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Direito Processual do Trabalho 1 Conceito Autonomia Principios

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CONCEITO – AUTONOMIA – PRINCÍPIOS
Conceito: O direito processual do trabalho é “... ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de princípios, normas e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos das relações jurídicas tuteladas pelo direito material do trabalho e regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho.” (Leite, 2016, p. 27).
Autonomia: Quanto à autonomia deste ramo do direito, perante o direito processual comum, várias divergências ainda pululam na doutrina, existindo adeptos da teoria monista e da teoria dualista.
Para a teoria monista, atualmente minoritária, o direito processual é um todo unitário, formado por normas que não se diferem em ponto substancial de modo a reivindicar uma divisão própria de ramos conforme o direito material em pleito. Para esta teoria, portanto, existiria apenas o direito processual e não o direito processual civil, processual penal e processual trabalhista.
A teoria dualista, amplamente majoritária na atualidade, sustenta a autonomia do direito processual do trabalho perante o direito processual comum. Tal conclusão se embasa nos seguintes indícios:
- possui o direito processual do trabalho regulamentação própria inserida na CLT;
- possui o direito processual do trabalho princípios e peculiaridades próprias que o distingue dos demais ramos do direito processual;
- a própria CLT determina que o CPC somente seja aplicado de forma supletiva (art. 769 da CLT) de modo a informar a preponderância das normas próprias do direito processual do trabalho sobre as normas do direito processual comum.
Princípios: Parafraseando Celso Antonio Bandeira de Melo, podemos dizer genericamente que princípios são mandamentos nucleares de um sistema, que serve de verdadeiro alicerce do ordenamento jurídico. Constitui uma disposição fundamental que se irradia sobre as diferentes normas de um sistema, compondo-lhes o espírito e servido como critério para sua mais perfeita interpretação. Por retratarem a lógica e a racionalidade desse sistema, confere-lhe sua tônica e lhe dá sentido harmonioso.
Em suma, são normas expressas ou implícitas, dotadas de alto grau de abstração e densidade, as quais detém funções normogenéticas, fomentando a criação de novas normas, hermenêutica, criando nortes interpretativos para demais normas, ordenadora organizando o sistema normativo ao definir suas metas prioritárias; e limitativa ao impossibilitar criação de normas que venha a atentar contra seus primados.
Princípios em Espécie
Princípio da Proteção ou tutelar: baseado no princípio constitucional da igualdade material, visa colocar os litigantes no processo do trabalho em condição de igualdade, garantido à parte hipossuficiente economicamente (o empregado) tratamento diferenciado a fim de que possa amenizar através de instrumentos jurídico processuais as diferenças econômicas existentes em face da parte adversa (empregador), permitindo-se acesso a julgamento mais justo.
Retrata-se este princípio, por exemplo, na regra de gratuidade processual prevista no art. 790,§§1º e 3º da CLT normalmente atribuída apenas ao empregado; das conseqüências do não comparecimento à audiência impostas pelo art. 844 da CLT; das regras de depósito recursal do art. 899, §4º da CLT, possibilidade do empregado em ajuizar reclamação trabalhista sem advogado (art. 791) e até oralmente (art. 840).
- Princípio da Celeridade: embora aplicável a todos os ramos do direito na forma do art. 5º, inc. LXXVIII, da CF, ganha maior aplicação ainda na Justiça do Trabalho eis que esta trata quase sempre de verbas de natureza alimentar. Razão disso, na justiça do trabalho a maior parte dos atos de instrução probatória são concentrados na audiência, as decisões interlocutórias são irrecorríveis, os prazos são contados em dias corridos e não em dias úteis, a execução pode ser feita de ofício pelo próprio juízo etc.
Demais disso a CLT e legislação correlata dispõe quanto ao à ordem de preferência:
 Art. 768 - Terá preferência em todas as fases processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante o Juízo da falência.
  Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:            (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
(...)
        III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.             (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
- Princípio da Gratuidade Processual: encontra-se previsto no art. 790, § 3º da CLT o qual estabelece que: “É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.”
Para obter a gratuidade o reclamante deve firmar declaração de hipossuficiência econômica, ou seu advogado deve solicitar o benefício em petição. Até 26/06/2017 vigorava a orientação jurisprudencial TST n, 331, 304 que dispensava a necessidade de procuração com poderes especiais para que o advogado fizesse o requerimento de gratuidade sem declaração expressa do cliente. A partir de então, o TST editou a súmula 463 a fim de adequar sua sistemática aos termos do art. 105 do CPC o qual exige procuração com poderes específicos para que o advogado possa assinar declaração de hipossuficiência em nome do cliente. Diz a nova súmula:
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO
(conversão da Orientação Jurisprudencial 304 da SBDI-I, com alterações decorrentes do CPC de 2015)
I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.
Quanto ao tempo em que pode ser concedida a gratuidade estabelece a OJ 269/TST:
 JUSTIÇA GRATUITA. REQUERIMENTO DE ISENÇÃO DE DESPESAS PROCESSUAIS. MOMENTO OPORTUNO (inserido item II em decorrência do CPC de 2015) - Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017
I - O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso;
II – Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal, cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7º, do CPC de 2015).
Quanto ao destinatário do benefício, o art. 14, da Lei n. 5.584/70 tratou apenas do trabalhador como destinatário desta benesse, fazendo com que os Tribunais Trabalhistas entendessem que esta não poderia ser estendida aos empregadores. Diz o artigo:
Art 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador.
§ 1º A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
§ 2º A situação econômica do trabalhador será comprovada em atestado fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante diligência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta e oito) horas.Vários Tribunais entretanto, têm entendido que a dicção do supra transcrito artigo, esbarraria no princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, inviabilizando o acesso à Justiça em alguns casos, de modo que hoje é encontrável farta jurisprudência permitindo a concessão de gratuidade ao empregador doméstico, algumas em favor do empregador pessoa física e mais esparsas, porém, existentes, decisões que atribuem o benefício a pessoas jurídicas.
