Buscar

A língua. Chomsky, Benveniste e Labov.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

PSICOLOGIA DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: 
A LÍNGUA NA PERSPECTIVA DE CHOMSKY, BENVENISTE E LABOV.
Porto Alegre
2016
I INTRODUÇÃO
Definir os conceitos de língua (langue) é um ato não apenas fundador dos princípios teóricos linguísticos como também um determinante em questões que possam vir a ser levantadas todo o tempo.
Cada um desses conceitos separadamente e a relação que se estabelece entre eles, determinam o caráter de um pensamento linguístico e Influenciando outras áreas de estudos que queiram se relacionar com essa ou aquela corrente linguística. O que se afirma sobre língua permite ou impossibilita a produção de arcabouços teóricos que possam ser empregados em outros campos. A própria diferença de perspectiva teórica sobre a língua não oferece ao pesquisador/profissional uma concepção à ser seguida, pelo fato de haver correlações entre elas. 
O presente trabalho apresenta três teorias sobre a concepção de língua no sistema da linguagem e/ou linguístico: a teoria de Chomsky, Benveniste e Labov, com o objetivo de entender o que apresentam de conceito teórico e reflexivo. 
II TEORIA DE CHOMSKY	
	Noam Chomsky é um linguista e filósofo, considerado um dos maiores pensadores comtemporâneos, referênciado quando se trata de linguística moderna. Tem sido uma das figuras proeminente da linguística do século XX. 
Em seu livro linguagem e mente descreve seu objeto de estudo, onde se centraliza no âmbito da existência da Gramatica Universal. Com posição a favor não apenas das ideias do inatismo, mas de toda uma estrutura sintática inata, relativa a linguagem. Indo além das propostas filosóficas sobre o assunto e ofereceu então a ideia da Gramatica Gerativa, que desenvolve a partir daí pesquisas sobre línguas dentro de uma linha de aceitação da marcação genética relativa a linguagem. 
No trabalho colaborativo em 1965, inicio dos arcabouços teóricos linguísticos, ano da publicação do Aspects of the Theory of Syntax - Chomsky permanecia com o objetivo de eliminar inadequações e incorporar novas descobertas. Mesmo com a variedade do aparato técnico, em seu trabalho linguístico teórico apresenta duas característica que se mantêem constantes: 
A preocupação de que este aparato, ou seja técnico, seja capaz de gerar as sequências bem formadas nas línguas, e o desejo de que se insira numa perspectiva que relacione linguagem e mente, refletindo na tese central da existência de um componente da mente humana dedicado à linguagem e interagindo com outras áreas/sistemas mentais.
	Com relação a ciência comtemporânea em geral, volta- se a uma visão cognitiva da linguagem, resultado do direcionamento das pesquisas científicas sobre linguagem e línguas, mesmo fora dos círculos de pesquisa de forma rigorosa à gramática. 
	Esse redirecionamento levou a uma perspectiva de análise muito mais ampla dos fenomênos da linguagem concretizando o surgimento de um novo campo de pesquisa: investigação sobre a relação linguagem/mente. Campo que incluiu a área da psicologia cognitiva, mas atualmente se tornou mais vasto, abrangendo as ciências da mente em geral e a área da educação. 
 A LÍNGUA 
CHOMSKY diz que a linguagem humana se baseia numa propriedade elementar que também parece ser uma propriedade da infinidade discreta (...) A faculdade humana de linguagem parece ser uma verdadeira “propriedade da espécie”. 
O autor descreve também que possuímos no nosso sistema de comunicação a propriedade de “referência deslocada”, habilidade que possuímos de falar de algo que se encontra distante de nós no espaço e no tempo. 
A faculdade de linguagem para Chomsky seria um subsistema de uma estrutura mais complexa, que seria a linguagem. Ele também define este fator em “estado inicial”, algo que é geneticamente determinado da faculdade de linguagem. 	
“Cada língua é o resultado da atuação recíproca de dois fatores: o estado inicial e o curso da experiência.” CHOMSKY, 1998.
O autor descreve que o primeiro fator o de estado inicial como um dispositivo de aquisição de língua que toma a experiência como “dado de entrada” (input) e fornece a língua como “dado de saída” (output) - que é internamente representado na mente/cérebro. 
Ele ainda diz: “Além disso, há fortes razões para se acreditar que o estado inicial é comum à espécie (...)”. 
Chomsky defende sua comcepção de língua da seguinte maneira: que a língua é algo como o “modo como falamos e compreendemos”. Apresenta também a teoria da língua (forma de como falamos e compreendemos) seria chamado por ele de “grámatica”. E a teoria do “estado inicial” (algo comum a espécie) da faculdade de linguagem é chamada de gramatica universal. 
“A língua determina um leque infinito de expressões, cada uma com seu som e significado.” CHOMSKY, 1998. 
