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Dir Trab II N Aula Unid 6 Dir Colet Trab

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DIREITO DO TRABALHO II
UNIDADE 6
O DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
1. CONCEITO
O Direito do Trabalho engloba 2 segmentos:
Direito Individual do Trabalho
Direito Coletivo do Trabalho
Direito Individual do Trabalho
Sujeitos: empregado e empregador
Caracterizado por princípios e regras que buscam aproximar a relação desigual entre o trabalhador e o empregador, face hipossuficiência do empregado.
Direito Coletivo do Trabalho
Sujeitos: 
Empregador diretamente ou sindicato patronal 
Os sindicatos da categoria profissional, representando os empregados.
Há uma relação jurídica entre pessoas teoricamente equivalentes.
O Direito Coletivo do Trabalho atua sobre o Direito Individual do Trabalho, pois, por meio dele, se produzem várias regras jurídicas, como o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), frutos da autocomposição, e a Sentença Normativa (heterocomposição).
Conceito (Renato Saraiva) – Direito Coletivo do Trabalho é o segmento do Direito do Trabalho que tem como objeto de estudo as organizações sindicais, as negociações coletivas, os instrumentos normativos correlatos, em especial a Convenção Coletiva de Trabalho, o Acordo Coletivo de Trabalho, a Sentença Normativa (prolatada nos autos de um dissídio coletivo) e a arbitragem, além do estudo do fenômeno da greve e lockout e suas repercussões nos vínculos de emprego.
2. MOVIMENTO ASSOCIATIVISTA
A base de sustentação do Direito Coletivo do Trabalho é o sindicalismo, uma vez que os sindicatos são os legitimados originalmente para a representação dos interesses do grupo. A CF/88, no art. 8º, VI, determina a participação obrigatória dos sindicatos nas negociações coletivas.
A semente do sindicalismo encontra-se no Direito Romano, com os colégios romanos que dividiam o povo segundo seus ofícios.
As corporações de ofício surgem no séc. XII, despontando como fenômeno associativo, embora não tivessem estrutura sindical, mas, sim, de unidade produtiva. Havia os mestres (dirigentes das oficinas), os companheiros (verdadeiros trabalhadores que dificilmente chegavam a ser mestres; somente ascendiam mediante prova de alto custo) e os aprendizes (jovens cujos pais pagavam aos mestres para que seus filhos aprendessem os ofícios).
No séc. XIV nascem as Compagnonnage, formadas pelos companheiros e aprendizes, como oposição às corporações de ofício e ao poder dos mestres. É a 1ª manifestação sindical dos trabalhadores contra os tomadores de serviço, na defesa dos interesses da classe.
Na Inglaterra, em 1820, foram criados os trade-unions, pois os trabalhadores necessitavam reivindicar melhoria de condição social pressionando empresários e o governo.
Várias iniciativas incentivaram a criação dos sindicatos: a Encíclica Rerum Novarum (1891); o Tratado de Versailles, que formalmente reconheceu o direito de associação; a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, dispondo sobre o direito de associação e de organização sindical; a Convenção nº 87 da OIT, que dispôs sobre liberdade sindical e proteção ao direito de sindicalização (1948); e a Convenção nº 98 da OIT, com finalidade de proteger os direitos sindicais.
No Brasil, o sindicalismo teve início com a Liga Operária, por volta de 1879, e com a União Operária em 1880.
A 1ª lei que deu início a uma verdadeira organização sindical no Brasil foi o Dec. nº 19.770/1931, estabelecendo a unicidade sindical. A CLT, em 1943, regulou a criação e o funcionamento do sindicato. A CF/88 proibiu a interferência do Estado na criação e funcionamento do sindicato, mas manteve a unicidade sindical, a divisão dos sindicatos por categorias, a contribuição sindical compulsória e o sistema confederativo.
3. A ORGANIZAÇÃO SINDICAL
 3.1. Conceito, Finalidades e Natureza Jurídica do Sindicato
	A CLT não define sindicato, mas esclarece no art. 511 que "é lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas."
	(Renato Saraiva) – Sindicato é a associação de pessoas físicas ou jurídicas que exercem atividade profissional ou econômica, para a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais e administrativas.
	A natureza jurídica do sindicato é de pessoa jurídica de Direito Privado, uma vez que, após a CF/88, é proibida a interferência ou intervenção do Estado (art. 8º, I, CF/88).
