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Fichamento do livro Tópica e Jusrisprudência

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Fichamento do livro “Tópica e Jurisprudência”, de Theodor Viehweg.
Aluno: Bernardo Camargo Burlamaqui
Professora: Margarida Lacombe, Teoria de Direito 1 2015.1 – FND, UFRJ
Dos Prefácios
Em relação à obra, segundo o prefácio do tradutor, Tércio Sampaio Ferraz Jr.:
- “Seu trabalho, embora realize esta investigação histórica, não é um texto de história do pensamento jurídico. Sua intenção principal está em mostrar que a Ciência do Direito que ele prefere chamar de Jurisprudência (em oposição a Jurisciência) é constituída por um estilo de pensamento, o pensamento problemático.” (página 5)
Introdução
Sobre o estudo da tópica:
- “Em Aristóteles e Cícero, investiga-se o que é realmente a hoje quase tão desconhecida tópica” (página 17)
- “Leibiniz tentou construir para a jurisprudência uma tópica matematizada” (página 17)
- “a tópica é uma técnica de pensar por problemas, desenvolvida pela retórica. Ela se desdobra numa contextura cultural que se distingue claramente nas menores particularidades de outra de tipo sistemático dedutivo.” (página 17)
Capítulo 1, Uma Alusão de Vico
A tópica de Gian Battista Vico:
- “Vico refere-se às scientiarum instrumenta, portanto, aos métodos científicos, caracterizando o antigo como o retórico (tópico) e o moderno como o crítico.” (página 20)
- “Vico caracteriza o método novo (crítica) da seguinte maneira: o ponto de partida é um primum verum, que não pode ser eliminado nem mesmo pela dúvida.” (página 20)
- “Em sentido contrário, o método antigo (tópica) assim se caracteriza: o ponto de partida é o sensos communis (senso comum, common sense), que manipula o verossímil (verosimilia), contrapõe pontos de vista conforme os cânones da tópica retórica e sobretudo trabalha com uma rede de silogismos.” (página 20)
- “Esta proporciona sabedoria, desperta a fantasia e a memória e ensina como considerar um estado de coisas de ângulos diversos, isto é, como descobrir uma trama de pontos de vista. Deve-se intercalar, diz Vico, o antigo modo de pensar tópico com o novo, pois este sem aquele na verdade não se efetiva.” (página 21)
Capítulo 2, Tópica Aristotélica e Tópica Ciceroniana
A tópica Aristotélica:
- “Na Tópica, Aristóteles se ocupa novamente de um tema que parecia quase superado pela filosofia grega clássica, ou seja, por Sócrates, Platão e pelo próprio Aristóteles: a antiga arte da disputa, domínio dos retóricos e sofistas.” (página 23)
- “A Tópica pertence, com as Refutações Sofísticas (Partes 5 e 6 do Organon) ao terreno do dialético, não do apodítico” (página 24)
- “<<Nosso trabalho>>, diz Aristóteles (Top. I.1.1), <<persegue a tarefa de se encontrar um método com o qual, partindo-se de proposições conforme as opiniões (ex endoxon), seja possível formar raciocínios (dynesómetha sylloguisesthai) sobre todos os problemas que se possam colocar (peri pantos toy protesthentos problematos) e evitar as contradições, quando devemos sustentar nós mesmos um discurso>>” (página 24)
- “Aristóteles distingue: 1) Uma apodexis (...), 2) Um raciocínio dialético, que é o que se obtém partindo de proposições conforme as opiniões aceitas (...), 30 Um raciocínio erístico (...) 4) pseudo-raciocínios. (...) os do tipo 2 pertencem ao campo da arte da argumentação (tópica), que Aristóteles considera como um primeiro degrau da Filosofia; os dos tipos 3 e 4 são casos especiais.” (páginas 24 e 25)
- “Os raciocínios dialéticos se distinguem dos demais pela índole de suas premissas, o que é característico deste modo de pensar.” (página 25)
- “Aristóteles parte, pois, da afirmação de que a tópica tem por objeto raciocínios que derivam de premissas que parecem verdadeiras com base em uma opinião reconhecida.” (página 25)
- “A expressão topoi (...) Sua explicação encontra-se na Retórica aristotélica: <<Falamos de Topoi em relação aos raciocínios dialéticos e retóricos. Os topoi referem-se indistintamente a diferentes objetos jurídicos, físicos, políticos e a muitos outros de espécie diferente, como por exemplo, o topos do mais e do menos: partindo-se dele, pode-se obter um silogismo ou um entimema sobre objetos do Direito, como sobre outros pertencentes tanto à Física como a qualquer outra Ciência, ainda que estas disciplinas sejam, entre si, de natureza distinta.” (página 26)
- “Topoi são, portanto, para Aristóteles, pontos de vista utilizáveis e aceitáveis em toda parte, que se empregam a favor ou contra o que é conforme a opinião aceita e que podem conduzir à verdade.” (páginas 26 e 27) 
A tópica Ciceroniana:
- “O nível da tópica ciceroniana é sem dúvida inferior ao da aristotélica.” (página 28)
- “O Jurista Trebatius, a quem Cícero, segundo sabemos, descreve como um homem engenhoso e brilhante, encontrou um dia, em uma visita que fez à vila tusculana de Cícero, entre os livros deste, a Tópica de Aristóteles, que evidentemente não conhecia. Quando soube, pelos informes se deu anfitrião, que constituía um meio para dispor de elementos de prova aplicáveis a todas as discussões imagináveis, ficou vivamente interessado no assunto. Tentou Mais tarde uma leitura por sua conta, que, sem embargo, não lhe deu grandes resultados. Voltou novamente ao tema e pediu a Cícero que o fizesse compreensível. Cícero escreveu então para ele, o jurista, o que seria mais tarde a sua famosa tópica.” (páginas 28 e 29)
- “Há topoi que estão estreitamente ligados com o assunto de que se trata, enquanto que outros procedem de fora. Os primeiros são propriamente <<científicos>> ou <<técnicos>>, enquanto que os segundos são <<atécnicos>> ou <<atecnous>>, como diziam os gregos. A obra trata muito rapidamente do segundo tipo, ainda que sua importância prática seja considerável, já que compreende os critérios de autoridade (... ) Os topoi do primeiro tipo se referem (A) ao todo ou (B) só a determinadas relações. Quando (A) tomam em consideração o todo, fazem-no como todo (definição) ou à vista de sua designação (etimologia). Quando (B) tomam em consideração determinadas relações, ou bem se trata das seguintes relações: a) gênero; b) espécie; c) semelhança; d) diferença; e) contraposição; f) circunstâncias concorrentes (prévias, subsequentes, contraditórias); g) causa; h) efeito; i) comparação.” (páginas 29 e 30)
- “Aristóteles, como vimos, projetou em sua tópica uma teoria da dialética, entendida como arte da discussão (...) Isto interessou a Cícero. Este entendeu a tópica como uma práxis da argumentação, a qual maneja o catálogo de topoi que ele esquematizou bastante.” (página 31)
Capítulo 3, Análise da Tópica
Analisando a tópica como procedimento:	
- “O ponto mais importante no exame da tópica constitui a afirmação de que se trata de uma techne do pensamento que se orienta para o problema. Aristóteles sublinhou isto em várias ocasiões (...), a organização proposta, que ele empreende na tópica, é uma organização segundo zonas de problemas (...) Pois <<aquilo em torno do que os raciocínios giram são os problemas>>” (página 33) 
- “A tópica não pode ser entendida se não se admite a sugerida inclusão em uma ordem que está sempre por ser determinada e não é concebida como tal, qualquer que seja o modo como se a configure conceitualmente em particular. Daí se segue que este modo de pensar só pode contar com panoramas fragmentários. Platão utilizou este modo de pensar em seus Diálogos e Aristóteles, como já se disse, introduziu-o em sua obra. A tópica serve a este modo de pensar.” (páginas 35 e 36)
- “Quando se depara, onde quer que seja, com um problema, pode-se naturalmente proceder de um modo simples, tomando-se, através de tentativas, pontos de vistas mais ou menos casuais, escolhidos arbitrariamente.” (página 36)
- “Aristóteles havia projetado, como vimos, um catálogo de tópicos para todos os problemas apenas pensáveis. Cícero e seus sucessores esforçaram-se em convertê-lo em um meio auxiliar da discussão de problemas que fosse o mais prático possível.” (página 36)
-“Os catálogos de tópicos manejados ao longo dos séculos apresentam entre eles diferenças mais ou menos acentuadas, porém aqui não é necessário examiná-los com detalhes. Eles parecem ter ficado, de forma predominante, muito perto de Cícero, esforçando-se apenas em compreender mais agudamente suas classificações.” (página 36)
- “Há que ter em conta esta coleção de argumentos usuais ou, no caso do exemplo, estes catálogos especializados de topoi, quando se procura compreender, adequadamente e sem estreiteza de visão, o espírito que estamos debatendo. Os pontos de vista provados e frequentes destes campos especiais são também topoi que estão a serviço de uma discussão de problemas e cujo conhecimento tem por objeto oferecer une sorte de repertoire facilitant l`invention.” (páginas 37 e 38)
- “A função dos topoi, tanto gerais como especiais, consiste em servir a uma discussão de problemas. Segue-se daí que suua importância tem de ser muito especial naqueles círculos de problema em cuja natureza está não perder nunca o seu caráter problemático. Quando se produzem mudanças de situações e em casos particulares, é preciso encontrar novos dados para tentar resolver os problemas.” (página 38)