Em termos técnicos ele ainda descreve que a língua gera expressões da língua de cada sujeito. E essas expressões é um complexo de propriedades que fornecem instruções para os sistema de desempenho do sujeito falante. Quando associados nos seus devidos lugares, o sujeito possui uma vasta quantidade de conhecimento sobre o som e o significado de expressões e uma correspondente capacidade de interpretar o que ouve. Toria da língua que Chomsky nomeou de “Gramatica Gerativa”.
A noção que Chomsky chamou de “uma língua” baseou-se na teoria do linguista Otto Jespersen, “noção de estrutura” que esta na mente do falante capacitando-o de produzir e entender ‘expressões livres’. 
“As propriedades básicas das línguas particulares e da faculdade geral da linguagem são inconscientemente pressupostas por toda parte, sem serem reconhecidas nem serem expressas.” Chomsky, 1998. 
III TEORIA DE BENVENISTE
Émile Benveniste foi um linguista francês conhecido por estudar as línguas indo-europeias e pela expensão do paradigma linguístico estudados por Ferdinand de Saussure. Benveniste analisou a relação entre pensamento e língua sob a perspectiva das categorias de cada um deles a fim de procurar desvendar a maneira como os dois se relacionam. Em sua primeira parte do texto, Categorias do pensamento e categorias da língua, publicado em uma revista de filosofia em 1958, o linguista sucita Saussure, sem citá-lo, atribuindo à língua o papel de organizadora do pensamento. Em seu texto descreve o seguinte:
A língua dá a sua forma ao conteúdo do pensamento (grifo do autor) (...) 
Esse conteúdo deve passar pela língua e tomar-lhe os quadros (...). A forma linguística é, pois, não apenas a condição de transmissibilidade, mas primeiro a condição de realização do pensamento. (...) Fora isso, não há senão obscura volição, pensamento que se descarrega em gestos, mímica. (BENVENISTE, 2005, p.69).
	Para Benveniste, o pensamento “recebe forma da língua e na língua, que é o molde de toda expressão possível”. O autor remete a Saussure atribuindo à língua o mesmo papel de organizadora do pensamento. Saussure fala em:
fato linguístico em seu conjunto, isto é, a língua como uma série de subdivisões contíguas, marcadas simultaneamente sobre o plano indefinido das ideias confusas (A) e sobre o plano não menos indeterminado dos sons (B) (SAUSSURE, 2004, p. 130).
	Esquema desenhado por Saussure demonstrando seu esquema o plano da língua entre pensamento e o som. Dois planos indefinidos: o das “ideias confusas (A)” e o “plano não menos indeterminado dos sons (B)” (SAUSSURE, 2004, p. 130). 
	Benveniste diz que: 
Ora, essa língua configura-se no seu conjunto e enquanto totalidade. É, além do mais, organizada como combinação dos “signos” distintos e distintivos, suscetíveis, eles próprios, de decompor-se em unidades inferiores ou de agrupar-se em unidades complexas. (...) Para tornar-se transmissível, esse conteúdo [do pensamento] deve ser distribuído entre morfemas de certas classes, organizadas numa certa ordem, etc. (BENVENISTE, 2005, p.69).
	A necessidade salientada por Saussure e admitida por Benveniste de se separar a linguagem — esse ente inclassificável — da língua — “por si só um princípio declassificação” (BENVENISTE, 2006, p. 47) e de tomar essa última como princípio de unidade entre a multiplicidade da linguagem. Separação que desencadeou metodologias que visavam a garantia da nova ciência, a Linguística. 
	O autor da afirmação proposta no artigo Estrutura da língua e estrutura da sociedade de 1968 (BENVENISTE, 2006): a língua é o interpretante da sociedade. Dessa forma, “os signos da sociedade podem ser integralmente interpretados pela língua, jamais o inverso” (BENVENISTE, 2006, p. 55).
	Benveniste defende que a língua faz parte de relações semiológicas dos sistema semiótico que é: engendramento, homologia e interpretância. À língua é atribuída a capacidade de interpretar todos os sistemas semióticos, ela “fornece o único modelo de um sistema que seja semiótico simultaneamente na sua estrutura formal e no seu funcionamento”, ela é “a organização semiótica por excelência” (BENVENISTE, 2006, p. 63). A língua confere “a outros conjuntos a qualidade de sistemas significantes informando-os da relação de signo”, ela é “a grande matriz semiótica” (BENVENISTE, 2006, p. 64).
	O autor traz a dupla significância da língua, é o que traz a língua ao seu prodígio maior, pelo fato de ser composta de signos que possuem um significado estabelecido e compartilhado — o modo semiótico —, mas também engendra pelo discurso um modo de significância única a cada vez — o semântico. O lugar da língua entre os sistemas semióticos é encontrado graças a essa dupla articulação: 
A língua é o único sistema em que a significação se articula assim em duas dimensões (...) o privilégio da língua é de comportar simultaneamente a significância dos signos e a significância da enunciação. Daí provém seu poder maior, o de criar um segundo nível de enunciação, em que se torna possível sustentar propósitos significantes sobre a significância. É nessa faculdade metalinguística que encontramos a origem da relação de interpretância pela qual a língua engloba os outros sistemas. (BENVENISTE, 2006, p. 66).
	