	* "CF, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
	 I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical".
 3.2. Categoria Econômica, Profissional e Diferenciada
	Conforme a CF/88 (§ único, art. 7º e art. 8º, II, III e IV) a organização sindical brasileira é feita por categorias, tendo sido recepcionado o art. 570, CLT, com as expressões categorias econômicas e profissionais.
	* "CLT, art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere [...]."
	A categoria econômica (ou categoria patronal) é formada quando há solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constituindo o vínculo social básico entre essas pessoas (CLT, art. 511, § 1º).
		- Atividades similares são as desenvolvidas por empresas que exploram negócios distintos, mas de ramos parecidos, como, por exemplo, hotéis e restaurantes.
		- Atividades conexas são as que se complementam, como, por exemplo, as várias atividades existentes na construção civil.
	A categoria profissional (categoria dos trabalhadores) é formada pela existência de similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas (art. 511, § 2º).
	Assim, os sindicatos se organizam por categorias e não por profissões, em face da necessidade de paralelismo sindical entre a categoria econômica e a categoria profissional. A definição de categoria profissional, ao incluir "situação de emprego na mesma atividade econômica", adotou a associação dos trabalhadores por identidade de situação de emprego ou de empregador. Ou seja, categoria é o conjunto de pessoas que exerce sua atividade num determinado setor (Cassar).
	A exceção ocorre com os sindicatos de categorias diferenciadas, que se organizam por profissão, como define o § 3º, art. 511, CLT (Ex.: aeronautas, publicitários, ascensoristas, etc.):
	* "§ 3º - Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares".
 3.3. Criação e Registro do Sindicato
	A art. 8º, I, da CF/88 orienta que "a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical".
	Por outro lado, o art. 45 do CC estabelece que "começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo".
	Dessa forma, a constituição do sindicato tem, necessariamente, que passar por 2 registros:
		- Registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conferindo ao sindicato a "personalidade jurídica".
		- Registro no Ministério do Trabalho, conferindoao sindicato a "personalidade sindical".
	A necessidade do registro no Ministério do Trabalho tem a ver com a verificação da base territorial, pois a CF/88 (art. 8º, II) consagrou o princípio da unicidade sindical, pelo qual "é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município".
 3.4. Entidades Sindicais (Sindicato, Federação, Confederação e Centrais Sindicais)
	A estrutura sindical brasileira é formada pelos sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais (Lei 11.648/2008).
	A Lei 11.648/2008 reconheceu as centrais sindicais como entidades de representação geral dos trabalhadores, constituídas em âmbito nacional, com as atribuições e prerrogativas de coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas e participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.
	As federações e confederações constituem associações sindicais de grau superior, sendo as federações constituídas por Estados (arts. 533 e 534, CLT).
	As federações podem ser constituídas desde que congreguem número não inferior a 5 sindicatos. 
	As confederações são entidades sindicais de grau superior, em âmbito nacional, sendo constituídas por, no mínimo, 3 federações, tendo sede em Brasília (art. 535, CLT).
	As confederações são formadas por ramos de atividades (indústria, comércio, transporte, etc.). Ex.: Confederação Nacional da Indústria e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria.
	As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar CCT/ACT e, até mesmo, instaurar dissídios coletivos, quando as categorias não forem organizadas em sindicatos.
3.5. Unicidade Sindical, Unidade Sindical e Pluralismo Sindical
 a) Unicidade sindical
	A CF/88, art. 8º, II, consagrou a unicidade sindical, vedando a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau (o que inclui as federações e confederações), representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não poderá ser inferior à área de um Município.
	A unicidade sindical limita a plena liberdade sindical, pois impossibilita a livre criação de vários sindicatos representativos da mesma categoria em idêntica base territorial.
b) Unidade Sindical
A unidade sindical também se caracteriza pela existência de sindicato único representativo de determinada categoria econômica ou profissional.
Porém, na unidade sindical, o sindicato único não é imposto por lei, como na unicidade sindical, e, sim, fruto do amadurecimento político dos integrantes da respectiva categoria. O sindicato único que melhor representa os interesses da categoria é eleito por consenso.
c) Pluralismo Sindical
	Consiste na possibilidade de existir mais de um sindicato representante da mesma categoria, profissional ou econômica, em uma só base territorial.
