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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES CAP 1 E 2

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1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSOR: RENATO OLIVEIRA FONSECA 
 
 2
Sumário 
1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 4 
2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO, DAS 
ALVENARIAS E ACABAMENTOS. 8 
2.1 Patologias nas estruturas de concreto 8 
2.1.1 Qualidade do concreto 8 
2.1.2 Principais causas das patologias no concreto 11 
2.1.2.1 Causas originadas nas formas e escoramentos 11 
2.1.2.2 Causas originadas nas armaduras 12 
2.1.2.3 Causas originadas na aplicação (concretagem) 16 
2.1.2.4 Causas originadas nas características e especificações do materiais
 17 
2.1.2.5 Causas originadas na falta de controle dos materiais e processos 18 
2.1.2.6 Causas originadas na própria estrutura porosa do concreto 21 
2.1.2.7 Causas originadas nos fenômenos químicos 21 
2.1.2.7.1 Ataque de Sulfatos 21 
2.1.2.7.2 Ataque de ácidos 22 
2.1.2.7.3 Lixiviação 23 
2.1.2.7.4 Carbonatação 25 
2.1.2.7.5 Reação álcalis-agregado (RAA) 26 
2.1.2.7.6 Ataque de cloretos 27 
2.1.2.7.7 Elevação da temperatura do concreto 27 
2.1.2.8 Causas originadas nos fenômenos da natureza 28 
2.2 Patologias nas alvenarias 28 
2.2.1 PRINCIPAIS ANOMALIAS ENCONTRADAS NAS ALVENARIAS 29 
2.2.1.1 Fissuras causadas por variação de temperaturas 30 
2.2.1.1.1 Fissuras horizontais por movimentação térmica da laje 30 
2.2.1.1.2 Fissuras inclinadas por movimentação térmica da laje 32 
2.2.1.1.3 Fissuras verticais por movimentação térmica da laje 33 
2.2.1.1.4 Fissuras inclinadas por movimentação térmica da estrutura da 
edificação 34 
 3
2.2.1.2 Fissuras causadas por deformação dos elementos estruturais 35 
2.2.1.2.1 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga 
de apoio 36 
2.2.1.2.2 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga 
de apoio e superior 37 
2.2.1.2.3 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga 
superior 37 
2.2.1.2.4 Deformação da estrutura – fissura em aberturas (janelas e portas)
 38 
2.2.1.2.5 Deformação da estrutura – fissura em balanços 39 
2.2.1.3 Fissuras causadas por recalque de fundações 39 
2.2.1.3.1 Recalque de fundações – fissuras conjuntas inclinadas 40 
2.2.1.4 Fissuras causadas por detalhes construtivos 42 
2.3 Patologia nos acabamentos 43 
2.3.1 Patologia nos revestimentos de alvenarias 43 
2.3.1.1 Eflorescências 44 
2.3.1.2 Eflorescências ocasionadas por capilaridade ascendente 48 
2.3.1.3 Eflorescências ocasionadas por uso materiais indevidos 50 
2.3.1.4 Manchas devido a bolor e fungos 51 
2.3.1.5 Desplacamento/descolamento do revestimento 53 
2.3.1.5.1 Desplacamento/descolamento do revestimento de argamassa 53 
2.3.1.5.2 Desplacamento/descolamento do revestimento cerâmico 55 
2.3.1.6 Patologias nas pinturas 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
1 Conceitos e definições 
 
Desempenho: o desempenho de uma estrutura ou edificação é a capacidade 
deste elemento em manter suas características previstas em função do ambiente 
ao qual está inserido ao longo do tempo. 
 
Deterioração: a alteração das propriedades físicas e químicas dos materiais 
quando sob influência do ambiente ao qual está inserido.( ex.1: por exemplo 
redes de esgoto em concreto armado); (ex.2: concreto submetido à elevadas 
temperaturas). 
 
Durabilidade: conforme a NBR 6118/03 5.1.2.3 – “Consiste na capacidade da 
estrutura resistir às influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo 
autor do projeto estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração 
do projeto.” 
Significa que a conservação da estrutura não deve necessitar de reparos de alto 
custo, ao longo de sua vida útil. Podemos então dizer que a durabilidade seria 
a conservação do desempenho. 
 
Vida útil: vida útil de um material é o período de tempo durante o qual as suas 
propriedades permanecem acima dos limites mínimos especificados (mantém o 
desempenho). 
 
Pode-se então afirmar que o desempenho de material ou edificação como sendo 
o comportamento em serviço ao longo da sua vida útil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.1. Curva desempenho X tempo 
Tempo 
Desempenho mínimo D
e
se
m
pe
n
ho
 
 5
Qualidade de uma Construção: É a sua capacidade de atender às necessidades 
dos usuários nas condições de uso para as quais foi projetada. Pode-se 
considerar as necessidades atendidas, de modo geral, se forem satisfeitos os 
requisitos relativos à segurança, ao bom desempenho em serviço, à durabilidade, 
ao conforto visual, acústico, tátil e térmico, à higiene e à economia, dentre outros. 
 
Patologia: É a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das 
doenças. No caso das edificações, a patologia significa o estudo das anomalias 
relacionadas à sua deterioração. 
 
Pathos = doenca Logos = estudo 
 
As patologias são defeitos que se instalam nas edificações comprometendo seu 
desempenho, durabilidade e até sua segurança. 
 
As patologias ocorrem nas edificações por diversas origens. Podem se manifestar 
de em caráter imediato, ou levar anos para se fazerem presentes, nestes casos 
são conhecidos como vícios ocultos. 
 
Como exemplo de patologias de caráter imediato pode-se citar: 
-manchas nas pinturas; 
-vidros trincados; 
-fissuras em alvenarias; 
-alvenarias apresentando umidade; 
-louças ou azulejos trincados; 
-esquadrias com funcionamento inadequado; 
-boilers, aquecedores, e outros aparelhos com mau funcionamento; etc. 
 
Os vícios ocultos podem ter diversas origens, e às vezes uma combinação delas. 
Será feita mais adiante uma descrição sumária de cada um dos vícios 
construtivos usualmente encontrados, procurando-se determinar a causa de cada 
um deles, explicando, quando possível, a forma de solucioná-los. 
 
As patologias podem ter origem em três etapas das construções: 
 6
-Patologia durante a concepção; 
-Patologia durante a construção; 
-Patologia durante a utilização da construção. 
 
a) Patologia durante a concepção: 
 
Figura 1.2. Falta de detalhamento no projeto = problemas na obra 
 
A origem das patologias está na etapa de projeto da edificação, podendo-se 
salientar: 
-Falhas no estudo preliminar; 
-Falhas no ante-projeto; 
-Falhas no projeto final de engenharia, levando a: 
• Considerações de projetos inadequados, tais como má definição das 
ações atuantes ou de sua combinação mais desfavorável; 
• Escolha inadequada do modelo analítico; 
• Deficiência de cálculo da estrutura ou da avaliação da capacidade 
portante do solo; 
• Incompatibilidade entre estrutura e arquitetura ou instalações; 
• Especificação inadequada de materiais; 
• Detalhamento insuficiente ou detalhes construtivos inadequados ou 
falta de padronização nas representações gráficas; 
• Erros de dimensionamento. 
b) Patologias durante a Construção 
 7
 
