dor crônica e integridade da pele, eliminação urinária, deambulação, mobilidade física, integridade tissular e dentição prejudicadas. Dentre as dificuldades vivenciadas ao longo deste processo destacam-se o levantamento de inúmeros diagnósticos tendo em vista a presença concomitante de da patologia, a formulação de intervenções advindas dos problemas apresentados pelo paciente, familiares e profissionais enfermeiros no âmbito do cuidado visando satisfazer as necessidades básicas do paciente. Consideramos que a utilização da SAE permite ao enfermeiro coletar e identificar os dados mais relevantes para o cuidado de enfermagem, permitindo uma abordagem integral deste paciente, não centrando-se apenas no diagnóstico médico. Acreditando-se também que isso possa contribuir para uma assistência mais humanizada prestada pela equipe.
	
Palavras-chaves: Insuficiência renal; Processos de Enfermagem; Cuidados de Enfermagem.
INTRODUÇÃO
Insuficiência renal Crônica é definida por Oliveira (2005), como uma disfunção renal irreversível, precipitada pela queda da filtração glomerular abaixo de níveis críticos. Dentre sinais e sintomas da IRC, Riella (1996) considera o excesso do volume circulante, a manifestação de intolerância ao carboidrato, hiperlipidemia e gota, anorexia, náusea, vômito, soluços e constipação ou diarréia, podendo aparecer sangramentos em qualquer nível do trato gastrintestinal. O fluxo salivar fica diminuído, há aumento da sede, gosto metálico na boca, odor amônico na respiração, perda do olfato e paladar também são consideradas manifestações clínicas da patologia. 
Hoje a insuficiência renal crônica (IRC) emerge como um sério problema de saúde pública em todo o mundo, considerada uma epidemia de crescimento alarmante pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (2008). A nova definição da doença renal crônica (DRC), em uso desde 2002, propiciou um estagiamento da doença que independe da sua causa. A partir desta nova abordagem para National Kidney Foundation (2002), ficou evidente que a DRC é muito mais frequente do que até então se pensava e sua evolução clínica está associada a taxas altas de morbimortalidade; a incidência e prevalência de FFR estão aumentando, o prognóstico ainda é ruim e os custos do tratamento são altíssimos. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (2011) através do Censo de Diálise indica que existem 687 unidades cadastradas no Brasil, atendendo mais da metade de pacientes na faixa etária de 19 a 64 anos do sexo masculino, 51, 2% do Sudeste seguidos da região Sul, 15% do Nordeste e regiões Centro- oeste e Norte em menor porcentagem.
Existem três estágios bem conhecidos de doença renal crônica: reserva renal diminuída, insuficiência renal e DRET. O primeiro estágio é caracterizado por uma perda de 40 a 75% da função do néfron. Em geral, o paciente não apresenta sintomas já que os néfrons ainda são capazes de realizar as funções normais dos rins e assim permanecem até que tenham perdido cerca de 50% de sua função renal (SBN, 2011; BRUNNER, SUDDARTH, 2009). 
O estágio de Insuficiência renal como expõe Brunner e Suddarth (2009), ocorre quando 75% a 90% da função renal do néfron foram perdidos; nessa fase a creatinina e a ureia séricas aumentam e o rim perde sua capacidade de concentrar a urina, então o paciente pode reportar poliúria e nictúria. Segundo Riella (1996), quando a função renal diminui mais que 50%, é comum ser observado, também, a anemia decorrente da diminuição da produção renal de eritropoetina, que atua na eritropoese. O terceiro estágio da doença (DRET) acontece quando existem menos de 10% dos néfrons funcionando normalmente e todas as funções reguladoras, excretoras e hormonais normais do rim estão gravemente prejudicadas (BRUNNER, SUDDARTH, 2009). Até que os rins estejam funcionando somente 10 a 12% da função renal normal, podem-se tratar os pacientes com medicamentos e dieta, porém quando a função renal se reduz abaixo desses valores, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (2011), propõe a necessidade do uso de outros métodos de tratamento: diálise ou transplante renal.
