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Direito Constitucional III

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Direito Constitucional III
Aula 2 12/08/2015
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo
Noções Conceituais. Constitucionalismo é o movimento neofilosófico que buscava uma limitação do exercício do poder sobre o estado, essa era a ambição da população, o Neoconstitucionalismo traz uma nova proposta, enquanto o constitucionalismo agregou um grupo de idéias naquele momento, o Neoconstitucionalismo captou o novo grupo de idéias que abrangia mais que a limitação do uso do poder, esse novo constitucionalismo ou pós positivismos acaba exigindo do estado um novo papel. Esse novo momento do movimento constitucional decorre principalmente da modificação do espírito dos aplicadores do direito, no Brasil a constituição de 88 conseguiu atingir a maioria dos anseios dos integrantes do movimento do constitucionalismo, dessa forma o texto constitucional atingiu a maior aderência de suas normas na aplicação de uma forma geral. Quando o texto constitucional começa a ser aplicado na pratica surge as primeiras necessidades de interpretação, concomitantemente surge o Neoconstitucionalismo quando acrescenta mais um objetivo para a constituição alcançar, não apenas limitando o exercício do poder, mas sendo utilizada como instrumento apto a compelir o estado a realizar seus valores e suas previsões. 
Visa-se, dentro dessa nova realidade, não mais apenas atrelar o constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, acima de tudo, busca-se a eficácia da Constituição, deixando o texto de ter um caráter meramente retórico e passando a ser mais efetivo, sobretudo diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais.
Estabelecendo relações. 
	Movimento jus filosófico
	Modelo de Estado
	Modelo de Constituição
	Reúne idéias dentro de um perfil para criar um modelo de constituição
	
	
	Constitucionalismo – Limitação do exercício do poder;
	Estado Liberal
	Constituição de Garantia
	Neoconstitucionalismo – limitação do exercício do poder, ações voltadas a efetivação das promessa constitucionais;
	Estado Social
	Constituição Dirigente
Classificação das Constituição segundo a Finalidade:
De garantia – assegura os direitos de primeira geração, limitando o poder do estado na relação com o particular;
De Balanço – assegura dos direitos de primeira e segunda geração, buscando balancear os interesses capitalistas e socialistas;
Dirigente - assegura alem dos direitos, prevê diretivas e objetivos sociais a serem alcançados;
TABELA DAS CLASSIFICAÇÕES
	Quanto a Origem
	Outorgada – imposta de maneira unilateral por agente que não recebeu a legitimidade do povo para atuar em seu nome
	Promulgada – democrática, votada ou popular, fruto de de uma assembléia Nacional Constituinte eleita pelo povo para esse fim, possuindo representação legitima.
	Cesarista/Bonapartista – meio termo entre outorgada e promulgada, formada por pleiscito popular sobre um projeto elaborado por um imperador ou ditador com vistas a ratificar a vontade do detentor do poder.
	Pactuadas/Dualista – surgem através de um pacto, são aquelas em que
o poder constituinte originário se concentra nas mãos de mais de um titular
	Quanto à forma
	Escritas/ instrumental – formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único
documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado.
	Costumeiras/Consuetudinárias – formada por "textos" esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e
baseia-se nos usos, costumes, jurisprudência, convenções.
	Quanto à Extensão
	Sintéticas – são aquelas que trazem apenas os princípios fundamentais e estruturais do Estado. 
	Analíticas – abordam todos os assuntos que os representantes entendem fundamentais, descendo a minúcias e estabelecem regras de competência para leis infraconstitucionais.
	Quanto ao conteúdo
	Material – o texto contem as normas fundamentais e estruturais do Estado, organização dos órgãos, direitos e garantias fundamentais. 
	Formal – é aquela que elege o critério de sua formação e nãoo conteúdo de suas normas.
	Quanto já ao modo de elaboração
	Dogmática/sistemática – sempre escritas, partindo de teorias preconcebidas ideologias bem declaradas.
	Históricas – podendo ser escrita em um único documento ou não, são fruto das tradições e historia de um povo.
	Quanto a alterabilidade
	Rígida – exige um processo legislativo mais solene para sua alteração em relação a alteração das demais leis.