Figura 1.3. Falta de controle durante a execução 
 
-Falta de condições locais de trabalho, tais como cuidados e motivação; 
-Pouca capacitação profissional da mão-de-obra e fraco comando; 
-Deficiente controle de qualidade de execução e/ou fiscalização; 
-Má qualidade de materiais e componentes; 
-Irresponsabilidades e sabotagens; 
-Falta de prumo, de esquadro e de alinhamento dos elementos; 
-Desnivelamento de pisos e/ou falta de caimento em pisos molhados; 
-Argamassas de assentamento de revestimentos com espessuras diferentes; 
-Flechas e/ou rotações excessivas; 
 
c) Patologias durante a Utilização 
 
Figura 1.4. Excesso de peso 
 8
-A estrutura deverá ter manutenção eficiente, em especial, nas partes onde o 
desgaste e a deterioração podem ser maiores; (pinturas, impermeabilização, etc) 
-Excesso ou alteração de carregamento(áreas industriais, rodovias); 
-Alterações das condições da região ao decorrer da vida útil (ex1: trânsito em 
Ouro Preto)(ex2: crescimento de árvores próximo à calhas de telhados) 
-Nas construções em alvenaria armada, os usuários devem ser informados sobre 
quais paredes são estruturais; 
-Deve ser evitada manutenção ineficiente ou inadequada; 
-Deve ser prevista verba específica para manutenção; 
-Devem ser feitas limpezas e impermeabilizações nos locais que possam 
acumular águas, tais como playgrounds, coberturas, marquises, pistas e piscinas; 
2 Principais patologias das estruturas de concreto, das 
alvenarias e acabamentos. 
2.1 Patologias nas estruturas de concreto 
O concreto e um material composto basicamente por cimento, agregados miúdos 
e graúdos, agua, podendo conter outros elementos importantes como aditivos e 
adições. 
Uma grande parte dos problemas de patologia são causados pelas características 
destes materiais, quer pelas suas qualidades, como também pelo seu manuseio. 
A patologia, portanto esta relacionada a estes materiais. 
Uma adequada escolha do traço do concreto e as fases de concretagem são 
essenciais para garantir a qualidade e durabilidade da estrutura de concreto. 
A planificação de uma concretagem é essencial também para o bom desempenho 
e durabilidade do concreto. 
2.1.1 Qualidade do concreto 
 
Alguns cuidados na etapa de preparação, manuseio e aplicação são 
fundamentais para se garantir a qualidade do produto acabado. Algumas 
propriedades do concreto são indicadores de qualidade e durabilidade. Dentre 
elas, pode-se citar: 
a) Compacidade 
 9
 
Figura 2.1. Aplicação do concreto 
 
A compacidade do concreto é a propriedade mais importante do mesmo para 
resistir a penetração dos meios agressivos externos. A carbonatação, o cloreto e 
sulfatos, que são os elementos agressivos mais importantes e comuns. 
 
A compacidade do concreto é expressa pela quantidade de matéria solida contida 
em um determinado volume, sendo função principalmente da qualidade e 
quantidade dos materiais e da adequada proporção entre os mesmos. No entanto, 
a compacidade também pode ser afetada pelo transporte ou vibração 
inadequada, que causa a segregação do concreto. 
 
Porosidade →relação entre o índice de vazios e o volume total do material 
Concretos duráveis →baixos índices de porosidade e permeabilidade. 
 
b) Cura 
 
O vento e a temperatura acarretam na evaporação rápida da agua de mistura do 
concreto. Um dos objetivos da cura do concreto e de assegurar que o concreto 
não seja submetido a tensões que originem fissuras devido à diferenças térmicas 
e retração de secagem. Outro objetivo assegurar que a reação do cimento e água 
ocorram em toda a seção transversal e que a resistência corresponda a dosagem 
do concreto. A água livre do concreto é um pré-requisito importante para 
conseguir a resistência e densidade desejada. A água do concreto se evapora 
através da superfície úmida e dura ate a reação do cimento, cerca de 10 – 12 
horas. Apos este período, o movimento da agua se da por difusão, que é um 
processo muito lento. Portanto, é muito importante impedir a secagem do 
 10
concreto durante as primeiras 24 horas. A continuidade da cura por mais dias, 
repõe a perda de água por evaporação. A falta de cura do concreto faz com que a 
primeira camada do mesmo perca a água de hidratação, tornando-a fraca, de 
baixa resistência a abrasão, porosa e permeável aos agentes agressivos. 
 
O C.E.B recomenda os tempos mínimos de cura conforme Figura 2.2. 
 
Figura 2.2. Tempos de cura recomendados pelo C.E.B 
 
 11
2.1.2 Principais causas das patologias no concreto 
2.1.2.1 Causas originadas nas formas e escoramentos 
 
Figura 2.3. Forma e escoramento 
 
a) Formas de madeira devem ser saturadas de água, para que não absorvam a 
água do concreto – (A forma irá absorver a água de amassamento do concreto 
na região de contato com o mesmo, provocando porosidade e perda de 
resistência na região, comprometendo o cobrimento das armaduras); 
b) Falta de limpeza e de aplicação de desformantes – (A falta de limpeza e 
aplicação de desmoldante irá comprometer o concreto do cobrimento das 
armaduras); 
c) Insuficiência de estanqueidade das fôrmas; 
d) Retirada prematura das fôrmas e escoramentos - (A estrutura irá trabalhar – 
receber esforços – sem atingir a resistência final podendo sofrer 
deslocamentos e deformações excessivos proporcionando a formação de 
fissuras); 
e) Remoção incorreta de escoramentos – (Poderão ser induzidos esforços não 
previstos na estrutura, provocando a formação de fissuras que podem 
comprometer o desempenho estrutural e a durabilidade da edificação). 
 12
 
 
2.1.2.2 Causas originadas nas armaduras 
 
Figura 2.4. Montagem das armaduras 
 
a) Má interpretação dos projetos - (analisar e entender os detalhamento das 
armaduras não permitindo dúvidas sobre a montagem) 
Insuficiência de armaduras – (Elaborar o cálculo e projeto estrutural considerando 
todos os esforços existentes); 
 
 
Figura 2.5. Insuficiência de armadura 
 
 13
Deficiências de ancoragem – (Elaborar o cálculo e projeto estrutural considerando 
todos os esforços existentes); 
 
 
Figura 2.6. Ancoragem insuficiente 
 
b) Deficiências nas emendas – (verificar as emendas conforme detalhamento do 
projeto estrutural); 
c) Cobrimento de concreto insuficiente - (Executar os cobrimentos conforme 
classe de agressividade local; 
 
 
Figura 2.7. Cobrimento inadequado 
 
d) Dobramento inadequado das barras – (executar o dobramento das armaduras 
obedecendo os raios mínimos especificados em normas); 
 14
 
Figura 2.8. Dobramento da armadura 
 
e) Excesso de armadura; 
 
Figura 2.9. Excesso de armadura no trecho de emenda – pilar 
 
f) Posição inadequada – (Tomar cuidado para evitar a alteração da posição da 
armadura principalmente durante a etapa de montagem das armaduras e 
aplicação do concreto); 
 
 15
 
Figura 2.10. Posição inadequada da armadura 
 
 
g) Montagem inadequada – (verificar/contar todas as armaduras após a 
montagem); 
 
 
Figura 2.11. Montagem inadequada da armadura 
 
 16
2.1.2.3 Causas originadas na aplicação (concretagem) 
 
Figura 2.12. Aplicação do concreto 
 
As principais etapas da aplicação do concreto são: transporte, lançamento e cura. 
 