	A Convenção 87 da OIT, não ratificada pelo Brasil, determina que se faculte aos empregadores e empregados, se desejarem, a constituição de outro(s) sindicato(s) da mesma categoria, empresa, profissão ou ofício, na mesma base territorial do já existente.
3.6 Enquadramento Sindical
	Antes da CF/88, os sindicatos se constituíam por categorias específicas, conforme discriminação contida no quadro de atividades e profissões, como previa o art. 570 c/c 577 da CLT, proposto pela antiga Comissão de Enquadramento Sindical. A isso se chamava de enquadramento sindical.
	Contudo, essa imposição legal não mais prevalece, ante o disposto no art. 8º, I, da CF/88, que proíbe a interferência do Estado na criação e funcionamento do sindicato, não sendo mais necessária a observância do enquadramento sindical (desde que se obedeça ao sistema de representação por categorias).
	Por isso, a Comissão de Enquadramento Sindical foi extinta e, hoje, aquele quadro apenas serve de exemplo.
3.7. Contribuições Sindicais
	São contribuições sindicais (Vólia Cassar):
a) Contribuição anual compulsória para todos os participantes da categoria (art.578, CLT)
	Antigo imposto sindical, mantido pela CF/88 (art. 8º, IV) e normalmente chamado de contribuição sindical.
	Tem natureza jurídica tributária fixada em lei, sendo obrigatória, independentemente da vontade dos contribuintes, e corresponde:
A um dia de trabalho para os empregados (art. 580, I, CLT);
Para os trabalhadores autônomos e profissionais liberais, toma-se por base um percentual fixo (art. 580, II, CLT);
Para os empregadores, é calculada sobre o capital da empresa (art.580, III, CLT).
A contribuição sindical é repartida entre o sindicato, federações, confederações, centrais sindicais e Estado (Conta Especial Emprego e Salário) (art. 589, CLT)
b) Contribuição estatutária (art. 548, b, CLT, OJ 17 –SDC))
	Consiste na mensalidade sindical, que é paga exclusivamente pelos associados ao sindicato (e não a todos os membros da categoria), sendo prevista no estatuto de cada entidade sindical.
c) Contribuição Confederativa (art.8º, IV, CF/88)
	Foi introduzida pela CF/88, tendo como objetivo custear o sistema confederativo, do qual fazem parte os sindicatos, as federações e as confederações, tanto da categoria profissional como da categoria econômica.
	O valor da contribuição é fixado pela assembleia-geral.
	Somente é devida pelos associados (Precedente Normativo 119/TST).
d) Contribuição assistencial (art. 513, e, CLT c/c Precedente Normativo 119/TST)
	Também chamada de taxa assistencial, é, em geral, prevista em CCT/ACT ou estabelecida em sentença normativa.
	É prevista apenas para os associados, em função dos custos decorrentes do processo de negociação.
4. A NEGOCIAÇÃO COLETIVA
4.1. Substituição processual pelos sindicatos
	Ocorre quando a parte, em nome próprio, pleiteia direito alheio, autorizada por lei. Confere à parte legitimidade extraordinária.
	A CF/88, no art. 8º, III, que cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
	O STF sempre deu interpretação ampliativa ao art. 8º, III, CF, entendendo que foi assegurada aos sindicatos a substituição ampla e irrestrita para agir na defesa dos integrantes da categoria que representam.
	O TST tem adotado uma posição mais restritiva, embora admita a legitimidade extraordinária dos sindicatos em diversas hipóteses.
4.2. Os conflitos coletivos do trabalho
	Os conflitos coletivos do trabalho ocorrem quando existir divergência de interesses trabalhistas entre um grupo de trabalhadores e seus empregadores, para defesa de algum interesse coletivo do grupo ou dos membros que o compõem.
	Podem ser divididos em:
Econômicos - quando versarem sobre salários e vantagens econômicas em sentido amplo;
Sociais – quando o objeto referir-se a medidas de natureza social para os trabalhadores.
	Também podem ser divididos em legais ou ilegais conforme observarem ou ferirem o ordenamento jurídico.
4.3 Formas de solução dos conflitos coletivos
	A solução dos conflitos coletivos de trabalho pode assumir as seguintes formas (Plá Rodriguez):
Ajuste Direto – quando há entendimento direto entre patrão e empregados, sem a participação de terceiros. Ex.: acordo coletivo de trabalho.