	Flexível – são aquelas que possuem o mesmo processo de alteração que as demais leis.
	Semirrigida/Semiflexivel – são aquelas que possuem normas com características de fácil alteração e outras que exigem um tratamento mais solene.
	Super-rígida – são aquelas que possuem normas que precisam seguir um rígido processo para sua alteração e outras que são inalteráveis. 
	Quanto a Sistemática
	Reduzidas/unitárias - 
	Variadas - 
Semana 15 
1 - A Constitucionalização do Direito
 
 Esse fenômeno se materializa através de dois fenômenos, dois reflexos, esse fenômeno se apresenta em outros ramos do direito, porem o direitocivil é aquele que melhor se adaptou em atender os valores constitucional, sendo uma expressão clara desse movimento. A primeira forma de sua manifestação e a mais simples e que com o advento da CRF/88 vemos a constituição se ocupando de vários ramos do direito, como o civil, penal, tributário, entre outros. Dessa forma, as normas que tratam de áreas distintas dos ramos do direito e estão presentes na constituição terão em seu favor, o princípio da supremacia constitucional, sua superioridade hierárquica, e o método de alteração mais rígido, e ademais se suas norma conflitar com uma de ramos específico prevalecerá aquela que possui previsão constitucional. O fato de a norma for estampada na constituição faz recaí sobre ela os princípios de hermenêutica constitucional.
 Com a constitucionalização do direito todo o ordenamento jurídico passa ser lido interpretado e aplicado de forma a garantir a realização dos valores constitucionais. Desta forma, o ordenamento jurídico passa a ser um instrumento de realização das vontades constitucionalmente consagradas. A constituição passa a conduzir a interpretação de todos os outros ramos do direito, a constituição passa a ocupar o centro do ordenamento jurídico e os demais ramos passam a orbitar e dela extrair sua validade. 
- Filtragem Constitucional
È como se a constituição fosse um filtro pelo qual todo o ordenamento jurídico precisa passar, através do qual todas as normas deve ser lidas, com isso perdendo as Possíveis incompatibilidades. Segundo Paulo Bonavides com a constitucionalização do direito o ordenamento jurídico passa a ser uma mera realização dos valores constitucionais. Nesse âmbito os demais ramos do direito aplicam suas normas com vistas à constituição. O primeiro ramos do direito a aceitar a posição da constituição como papel central do ordenamento jurídico, provavelmente pela constituição tratar de muitas matérias previstas a serem reguladas pelo próprio, assim ouve um movimento conduzido por doutrinadores brasileiros inspirados pelo código civil italiano aproximando o direito e a ética, onde a norma escrita precisa conduzir a realização de um valor constitucional. No direito penal aplica-se o “garantismo”, e no direito administrativo à aplicação da supremacia do interesse público como no caso da desapropriação. 
 Com esse movimento denominado neoconstitucionalismo os princípios passam a ser fonte do direito, usados para compreender os institutos do ordenamento. O grande avanço é fazer com que princípios sejam utilizados como fonte de direito, não precisando haver norma específica para assegurar um direito. Os princípios deixam de ser vistos como instrumento para a interpretação e passam a figurar como fontes do direito. Ao escolhermos valores para serem protegidos por normas transformando-os em princípios que serão protegidos por regras, como regras de conduta voltadas para realização desse princípios.
 Os princípios definemcomo as coisas devem ser e as regras definem o que fazer.
2 - A interpretação Constitucional
Principios da Interpretação Constitucional:
	Princípio da unidade da Constituição
	A Constituição deve ser sempre interpretada como um todo, afastando aparentes antinomias. As normas deverão ser vistas como preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios.
	Princípio do efeito integrador
	Associado ao princípio da unidade na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.
	Princípio da máxima efetividade
	Deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social, é um princípio operativo em relação a todas e quaisquer normas constitucionais, no caso de dúvidas deve preferir-se a interpretação que reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais.
	Princípio da justeza ou da conformidade (exatidão ou correção) funcional
	O intérprete máximo da Constituição, o STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido
de preservação do Estado de Direito.
