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● Importância da Teoria da Restrição dos Direitos Fundamentais: Porque existe um momento de se precisar quando os direitos fundamentais são restritos, fora desse momento, há a discussão se eles são amplos, se são válidos… ● O que nos interessa é tentar classificar matérias que nao sao dadas conjuntamente e que representam os diversos momentos de restrição dos direitos fundamentais. ● Momentos na ordem constitucional, momentos na ordem legislativa, momentos na ordem judicial, momentos na ordem da administração publica, momentos na ordem internacional e momentos de situação de emergência. Então, são pelo menos 5 momentos, e alguns irá ocorrer uma pequena divisão, em que os direitos fundamentais podem ser restritos. ● Se há um quadro com todos esses momentos, em todos os outros momentos vale a liberdade. ● Essa reunião é feita pela Teoria, porque não é pela lei. Se fosse pela lei seria mais um indicativo do positivismo. ● Antes de 1970 no Brasil a categoria direitos fundamentais não era tratada dessa maneira. Trabalhavam-se as instituições; família como instituição, sistema carcerário como instituição imprensa como instituição. E se protegia mais as instituições do que os chamados direitos fundamentais. ● Porque as instituições viam de uma tradição, uma ordem estabelecida. Os direitos fundamentais funcionam muito como uma garantia, deve-se usar muitas vezes para se defender. E na maioria dos casos sao direitos individuais. No Brasil, o máximo de melhora foi da saída de prisões arbitrárias para elementos legais a serem respeitados. ★ Momentos das Restrições dos Direitos Fundamentais: ➔ 1) São as restrições feitas pela Constituição: Isso acontece quando o direito fundamental é criado e é previsto com restrição. A restrição assegura o direito. Exemplo: Se o direito está bem definido e as restrições sao taxativas, e na Constituição não se aceitam restrições genéricas, há uma maior proteção do direito. Então, se há invasão a domicílio, e sendo a casa o asilo inviolável, exceto para prestar socorro, para cumprimento de ordem judicial durante o dia e para combater crime flagrante de delito. Sendo essas restrições feitas na constituição federal, nenhuma casa pode ser invadida. Logo, a constituição dá as exceções para garantir a proteção do direito. Esse tipo de restrição é inequívoco. Só irá discutir se sair do patamar da constituição; não houve flagrante, ou não foi durante o dia. A constituição faz restrição a alguns direitos que ela apresenta, como a inviolabilidade a domicilio. Mas essas restrições têm outra finalidade do que impedir o abuso do direito que está sendo protegido. Com essas exceções, ela está criando uma garantia de que fora dessas hipóteses constitucionais, o direito não será violado. ➔ 2) Restrições normativas dos direitos fundamentais: Restrição autorizada pela constituição federal de 88. Entretanto, um dos problemas da constituição de 88 é que ela remete muita coisa ao legislador. Exemplo: a constituição protege a criança e o adolescente na forma da lei. Quem vai fazer essa lei é o legislador ordinário, não mais investido de poder constituinte derivado. A constituição remete ao legislativo; faça lei. Um exemplo mais complexo é a escuta telefônica; é direito fundamental que ninguém poderá sofrer interceptação telefônica ressalvado por um processo de investigação criminal, autorizado pelo juiz e que esteja perseguindo um crime com pena prevista de superior a 2 anos. Então um juiz poderia dar o aval para uma interceptação telefônica e entender como prova para o divórcio? Não. Pois ela mencionou as regras básicas da investigação, e remeteu a disciplina legal pro legislador. Pode o legislador atuar com excesso? Não é permitido a ele atuar em excesso, mas ele pode incorrer em um erro e acabar atuando em excesso. ➔ 3) Ao regulamentar um direito fundamental, criando, por exemplo, uma terceira lei para corrigir algo no que já está previsto, ele pode errar. E para isso há o controle de constitucionalidade. Quando a restrição é feita pelo legislador, sem autorização constitucional, então caberá controle e ponderação. Em resumo, ele pode legislar e porém acabar tendo uma lei que invada outro direito, outro princípio, e aí vem a ponderação, controle abstrato, controle concreto, interpretação conforme, etc. Para que não haja um excesso na restrição dos direitos, de não afetar outros direitos. ● Esses 3 planos se chamam planos normativos; A constituição faz a restrição, a constituição autorizou que o legislador fizesse a restrição, ou o legislador da cabeça dele ao disciplinado tema criou uma restrição. ➔ 4) Situações constitucionais ou situações especiais de sujeição: Uma das mais lembradas situações especiais de sujeição é o preso. O preso está condenado a pena privativa de liberdade com várias regras na prisão. Ele está em uma situação especial porque um direito fundamental ele já não tem mais: o direito de liberdade. O preso revoltado com o diretor do presídio: Exemplo 1 - Ele de alguma maneira pixa palavras ofensivas quanto ao diretor do presídio. Então colocam ele na solitário, o espancam. O preso terá direito a uma indenização? Exemplo 2 - Na Holanda um tal preso escreve cartas pro seu advogado queixando-se do tratamento degradante que ele recebe e e especial do diretor do presídio. Lá as comunicações são interceptadas e então acaba sendo punido por falar mal do presídio. Nesses dois casos, o primeiro na Alemanha pela Corte Constitucional Alemã, e o segundo ganha na Corte