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1. Relação de Trabalho
	- Relação de trabalho corresponde a qualquer vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação.
	- A relação de trabalho é gênero, do qual a relação de emprego é uma espécie.
	- Assim, toda relação de emprego corresponde a uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho corresponde a uma relação de emprego.
	- Quando se fala em relação de trabalho, incluem-se a relação de emprego, a relação de trabalho autônomo, eventual, avulso, voluntário, estágio e a relação de trabalho institucional.
	- Após a EC 45/2004, que alterou o art. 114 da CF/88, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para processar e julgar qualquer relação de trabalho e não só a relação de emprego.
2. Requisitos Caracterizadores da Relação de Emprego
Os arts. 2º e 3º da CLT relacionam todos os requisitos necessários para a configuração da relação de emprego:
* "Art. 2º, CLT - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço".
* "Art. 3º, CLT - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário".
Para que um trabalhador seja considerado como empregado, há necessidade que preencha, ao mesmo tempo, todos os requisitos a seguir:
	2.1 – Trabalho por pessoa física – o serviço deve sempre ser prestado por pessoa física, não podendo o obreiro ser pessoa jurídica.
	2.2 – Pessoalidade – o serviço tem que ser executado pessoalmente pelo empregado, que não poderá ser substituído por outro.
		O contrato de emprego é intuitu personae (personalíssimo) em relação ao empregado.
		A relação de emprego, quanto ao empregado, tem caráter de infungibilidade, devendo este executar os serviços pessoalmente.
	2.3 – Não eventualidade – várias teorias surgiram para determinar o sentido deste requisito.
		Prevalece a Teoria dos Fins da Empresa, que considera como trabalho não eventual aquele prestado em caráter contínuo, duradouro, permanente, em que o empregado se integra aos fins sociais desenvolvidos pela empresa. Ou seja, os serviços são de necessidade permanente em relação à empresa e não em relação ao empregado para a empresa. 
		A prestação de serviço com habitualidade, de forma contínua e permanente, na atividade-fim ou atividade-meio da empresa, passando o trabalhador a fazer parte da cadeia produtiva da empresa. Pode ser um dia por semana (ex.: garçom que trabalha só no fim de semana).
	2.4 – Onerosidade – A principal obrigação do empregado é a prestação de serviços; em contrapartida, seu principal direito é o recebimento da remuneração pelos serviços prestados.
		A relação de emprego impõe a onerosidade, o recebimento da remuneração.
		A prestação de serviços a título gratuito desconfigura a relação de emprego, apenas configurando a relação de trabalho, como é o caso do trabalho voluntário (Lei 9.608/1998).
	2.5 – Subordinação – o empregado é subordinado ao empregador.
		Essa subordinação não é econômica (empregado pode ser mais rico que empregado).
		Também não se trata de subordinação técnica, pois muitas vezes o empregado detém técnica superior a do empregador (ex.: advogado dono de clínica odontológica).
		A subordinação apontada é a subordinação jurídica ou dependência hierárquica. Em função do contrato de emprego, o empregado passa a ser subordinado juridicamente ao patrão, devendo acatar as ordens emanadas. O empregador pode, inclusive, aplicar penalidades ao empregado em caso de cometimento de falta ou descumprimento de ordens.
* Vólia Cassar inclui o requisito: Empregado Não Corre Risco do Negócio.
3. Espécies de Relação de Trabalho sem Vínculo de Emprego
	3.1 – Trabalho Autônomo – não há dependência ou subordinação jurídica entre o prestador de serviços e o tomador.
		O prestador de serviços desenvolve o serviço ou obra contratada a uma ou mais pessoas, de forma autônoma, com profissionalidade e habitualidade (em relação ao trabalhador), atuando por conta própria, assumindo o risco da atividade desenvolvida (ex.: pintor autônomo, marceneiro autônomo, taxista, representante comercial autônomo, empreiteiro, meeiro, etc.).
		O representante comercial autônomo é regido pela Lei 4.886/65, que o conceitua como "a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios".
		A lei previdenciária (Lei 8.212/91) define no art. 12, V, h, que o trabalhador autônomo é "pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não."
		O trabalho autônomo é regido pelo Código Civil e não pela CLT.
	3.2 – Trabalhador Avulso – essa relação de trabalho possui duas espécies: o trabalhador avulso portuário, submetido ao regime jurídico da Lei 12.815/2013, e o trabalhador avulso em atividades de movimentação de mercadorias em geral, disciplinada pela Lei 12.023/2009.