	Princípio da concordância prática ou harmonização.
	Parte da idéia de unidade constitucional e busca a harmonização entre os princípios em aparente conflito buscando evitar o sacrifício total de um deles.
	Princípio da força normativa
	Os aplicadores da Constituição, ao solucionar conflitos, devem conferir a máxima efetividade às normas constitucionais.
Consequentemente, deve dar-se primazia às soluções hermenêuticas que,
compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam a 'atualização' normativa, garantindo, do mesmo pé, a sua eficácia e permanência".
	Princípio da interpretação conforme a Constituição
	Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de
uma interpretação), deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional. 
Prevalência da Constituição: deve-se preferir a interpretação não contrária à
Constituição;
Conservação de normas: percebendo o intérprete que uma lei pode ser interpretada em conformidade com a Constituição, ele deve assim aplicá-la para evitar a sua não continuidade;
Exclusão da interpretação contralegem: o intérprete não pode contrariar o texto
literal e o sentido da norma para obter a sua concordância com a Constituição;
Espaço de interpretação: só se admite a interpretação conforme a Constituição se existir um espaço de decisão e, dentre as várias a que se chegar, deverá ser
aplicada aquela em conformidade com a Constituição;
Rejeição ou não aplicação de normas inconstitucionais: uma vez realizada
a interpretação da norma, pelos vários métodos, se o juiz chegar a um resultado
contrário à Constituição, em realidade, deverá declarar a inconstitucionalidade
da norma, proibindo a sua correção contra a Constituição;
	Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade
	O princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, em essência, consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das idéias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, enquanto princípio geral do direito serve de regra de interpretação para todo o ordenamento jurídico. Trata-se de princípio extremamente importante, em especial na situação de colisão entre valores constitucionalizados. Como parâmetro, podemos destacar a necessidade de preenchimento de 3 importantes elementos:
Necessidade: por alguns denominada exigibilidade, a adoção da medida que
possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e
não se puder substituí-la por outra menos gravosa;
Adequação: também chamado de pertinência ou idoneidade, quer significar
que o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido;
Proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo
pretendido, supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos
falar em máxima efetividade e mínima restrição.
O papel do guardião da Constituição
Temas Conexos
Judicialização e Ativismo Judicial
Em matérias relacionadas a efetivação do direito material esses temas são recorrentes, alem de a constituição trazer normas que são de outras áreas do direito ela também influencia as demais áreas, e a aplicação da constituição nas demais relações do direito, fez com que o crescimento da importância da constituição aumentassem a sua aplicação e alcance, destacando o aumento de ingressos de ações no judiciário com temas constitucionais. Esse crescimento de demandas tendo a constituição como fundamento colocam o judiciário em circunstancias excepcionais, a primeira dessas circunstancias é o movimento rumo ao enfraquecimento do poder do estado em especial o poder executivo, e um aumento de atribuição de poderes ao legislativo, fruto de um entendimento europeu que o rompimento das ditaduras e estados absolutistas se fazia necessários o aumento do poder legislativo em face do poder executivo, isso implica diretamente na divisão dos poderes em nossa constituição, onde o poder legislativo tem como função principal a produção de leis destinadas a regular a vida social, nas sociedades mais civilizada observa-se um conjunto menor de regras, tendo em vista que a formação do juízo de valor de cada um precede a necessidade da criação de regras para proibir essas condutas, no nosso caso, por talvez uma baixa civilidade temos uma necessidade intensa de produzir normas, e esse movimento de criar leis passa a sensação de que o poder legislativo atua sem conseguir atender as demandas sociais devido a velocidade crescente dessas demandas. Nesse diapasão quando existe uma demanda que deveria ser atendida por força de lei acabam sendo levadas ao judiciário para que este atue regulando uma situação que anda não foi realizada, assim como nas matérias de atendimento de saúde e a atuação no Estado, mesmo existindo uma previsão legal para a entrega de medicamentos e tratamento de saúde o poder publico muitas vezes se esquiva de cumpri-las no tempo hábil, e com esse desobediência a demanda é levada ao judiciário para a solução. Fica claro nesses exemplos que há uma ineficiência dos poderes executivos e judiciários na pratica de suas funções, o legislativo em não regular as relações e o executivo em não implementar o dever constitucional ou legalmente imposto, e assim, com esses dois poderes capengas as demandas desembocam no judiciário ocorrendo um fenômeno conhecido como Judicialização, também conhecida como Judicialização da vida, que é o processo de encaminhamento ao judiciário pela ineficiência dos poderes executivos e legislativos.