Quando diagnosticada a IRC, deve ser instituído um tratamento conservador ou dialítico o mais precoce possível como preconiza Barbosa et al (2006), caso contrário, complicações Pericardite, Edema agudo de pulmão, Osteodistrofia renal, Calcificações metastáticas, infertilidade, aborto espontâneo e impotência, pode levar à morte. Porto (2005) ressalta que os medicamentos prescritos em geral serão usados para tratamento das principais manifestações clínicas em nível de pressão; anemia, hipovitaminose e distúrbios hidroeletrolíticos; dislipidemias; prurido; sangramento; hiperpotassemia e em casos críticos recomenda-se a terapia renal substitutiva.
O presente estudo teve uma abordagem restringida à assistência de enfermagem, tendo como pressuposto que o enfermeiro presta cuidados integrais e contínuos ao indivíduo, desde seu estado mais estável ao mais crítico, julga-se relevante a utilização de um método que lhe permita dispensar assistência mais qualificada e organizar suas ações para um melhor relacionamento deste com o paciente. Este método, conhecido como Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), é utilizado através do Processo de Enfermagem (PE). Na definição de Horta (1979), o Processo de Enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistência ao ser humano, cujo fenômeno central é o processo vital, e do qual emergem princípios para guiar a prática. 
O objetivo desse estudo foi identificar os diagnósticos de enfermagem mais frequentes no cliente renal crônico e com infecção do trato urinário tendo como referencial teórico o modelo conceitual de HORTA, utilizando os Diagnósticos de Enfermagem da Taxonomia II da NANDA e as Intervenções de Enfermagem. Acredita-se que este estudo possibilitará subsidiar o desenvolvimento de uma assistência de enfermagem adequada ao cliente, proporcionando melhores condições de suportar as situações vivenciadas durante o tratamento.
METODOLOGIA
 O estudo realizado trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e descritiva com abordagem qualitativa, desenvolvida sob os moldes de Relato de Experiência, para aplicação da SAE à um sujeito escolhido para o estudo,este é um paciente idoso de 67 anos, com diagnóstico de IRC de um hospital público de Teresina/PI no mês de Junho de 2012 como parte dos requisitos necessários a obtenção de créditos à disciplina de Saúde do Adulto e do Idoso II. 
 O principal objetivo da pesquisa exploratória é aprimorar idéias ou descobrir intuições (GIL, 1996). A pesquisa descritiva é o exemplo de pesquisa que estuda, registra, descreve e correlaciona fenômenos ou relações no cenáriopesquisado (BARBOSA, 2001). De acordo com Minayo (2007), a pesquisa qualitativa surge diante da impossibilidade de investigar e compreender, por meio de dados estatísticos, alguns fenômenos voltados para a percepção, à intuição e a subjetividade. 
 O relato de experiência é a descrição, de maneira mais informal, e sem o rigor exigido na apresentação de resultados de pesquisa, que se incorpora no texto e dá, muitas vezes, mais vida e significado para leitura do que se fosse apenas um texto analítico (MEDEIROS, 1997).
 Para a coleta de dados foi utilizado um impresso do histórico de enfermagem composto de anamnese e exame físico, baseado na Teoria das Necessidades humanas Básicas proposta por Wanda Horta, a análise do prontuário do paciente, observações feitas durante a visita, entrevista e diálogo para a obtenção de um histórico completo.
 A aplicação do histórico de enfermagem possibilitou o levantamento de informações de ordem subjetiva e individual sobre os aspectos socioculturais e das necessidades humanas básicas da paciente. O exame físico possibilitou complementar a coleta de dados, fornecendo deste modo, os dados objetivos que subsidiaram a definição de problemas, estabelecimentos de diagnósticos e das intervenções de enfermagem.