- “A tópica é um procedimento de busca de premissas, conforme sublinhou Cícero, ao diferenciá-la, como ars inveniendi, da lógica demonstrativa ou ars iudicandi (...) Isto tem pleno sentido. Pois é possível distinguir uma reflexão que busca o material para pensar, de outra que se ajusta à lógica. É igualmente claro que na prática esta última deve vir depois daquela. Vista desta maneira, a tópica é uma meditação prológica, pois, como tarefa, a inventio é primária e a conclusio secundária. A tópica mostra como se acham as premissas; a lógica recebe-as e as elabora.” (páginas 39 e 40)
- “São exemplos clássicos os diálogos platônicos em que Sócrates vai criando, por meio de uma técnica de perguntas, de efeito bastante peculiar, aqueles acordos de que necessita para suas demonstrações. Os topoi e os catálogos de topoi têm, em consequência uma extraordinária importância no sentido da fixação e da construção de um entendimento comum. Desenvolvem as perguntas e as respostas adequadamente e indicam o que é i que parece digno de uma reflexão mais profunda.” (página 41)
- “O debate permanece, evidentemente, a única instância de controle e a discussão de problemas mantém-se no âmbito daquilo que Aristóteles chamava dialético. O que em disputa ficou provado, em virtude de aceitação, é admissível como premissa. Isto pode parecer inicialmente muito arriscado. Porém pe menos inquietante se se tem em conta que os que disputam dispôesm de um saber que já experimentou prévia comprovação, seja ela qual for, e que entre pessoas razoáveis só pode contar com aceitação se tiver um determinado peso específico.” (página 42)
- “Coisa distinta de legitimar ou de provar uma premissa é demonstrá-la ou fundamentá-la. Esta última é uma questão puramente lógica. Ela reclama um sistema dedutivo.” (página 43)
Capítulo 4, Tópica e Ius Civile
O ius civile e a sistemática:
- “Para um espírito sistemático, o ius civile constitui, como é sabido, uma desilusão bastante grande. Nele, dificilmente se encontram conjuntos de deduções de grande abrangência. Para compreendê-lo, basta selecionar um grupo de textos dos Digestos, o mais extenso possível, e investigar sobre ele.” (página 45)
- “Este texto possui sem dúvida alguma um nexo pleno de sentido, que não é sistemático, senão puramente problemático. Oferece-se nele uma série de soluções para um complexo de problemas, buscando e fixando pontos de vista (boa-fé, interrupção), que não aparecem unicamente aqui, senão que procedem de outros grupos de textos parecidos, onde já tinham encontrado reconhecimento e comprovação. Desta maneira, constrói-se ante nossos olhos, em uma forma bastante viva, todo um tecido jurídico.” (página 47)
- “ Aqui nos interessa apenas constatar substancialmente que na base de uma casuística semelhante existe um pensamento problemático, que se caracteriza por exigir uma determinada techne, cujas partes integrantes (conceitos e proposições) têm que mostrar uma particularidade que não se pode perder de vista, e que é, pelo menos, discutível que a matéria de que estamos tratando se possa elaborar arbitrariamente de um modo casuístico ou de um modo sistemático.” (página 48)
A visão de Savigny:
- “É de grande interesse, neste aspecto, ver com o Savigny caracteriza o encanto peculiar da jurisprudência romana. <<É -diz- como se um caso (qualquer) fosse o ponto de partida de toda a ciência, que a partir daí deveria ser inventada>>. (...) Cada um se vê impelido, não a ordenar o caso dentro de um sistema previamente encontrado, mas sim a exercitar sua própria dicaiosine por meio de considerações medidas e vinculadas. O modo de trabalho a ser seguido deve ser adequado a esta tarefa. É preciso desenvolver um estilo especial de busca de premissas que, com o apoio em pontos de vista provados, seja inventivo.” (página 50)
- “Seus conceitos e suas proposições têm que ser entendidos como partes integrantes de um pensamento tópico. Sua vinculação com o problema impede um desdobramento do pensamento que seja consequentemente lógico e há que evitar precisamente aquilo que conduz ao sistema dedutivo, se se quer conservar a proximidade do problema.” (página 50)
- “No ius civile, sem embargo, vê-se com uma clareza especial como as positivações são evitadas na medida do possível. Bons exemplos disto são não só o escasso número de leis que se editam durante um período de tempo tão grande, mas também, especialmente, a elástica e notabilíssima lex annua do pretor, que só se cristalizou de uma maneira definitiva no Edito de Adriano.” (página 51)