 Esse fluxo de demandas cresce em uma progressão geométrica e a solução e capacidade de atendimento cresce em progressão aritmética, e a solução dessa lógica que gera uma grande defasagem no atendimento efetivo dessas demandas produz um desafio aos operadores do direito para superar essas expectativas.
 O ativismo judicial esta relacionado ao fenômeno da judicialização, essa expressão surge nos EUA na década de 40 quando presidente da corte americana, o Sr Warren, começa a fazer uso de princípios para efetiva direitos fundamentas não previstos nas normas, através da aplicação de princípios implementava ações que realizava direitos sociais, sanando falhas do poder executivo, a partir disso surge essa expressão de ativismo judicial que se caracterizava pela intervenção do poder judiciário na esfera do poder executivo, O ativismo judicial significa uma interferência indevidana esfera de atuação dos demais poderes, e com essa definição é recebida e adotada no Brasil. 
 De forma transversa o judiciário atua nas esferas dos demais poderes, de forma negativa, visto que esse ativismo é visto com maus olhos, e sua atuação não pode extrapolar as previstas em lei, o que ocorre que muitas vezes é necessária a inovação legislativa que a principio é vedada por lei. O judiciário quando aconado acaba por resolver o problema apresentado, contudo sua decisão não resolve de forma ampla, pois sua decisão reflete apenas no campo particular da ação e não atinge os demais que sofrem o mesmo revés. 
Operacionalização dos Princípios
É fazer com que os princípios possam ser capazes de transformar a realidade, conferindo a estes uma função prática ao lhes tornarem instrumentos de transformação. Os princípios são as premissas básicas de um sistema que conduzem a sua aplicação.
 O nosso ordenamento jurídico é concebido através do conceito de valoração de atitudes sociais esperadas para manter a harmonia social, e esses valores são protegidos na forma de princípios, e para a proteção e execução desses princípios podem ser criadas normas.
Noção e Distinção entre Regras e Princípios
A doutrina distingue regra e principio por três critérios básicos, a saber:
Conteúdo: regras tem conteúdos menos abrangentes, as previsões contidas nas leis são dispositivos, e podem conter uma regra ou um princípio. Este mesmo dispositivo pode dar origem a uma norma no sentido de ser um comando. As regras normalmente definem condutas. Os princípios normalmente abrangem uma gama maior de situações em comparação com as regras.
REGRA
DISPOSITIVOS
NORMAS - COMANDO
PRINCÍPIOS
Modo de Aplicação: nas regras existe a idéia do “tudo ou nada” – all our nothing, com relação aos princípios o modo de aplicação se assemelha ao “more – our – less” sendo possível aplicar conjugadamente mais de um princípio simultaneamente no mesmo caso concreto.
Solução de conflitos: quando estamos diante de normas, os conflitos aparentes são resolvidos pelo critério cronológico, hierárquico ou da especialidade. Com relação aos princípios, em caso de antinomia utiliza-se a técnica da ponderação de valores, a analise dos princípios se dá dimensão de peso – importância no caso concreto.
16/09/2015
Subsunção
Através da teoria tridimensional do direito é possível a subsunção de um fato a uma norma, que ocorre quando um fato da vida cotidiana é relacionado a uma norma já existente. Quando estamos diante uma situação fática que precisa ser interpretada com a aplicação de princípios é fundamental o bom manejo com a teoria da argumentação. Quando se esta diante de uma situação não contemplada por uma norma o operador do direito esta autorizado a utilizar um princípio para melhor atender o anseio do caso e do cliente.
Principio da Razoabilidade ou Proporcionalidade
Adequação
Necessidade
Proporcionalidade em sentido estrito (as vantagens tem que ser superiores as desvantagens).