 Após a análise dos dados coletados, levantaram-se os problemas de enfermagem que subsidiaram a definição dos Diagnósticos de Enfermagem, segundo a Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Em seguida, planejaram-se as intervenções de acordo com os problemas identificados na paciente em estudo, centrando a atenção na integralidade da assistência durante o processo de cuidar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
- Apresentação do Caso
O sujeito escolhido para o estudo foi P.S.S., idosa de 67 anos, sexo feminino, portadora de Insufuciência Renal Crônica (IRC), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS),Diabetes Mellitos (DM) e sequelada de Acidente Vascular Encefálico (AVE) que foi acompanhada durante o mês de Junho .. Negra, viúva, qüinquagésimo oitavo dia de internação na clínicanefrológica, enfermaria 238, leito 01, natural de Alto Longá- PI, aposentada, alfabetizada, desconhece o desenvolvimento da doença. Cliente afásica, padrão de linguagem prejudicado devido seqüelas de AVE. Acompanhante refere habitar em casa de tijolo com condições hidroelétricas e sanitárias satisfatórias. Não realiza atividade física e está abaixo do peso. Acompanhante afirma que a mesma não tabagista e nem etilista, nega alergias medicamentosas. De acordo com o mesmo,dorme pouco à noite e dorme a maior parte do dia.. É hipertensa de longa data, apresenta dislipidemia e diabetes.O filho informa que a mesma foi submetido à cirurgia de colocação de cateter para hemodiálise,porém infeccionou e teve que ser retirado,este também relata não saber se tem doenças crônicas na família.
Ao exame físico geral apresenta-se desorientado no tempo e espaço, com facies descontente, crânio arredondado, cabelo higienizado, pupilas isocóricas e fotorreagentes, conjuntivas úmidas e hipocorada, escléra normal, diminuição da acuidade visual, higiene satisfatória do pavilhão auditivo com audição preservada sem presença de processo inflamatório e sem cerume, nariz íntegro e simétrico com higiene satisfatória, cavidade bucal apresentando higiene insatisfatória com ausência de dentes na arcada dentária superior e inferior presença de cáries , língua saburrosa; pescoço simétrico e sem massas palpáveis.Dieta hipossódica pra DM com restrição de potássio por SNE. Tórax sem alterações anatômicas com HV em AVC em SCD, pulso cheio e rítmico, ausculta cardíaca com BNF RR/2T, abdômen plano e indolor à palpação com ruídos hidroaéreos presentes. Nos MMSS simétricos apresenta força muscular diminuída, condições da pele hipocorada e desidratada, com perda do turgor cutâneo e elasticidade. Nos MMII apresenta alterações na pele com perda do turgor cutâneo e elasticidade, condições de sensibilidade e força muscular diminuídas, marcha irregular com auxílio de cadeira de rodas, movimento corporal disforme, postura sem alinhamento e posição inclinada. Eliminações fisiológicas: diurese com cor amarelo escura e episódios de anúria, evacuações com cor escura e consistência endurecidas. Apartir dos sinais vitais verificou-se que o paciente apresentava-se normotérmico com T= 36,9˚C, normosfigmo com P= 100 bpm, eupnéico com FR= 23 rpm e hipertenso com PA= 180/100mmHg.
 O paciente estava fazendo uso das seguintes medicações: Nifedipino 20 mg (1 cp. SNE 12/12 h),, Hidralazina 50 mg (1 cp. SNE 6/6h), ASS 100mg ( 1 cp. SNE após o almoço) ,Sinvastatina 20 mg (1 cp. SNE à noite ),Renagel 800mg (1 cp. no almoço e no jantar), Lactulona 20 mg (SNE em jejeum) e Omeprazol 20 mg (SNE em jejum). Os exames realizados foram US abdominal total apresentando como impressão diagnóstica: doença parenquimatosa renal bilateral,mais avançada à esquerda,cultura de urina normal, HIV 1 e 2, HBsAG, HAV IgM, ANTI (Hepatite A), Hepatite B, ANTI HBC IgC, Hepatite B, ANTI HBC IgM, HCV, ANTI (Hepatite C) todos não reagentes, Hemograma com Hemácias 2,68, Hemoglobina 7,4, Hematócrito 22%, Leucócitos 17,300, Bastonetes 02, Segmentos 70, Linfócitos 23, Monócitos 03, Eosinófilos 02, Plaquetas 484,000, Ureia 100, Creatinina 3,8, Na⁺ 134, K⁺ 3,7, Ca⁺⁺ 1,26 , Mg⁺⁺ 2,0, P 5,5; Ureia: 57;US torácica apresentando cardiomegalia e ectasia da aorta torácica,TC de Crânio apresentando atrofia do tecido encefálico e doença aterosclerótica e ECG apresentando arritimia cardíaca.