- “A busca do direito não encontrou com isto, porém, o seu fim. Alcançou somente sua segunda fase e mais adiante trabalha, por assim dizer, em condições muito mais difíceis. Pois no campo do direito é preciso conservar tenazmente aquilo que já está positivado. (...) Neste estado de coisas, a tópica tem que entrar novamente em jogo. Pois frente a problemas novos torna-se necessário anular, ao menos em parte, a perda de flexibilidade mediante uma interpretação adequada. Até que a legislação intervenha é preciso encontrar e evidentemente também aceitar pontos de vista ajustados às novas situações e que, não obstante, apareçam como concordes com os antigos. Este modo de proceder tem sido com frequência objeto de sátiras e comentários, porém demonstra que as mencionadas positivações, diante do desejo de resolver o problema, servem menos, ao longo do tempo, de orientação.” (páginas 51 e 52)
A visão de Johannes Stroux:
- “Se é certo que a jurisprudência não se distingue, pelo menos em sua estrutura fundamental, da sofística, da retórica e da aporética filosófica, faz sentido perguntar se existe algum vínculo genético entre a primeira e as últimas. Johannes Stroux conduziu suas investigações por este caminho, examinando as conexões históricas que existem entre a ciência romana do direito e a retórica.” (página 55)
- “A ponte que Stroux busca entre a retórica e a jurisprudência romana, ele a encontra na teoria retórica da stasis ou teoria do status, cujo objetivo é fazer de um caso de conflito (notadamente penal) um caso oratório, distinguindo primeiro a afirmação e a negação e depois a discussão dos fatos (status coniecturalis) e a do direito (status qualitatis).” (página 55)
- “Aqui nos interessam de maneira especial os casos em que se discutem a lei e sua interpretação. Enumeram-se geralmente quatro, que são bem conhecidos. Primeiro: a discussão sobre se o texto ou a chamada vontade da lei deve decidir (...); segundo: as contradições entre as leis (...); terceiro: a plurivocidade da lei (...); quarto: as lacunas da lei (meios auxiliares: syllogismus, ratiocinatio, collectio). Segundo Stroux, este teoria retórica da interpretação da lei, que ele estuda a partir da obra juvenil de Cícero, De inventione, e que se aplicou também às declarações de vontade (testamentos,contratos), teve uma grande influência na iuris interpretatio.” (páginas 55 e 56)
- “Independentemente da questão histórica, ainda não esclarecida em seus aspectos particulares, há que observar o seguinte: quando se diz que o método científico dos juristas procede dos filósofos, pressupõe-se que em uns e em outros se pode encontrar uma estrutura idêntica ou pelo menos muito parecida. Como procuramos demonstrar, isto é substancialmente certo para a aporética filosófica por uma parte e para a jurisprudência romana por outra, pois em uma e em outra domina um modo de pensar tópico.” (página 56)
Capítulo 5, Tópica e Mos Italicus
O mos italicus e a Idade Média:
- “Que os representantes do mos italicus, os pós-glosadores ou comentadores, como seus predecessores, os glosadores bolonhese4s, estavam familiarizados com a tópica é algo que sua própria formação cultural evidencia. A vinculação genética entre jurisprudência e retórica na Idade Média é muito menos duvidosa que na Antiguidade. Os eruditos medievais do direito, de acordo com os planos de estudos então vigentes, antes de poderem dedicar-se a seus estudos especiais ( studia altiora, difficiliora et graviora) tinham de ter estudado as septem artes liberales. No Trivium (artes triviales, semonicales, rationales), ocupavam-se da retórica e, com ela, de sua peça modular, a tópica.” (página 60)
- “A falta de sistemática de procedimento, que é uma das características mais importantes da estrutura tópica, foi também uma das principais críticas que se fizeram ao mos italicus a partir do século XVI.” (página 61)
- “Numa certa oposição às críticas anteriores, há autores hoje que se inclinam a conceder aos representantes do mos italicus pelo menos <<um certo impulso para um tratamento sistemático da matéria jurídica>>.” (página 61)
- “Tampouco se pode apresentar a <<ciência sistemática do direito>> como uma <<criação da escolástica medieval>>, pretendendo levar para a jurisprudência, com base nas ideias de Grabmann, o método escolástico desenvolvido pela teologia. A leitura da Geschichte der scholastischen Methode esnsina que o método de trabalho ali examinado está indissoluvelmente ligado ao conteúdo filosófico da teologia. A escolástica teológica configurou um pedaço da antiga retórica (tópica), em uma fórmula escolar, ligando-a a uma doutrina sobre a relação entre fides e ratio.” (página 62)