 
• Transporte: 
No transporte do concreto deve-se tomar cuidado para que não haja vibração 
excessiva, o que pode provocar segregação dos componentes, prejudicando a 
homogeneidade do concreto. O transporte, também deve ser rápido, a fim de 
evitar que o concreto perca a trabalhabilidade necessária às etapas seguintes. 
• Lançamento: 
Altura de lançamento → Desagregação do concreto . O concreto deve ser lançado 
com técnica que elimine ou reduza significativamente a segregação entre seus 
componentes, observando-se maiores cuidados quanto maiores forem a altura de 
lançamento e a densidade de armadura. Estes cuidados devem ser majorados 
quando a altura de queda livre do concreto ultrapassar 2 m, no caso de peças 
estreitas e altas, de modo a evitar a segregação e falta de argamassa (como nos 
pés de pilares e nas juntas de concretagem de paredes; 
f) Deve-se evitar juntas de concretagem, ou prepara-las adequadamente 
(apicoar/escarificar removendo o material superficial proporcionando uma boa 
 17
condição do concreto existente com o concreto novo, umedecer na condição 
saturada seca a superfície do concreto); 
g) Adensamento (vibração); 
É a operação que tem por finalidade a eliminação do ar e dos vazios contidos na 
massa. Deve ser feito durante e imediatamente após o lançamento e preencher 
todos os espaços da forma, evitando-se a formação de ninhos e a segregação 
dos componentes.Deve ser evitada, também, a vibração junto a ferragem, quando o concreto for 
armado, para não ocasionar vazios que prejudiquem a aderência do concreto com 
a armadura. 
 
Quando bem executado, o adensamento melhora a resistência mecânica e 
aumenta a impermeabilidade (melhor compacidade), a resistência a intempéries e 
a aderência do concreto à armadura. 
 
Uma vibração prolongada provoca → exsudação; 
 
h) Grandes volumes; 
 calor de hidratação → fissuras 
 
• Cura 
É o conjunto de medidas que têm por finalidade evitar a evaporação prematura da 
água necessária à hidratação do cimento. Garante a resistência mecânica, 
impermeabilidade e resistência ao ataque de agentes agressivos. 
Exemplos: 
a) lajes → grande área → retração → fissuras → perda de resistência; 
b) clima → aumento da evaporação. 
2.1.2.4 Causas originadas nas características e especificações do materiais 
 
a) Fck inferior ao especificado; 
b) Aço diferente do especificado; 
c) Dosagem inadequada do concreto; 
d) Utilização de agregados reativos; 
 18
e) Utilização inadequada de aditivos; 
2.1.2.5 Causas originadas na falta de controle dos materiais e processos 
 
a) Abatimento – slump-test; 
 
 
Figura 2.13. Ensaio do abatimento do tronco de cone – Slump-test 
 
b) Horário de dosagem X lançamento; 
c) Verificação da resistência; 
 19
 
Figura 2.14. Moldagem de corpo de prova 
 
d) Ensaios de verificação das propriedades dos materiais: 
 -aço; 
 -agregados; 
 -cimento; 
Exemplos: 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 30: 
Agregado miúdo - Determinação da absorção de água. Rio de Janeiro, 2001. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 11768: 
Aditivos para concreto de cimento portland. Rio de Janeiro, 1992. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5737: 
Cimentos Portland resistentes a sulfatos. Rio de Janeiro, 1992. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5738: 
Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro, 2003. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5739: 
Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 
2007. 
 20
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6118: Projeto 
de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7211: 
Agregado para concreto - Especificação. Rio de Janeiro, 2009. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7680: 
Concreto - Extração, preparo e ensaio de testemunhos de concreto. Rio de Janeiro, 2007. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 8522: 
Concreto - Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio 
de Janeiro, 2008. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 52: 
Agregado miúdo - Determinação da massa específica e massa específica 
aparente. Rio de Janeiro, 2003. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 53: 
Agregado graúdo - Determinação de massa específica, massa específica 
aparente e absorção de água. Rio de Janeiro, 2003. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 248: 
Agregados - Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9775: 
Agregados - Determinação da umidade superficial em agregados miúdos por meio 
do frasco de Champman. Rio de Janeiro, 1987. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9778: 
Argamassa e concreto endurecidos - Determinação da absorção de água, índice 
de vazios e massa específica. Rio de Janeiro, 2006. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12821: 
Preparação de concreto em laboratório. Rio de Janeiro, 1993 
 21
 
2.1.2.6 Causas originadas na própria estrutura porosa do concreto 
 
Concreto é um pseudo-sólido, com células gelatinosas e porosas. A estrutura 
porosa do concreto implica em que haja poros de diversas dimensões que podem 
ou não estar interligados (porosidade aberta ou porosidade fechada) por canais. 
Na pasta de cimento a porosidade aberta é da ordem de 20 a 30% da porosidade 
total. 
 
Concretos com elevada porosidade permitem a fácil penetração de agentes 
agressivos. 
Qualquer que seja a forma de penetração, a forma de se combater este ataque é 
minimizar a porosidade (e a fissuração), ou seja, dosagem correta e cuidados na 
preparação, transporte, lançamento, vibração e cura do concreto. 
 
Para se diminuir bastante a porosidade e a permeabilidade são necessárias 
basicamente as seguintes condições: 
-reduzido fator água/cimento; 
-impedir por longo período de tempo a evaporação da água de hidratação da 
pasta (cura). 
 
2.1.2.7 Causas originadas nos fenômenos químicos 
 
Apresentação “Aspectos químicos nas propriedades do concreto” 
2.1.2.7.1 Ataque de Sulfatos 
 
Os sulfatos reagem com os produtos da hidratação do cimento, formando 
compostos expansíveis e de fácil lixiviação. Ex: Sulfato de sódio, potássio, 
magnésio e cálcio presentes em solos, redes de esgoto e águas servidas ou 
industriais, água do mar, águas freáticas e em águas com adubos e defensivos 
agrícolas. 
 22
 
Figura 2.15. Ataque químico em estação de tratamento de esgoto - Deterioração do 
concreto em estação de tratamento de esgoto, com exposição dos agregados, onde são 
comuns os ataques de sulfatos e a erosão pela ação da velocidade da água 
 
Para MEHTA e MONTEIRO (1994)[5], um concreto para ser eficiente quanto ao 
ataque de sulfatos tem que primordialmente ter um elevado consumo de cimento, 
uma baixa permeabilidade, baixa relação água/cimento e com cimento de baixa 
quantidade de C3A. 
Nas estruturas deve ser prevista a utilização de cimentos com resistência a 
sulfatos (CPIII) 
É evidente que cuidados relativos à dosagem, aplicação e cura são de imensa 
importância para o desempenho desejado do concreto. 
2.1.2.7.2 Ataque de ácidos 
 
Provocam a decomposição dos produtos da hidratação, principalmente o Ca(OH)2 
e os silicatos hidratos de cálcio. Propiciam um ambiente favorável a corrosão das 
armaduras. Ex: Chuva ácida, Plantas Industriais de Celulose, Álcool, Açúcar, etc 
 23
 
Figura 2.16. Ataque ácido sulfúrico 
 
Medidas de proteção devem ser realizadas com materiais que evitem ou 
diminuam o ataque químico, por exemplo pinturas de proteção, uso de adições de 
materiais pozolânicos que permitam o ganho de resistência e diminuição de poros 
e agregados de comprovada resistência como o basalto. 
2.1.2.7.3 Lixiviação 
 
A água que atravessa o elemento de concreto solubiliza o Ca(OH)2 transportando-
o para a superfície, que em contato com o CO2 da atmosfera forma o CaCO3, 
acarretando o aumento da porosidade do concreto, com conseqüentes redução 
de resistência e despassivação da armadura. Estruturas de reservatórios, 
barragens, canais, etc podem estar sujeitas ao efeito da lixiviação. 
 24
 