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
Existe hoje um sério problema relacionado ao tratamento das doenças crônicas, possivelmente por consistir numa terapêutica de longa duração e exigir do indivíduo mudanças no estilo de vida (VARGAS, 2007). Em relação a IRC não poderia ser diferente, pois o paciente tem vários hábitos modificados, incluindo alimentação com dietas restritivas, controle hídrico, controle de peso, realização de hemodiálise, verificação de retenção de líquidos, entre outros. No presente estudo de caso, observou-se que o paciente precisava de cuidados físicos e psicológicos que pudessem melhorar seu estado e para tal, procurou-se desenvolver um plano de cuidados de enfermagem abordando os possíveis diagnósticos referentes aos problemas apresentados pelo paciente.
Um diagnóstico de enfermagem é uma frase padrão descritiva sobre o estado de saúde de um cliente (que pode ser um indivíduo, uma família, ou uma comunidade em geral). A função do diagnóstico de enfermagem é facilitar o cuidado. São análises feitas a partir do estado de saúde dos clientes envolvidos, sendo que o enfermeiro cria sua opinião e assim contribui para evolução do mesmo. É desvinculado do diagnóstico médico, todavia este pode auxiliar no estabelecimento de um diagnóstico de enfermagem, ou não ter correlação.
Diante dos vários problemas levantados, identificaram-se diagnósticos de enfermagem de acordo com a taxonomia NANDA, dos quais alguns foram descritos por serem mais específicos da patologia. Os diagnósticos foram:
Distúrbio de autoestima conturbada relacionada com a dependência, mudança de papel, alteração da imagem corporal e alteração da função sexual;
Excesso de líquidos relacionados com débito urinário diminuído e retenção de sódio e água;
Risco de Infecção relacionado à AVC e SNE;
Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais, evidenciado por anorexia, relato de ingestão inadequada de alimentos e dietas restritivas;
Risco de desequilíbrio eletrolítico relacionado à disfunção renal;
Eliminação urinária prejudicada relacionada à diminuição da função renal;
Risco de constipação relacionado a hábitos alimentares deficientes;
Deambulação prejudicada relacionada à força muscular insuficiente, prejuízo musculoesquelético, prejuízo neuromuscular e dor;
Mobilidade física prejudicada relacionada à força muscular diminuída, prejuízo musculoesquelético, prejuízo neuromuscular;
Intolerância a atividaderelacionada à imobilidade e repouso no leito;
Perfusão tissular periférica ineficaz relacionada à hipertensão e tabagismo;
Integridade tissular prejudicada relacionada por fatores nutricionais, mobilidade física prejudicada e fatores mecânicos;
Dentição prejudicada relacionada à higienização oral ineficaz, evidenciado por falta de alguns dentes e cáries;
Risco de quedas relacionado à força muscular diminuída;
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 A classificação de diagnósticos e intervenções de enfermagem seguindo uma taxonomia serve para padronizar e nortear as condutas de enfermagem. É válido ressaltar que a taxonomia de classificação tanto da NANDA quanto da NIC oferece uma série de escolhas, mantendo a autonomia do enfermeiro na escolha da melhor conduta para o cliente. (SAKANO et. al,2007). Para cada diagnóstico encontrado foram planejados os devidos cuidados de enfermagem. 
Para tal propôs-se avaliar as respostas e reações do paciente e da família à doença e tratamento, e encorajar a discussão aberta das preocupações sobre as alterações produzidas pela doença e tratamento. Essas intervenções são propostas como meio de sanar o diagnóstico de baixa autoestima evidenciado pela faceis descontente do paciente. Para Brunner e Suddarth (2009), através destas ações haverá um favorecendo no enfrentamento da doença pelos envolvidos no processo, por meio de informações sobre a doença e ensinamento de como lidar com as mesmas; encorajando o paciente a identificar as preocupações e a como lidar com elas.