- “Da jurisprudência medieval pode dizer-se o mesmo do que o ius civile: que se orientava para o problema e que tinha, portanto, que desenvolver uma techne adequada para isto. O que resulta da estreita conexão temática. (...) A Idade Média viu-se colocada, em primeiro lugar, diante da não-fácil tarefa de tomar consciência de uma literatura tradicional, em parte estranha, e, além disso, de torna-la utilizável para a sua própria vida. (...) A consequência disto é que há dois problemas que têm uma importância muito especial na literatura científica da Idade média, ainda que não ultimamente na literatura jurídica. O primeiro problema pergunta o que fazer quando os textos se contradizem; o segundo dirige-se, mais ou menos conscientemente, a determinar como se pode estabelecer uma adequada correlação de situações.” (página 62)
- “No caso da falta de acordo entre os textos, as coisas ocorrem da seguinte maneira: as contradições (contrarietates) das fontes provocam dúvidas (dubitationes, dubietates) e uma discussão científiuca (controversia, dissensio, ambiguitas) que exigem uma solução (solutio). Esta solução tem que consistir na usualemente chamada elaboração de concordâncias, para a qual existem diferentes meios. O mais simples é a chamada subordinação de autoridades.” (página 63)
- “Quanto maior é o prestígio dos textos paradigmáticos bem como a diferença entre as situações problemáticas, que davam causa ao surgimento deles, e o tempo da aplicação, tanto mais necessário é este procedimento. Contém necessariamente arbitrariedades lógicas, porém é, ao mesmo tempo, de uma grande importância, pois desta maneira se torna possível a continuidade e o desenvolvimento do mundo das formas jurídicas. Somente assim a jurisprudência medieval pôde desenvolver o direito romano e preparar o direito comum. (...) Se a tópica possui uma importância estrutural tão grande para o pensamento medieval, parece consequente –e assim se fez- dar-lhe uma forma prática. A usualemente chamada forma escolástica leva com fins escolares o estilo de reflexão de busca de premissas a uma fórmula, quer dizer, oferece um esquema tópico.” (página 65)
- “O comentador progride com relação à divisio, enquanto se lhe ouve falar, por assim dizer, quase continuamente. O estilo é alguma coisa de menos impessoal. Pelo contrário, predomina o uso da primeira pessoa não só nas perguntas, mas também nas respostas e nas afirmações.” (página 67)
- “A resposta ou bem se dá imediatamente com a ajuda de uma alegação ou bem se dá, o que é mais frequente, depois de uma série de considerações prévias, às quais precedem frequentemente expressões como videtur, et videtur ou outras parecidas, que estão, ademais, sempre unidas a alguma alegação.” (página 67)
- “Em tudo isto, reconhece-se o esquema mental que antes descrevemos, e uma terminologia coincidente. A tarefa da lição jurídica (lectiones, lecturae) ajustava-se também a este estilo.” (página 67)
- “A medula do espírito descrito, seja ensinando seja opinando, continua situada na discussão de problemas. Nada modifica o fato de que seu estilo de reflexão de alegações nos pareça às vezes demasiado literário e de que não disponha de uma consciência histórica, nem de uma consciência sociológica. Dá, em todo caso, ao problema o lugar dominante.” (página 68)
- “O interesse moderno inclinar-se-á para colocar um peso especial nas antes citadas generalizações, que, finalmente, se chamarão generalia. Do ponto de vista sistemático, parece que as generalizações são dignas de nota como eventuais proposições básicas de um sistema.” (página 68)
- “É sabido que todos estes topoi se legitimam – e não por último pela consideração que merecem, na qual sua hierarquia exerce um importante papel (subordinação de autoridades). Sua autoridade, que é um dos topoi mais importantes do mundo medieval, determina seu reconhecimento.” (página 69)
Capítulo 6, Tópica e Ars Combinatoria
Jurisprudência como método?:
- “A tópica prestou, como vimos, grandes serviços à jurisprudência. Porém, como vimos também, faz que a jurisprudência não possa converter-se em um método, pois só pode chamar-se método um procedimento que seja lógica e rigorosamente verificável e crie um nexo unívoco de fundamentos, quer dizer, um sistema dedutivo. A jurisprudência, que até aqui descrevemos, não é um método, mas sim um estilo. Ela tem, como qualquer outro estilo, muito de arbítrio amorfo e muito pouco de demonstração rigorosa.” (página 71)
A visão de Leibniz:
- “O jovem Leibniz não diz claramente que para conseguir uma prova, no sentido antes indicado, seja necessário desterrar a tópica em favor do sistema, mas admite que a herdade arsiveniendi, como tal, quer dizer, sem eliminar em absoluto sua estrutura fundamental, pode ser colocada sob controle aritmético. É necessário, em sua opinião, conceber as ars inveniendi como ars combinatoria. Isto é, Leibniz pretende matematizar a tópica.” (páginas 71 e 72)