		3.2.1 – Portuário – a relação de trabalho avulso em porto tem três atores: Órgão Gestor da Mão de Obra (OGMO), o operador portuário (representante do armador no porto; é o tomador) e o trabalhador portuário avulso (estivadores, conferentes, vigias portuários, arrumadores, etc.).
			A Lei 8.630/1993 (revogada pela Lei 12.815/2013), "Lei de Modernização dos Portos", quebrou o monopólio de escalação dos trabalhadores avulsos pelo sindicato profissional, passando o OGMO a ser responsável pelo gerenciamento e escalação de pessoal avulso na carga e descarga de navios.
			Não existe vínculo permanente entre o trabalhador portuário avulso e o tomador de serviços. O OGMO atua na escalação dos avulsos registrados e treinados na carga e descarga dos navios que chegam aos portos e que são representados pelos operadores portuários credenciados.
			O trabalhador avulso não mantém vínculo de emprego com o OGMO ou mesmo com o armador ou operador portuário. Contudo, o art. 7, XXXIV, da CF/88, assegurou igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
		3.2.2 – Trabalhador avulso em atividades de movimentação de mercadorias em geral – em área urbana ou rural, sem vínculo empregatício; há intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, conforme regulamentação dada pela Lei 12.023/2009. Esta lei não se aplica aos avulsos portuários.
	3.3 – Trabalhador Eventual - A lei previdenciária (Lei 8.212/91) define no art. 12, V, g, que o trabalhador eventual é "quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego".
		O trabalho eventual é realizado em caráter esporádico, temporário, de curta duração, em regra, não relacionado com a atividade-fim da empresa. Não há qualquer espécie de continuidade, tendo caráter precário.
		O trabalhador eventual não exerce a atividade com habitualidade e profissionalidade, mas apenas esporadicamente. Faz "bico", atuando hoje como pintor, amanhã como ajudante de pedreiro, etc.
	3.4 – Estagiário – a Lei 11.788/2008 estabelece as seguintes regras:
Art. 1o  Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. 
Há os seguintes atores sociais envolvidos: o Estagiário, a Instituição de ensino, a Parte concedente do estágio e osAgentes de integração públicos e privados (art. 5º).
A parte concedente do estágio poderá ser: pessoa jurídica de direito privado, a Administração pública ou Profissionais liberais de nível superior.
O estágio não cria vínculo de emprego com a parte concedente, desde que atendidos os seguintes requisitos: matrícula e frequência regular ao curso de educação; celebração de termo de compromisso entre educando, instituição de ensino e a parte concedente do estágio; e compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso.
A manutenção de estagiário em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do Estágio (art. 15).
A jornada será definida em comum acordo entre educando, instituição de ensino e parte concedente do estágio, não podendo ultrapassar:
- 4 hs diárias e 20 hs semanais para estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental;
- 6 hs diárias e 30 hs semanais, no caso de estudantes de ensino superior e ensino médio regular.
O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 hs semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.
A duração do estágio, na mesma parte concedente, não pode exceder de 2 anos, salvo no caso de portador de deficiência (art.11).
O estagiário poderá receber bolsa que venha a ser acordada, sendo compulsória sua concessão, bem como do auxílio de transporte, no caso de estágio não obrigatório; tal concessão não caracteriza vínculo de emprego (art. 12, § 1º).
Sempre que estágio tenha duração igual ou superior a 1 ano, é assegurado um período de recesso de 30 dias, a ser gozado, preferencialmente, durante férias. Se receber bolsa, recesso é remunerado. Estágio inferior a 1 ano, recesso deve ser proporcional.
Há um nº máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal da entidade concedente.
	3.5 – Trabalhador Voluntário – Regulado pela Lei 9.608/1998, que definiu:
"Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade."
"Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim."
O prestador de serviço voluntário pode ser ressarcido pelas despesas que realizar no desempenho das atividades voluntárias (art. 3º).
A realização do serviço voluntário possui forma prescrita em lei, devendo obrigatoriamente ser elaborado um termo de adesão entre a entidade pública ou privada e o prestador do serviço voluntário.
A não realização do termo configura nulidade da contratação, mas não gera, por si só, vínculo de emprego, por não haver onerosidade.

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