Figura 2.17. Lixiviação sob viaduto rodoviário 
 
 
 
Figura 2.18. Lixiviação sob laje de garagem de prédio residêncial 
 
Esses fenômenos químicos se devem principalmente pela porosidade ou 
fissuração do concreto. Providências preliminares podem ser tomadas com um 
projeto consistente, impermeabilização, boa dosagem dos materiais (baixa 
relação A/C), perfeita aplicação e cura do concreto e principalmente com o uso de 
adições de materiais pozolânicos que reagindo com o Ca(OH)2 da massa, 
 25
diminuem a quantidade deste elemento além de reduzir a porosidade final da 
estrutura 
2.1.2.7.4 Carbonatação 
 
O CO2 da atmosfera reage com Ca(OH)2 da hidratação do cimento formando o 
CaCO3, reduzindo o PH da massa, facilitando processo de corrosão das 
armaduras. 
CO2 + Ca(OH)2 → CaCO3 + H2OPosteriormente, o ataque do gás carbônico (CO2), presente na água e no ar, 
sobre o hidróxido de cálcio Ca(OH)2 e o carbonato de cálcio CaCO3, gera o 
bicarbonato de cálcio Ca(HCO3)2: 
 
Bicarbonato de cálcio Ca(HCO3)2 , que é solúvel em água, portanto, a exposição 
da estrutura de concreto à água ocasionará a lavagem e fissuras ao longo do 
tempo. 
 
 
Figura 2.19. Profundidade de carbonatação – verificação com solução alcoólica de 
fenolftaleína à 0,1% 
 
Estruturas rodoviárias, principalmente em viadutos, túneis e pontes em grandes 
cidades, plantas industriais, etc, estão fortemente sujeitas a esse efeito. 
Providências tais como baixa relação água-cimento, perfeita aplicação e cura do 
concreto, aumento de cobrimento das armaduras, pinturas protetivas, 
 26
monitoração com inspeções das estruturas podem ser tomadas para evitar os 
problemas devido à carbonatação. 
2.1.2.7.5 Reação álcalis-agregado (RAA) 
 
A reação álcalis-agregado (RAA) é um processo químico onde alguns 
constituintes mineralógicos do agregado reagem com hidróxidos alcalinos 
(provenientes do cimento, água de amassamento, agregados, pozolanas, agentes 
externos, etc.) que estão dissolvidos na solução dos poros do concreto. Como 
produto da reação forma-se um gel higroscópico expansivo. A manifestação da 
reação álcalis-agregado pode se dar de várias formas, desde expansões, 
movimentações diferenciais nas estruturas e fissurações até pipocamentos, 
exsudação do gel e redução das resistências à tração e compressão. 
 
 
Figura 2.20. Fissuração em blocos de fundação ( Edifício na cidade de Recife ) devido a 
reação álcalis-agregado 
 
São percebidos três processo distintos: 
• Reação álcali-sílica - envolve a presença de sílica amorfa ou certos tipos 
de vidros naturais (vulcânicos) e artificiais. 
• Reação álcali-silicato - é da mesma natureza da reação álcali-sílica porém, 
o processo ocorre mais lentamente, envolvendo alguns silicatos presentes 
nos feldspatos, folhelhos, argilosos, certas rochas sedimentares, 
metamórficas e magmáticas e fundamentalmente, a presença do quartzo 
deformado (tensionado) e minerais expansivos. 
 27
• Reação álcali-carbonato - ocorre entre certos calcários dolomiticos e as 
soluções alcalinas presentes nos poros do concreto. 
 
Qualquer estrutura pode estar sujeita a esse efeito químico da interação de 
elementos, devendo-se executar ensaios prévios de reatividade dos agregados. 
2.1.2.7.6 Ataque de cloretos 
 
Reagem com Ca(OH)2 do concreto despassivando a armadura. Podem ainda 
reagir com a água formando ácido que ataca a armadura. 
 
Figura 2.21. Corrosão das armaduras proveniente do cloreto da água do mar 
 
A verificação da água de amassamento e aditivos de dosagem permite que se 
evite a introdução indevida de cloreto no concreto. Estruturas marinhas e plantas 
industriais afins e estruturas litorâneas estão fortemente sujeitas ao ataque de 
cloretos. 
A especificação de materiais do concreto passa pelo uso de cimentos com adição 
de escória de alto-forno, dosagem de materiais pozolânicos na mistura, controle 
da perfeita aplicação e cura do concreto proporcionando uma massa compacta, 
pouco porosa, e com cobrimento adequado para as armaduras. 
2.1.2.7.7 Elevação da temperatura do concreto 
 28
 
Ocorre durante a concretagem → as reações dos componentes do cimento com a 
água são exotérmicas →há expansão da massa durante o aquecimento e criação 
de um gradiente térmico durante o resfriamento provocando grande formação de 
fissuras. 
2.1.2.8 Causas originadas nos fenômenos da natureza 
 
São resultantes da ação da temperatura externa, da insolação, do vento e da 
água (chuva, gelo e umidade). 
2.2 Patologias nas alvenarias 
As alvenarias podem ser estruturais ou apenas divisórias, em ambos os casos, 
são compostas de elementos inertes ligados por um tipo de argamassa. 
Normalmente são revestidas. 
 
As patologias que podem ser observadas mais frequentemente nas alvenarias 
são: fissuras, descolamento do revestimento e manchas. 
Essas patologias prejudicam a aparência da edificação, passando aos usuários a 
impressão de a obra foi mal construída. Além disso, as trincas favorecem a 
infiltração de água, provocando manchas de umidade, e nos casos de 
descolamento do revestimento, colocam em risco as pessoas que transitam nas 
imediações da edificação. 
 
As alvenarias tem boa capacidade de suportar esforços de compressão axial, o 
mesmo não ocorrendo com os esforços de tração e cisalhamento. Por isso devem 
ser evitadas as cargas excêntricas (geralmente causadas por desaprumo) e as 
cargas concentradas. 
 
 
 
 
 
 
 29
2.2.1 PRINCIPAIS ANOMALIAS ENCONTRADAS NAS ALVENARIAS 
 
 
 
Figura 2.22. Patologia nas alvenarias 
 
As principais patologias que normalmente acontecem nas alvenarias estão 
listadas abaixo. 
 
•Fissuras nos encontros entre alvenaria e estrutura; 
•Fissuras no encontro de paredes; 
•Fissuras no encontro de vãos de portas e janelas; 
•Fissuras na base de paredes provenientes de problemas de impermeabilização 
ou lençol freático; 
•Muros, peitoris que não estejam convenientemente protegidos por rufos 
apresentando fissuras na parte superior; 
•Problemas devido a alterações térmicas; 
•Desplacamentos; 
•Eflorescências. 
 
Geralmente as fissuras são as patologias mais representativas e as que 
primeiramente ocorrem nas alvenarias. São várias as causas do surgimento de 
fissuras em alvenarias, sendo apresentadas a seguir as mais relevantes. 
 30
2.2.1.1 Fissuras causadas por variação de temperaturas 
 
A variação de temperatura é mais evidente em elementos mais expostos como 
coberturas e paredes externas. A magnitude das movimentações depende: 
 
Das propriedades físicas dos materiais, tais como: 
� Coeficiente de dilatação térmica; 
� Massa específica; 
� Coeficiente de ductilidade térmica, entre outros. 
 