- “Quer construir com fundamentos aritméticos (ex Arithmeticae fundamentis) uma doutrina das complicações e transposições e com isto dar novos estímulos à arte de meditar ou arte da invenção lógica.” (página 72)
- “Leibniz justifica toda a empresa a partir de uma ideia anterior que nunca abandonou, e que converte a relação do todo com a parte no centro do pensamento. Esta ideia é em si mesma antiquíssima, tendo sido transmitida como topos na formação retórica (...) e experimentado uma configuração teórica de maior envergadura, mais tarde, com Hegel. Leibniz vincula-a à ideia de aritmetização.” (página 73)
Capítulo 7, Tópica e Axiomática
Os axiomas e o pensamento lógico:
-“Quando se encontra em um determinadoterreno um estilo de pensamento, surgem do ponto de vista de uma teoria da ciência duas possibilidades.” (página 75)
- “Aqui trataremos apenas da primeira hipótese, que corresponde ao desejo da moderna cultura da Europa Ocidental no continente, de conceber a jurisprudência como ciência, e que tem, por isto, de se dirigir necessariamente contra a tópica.” (página 75)
- “Em princípio, a sistematização dedutiva não é uma tarefa demasiado difícil. Sua execução efetiva, no entanto, pode provocar consideráveis dificuldades. Sua expressão mais precisa obtém-se segundo o método axiomático, que consiste em ordenar, de acordo com sua dependência lógica, de um lado os enunciados, de outro os conceitos de uma área qualquer (não lógica).” (página 76)
- “Quando se logrou assegurar, do modo indicado, a integridade, a compatibilidade e a independência dos axiomas, todas as demais proposições podem ser derivadas por meio de um simples procedimento lógico, quer dizer, obtendo conclusões corretas através de uma cadeia de deduções. Procede-se de um modo semelhante com os conceitos, estabelecendo conceitos fundamentais não definidos e definindo todos os demais a partir deles, como conceitos deduzidos por meio de uma cadeia de definições.” (página 77)
- “no sistema Z suposto, existem determinadas relações entre os conceitos nerle contidos, e deixaremos de lado por completo, nestas relações, tudo o que não seja teoricamente relacionado. Resta assim unicamente um tecido de relações, e os conceitos caracterizam-se exclusivamente por sua posição com respeito às relações. Desta maneira, definem-se de um modo que –e, para nosso propósito, unívoco e suficiente.” (página 78)
- “É indiscutível que no âmbito jurídico a unidade sistemática é, em linhas gerais, algo antecipado. Dificilmente é possível assinalar até que ponto ela existe efetivamente, ainda que seja de um modo, por assim dizer, parcial e aproximado, pois faltam as correspondentes investigações axiomáticas.” (página 80)
- “O tecido jurídico total que efetivamente encontramos não é um sistema no sentido lógico. É antes uma indefinida pluralidade de sistemas, cujo alcance é muito diverso -às vezes não passa de escassas deduções- e cuja relação recíproca não é tampouco estritamente comprovável.” (página 80)
O papel do pensamento interpretativo:
- “Para nosso objetivo, basta constatar que a tópica se infiltra no sistema jurídico através da mencionada interpretação, exigida pelo estado efetivo do direito. O pensamento interpretativo tem de mover-se dentro do estilo da tópica.” (página 81)
- “Se aceitarmos que o sistema Z não é perfeito, quer dizer, que na realidade há uma pluralidade de sistemas maior ou menor, esta circunstância se oporia à exigência de resolver dentro dele, na medida do possível, todos os casos de direito civil. Como já indicamos mais acima, a interpretação está aqui operando e pode oferecer amplos recursos à aplicação do direito.” (página 82)
- “Olhando para trás, comprova-se como do sistema jurídico lógico, isto é, de um nexo de fundamentos intacto, não resta já quase nada e o que resta não é suficiente para satisfazer, sequer de um modo aproximado, as modernas aspirações sistemático-dedutivas. Onde quer que se olhe, encontra-se a tópica, e a categoria do sistema dedutivo aparece como algo bastante inadequado, quase como um impedimento para a visão.” (página 83)
- “É contudo totalmente consequente opor-se a ela se sequer empreender a tarefa de tornar científica a rechne jurídica. Para converter em método o estilo que antes encontramos, é preciso colocar em uma situação dominante o sistema dedutivo e a subsunção, esta entendida no sentido de ordenação dentro de um sistema perfeito.” (página 84)