dos direitos humanos na Holanda e os presos recebem indenizações, ou melhor tratamento, ou mudam de presídio, enfim. Porque a pena que o sujeito recebe não invalida o direito de intimidade dele de ter um contato com o seu advogado, onde foi violado e no primeiro e no segundo caso o sujeito sofreu penas arbitrárias. ● O aluno: está sujeito às regras da instituição. O militar: está sujeito a regras da instituição militar, onde, por exemplo, caso tenha uma má conduta, acaba preso no seu final de semana de folga. O servidor público: Em muitas instâncias o setor hierárquico pode decidir a matérial que cabe ao inferior hierárquico. O político: Ele pode mais, mas também deve tomar cuidado, pois está sujeito, por exemplo, ao comitê de ética, as chamadas infrações por quebra de decoro. Ao mesmo tempo que o político tem uma imunidade material no debate parlamentar fase a insultos dirigidos a terceiros. Por outro lado se ele se desvia muito disso ele responderá por quebra de decoro e perde o mandato. ● Entretanto, agora é contrastar a norma do preso, do militar, da faculdade, do servidores com os direitos constitucionais da constituição, onde prevalecemos direitos constitucionais da Constituição. É contrastar o contrato social/contrato particular/obrigações civis com os direitos fundamentais. ➔ 5) Restrições constitucionais de emergência: No BR é Estado de sítio, Estado de Defesa e intervenção federal (artigos 134/137/138/140): esses são momentos constitucionais de emergência. Quando um desse momentos for declarado não pode nem ter emenda a constituição. O Estado de sítio é o mais grave dos 3, geralmente está ligado a impossibilidades de mudanças e calamidades máximas durante um período guerra. Impossibilita as reformas constitucionais e impede qualquer mudança drástica no Estado. A constituição brasileira estabelece o Estado de sítio quando o Estado de Defesa já dura 60 dias e não foi solucionado ou quando algum país atacar ou declarar guerra ao BR. O Estado de defesa, geralmente, está acompanhado de uma grande calamidade publica. Ex: furacões, rebelião dos presos… momentos em que o Estado perde o controle até mesmo depois enviar suas tropas. A intervenção federal no Estado é quando a União pode intervir no Estado. E então pode tirar o governador, pode mandar tropas, para garantir a unidade da federação. O caso da Catalunha na Espanha, do ponto de vista constitucional, é movimento separatista a ser contido porque é inconstitucional já que é local, com um líder específico e que se decreta a intervenção federal para impedir a dissolução da união. ● Na vigência do Estado de sítio só poderam ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas (art. 139, CF): 1. Requisição dos bens: vai e pega os bens da casa de alguém. 2. Intervenção das empresas de serviço público: acaba o serviço público, não tem autonomia. 3. Busca e apreensão a domicilio sem ordem judicial. 4. Suspensão da liberdade de reunião 5. Restrição a inviolabilidade de correspondência 6. Obrigação de permanência em localidade determinada 7. Detenção em edifício não destinado a acusado os condenados por crime comum (o que seria uma autorização constitucional de campo de concentração) ● Mas ainda sim caberá controle. Entretanto, é um exemplo máximo de restrição que se autoriza que o Estado faça até campo de concentração, mas se ele sair da linha e fizer campo de concentração com tortura, ou fizer busca e apreensão a domicilio e destruir o apertamento, cabe controle preventivo e reparatório. ➔ 6) Restrições de ordem internacional: desde que o Estado não pode mais constitucionalizar/legalizar/ou utilizar como ordem e sistema o Apartheid, e até coisas que mexem com o antigo conceito de soberania. Por exemplo, a União Europeia diz que o Estado que deseja fazer parte como membro deve abrir a mão da sua moeda e adotar o euro, assim como o tratamento para tais imigrantes, mudando assim, direitos constitucionais de imigração. Tem também o caso das intervenções colombinas humanitárias autorizadas pela ONU no Haiti; uma tropa estrangeira restringe o direito fundamental do povo, autorizadas pelo o organismo maior internacional. Uma sanção comercial entra nesse rol a partir do momento que restringe um direito fundamental. Na verdade essa 6 restriçao vem do próprio Moreira em que deixa claro que o exemplo dele fala da ONU por isso se enquadra em ordem internacional. Entrará nesse rol os organismos internacionais. Apesar dele afirmar que também entra nesse rol uma sanção que um Estado impõe a outro Estado e afeta DIRETAMENTE um direito fundamental. ➔ 7) Restrições feitas pelo poder judiciário: O judiciário também restringe direito fundamental, apesar da função dele ser a de proteger e promover. Por exemplo, sempre que o judiciário faz uma ponderação, ele faz uma restrição, porque ele está optando em um sistema de dois direitos de hierarquia máxima/hierarquia constitucional, em que nenhum dois dois pode ser isolado do sistema, nenhum dos dois pode ser declarado inconstitucional, ambos continuam valendo, no caso concreto, um deles sai. ● Para o Moreira, a ponderação/proporcionalidade não é uma doutrina, uma prática judicial rotineira. Só deve ser utilizada em casos difíceis para que estejam verificados a presença em ambas os direitos fundamentais em confronto, devem ser utilizados os subprincípios da proporcionalidade e não pode a ponderação ser utilizada em garantias constitucionais. ps: O Moreira tem um artigo que fala sobre essas restrições.
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