Depende ainda da intensidade, frequência e gradiente de variação da 
temperatura, e dos vínculos a que estão submetidos os elementos da construção, 
como a ligação com outras paredes, a ligação com a estrutura do prédio ou o 
atrito de paredes com as lajes. 
2.2.1.1.1 Fissuras horizontais por movimentação térmica da laje 
 
Esse tipo de fissura ocorre geralmente nas alvenarias que sustentam lajes de 
concreto armado (COMO AS ALVENARIAS ESTRUTURAIS), especialmente na 
ligação com as lajes de cobertura. Podem ocorrer também em alvenarias que não 
recebem o carregamento direto das lajes. 
 
 As coberturas planas são mais suscetíveis à exposição solar do que as paredes 
das edificações, proporcionando movimentos diferenciados entre estes elementos 
que podem gerar fissuras. Além disso, o coeficiente de dilatação térmica do 
concreto é em média duas vezes maior do que o das alvenarias. 
 31
 
Figura 2.23. Fissura horizontal na interface entre a laje e a parede por movimentação 
térmica da laje 
 
A ação das variações de temperatura em lajes tem dois efeitos: provoca variação 
dimensional no plano da laje (comportamento de membrana) e curvatura da 
superfície da laje (efeito placa). Esse último efeito ocorre pela diferença entre as 
temperaturas da face exposta e face interna da laje. 
 
Os raios solares incidindo diretamente sobre a laje de cobertura, produzem muito 
calor. Em dias quentes de verão, principalmente nas latitudes baixas a laje de 
cobertura atinge temperaturas altas, podendo chegar à 70ºC ou mais. O concreto 
não é um bom condutor de calor, de modo que a parte de baixo da laje não 
esquenta tanto. Essa diferença de temperatura vai envergar a laje, fazendo com 
que ela fique ligeiramente abaulada para cima, ocasionando a movimentação da 
estrutura e fissura na ligação viga X alvenaria. 
 
MAIOR DIMENSÃO DA EDIFICAÇÃO 
 32Figura 2.24. Dilatação térmica da laje de cobertura 
 
Pode ocorrer devido a falta de amarração da parede com a viga superior. 
 
Fissuras inclinadas também podem ocorrer principalmente na alvenaria paralela à 
direção do deslocamento da laje conforme pode ser observado na Figura 2.25 
 
Figura 2.25. Fissura horizontal com componentes inclinados 
 
2.2.1.1.2 Fissuras inclinadas por movimentação térmica da laje 
 
Outra manifestação dessa patologia é a formação de fissuras inclinadas nos 
cantos das edificações, devido à açãoa conjunta do deslocamento da laje em 
direções perpendiculares. 
 33
 
Figura 2.26. Fissura inclinada no canto da edificação devido à movimentação da laje de 
cobertura. 
 
 
Figura 2.27. Fissura inclinada no canto da edificação devido à movimentação da laje de 
cobertura – direção perpendicular 
 
2.2.1.1.3 Fissuras verticais por movimentação térmica da laje 
 
Dependendo da dimensão da alvenaria e dos materiais utilizados em sua 
construção, a dilatação da laje pode induzir à formação de fissuras verticais. Sua 
configuração típica é apresentada na Figura 2.28. 
 34
 
Figura 2.28. Fissura vertical na região central da alvenaria provocada pela dilatação 
térmica da laje de cobertura. 
 
Esse tipo de fissura apresenta maior abertura na no topo da alvenaria tendendo a 
ser menor com o afastamento dessa posição. 
2.2.1.1.4 Fissuras inclinadas por movimentação térmica da estrutura da 
edificação 
 
Nestes casos a alvenaria não recebe o carregamento da laje, pois estas estão 
apoiadas nas vigas estruturais da edificação, mas mesmo assim estão sujeitas 
aos deslocamentos térmicos desta estrutura. 
 
Figura 2.29. Alvenaria X estrutura 
 
Nestes casos as patologias também são mais evidentes nas alvenarias próximas 
à cobertura da edificação. 
 
 35
 
Figura 2.30. Fissura inclinada no último pavimento por movimentação (dilatação) térmica da 
estrutura de concreto 
 
2.2.1.2 Fissuras causadas por deformação dos elementos estruturais 
 
A deformação das estruturas de concreto gera movimentações que não podem 
ser acompanhadas pelas alvenarias, introduzindo tensões de compressão, tração 
e cisalhamento, podendo provocar o surgimento de fissuras nas alvenarias. 
 
A principal influência da deformação das estruturas de concreto sobre as 
alvenarias se dá pela flexão de lajes e vigas. Em geral, outras deformações 
estruturais causadas por solicitação de compressão, cisalhamento e torção são 
menos representativas. 
Os principais causadores de flexão de lajes e vigas são: 
-ação do peso próprio, cargas permanentes e acaidentais; 
-deformação lenta; 
-cargas de vento, etc. 
 
As esbeltez das estruturas potencializam os efeitos das deformações, induzindo à 
maior formação de fissuras nas alvenarias. 
 
A limitação de deformações (flechas) em vigas e lajes é fundamental para o 
controle das fissuras em alvenarias. A NBR 6118 (ABNT, 2003) fixa limites para 
deformações das estruturas em função do comprimento “L” do vão considerado. 
 36
 
Quadro 1. Limites de deslocamentos (NBR 6118 – ABNT.2003) 
 
2.2.1.2.1 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga de 
apoio 
 
 37
 
Figura 2.31. Fissura em alvenaria causada por deformação da viga de apoio 
 
Esse tipo de fissura ocorre devido à deformação excessiva (flecha) da viga de 
apoio da alvenaria. Na configuração típica dessa patologia, verifica-se fissuras 
horizontais e/ou em arco na base da alvenaria. Pode-se verificar ainda fissura em 
arco na porção superior da alvenaria devido à falta de apoio na região de apoio. 
2.2.1.2.2 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga de 
apoio e superior 
 
Figura 2.32. Fissura em alvenaria causada por deformação nas vigas de apoio e superior 
 
A deformação em conjunto das vigas de apoio e superior provocam fissuras a 45° 
nos cantos inferiores da alvenaria. 
2.2.1.2.3 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga 
superior 
 38
 
Figura 2.33. Fissura em alvenaria causada por deformação nas vigas superior 
 
A deformação da viga superior pressiona a alvenaria provocando fissuras 
inclinadas na porção superior da alvenaria devida à compressão da mesma. Na 
região da fissura é fácil perceber a região de tração. 
2.2.1.2.4 Deformação da estrutura – fissura em aberturas (janelas e portas) 
 
 
Figura 2.34. Fissura em abertura na alvenaria devido à deformação estrutural 
 
Nas alvenarias com aberturas, as fissuras podem ganhar diversas configurações. 
Dependem do tamanho da alvenaria , dimensões da abertura , posição que a 
abertura ocupa no painel , anisotropia dos materiais que constituem alvenaria 
(característica que uma substância possui em que uma certa propriedade física 
varia com a direção. Ex: madeira), etc. 
 
 
 
 
 
 39
2.2.1.2.5 Deformação da estrutura – fissura em balanços 
 
 
Figura 2.35. Fissura inclinada em alvenaria por deformação do balanço 
 
 
 
Figura 2.36. Fissura inclinada em alvenaria por deformação do balanço 
 
A movimentação da estrutura na região do balanço (flecha) pode gerar fissuras 
inclinadas na alvenaria 
2.2.1.3 Fissuras causadas por recalque de fundações 
 
As fissuras em alvenarias causadas por recalques de fundações ocorrem quando 
existem movimentação diferenciais nas fundações que excedem à capacidade 
resistentes das alvenarias. 
As fissuras por recalques de fundação tem como características a orientação 
predominantemente inclinada e por isso são, muitas vezes, confundidas com 
fissuras por deformação de elementos estruturais. 
 