- “Uma ciência do direito que pretenda desenvolver uma <<cientifização>> da techne jurídica e que como tal se conceba como ciência tem de marchar pelo caminho indicado até o final. Certamente faltam tentativas de larga escala nesta direção. Ao contrário, predomina a visão, tanto no continente europeu quando no mundo anglo-americano, de que a axiomatização não é suficiente para captar plenamente a estrutura da argumentação.” (página 85)
Capítulo 8, Tópica e Civilística
As ideias de Rudolf van Ihering:
- “Quando Ihering, há cem anos, indicou que um direito positivo não pode ser entendido sem a categoria do interesse, emergiu, primeiro na doutrina civilista e depois em outros campos da disciplina jurídica, um topos que foi aumentando continuamente o seu peso e que paulatinamente foi exercendo uma influência de não pouca importância sobre o caráter mesmo da jurisprudência. A famosa teoria do interesse, que tem sua base em Ihering, esforçou-se em tornar aplicável ao trabalho jurídico seu modo de pensar.” (página 87)
- “Nela, trata-se simplesmente da questão do que seja justo aqui e agora. Esta questão na jurisprudência, a menos que se possam mudar as coisas, é iniludível. Se não se colocasse esta eterna questão acerca da justa composição (de interesse) e da retidão humana, faltaria o pressuposto de uma jurisprudência em sentido próprio.” (página 88)
- “Pois bem, se é certo que a tópica é a techne do pensamento problemático (...), a jurisprudência, como uma techne que está a serviço de uma aporia, deve corresponder à tópica nos pontos essenciais. É preciso, por isto, descobrir na tópica a estrutura que convém à jurisprudência.” (páginas 88 e 89)
As proposições de Fritz von Hippel:
- “Para simplificar a exposição de seu pensamento, o autor coloca-se na posição do legislador e começa constatando que, onde, quando e como seja, todo ordenamento jurídico tem de ser construído com a pretensão de ser justo. O legislador tem, pois, de perguntar-se se sua escolha de ordenamento se ajusta a esta pretensão. As possibilidades de ordenamento que não se ajustem a ela têm de ser rejeitadas.” (página 89)
- “<<Esta permanente construção de uma relação de direito privado>> se realiza, na opinião do autor, em duas partes. Ao primeiro círculo de problemas, ele chama <<negócio jurídico>>; ao segundo, <<perturbação da relação>>. Cada um deles compreende por sua vez seis questões, que <<se encontram entre si em uma fixa relação de construção>>. Na medida em que o legislador <<responde a estas perguntas, cria um código civil>>.” (página 90)
- “A estrutura total da jurisprudência, como dissemos mais acima, só pode ser determinada a partir do problema. (...) Ao tomar posição de uma determinada maneira frente ao problema fundamental (por exemplo, a autonomia privada parece justa), origina-se um conjunto de questões que se pode determinar com bastante precisão e que baliza o âmbito de uma disciplina especial, por exemplo, o do direito privado. Toda a organização de uma disciplina jurídica se faz partindo do problema.” (página 91)
Uma concepção da jurisprudência:
- “Justificado que a jurisprudência precisa ser concebida como uma permanente discussão de problemas e que, portanto, sua estrutura total deve ser determinada a partir do problema, buscando pontos de vista para sua solução, resulta que seus conceitos e suas proposições têm de estar ligados ao problema, de modo especial.” (página 92)
- “O jurista converte em <<declaração>>, de um modo aparentemente arbitrário, uma carta de conteúdo negocial que seu autor não enviou, mas que chegou a seu destinatário em consequência de manipulação estranha. O conteúdo de conceitos jurídicos, como os de <<parte integrante>> de uma coisa ou <<parte integrante essencial>>, é formado, no campo do direito (...).” (página 93)
As ideias de Walter Wilburg:
- “Wilburg é da opinião de que nosso direito civil está paralisado em um sistema rígido e de que tem, por isto, de tornar-se móvel. A atual imobilidade, repousa, no entender do autor, por uma parte, no fato de que os conceitos civilísticos frequentemente se vinculam a enganadoras representações corporais, e, por outra parte, no fato de que muitos dos princípios civilísticos, aos quais, crê-se, devemos manter-nos fiéis, são menos fecundos do que parecem e até atuam como empecilho.” (página95)
- “Não é possível extrair do direito de danos positivo vigente um único princípio onicompreensivo. Antes, os princípios são vários: o princípio da culpa, o da causalidade, o do risco e o da equidade. Segundo Wilburg, que estudou o assunto minuciosamente, cada um destes princípios tem a utópica pretensão de traspassar o círculo de sua competência e aspirar ao monopólio.” (página 97)