 As intervenções de enfermagem aos diagnósticos para volume de líquidos deficiente consistem em avaliar os fatores desencadeantes, como a ingestão reduzida, com a finalidade de combater a causa, repondo as perdas de líquidos para reverter os mecanismos fisiopatológicos (DOENGES; MOORHOUSE; MURR, 2011). Segundo o mesmo autor, para a nutrição desequilibrada, assim como nas ações para o diagnóstico anterior, deve-se avaliar os fatores desencadeantes com vistas a possibilitar a reversão do problema. É importante, também, a elaboração de um plano nutricional que atenda as necessidades nutricionais encorajando a paciente a se alimentar pela incorporação de preferências alimentares ao plano de refeição e, por conseguinte, pesar o paciente semanalmente no mesmo horário e na mesma balança para determinar se o peso está estável e refletir se o nível calórico está adequado (POTTER; PERRY, 2009).
Fornecer a higiene oral frequente é uma intervenção que se faz necessária pela percepção de sinais como língua saburrosa e presença de cáries. Na IRC como propõe Brunner e Suddarth (2009), há uma facilitação da formação de ulcerações e sangramentos na boca possibilitados por náuseas e vômitos, anorexia, acúmulo de ureia no organismo manifestado pelo hálito urêmico e sabor metálico. Então a higiene oral minimizará o ressecamento das mucosas orais e reduzirá os danos causados pelas manifestações citadas.
Outra intervenção sugerida é avaliar o estado hídrico do paciente verificando peso diário, balanço hídrico, turgor cutâneo e presença de edemas, além de limitar a ingesta hídrica ao volume prescrito. Esta intervenção esta relacionada a sinais como perda turgor cutâneo e elasticidade, edema peripalpebral identificados no paciente. Por conseguinte com relata Carpenito (2008) o aumento do peso é um fator causador de edemas no caso de insuficiência renal e quando presente deve-se realizar mudança de decúbito a cada duas horas, evitar esparadrapos apertados, lavar as dobras da pele e secar com cuidado. Também é necessário limitar a ingesta hídrica, reduzindo as fontes potenciais de líquidos presentes no uso de medicações orais e intravenosas, pode-se reduzir edemas e exibir turgor cutâneo normal (BRUNNER, SUDDARTH, 2009).
Diante desta situação é necessário investigar fatores predisponentes para o aumento do risco de infecção e reduzir a entrada de microorganismos nos indivíduos. O uso de dispositivos de sondagem enteral, são fatores predisponentes a infecção segundo Carpenito (2008). Para a mesma autora a lavagem meticulosa das mãos, o uso de técnicas assépticas, redução de microrganismos transmitidos pelo ar irão reduzir a probabilidade de infecção nos sítios predispostos.
Para Candido (2001) a prevenção deve iniciar-se com orientações adequadas e estímulo ao paciente e seus familiares, salientando a importância da autodisciplina e da participação e colaboração durante o tratamento clínico; a observação e o controle rigoroso dos fatores externos e internos são indicadores de riscos essenciais no cuidado preventivo das úlceras por pressão. 
Segundo Campedelli e Gaidzinski (1987) as ações preventivas dos cuidados que se referem à atenção constante às alterações da pele como identificação dos pacientes de alto risco, manutenção da higiene do paciente e leito, atenção a mudança de decúbito, aliviando a pressão e massagem de conforto, além de medidas como a movimentação passiva dos membros, deambulação precoce, dieta e controle de ingestão líquida e orientação ao paciente e família quanto às possibilidades de úlceras por pressão. Neste sentido, considerando que o paciente em estudo possui úlceras por pressão e apresenta probabilidade de desenvolvimento de outras, a equipe de enfermagem deve propor as intervenções citadas proporcionando a fim de evitar o aparecimento de outras lesões. 
É necessário também avaliar o estado nutricional, como alterações do peso, valores laboratoriais (níveis de eletrólitos séricos, ureia, creatinina, proteína) e avaliar os fatores contribuintes para ingesta nutricional alterada, evidenciado por anorexia, dieta não palatável para o paciente ou falta de compreensão das restrições nutricionais. Essa intervenção busca avaliar a alimentação do paciente, fazendo referência ao diagnóstico de nutrição desequilibrada. Como propõe Brunner e Suddarth (2009), os dados basais permitem a monitoração das alterações e a avaliação da eficácia das prescrições, os padrões nutricionais pregressos e atuais são considerados no planejamento das refeições e a promoção das informações sobre outros fatores que podem ser alterados ou eliminados para que seja fornecida a ingestão nutricional adequada deve ser realizada.