 40
Em função de sua complexidade e multicausalidade, as fissuras em alvenarias 
provocadas por recalques de fundações possuem configurações variadas e de 
difícil diagnóstico. 
2.2.1.3.1 Recalque de fundações – fissuras conjuntas inclinadas 
 
 
Figura 2.37. Fissuras conjuntas inclinadas por recalque de fundação 
 
A análise das fissuras deve ser feita como “um todo”. Os diferentes tipos de 
configurações das fissuras podem induzir ao erro da interpretação de sua origem. 
Ao se analisar ,por exemplo, somente a vista C-C da Figura 2.37 pode levar a 
uma interpretação de fissura por origem térmica. 
 
A interpretação de fissuras deve ser muito cuidadosa e criteriosa por parte do 
avaliador, devendo-se sempre observar a edificação de forma mais “abrangente”. 
 
Dependendendo do tipo de recalque, pode ser induzido na edificação em esforço 
global de torção como o do exemplo mostrado na 
 
 
 41
 
Figura 2.38. Fissuras conjuntas provocadas pela rotação da edificação devido à recalque 
diferencial das fundações 
 
Figura 2.39. Fissura em alvenaria por recalque de fundação 
 
 
Figura 2.40. Fissura em alvenaria por recalque de fundação 
 42
 
 
 
Figura 2.41. Fissura em alvenaria por recalque de fundação 
 
 
Figura 2.42. Configuração típica das fissuras por recalques das fundações 
 
2.2.1.4 Fissuras causadas por detalhes construtivos 
 
As fissuras causadas por detalhes construtivos ocorrem por deficiência e 
incorreções na execução destes detalhes, não sendo portanto levado em 
consideração as propriedades dos materiais e formas corretas de execução das 
alvenarias. 
Como exemplo de fissuras causadas por detalhes construtivos, pode-se citar: 
 43
- Elementos metálicos fixados diretamente na alvenaria; 
- Elementos de madeira ancorados na alvenaria; 
- Deficiência de amarrações entre “panos” de alvenaria; 
- Tubos ou eletrodutos embutidos em pequena profundidade; 
- Etc. 
2.3 Patologia nos acabamentos 
Os acabamentos são partes importantes de uma construção, compondo um item 
importante de estética e proteção. 
 
Vários problemas indentificadosnos acabamentos têm sua origem em patologias 
de outras etapas da construção já estudadas, e como exemplo pode-se citar: 
 
-fissuras nos revestimentos (pintura, por exemplo) devido à 
movimentação/deslocamento da própria alvenaria por motivos de térmicos ou 
flechas; 
-desplacamentos de revestimento cerâmicos e pisos devido à deformações 
(flechas). 
Exemplos como dos casos acima citados não serão abordados neste capítulo, 
visto que o entendimento e tratativa das causas básicas desses problemas já 
foram apresentados. 
 
2.3.1 Patologia nos revestimentos de alvenarias 
 
Entenda-se aqui como revestimento o conjunto de todos os componentes de 
acabamento das alvenarias, tais como: chapisco, emboço, reboco, revestimento 
cerâmico ou pintura. 
 
Por exemplo, o revestimento de fachada constituído de argamassa com 
acabamento em pintura apresentam trincas, que além de comprometer a estética, 
acarretam infiltrações e danos na pintura do interior da edificação. 
 
A ocorrência destas trincas pode estar relacionada a: 
• não hidratação completa da cal (pouca resistência); 
 44
• preparo inadequado da argamassa; 
• argamassas ricas em cimento (grande resistência e rigidez) 
• falta de aderência da argamassa à base (base sem limpeza por exemplo); 
• elevada espessura do revestimento (problemas de retração); 
• ausência de juntas de trabalho (problemas de retração); 
• problemas de encunhamento de alvenarias; 
• ausência de juntas de trabalho. 
 
Fissuras e porosidade nos revestimentos permitem a entrada de água que 
provocam problemas como as eflorescências. 
2.3.1.1 Eflorescências 
 
Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de manchas e 
eflorescências. Estas manchas e eflorescências podem estar relacionadas aos 
seguintes problemas: 
 
• infiltração de água através das falhas ou da porosidade do rejuntamento; 
• lavagem da fachada com solução de ácido muriático; 
• excesso de água de amassamento da argamassa; 
• presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos de ferro. 
 
A eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície dos 
revestimentos, alvenarias, concreto, argamassas, etc., como resultado da sua 
exposição à água de infiltrações ou intempéries. 
 
É considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde se deposita. 
Existem casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar 
degradação profunda. A modificação no aspecto visual e intensa onde há um 
contraste de cor entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita, por 
exemplo, a formação branca do carbonato de cálcio sobre tijolo vermelho. 
 
 45
 
Figura 2.43. Eflorescência no rejunte de revestimento cerâmico 
 
Fatores que contribuem para a formação de eflorescências: 
 
Devem agir em conjunto: 
• teor de sais solúveis 
• pressão hidrostática para proporcionar a migração para a superfície 
• presença de água 
 
Fatores externos que contribuem: 
• quantidade de água associado ao tipo de cimento 
• tempo de contato 
• elevação da temperatura 
• porosidade dos componentes 
 
No Quadro 2, são indicados os sais mais comuns em eflorescências, sua 
solubilidade em água, bem como a fonte provável para seu aparecimento. 
 
 46
 
Quadro 2. Sais comuns nas eflorescências 
 
É freqüente a ocorrência de eflorescências em revestimentos de pedras ou 
cerâmicas porosas ou no rejuntamento de revestimentos pouco ou não porosos 
de pisos e paredes em contato com água de chuva, molhagem ou umidade. Este 
fato ocorre devido ao elevado teor de hidróxidos, notadamente de cálcio, 
encontrados no tipo de cimento utilizado na argamassa da execução da proteção 
mecânica da impermeabilização e no assentamento dos próprios revestimentos. A 
água, ao permear pelos revestimentos e/ou seus rejuntes e trincas, dissolve os 
hidróxidos do cimento, tornando-se alcalina. Ao encontrar condições de aflorar por 
percolação ou evaporação, ocorre a formação das eflorescências. 
 
O cimento recomendado para o assentamento de revestimentos em áreas 
molhadas é o CP-IV, cuja atividade pozolânica consome o hidróxido de cálcio na 
 47
fase de hidratação. Em algumas regiões do Brasil existe dificuldade em se 
encontrar o CP IV; neste caso a alternativa é utilizar o CP III, que possui baixo 
teor de hidróxido de cálcio. 
 
NOTA: Cimento CP-IV: 
Os materiais pozolânicos reagem com o hidróxido de cálcio formado na hidratação do 
cimento em presença de água e na temperatura ambiente, dando origem a compostos 
com propriedades aglomerantes. A adição de escória e materiais pozolânicos modifica a 
microestrutura do concreto, diminuindo a permeabilidade, a difusibilidade iônica e a 
porosidade capilar, aumentando a estabilidade e a durabilidade do concreto. 
O cimento Portland pozolânico tem baixo calor de hidratação, o que o torna bastante 
recomendável na concretagem de grandes volumes e sob temperaturas elevadas. Além 
disso, o alto teor de pozolana, entre 15 e 50%, proporciona estabilidade no uso com 
agregados reativos e em ambientes de ataque ácido, em especial de ataque por sulfatos. 
É altamente eficiente em argamassas de assentamento e revestimento, em concreto 
magro, concreto armado, concreto para pavimentos e solo-cimento. 
 