- “Os pontos de vista criticados são, no entanto, indispensáveis se se sustenta que a jurisprudência é sistematizável no sentido proposto, pois, neste caso, é necessário encontrar alguns axiomas que possam ser colocados na cúpula de toda a disciplina ou, pelo menos, de uma parte dela.” (página 98)
- “A raiz de tudo está simplesmente em que o problema toma e conserva a primazia. Se a jurisprudência concebe sua tarefa como uma busca do justo dentro de uma inabarcável pletora de situações, tem de conservar uma ampla possibilidade de tomar de novo posição com respeito à aporia fundamental, isto é, de ser <<móvel>>.” (página 98)
Capítulo 9, Apêndice sobre o desenvolvimento posterior da Tópica 
A relação entre tópica e retórica:
- “a nova inclinação para a retórica se baseia, em primeiro lugar, em tornar compreensiva toda argumentação a partir da situação discursiva.” (página 101)
- “Pode-se afirmar que, na práxis mental hoje corrente, o aspecto sintático-semântico goza de maiores vantagens. Entende-se a sintaxe com a ajuda da semântica, enquanto a pragmática funciona apenas como instrumento necessário para corrigir, regressivamente, imprecisões que de certo modo permanecem.” (página 101)
- “é evidente, sem mais explicações, que a retórica, desde há muito, teve justamente a mencionada pragmática diante de si em primeiro plano, e é também facilmente perceptível que o novo interesse pela retórica faz voltar a vista para um correspondente modo de encarar as coisas.” (página 102)
- “Observe-se, primeiramente, que o modo de pensar não-situacional é favorecido justamente porque, como atividade intelectual, ele provoca evidentemente menos dificuldades que o situacional, embora seja este que decida na práxis vital.” (página 102)
- “No campo jurídico, porém, em oposição ao desenvolvido campo matemático, esta mencionada axiomatização esbarrou em axiomas especialmente qualificados e, politicamente, na maior parte das vezes, durante combatidos, de modo que exatamente por seu intermédio e por meio de seu relacionamento às situações, houve necessidade de se voltar para discussões extra-sintáticas, em última análise, situacionais e pragmáticas.” (página 103)
- “Deste modo, criam-se, por vezes, campos objetivos independentes, que o pensamento jurídico imagina atingir e adequadamente descrever, embora seja ele próprio quem os produza.” (página 103)
- “No seu fundamento, de qualquer modo, está um padrão semântico de pensamento. Este conduz o jurista prático, de muitas maneiras, à convicção de que aquilo que in casu hic et nunc deve ser averiguado como justo, emerge, com suficiente certeza, em última análise, do significado das palavras do texto jurídico em tela.” (página 103)
- “Cabe, justamente, a uma pesquisa desenvolvida do direito, como uma de suas tarefas mais necessárias, o esclarecimento, numa forma de pensar situacional, e com todos os meios de que hoje dispomos, desta difícil situação, tornando-a, assim, controlável de uma maneira segura.” (página 104)
- “A tópica ou ars invenendi dá indicações úteis; os topoi ou loci fornecem ajudas iniciais concretas. Estes últimos funcionam como <<fórmulas de procura>> no sentido retórico, enquanto orientações para a invenção oferecidas, aceitas, mesmo que impostas ou repelidas, isto é, para a descoberta de pontos de vista solucionadores de problemas na direção indicada, dentro de uma tópica de primeiro ou segundo grau.” (página 104)
Sobre o procedimento dialógico:
- “No que se refere à lógica, a inclinação para o pensamento situacional e pragmático aconselha, claramente, a preferência pela dialógia como forma lógica. Pois essa formula a correção das inferências dentro da situação discursiva, dela não se afastando.” (página 105)
- “Aqui se deve reconhecer que, a partir deste reconquistado relacionamento discursivo, surgem como que por si deveres comunicativos. Pois o processo de produção intelectual, que, da situação pragmática inicial, se desdobra em uma dialegesthal, não é, sem estas obrigações, realizável. Quem se envolve em uma situação discursiva, assume deveres, o que outra vez é algo bastante compreensível para o jurista prático.” (páginas 106 e 107)
- “A teoria filosófica da ciência, nos dias de hoje, documenta o discurso, enquanto ação teórica, com deveres retóricos. Em síntese: quem fala tem de poder justificar sua fala. Só o preenchimento dos deveres discursivos, especialmente a observação dos deveres de defesa e de esclarecimento, garante suficientemente afirmações confiáveis, nas quais existe indubitavelmente um interesse geral.” (página 107)

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