Trazer o caso 2 com jurisprudência e doutrina impressa e caso manuscrito.
Falta aula dia 21/10
28/10/2015
Ordem Social
Direito, Escassez e Escolhas.
Os direitos Sociais são direitos fundamentais de segunda geração relacionadas aos valores de igualdade, e com a atuação do poder publico em matéria dos direitos sociais deve ter em vista a realização dos direitos materiais, através de ações que se prestem a esse favor, os direitos sociais são direitos com caráter prestacional, a constituição estabelece paramentos para sua realização. A cada direito previsto existe uma forma de os realizar, através de uma imposição ao estado pelo dever de agir, assim como assistência alimentação, moradia, entre outros, a realização de direitos sociais tem que ser feita principalmente através do trabalho e o estado atua complementando essa realidade para a realização dos direitos sociais.
Algumas expressões que são utilizadas sobre realização dos direitos sociais, sabendo do seu caráter prestacional, é possível que se conclua que a efetivação dos direitos sociais custa dinheiro.
 A constituição elenca os direitos no artigo 6º, esses direitos demandam a aplicação de recursos, e isso se torna um problema na medida que estes recursos são escassos, e tem-se o seguinte binômio:
 direitos sociais recursos
Demandas Infinitas
O crescimento das demandas não acompanha o crescimento dos recursos, que são escassos.
 As escolhas de como melhor usar os recursos deveriam ser feitas pelo poder executivo, porem devido a escassez as demandas acabam chegando ao judiciário que se vê na posição de realizar a micro-justiça do caso concreto, e com isso pode criar um problema em relação as demandas que não chegam até ele.
Reserva do Possível
As administrações publicas vem aplicando a reserva do Possível, que se refere que as demandas sociais só podem ser atendidas dentro do que for possível, esse conceito vem se desgastando no judiciário por força dos argumentos apresentados. Dentro desse instituto o judiciário agiu no sentido de decantar em três categorias:
Reserva do Possível Fática: Sem recursos;
Reserva do Possível Jurídica: há o recurso mais a lei não permite o gasto com esse tipo de demanda, toda execução do orçamento é determinada pela lei;
Reserva do Possível analisada a luz da Razoabilidade: Adequação, Necessidade e Proporcionalidade no sentido estrito (na relação custo beneficio o beneficio tem que sobrepujar o custo), esse argumento funciona;
Mínimo Existencial
A Idéia de mínimo existencial, na doutrina brasileira, chega-se a essa idéia através do principio da dignidade da pessoa humana, sendo o resultado de uma verdadeira decantação desse princípio até chegar-se a sua essência, seu núcleo mínimo, chegando a existência do conceito do mínimo existencial, podendo até mesmo se dizer de quem não consegue acesso ao mínimo do principio, não possui liberdade na sua noção mas pura. 
 O mínimo existencial é o conjunto de prestações materiais indispensáveis para assegurar a cada pessoa uma vida digna.
Vedação ao Retrocesso
É vedado retroceder em matéria de direitos sociais, só se podendo acrescentar os direitos sociais, a impossibilidade de supressão de uma lei que ao regulamentar uma previsão constitucional tenha instituído determinado direito e por esta razão o tenha incorporado ao patrimônio do cidadão.
Óbices a realização dos direitos sociais, caráter prestacional dos direitos sociais fundamentais (direitos sociais gasta dinheiro), direitos de 2 geração, reserva do possível – fática – jurídica - , demandas infinitas e escassez de recursos, base na razoabilidade. Apesar de a reserva do possível ser um óbice a efetivação dos direitos sociais que ela não pode ser oponível, apresentada como razão para o não atendimento ao mínimo existencial
 
04/11/2015
Direito a Saúde na Dogmática Pós-Positivista.