 
Figura 2.44. Eflorescência em alvenaria de tijolo 
 
 48
 
Figura 2.45. Eflorescência em alvenaria de tijolo – estado avançado 
 
 
 
Figura 2.46. Eflorescência em alvenaria com pintura 
 
A correção desse tipo de problema normalmente envolve a prevenção da entrada 
da água na alvenaria e a remoção da eflorescência da parede. 
 
2.3.1.2 Eflorescências ocasionadas por capilaridade ascendente 
 
A umidade ascendente capilar que ocorre nas alvenarias em contato com o solo, 
arrasta consigo os sais solúveis presentes no solo ou nas regiões mais internas 
das alvenarias e depois da evaporação deposita-os sobre a superfície dos 
 49
rebocos. Se a velocidade de evaporação da água é muito elevada, os sais podem 
cristalizar no interior da alvenaria gerando subflorescências, que degradamos 
ebocos e camadas mais profundas devido ao caráter expasivo dos cristais ali 
gerados. 
 
2.47. Capilaridade ascendente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.48. Capilaridade ascendente 
 
Quando a umidade que ascende por capilaridade contém sais de sulfato, a 
alvenaria e os acabamentos podem sofrer uma forte degradação pela formação 
de dois compostos fortemente expansivos como a etringite e a taumasite. 
 
 50
O método mais eficaz de se combater a umidade ascendente em pares é por 
meio de impermeabilização horizontal na base de apoio da alvenaria, criando um 
impedimento à capilaridade ascendente. 
 
 
Figura 2.49. Impermeabilização do cintamento ao nível do solo 
 
2.3.1.3 Eflorescências ocasionadas por uso materiais indevidos 
 
Em algumas regiões do país tem-se o costume de adicionar argila no traço da 
argamassa de reboco no intuito de proporcionar maior plasticidade (vulgarmente 
denominada “liga”) ao material. Esse procedimento é altamente danoso ao 
revestimento final, pois a contaminação da argamassa com materiais argilosos 
acarreta uma maior expansão, característica intrínseca dos materiais argilosos. 
Argilas expansivas, como as do tipo montinorilonita, apresentam forte expansão 
por umidade. 
Não utilizar argamassa com barro, saibro ou argila, pois muitos problemas 
decorrem do seu uso equivocado pelo desconhecimento de seus malefícios: 
 51
• O barro/argila só dá a liga no estado fresco, função esta que a cal 
desempenha com excelência e não provoca danos à argamassa no estado 
endurecido; 
• Elevada fissuração devida à alta retração por secagem; 
• Material expansivo com a variação de umidade; 
• Contém sais solúveis que provocam a retraçãoe expansão que levam à 
desagregação da argamassa, além de causar manchas esbranquiçadas na 
superfície da parede ou sob a camada de pintura 
2.3.1.4 Manchas devido a bolor e fungos 
 
A existência de umidade está diretamente ligado ao crescimento de bolor. É 
comum o emboloramento em paredes umedecidas por infiltração de água ou 
vazamento de tubulações. 
O termo emboloramento pode ser descrito como uma alteração que pode ser 
constatada macroscopicamente na superfície de determinado material, sendo 
conseqüência dos microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos. Portanto, 
o desenvolvimento dessa patologia se dá em função de condições ambientais, 
sendo a umidade um fator essencial para seu surgimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.50. Manchas devido a formação de fungos 
 
Medidas como forma de se evitar o desenvolvimento do bolor devem ser 
tomadas. É necessária uma adequada ventilação e insolação com o objetivo de 
 52
diminuir a condensação nas superfícies dos ambientes internos (Ex, 
banheiros). 
 
 
2.51. Fungo em região de pouca ventilação 
 
Já para as superfícies externas, como fachadas, é importante se evitar riscos de 
infiltração de água através de paredes, pisos e/ou tetos. Esse acúmulo de água 
nas fachadas pode ocorrer em função dos seguintes fatores: 
 
• Microclima da região onde está locada a obra: influencia na quantidade de 
água pluvial incidente na superfície, assim como o seu tempo de secagem; 
• Detalhes do projeto: detalhes para o adequado escoamento da água 
pluvial; 
• Forma geométrica dos componentes da fachada: a presença de alguns 
elementos acabam contribuindo para a permanência da água da chuva e 
dificultam na difusão da umidade. 
 53
 
2.52. Detalhes construtivos para facilitar o escoamento da água 
 
Para a remoção de bolor e fungos, pode-se escovar a superfície com escova de 
cerdas duras com solução de fosfato trissódico (30 g Na3PO4 em 1 L de água) ou 
com solução de hipoclorito de sódio (4% a 6% de cloro ativo) e enxaguar com 
água limpa em abundância. 
2.3.1.5 Desplacamento/descolamento do revestimento 
2.3.1.5.1 Desplacamento/descolamento do revestimento de argamassa 
 
2.53. Desplacamento da argamassa de revestimento 
 54
 
O desplacamento ou descolamento do revestimento de argamassa geralmente 
ocorre na ligação entre essa camada e a base (tijolo). Geralmente percebe-se 
esse fenômeno com o som cavo produzido quando a superfície é submetida à 
percussão. 
As causas dessa patologia geralmente estão relacionadas à falta de aderência 
entre o revestimento e a bases. Por exemplo, um chapisco executado com areia 
fina compromete essa aderência, visto que geralmente nessas condições o 
mesmo apresenta maior espessura e tensões devido à retração. 
 
Argamassas muito espessa também estão sujeitas à descolamentos devido às 
maiores tensões de tração que se formam na interface entre o revestimento e a 
base. 
A NBR 7200 Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas 
inorgânicas – Procedimento, recomenda que a espessura máxima admitida para 
argamassas de emboço deve estar entre 20 a 25 mm. 
 
Outro fator gerador de mà aderência entre o revestimento e a base, é a ausência 
de prévia umectação da alvenaria. 
 
 
Figura 2.54. Aplicação de chapisco 
 
 55
Ao se aplicar o revestimento (chapisco) na alvenaria ocorre uma rápida absorção 
da água de amassamento que compromete a formação dos produtos da 
hidratação do cimento ocasionando baixa resistência, e consequentemente baixa 
aderência. 
 
Deve-se ainda executar uma boa limpeza do substrato (por exemplo 
hidrojateamento) de alvenaria e concretos para eliminação de pó, resíduos, 
agentes desmoldantes, chapiscos com areia fina, etc. 
 
Destaca-se ainda como causa de descolamento da argamassa de revestimentos 
o fato de muitas vezes ao se utilizar argamassas semi-prontas é excedido o 
tempo máximo de trabalhabilidade do material. 
 
A NBR 7200 - Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas 
inorgânicas – Procedimento, estipula prazos mínimos para execução de 
revestimentos (Quadro 3). 
 
Quadro 3. Resumo dos prazos entre as etapas de execução 
 
2.3.1.5.2 Desplacamento/descolamento do revestimento cerâmico 
 
As causas mais comuns dos descolamentos de revestimentos cerâmicos são: 
• a inexistência de juntas de movimentação; 
• a deficiência no assentamento das peças; 
• a falta rejuntamento. 
 
No caso de revestimentos com peças cerâmicas, a necessidade da execução de 
juntas de movimentação deverá ser estudada na fase de projeto. 
 
 56
As juntas de movimentação são juntas intermediárias, normalmente mais largas 
do que as de assentamento, projetadas para aliviar tensões geradas por 
movimentações da parede, ou do próprio revestimento, devido às variações de 
temperatura ou por deformação da estrutura de apoio (concreto). 
 
A Sociedade Francesa de Cerâmica recomenda a execução , em revestimentos 
externos, de juntas de movimentação no máximo a cada 6 metros e/ou 32 m2. 
 