IV TEORIA DE LABOV 
	
Teoria da variação e mudança
Teoria muito ligada a figura de Wiliam Labov, a TVM traz a visão de que a língua deve ser estudada em sua interação com o meio social, visão essa que compartilha com outras abordagens sociolinguísticas. O que a particulariza são seus objetivos, princípios teóricos e métodos.
A ideia inicial de Labov com TVM, era promover a revisão de algumas premissas da “Linguística padrão”. Percebe-se que a preocupação dele era mais voltada para as formas das regras linguísticas, sua combinação em sistemas, a coexistência de váarios sistemas e a evolução destas regras e sistemas com o tempo.
Para Labov, a Linguistica sofria de problemas graves, e o mais sério deles era o fato de a lingua ser atrelada ontologica e metodologicamente ao individuo. Tanto é, que nas palavras de Labov, é um “dogma central” de sua abordagem a ideia de que “a língua está localizada na comunidade de fala, não no indivíduo” (2006a, p.380).
Outro aspecto que Labov considerou problemático, é a concepção de lingua como entidade homogênea, de tal forma que a variação passa a ser considerada aleatória e não muito importante para a teoria Linguística..
Ao lado desses principios teóricos gerais, a TVM trabalha também com uma série de principios metodologicos, condizentes com as premissas de caráter mais teórico da área.
BIBILIOGRAFIA
BENVENISTE, Émile. Categorias de pensamento e categorias de língua. In: ______. Problemas de Lingüística Geral I. Campinas: Pontes, 2005 p. 68-80.
______. Catégories de pensée e catégories de langue. In: ______. Problèmes de linguistique générale. Paris : Gallimard, 1966. p. 63-74.
______. Semiologia da língua. In: ______. Problemas de Lingüística Geral II. Campinas: Pontes, 2006. p. 43-67.
CHOMSKY, Noam. Linguagem e mente: pensamentos atuais sobre antigos problemas. In: Editora Universidade de Brasília. Brasília: 1998. P. 7-38.
LABOV, William. Some principles of linguistic methodology. Language in society. v. 1, 1972. p. 97-120.

Continue navegando