1 – Previsão Constitucional
 No artigo 6º da CRFB/88 esta contemplado a saúde como direito social e se fosse apenas uma constituição de balanço isso bastaria, mas nosso estado foi idealizado de forma voltda a realização dos direitos sociais, característica de nossa constituição dirigente, então o art. 6º define a saúde como direito e os art. 196 e seguintes traçam as diretrizes, parâmetros de implementação de políticas publicas. Pelo art. 196 vemos que a atuação do poder público deve ser de forma preventiva preferencialmente, e que na implementação de suas ações o poder publico deve assegurar de forma gratuita e universal o acesso a saúde. Quando se fala que a saúde é dever do estado essa interpretação não se deve restringir a um ente federativo e sim a todos, de forma hieraquizada, regionalizada em rede que forma o SUS.
Segundo STF o dever de prestar saúde é solidário entre os entes da federação.
 A saúde integra a seguridade social, e não é dever apenas do executivo, mas de todos os poderes. Cabe o legislativo criar leis que possibilitem a materialização desses direitos, e ojudiciário acaba com universalização dos direitos quando resolve apenas um caso isolado. A constituição define a saúde como dever social, mas não um serviço público, mas um serviço de relevância pública, pois de outra forma, não averia a mesma facilidade para a prestação desse serviço público de forma particular, sendo necessário a transferência dessa competência através de concessão, porem não sendo serviço público o constituinte diz no art. 197 que o estado deve agir como regulador da prestação desse serviço, fiscalizando e regulando os serviços implementados com base no art. 199. 
O estado tem o dever de exercer a atividade da saúde e a iniciativa privada pode fazê-lo sendo necessário atender as regras impostas pela agencia reguladora, não podendo o poder público subvencionar as instituição privadas que desempenham ações e serviços na área de saúde.
 A lei 8.080 de 90 define o Sistema único de Saúde, e traz a pactuação que é o que cabe a cada ente federativo, baixa complexidade aos municípios, media e alta, estados e união.
 Pode se dizer que com o entendimento da STF de responsabilidade solidaria entre os entes encerra com a noção da pactuação que dividia os deveres dos entes. Devido a um grande número de incidentes provocados pelas ações que visavam a efetivação do direito a saúde em demandas encaminhadas ao judiciário, e por esse motivo o poder executivo acabava por descumprir seu papel naqueles casos que não chegavam ao judiciário. O judiciário ao decorrer do tempo percebeu que sua atuação pontual, individual acabava por promover uma desigualdade, e afastamento da universalidade de acesso ao direito de saúde, pois retirava dinheiro que já era de uma fonte escassa para realizar uma ordem judicial, e essa ordem agia no campo da micro justiça, do caso concreto, e não macro justiça que preconizava que aquele atendimento concedido a quem buscou a justiça, alcançasse a todos, mesmo aqueles que não optaram pela ação judicial.
 
– Atuação do estado e dos Particulares
– Acesso a Saúde e a Posição do STF.
11/11/2015
Previdência e Assistência
Previdência:
Sistema
 
Previsão
 A proposta do direito constitucional não é esgotar esse tema, sendo guardado a outro ramo do direito, o objetivo é conhecer um pouco da previdência e suas previsões constitucionais. 
A previdência esta prevista no artigo 6 como direitos sociais e sua regulamentação começa no artigo 201 da cfrb/88. 
Aspectos: 
Caráter Contributivo: Significa que só tem direito a este beneficio quem paga por ele, como regra. Essa característica não esta prevista para a assistência, tendo nesse caso uma distinção a ser observada.
Filiação Obrigatória: Significa dizer que todos aqueles que integram formalmente o mercado de trabalho devem ser filiados, assegurados a previdência social. 
Objetivo / Finalidade.
 Conceito de previdência social é extraído ao definir seu objetivo ou finalidade, ou seja, a proteção social que visa propiciar os meios indispensáveis a subsistência da pessoa nos momentos em que esta não pode obtê-los ou não é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através do trabalho em razão de situações temporárias ou definitivas previstas na constituição ou na lei. Basicamente é dar um amparo ou proteção social a um trabalhado em um momento de dificuldades. 
Regime:
RGPS – Regime Geral de Previdência - art. 201 e 202 da CRFB/88 e nas leis 8.212 (custeio) e 8.213 (benefícios). Diante desse regime geral temos as regras básicas da previdência sem prejuízo do definido pela constituição para o regime próprio de previdência dos servidores.