A Especificações Americanas para cerâmica indicam para revestimentos 
cerâmicos juntas de 12mm a cada 5 metros no máximo, as quais devem ser 
excutadas até a argamassa de reboco. 
A NBR 8214 – Assentamento de Azulejos – Procedimento, recomenda juntas 
de movimentação longitudinais e/ou transversais em paredes externas com área 
igual ou maior que 24 m2 ou sempre que sua extensão for maior que 6 
metros. 
As juntas devem ser executadas até atingirem a base e serem preenchidas com 
materiais deformáveis e vedadas com selantes flexíveis. (Figura 2.55). 
 
 
 
Figura 2.55. Junta de movimentação com material de enchimento selante 
 
 
Em relação as juntas de assentamento a NBR 8214 recomenda os valores 
mínimos mostrado na Tabela 1. 
 57
A importância do perfeito rejuntamento destas juntas está no fato de se evitar a 
entrada de água no revestimento. 
 
 
Tabela 1. Juntas para assentamento de cerâmicas 
 
Já os desplacamentos do revestimento cerâmicos ocorridos devido à falhas de 
assentamento, podem ter as seguintes origens: 
 
-falha na aplicação de argamassa na peça a ser fixada; 
 
 
Figura 2.56. Descolamento do revestimento cerâmico 
 
 58
 
Figura 2.57. Descolamento do revestimento cerâmico – Má aplicação da argamassa – 
pouca área de adesão. 
 
-observar a posição dos sulcos e cordões de argamassas formados pela 
desempenadeira dentada de maneira a evitar a formação de bolsões de ar e 
consequentemente pouca área de adesão; 
 
 
Figura 2.58. Assentamento com argamassa colante 
 
 
-falta e observância nos tempos mínimos e máximos de utilização das 
argamassas prontas; 
 
 59
2.3.1.6 Patologias nas pinturas 
 
Para melhor entendimento das patologias que ocorrem nas pinturas serão 
abordadas algumas definições: 
• Pigmentos: Partículas (pó) sólidas e insolúveis. Podem ser divididos em 
dois grupos: ativos e inertes. Os pigmentos ativos conferem cor e poder de 
cobertura à tinta, enquanto os inertes se encarregam de proporcionar 
lixabilidade, dureza, consistência e outras características. Uma tinta pode 
ter vários pigmentos. 
 
• Veículo: É a parte líquida da tinta, onde a pigmentação estará dispersa. 
Caso não se adicione pigmentos, essa parte constitui o que se chama de 
verniz, sua principal função é a formação da película. 
 
• Solventes: São utilizados pelo fabricante nas diversas fases da fabricação 
da tinta, ou seja: para facilitar o empastamento dos pigmentos; para regular 
a viscosidade da pasta de moagem; para facilitar a fluidez dos veículos e 
das tintas prontas na fase de enlatamento. O usuário emprega o solvente 
para adequar a tinta às condições de pintura, visando a facilidade de 
aplicação, alastramento, etc.Entre os solventes mais comuns estão a 
água, aguarrás, álcoois, cetonas, xilol e outros. 
 
• Aditivos: São compostos, geralmente produtos químicos sofisticados, que 
entram em pequena quantidade na formulação de uma tinta com alto grau 
de eficiência, capazes de modificar significativamente as propriedades da 
mesma. Os mais comuns são os secantes, molhantes, antiespumantes, 
anti-sedimentantes, plastificantes, dispersantes, engrossantes, 
bactericidas, fungicidas e outros. 
 
As patologias nas pinturas podem apresentar diversas causas podendo-se 
destacar como principais: 
 
 60
1. Seleção inadequada da tinta por conta da exposição imprópria a condições 
agressivas em relação ao produto selecionado ou por incompatibilidade 
com o substrato; 
 
Figura 2.59. Múltiplos tipos e características das tintas 
 
Exemplos: 
• tinta pva ou massa corrida pva em ambiente externo ou sujeito à 
umidade; 
• Aplicação de tinta com baixa resistência à radiação solar em 
ambiente externo, com destruição do filme por fissuramento ou por 
deterioração com pulverulência, eventualmente acompanhadas de 
perda de brilho e de cor; 
• Aplicação de tinta com baixa flexibilidade sobre substrato de 
variação dimensional elevada, com destruição do filme por 
fissuramento; 
• Aplicação de tinta com baixa resistência ao ataque por agentes 
biológicos, tais como bolor, fungos e algas, em substrato de alta 
umidade, com apresentação de manchas escuras sobre a 
superfície; 
 
2. Condições metereológicas inadequadas por temperatura e/ou umidade 
muito elevada ou muito baixa ou ventos fortes; 
Exemplos: 
 61
 
• Secagem muito rápida devido à temperatura ou umidade 
inadequadas ou ventos fortes, enrugando o filme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.60. Enrugamento da película de tinta 
 
3. Ausência de preparação do substrato ou preparo insuficiente. Neste caso a 
pintura apresenta pulverulência, contaminação em graxa, óleos, sujeiras, 
bolor, materiais soltos e substrato poroso; 
Exemplos: 
 
• Os substratos porosos absorvem o veículo, restando apenas os 
pigmentos e as cargas em forma pulverulenta. Nestes casos deve-
se aplicar previamente selador ou fundo preparador para eliminar a 
absorção. 
• Poeiras que não foram removidas da superfície, principalmente 
sobre massa corrida, após ser lixada; 
 62
 
Figura 2.61. Falha na aderência da película de tinta 
 
• Ao aplicar uma tinta com melhor qualidade sobre uma de qualidade 
inferior. A nova tinta, ao infiltrar na antiga, poderá causar bolhas na 
superfície. 
• Saponificação: Manifesta-se pelo aparecimento de manchas na 
superfície pintada, freqüentemente provocando o descascamento ou 
degradação das pinturas, notadamente nas tintas do tipo PVA, de 
menor resistência. A saponificação também ocorre devido a alta 
alcalinidade do substrato, que pode ter se manifestado pela 
eflorescência dos sais altamente alcalinos. 
 
Figura 2.62. Saponificação na pintura 
 
 63
4. Substrato que não apresenta estabilidade, como quando a argamassa ou o 
concreto ainda não curaram, ou quando sua superfície está deteriorada ou 
friável; 
Exemplos: 
 
• Aplicação da tinta sobre argamassa de revestimento contendo 
partículas solúveis em água (sais por exemplo), produzindo 
manchas; 
 
5. Umidade excessiva no substrato advinda de infiltração, condensação, 
umidade ascendente dos pisos ou remanescente da execução da 
edificação; 
Exemplos: 
 
• Aplicação de tinta com baixa resistência a álcalis, como as tintas a 
óleo ou alquídicas, sobre substrato úmido e alcalino, resultando em 
perda de aderência e pulverulência. 
 
 
Figura 2.63. Destruição da pintura por umidade do reboco 
 
• Aplicação de tinta impermeável sobre substrato úmido causa a 
condensação da umidade e descolamento do filme. 
 
6. Diluição excessiva da tinta na aplicação; 
 64
 
7. Aplicação inadequada da tinta. 
Exemplo: 
 
• Incompatibilidade das várias camadas do sistema de pintura, 
secagem muito rápida ou espessura elevada, produzindo 
enrugamentos; 
• Podem ocorrer bolhas se e quando a tinta a ser aplicada não tiver 
sido diluída corretamente. 
 
 
2.64. Formação de bolhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Data de criação: 08/08/2012 17:02:00 
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Última gravação: 18/11/2012 16:25:00 
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