Investigação – as partes lançam mão de um perito para analisar e apresentar parecer técnico sobre a questão, de forma que elas possam, com justiça, fixar as novas condições de trabalho. 
		A crítica é que a investigação não é forma de solução de conflito, mas apenas elemento que poderá servir de base para a negociação.
Conciliação – pressupõe a participação de um terceiro na negociação coletiva, que pode ser um particularou órgão do Estado. O terceiro tenta aproximar os pontos de vista, na tentativa de buscar concessões mútuas.
Mediação – intervenção de um terceiro que formula recomendações e indicações das melhores soluções, na tentativa de ajudar as partes a resolverem, voluntariamente, o conflito. O mediador é, geralmente, de escolha das partes e deve ser perito ou entendido na matéria.
Arbitragem – as partes convencionam submeter o litígio à solução de um terceiro por elas eleito. Este árbitro formulará laudo que será respeitado pelas partes.
Decisão Judicial ou Jurisdição – é a submissão do litígio à jurisdição estatal que solucionará o conflito por meio de uma sentença coletiva.
4.4. CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO
	4.4.1. Conceito, Sujeitos e Natureza Jurídica
		a) Convenção Coletiva de Trabalho (art. 611, CLT) – "é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho".
		Acordo Coletivo de Trabalho (art.611, § 1º) – "É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho".
		A única diferença entre convenção e acordo coletivo é quanto aos sujeitos.
		A convenção coletiva é o instrumento normativo pactuado entre o sindicato da categoria profissional (dos trabalhadores) e o sindicato da categoria econômica (patronal).
		Já o acordo coletivo é o instrumento normativo pactuado entre o sindicato da categoria profissional e uma ou mais empresas.
	b) Natureza jurídica – prevalece na doutrina a Teoria Mista, indicando que os convênios coletivos têm dupla natureza: contratual e normativa.
		É contratual, pois é fruto de um acordo de vontades entre os celebrantes. É normativa, pois tem efeito erga omnes para todos os integrantes das categorias profissionais e econômicas, mesmo aos não associados.
4.4.2. Requisitos de Validade e Formalidades
As convenções e os acordos coletivos são ato formal, devendo ser celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro (art. 613, § ún, CLT).
 Para celebrar convenção ou acordo coletivo, os sindicatos devem convocar assembleia-geral específica, com quórum de 2/3 dos associados da entidade (caso de convenção) ou dos interessados (caso de acordo) em 1ª convocação, e 1/3 em 2ª convocação (art. 612, CLT).
Depósito e registro - os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, na Secretaria de Emprego e Salário, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos (art. 614, CLT).
As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo (art. 614, § 1º, CLT).
Publicidade - cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixadas de modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das empresas compreendidas no seu campo de aplicação, dentro de 5 dias da data do depósito (art. 614, § 2º, CLT).
Prazo de validade - Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 anos (art. 614, § 3º, CLT).
Os empregados de uma ou mais empresas que decidirem celebrar Acordo Coletivo de Trabalho com as respectivas empresas darão ciência de sua resolução, por escrito, ao sindicato representativo da categoria profissional, que terá o prazo de 8 dias para assumir a direção dos entendimentos entre os interessados, devendo igual procedimento ser observado pelas empresas interessadas com relação ao Sindicato da respectiva categoria econômica (art. 617, CLT).
Havendo convenção, acordo ou sentença normativa em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro dos 60 dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter vigência no dia imediato a esse termo (art. 616, § 3º, CLT).
Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores (Art. 11, CF/88).
Aplicação da norma mais favorável (independentemente da posição hierárquica) - as condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo (art. 620, CLT).
4.4.3. CCT/ACT no Setor Público
CCT/ACT se aplicam às empresas públicas e sociedades de economia mista (os empregados são celetistas e podem se sindicalizar).
CCT/ACT não se aplicam aos servidores públicos estatutários e militares, pois não são regidos pela CLT (mas os servidores públicos podem se sindicalizar – art. 37, VI, CF; já os militares não podem – art. 142, § 3º, IV, CF).
CCT/ACT não se aplicam aos empregados públicos (celetistas), pois a matéria relativa aos vencimentos dos servidores públicos obedece ao princípio da legalidade, só podendo ser fixados ou aumentados por lei de iniciativa do Presidente da República.

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