RPPS – Regime Previdenciário Próprio dos Servidores – Art. 39 e 40 da CRFB/88 e as Leis editadas pelos entes da federação para seus servidores.
RPPM – Regime próprio de Previdência Militar lei 6.880/80 – Serão incluídos todos aqueles que não figurarem nos anteriores, os militares estaduais estão vinculados ao estado e os militares das forças armadas ligadas a união.
RPP – Regime de Previdência Privada – Facultativo.
Todos esses regimes obrigatórios são fundados no principio da solidariedade que conota que as gerações atuais que desempenham as atividades laboratívas paguem para que as gerações passadas recebam o beneficio, e as gerações futuras contribuíram para as gerações atuais possam receber. A contribuição dos inativos que era cobrada dos que recebiam o beneficio foi vetada pelo supremo devido ao princípio da solidariedade.
Benefícios
Segurados: São os que pagam para receber o beneficio. Art. 11 lei 8.213. PERIODO DE GRAÇA – A LEI 8.213 DEFINE UM LAPSO TEMPORAL DENTRO DO QUAL, QUE MESMO QUE NÃO TENHA OCORRIDO CONTRIBUIÇÃO OU MESMO QUE TENHA CESADO A CONTRIBUIÇÃO O SEGURADO VAI FAZER JUS A RECEBER O BENEFICIO. PREVISTO NO ART. 15 DA LEI 8.213 E ART. 13 DO DECRETO 3.038/99.
Dependentes: são aqueles que recebem sem pagar. Art. 16 lei 8.213. 
A lei 13.183/2015 trouxe algumas inovações ao sistema de previdência aprovada cheia de vetos que ainda serão julgadas.
Quantos aos benefícios regulamentados pelo art. 201 1 a 4 e regulamentadas pela lei 8.213, foram enrijecidos os critério pela nova lei, como o caso da pensão por morte, auxilio doença. 
 Auxilio Reclusão – para receber tem que ter tempo de contribuição, ter recebido no máximo R$ 1.089,01 na época da prisão e quem recebe são seus familiares.
Assistência Social - art. 203 CRFB/88 
Conselho nacional de Assistência Social e conselhos estaduais e municipais de assistência social. A grande diferença entre previdência e assistência, segundo o artigo . 203 esta no beneficio pago independente de contribuição. Sua regulamentação é feita pela LOAS – lei de regulamentação da Assistência social.
18/11/2015
Ordem Social
Previdência Social e Assistência - continuação 
Previdência:
Regime Geral de Previdência 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV- irredutibilidade do valor dos benefícios; (Motiva as ações de revisão de aposentadoria)
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Assistência - Lei de Organização da Assistência Social 
Enquanto a previdência tem o caráter contributivo a assistência não é necessário a contribuição.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV- a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
A LOAS (Lei 8.742/93), regulamenta os objetivos e a regulamentação das ações voltadas a assistência social.
Educação, Cultura e Desporto.
Não por acaso, os problemas para a efetivação dos direitos sociais, a escassez dos recursos, tem criado dificuldades porem é perceptivo o aumento de investimentos nessas áreas. 
A educação tem sido o alvo de algumas políticas governamentaisaté mesmo por uma pressão social e o aumento do nível de exigência no mercado de trabalho. Esses movimentos cuminam em uma maior procura da efetivação desses direitos pelas decisões judiciais que impões ao poder público a efetivação de direitos sociais de educação. Soma-se a isso o condicionamento de pagamento de benefícios sociais a permanência dos filhos na escola, com o objetivo de melhor preparar a sociedade futura para o mercado de trabalho.
 As políticas públicas visam a realização do direito social de do trabalho pois com o ingresso do individuo no mercado de trabalho aumenta-se a realização dos direitos sociais.
Educação
Esta prevista no art. 6º da CRFB/88 e a regulamentação da atuação encontra-se no art. 205 da CRFB/88.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; (participação da sociedade)
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
(lei de diretrizes e Bases da educação – Lei 9394/96)
A educação básica obrigatória e gratuita oferecida pelo governo dos 4 aos 17 anos. E após essa data enquadra-se no EJA. São exigências gradativas. 
 O acesso a educação básica é direito público subjetivo,

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