Além disso, pode-se realizar a intervenção de avaliar os fatores que contribuem para a intolerância à atividade, como fadiga, anemia, distúrbios hidroeletrolíticos, retenção de produtos residuais. É recomendável promover a independência nas atividades de autocuidado, conforme tolerado; fornecer auxílio quando fatigado e incentivar atividades alternadas com o repouso além do repouso após sessões de diálise (BRUNNER; SUDDARTH, 2009).
Como medida preventiva institui-se realizar mudança de decúbito a cada 2 horas, pois conforme relata Brunner e Suddarth (2009), a posição do paciente deve ser mudada a cada 2 horas, protegendo proeminências ósseas com coxins ou travesseiros; promovendo o retorno venoso, impedindo a formação de edema, reduzindo a pressão em determinada área do corpo e impedindo o aparecimento de novas úlceras. 
Por conseguinte também se faz necessário observar e comunicar queixas álgicas. Essa intervenção busca avaliar o nível da dor relatada, suas características, os fatores que influenciam a dor e as respostas comportamentais do paciente. Fornecer explicações abrangentes e falar calmamente com o paciente durante os tratamentos pode aliviar a ansiedade, a qual pode intensificar a dor (BRUNNER, SUDDARTH, 2009). Para estas autoras, os analgésicos prescritos devem ser administrados em um horário regular, e a enfermeira deve registrar o alívio da dor e qualquer efeito colateral; deve ser oferecido apoio emocional e realizado medidas que promovam sono e repouso, bem como o ensino de técnicas de autocontrole para alívio da dor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A realização do histórico de enfermagem possibilitou a identificação dos problemas, a formulação de diagnósticos concisos, o planejamento adequado e a aplicação das devidas intervenções deenfermagem. Para que as respostas da paciente em estudo sejam positivas, é de suma importância que haja uma maior integração da equipe de enfermagem, já que a implementação da SAE exige essa integração.
A aplicabilidade da SAE ao paciente com IRC possibilitou uma visão ampla desse processo refletindo, sobretudo, na maior qualidade da assistência, em um cuidado de enfermagem mais humanizado e sistematizado. Baseado em referenciais teóricos e implementado na prática do cuidar, esse estudo de caso poderá servir de exemplo para nortear as ações de enfermeiros de diferentes instituições. 
Dentre as dificuldades vivenciadas ao longo deste processo destacam-se o levantamento de inúmeros diagnósticos tendo em vista a presença concomitante de das patologias agregadas à IRC, a formulação de intervenções advindas dos problemas apresentados pelo paciente, familiares e profissionais enfermeiros no âmbito do cuidado para satisfazer as necessidades básicas do paciente. Entre os problemas encontrados foram focados o déficit de conhecimento sobre a condição atual e regime de tratamento necessitando, por conseguinte de um preparo da equipe no esclarecimento de dúvidas. Foram formulados então, cuidados desde os preventivos como mudança de decúbito ou uso de técnicas assépticas para evitar novas complicações, avançando aos cuidados curativos e paliativos incluindo apoio psicológico destinado ao paciente crônico. 
 Infere-se que a utilização da sistematização proposta é uma importante ferramenta instrumental metodológica que poderá possibilitar a melhoria do padrão da assistência oferecida, servindo como meio de reflexão, assim então abrirá caminhos para colocar em prática o Processo de Enfermagem. Esperamos que este trabalho promova a pesquisa e o debate acerca da temática em estudo e demonstre a importância da SAE para a prática profissional do enfermeiro e de toda a equipe de saúde, em especial para os pacientes na área Nefrológica, muito incidente em ambientes hospitalares e que exigem da enfermagem condutas precisas e efetivas.
REFERÊNCIAS 
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BRUNNER E SUDDARTH, Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2009.
CARPENITO, M.; JUALL, L. Manual de Diagnóstico de Enfermagem. 11ª ed. Porto Alegre:Artmed, 2008.
DELISA, J.A.; GANS, B. M. Tratado de Medicina de Reabilitação: princípios e práticas. 3ª ed. Barueri, Manole, 2002.
Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações 2009-2011/ NANDA Internacional; Trad. Regina Machado Garcez.- Porto Alegre: Artmed, 2010.
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MEDEIROS, João B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1997.
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