- Princípio da Simplicidade das Formas: decorre do princípio da instrumentalidade das formas e da oralidade dispensando na Justiça do Trabalho formalismos excessivos na prática dos atos processuais.
No caso, tem-se aplicação prática deste princípio, por exemplo, quando o art. 840 da CLT fixa requisitos muito menos exigentes dos delimitados pelos arts. 319 e 320 do CPC. Porém, há dizer que a inicial trabalhista segue apenas os requisitos do art. 840 quando for proposta sem a intervenção de advogado, ou seja, quando a parte postula em causa própria; o próprio jus postulandi do trabalhador é um exemplo de simplicidade das formas; a possibilidade da parte apresentar suas testemunhas diretamente na audiência sem necessidade de prévio depósito de rol etc. 
- Princípio da Oralidade: este princípio não se encontra expressamente previsto nem no CPC, nem na CLT, somente a Lei dos Juizados Especiais trata literalmente do mesmo, porém, na seara trabalhista, entende-se que o mesmo fora adotado, por uma conjunção de artigos que remetem a requerimentos e atos orais que devam ser praticados.
Por este princípio, tem-se que, grande parte dos atos processuais praticados no processo trabalhista tem preponderantemente forma oral, por exemplo:
- o art. 840 da CLT permite que a reclamação trabalhista seja apresentada de forma oral;
- o art. 847 da CLT permite que a defesa seja realizada de forma verbal em 20 minutos na audiência;
- o art. 848, caput, da CLT, permite ao juiz interrogar as parte;
- o art. 848, §2º, da CLT permite ao juiz ouvir as testemunhas;
- o art. 850, da CLT permite razões finais orais;
- a contradita apresentada com base no art. 829 da CLT é oral;
- protestos antipreclusivos art. 795 da CLT.
- Princípio da Concentração dos Atos em Audiência: prestigia a agrupamento de atos processuais com a finalidade de permitir a entrega mais ágil da tutela jurisdicional, contribuindo para com a duração razoável do processo.
Na esfera trabalhista, este princípio encontra-se explícito nos artigos 849 e 852-C da CLT. O primeiro determinando a concentração dos atos de instrução processual numa audiência contínua e o segundo, determinando que as causas trabalhistas de rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas numa audiência uma.
- Princípio da Conciliação: (art. 764 e 831 da CLT) determina que na Justiça do Trabalho se deverá buscar sempre a solução via conciliação entre as partes.
A CLT aliás determina dois momentos em que é obrigatória a tentativa de conciliação entre as partes:
- art. 846, na abertura da audiência;
- art. 850, antes da sentença, após a apresentação das razões finais.
Ademais, a teor do art. 831 da CLT obtida a conciliação, sendo a mesma homologada, a sentença é irrecorrível às partes, sendo passível de impugnação apenas por parte da Previdência Social.
- Princípio da busca da verdade real: este princípio decorre do princípio da primazia da realidade do contrato de trabalho aplicado no direito material e determina que o juiz pode conduzir o processo com o objetivo de alcançar a verdade real, podendo determinar diligências necessárias ao esclarecimento de fatos e indeferir aqueles que considerar inúteis ou meramente protelatórias. Encontra-se previsto implicitamente no art. 765 da CLT.
Exemplos de aplicação prática: declaração de nulidade de cartões de ponto britânicos (súmula 338, III, do E. TST); nulidade do contrato de experiência que foi informado ao empregado e assinado pelo mesmo semanas após o início da atividade.
- Princípio do Jus Postulandi: o art. 791 da CLT permite aos empregados que formulem pessoalmente, sem a intervenção de advogado suas próprias reclamações perante a Justiça do Trabalho. Entretanto sua atividade postulatória fica restrita a atuação perante as Varas e Tribunais Regionais do Trabalho a teor da súmula 425 do TST:
Súmula nº 425 do TST
JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
- Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias: na CLT encontra-se previsto no artigo 893, §1º, o qual determina que as questões incidentes resolvidas no processo por meio de decisões interlocutórias somente serão objeto de reapreciação em recurso contra a decisão definitiva, ou seja, na seara trabalhista não há recurso específico imediato contra as decisões interlocutórias, devendo as mesmas serem combatidas quando da interposição do recurso ordinário tirado contra a sentença.
Tal princípio deve ser interpretado em coerência com as regras de preclusão previstas no art. 795 da CLT que determina que a parte se manifeste na primeira ocasião contra eventuais decisões ou causas de nulidade, por meio dos protestos antipreclusivos.
Assim, proferida decisão interlocutória, caso a parte não concorde com a mesma, deverá apresentar seus protestos para posteriormente questionar a decisão em sede de recurso ordinário.
O Novo CPC rompendo com a sistemática adotada pelo antigo, prevê também este princípio de forma mais mitigada.
Em decorrência dos arts. 995 e 1.015, do CPC, houve redução sobremaneira da recorribilidade imediata das decisões interlocutórias, que atualmente só ensejam recurso de agravo nas situações expressamente previstas naqueles dispositivos.
Exceções ao princípio:
Súmula 214 do TST:
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Portanto, são exceções:
- decisão contraria ao TST
- recurso interno (recurso para o próprio Tribunal – ex. MS perante TRT – indeferimento de liminar posso interpor agravo regimental)
- exceção de incompetência (art. 799, §2, da CLT igual “a” de vara um TRT para de outro TRT ou da Justiça do Trabalho para a Justiça Comum)
- Princípio da Normatização Coletiva: permite à Justiça do Trabalho que através dos processos e dissídios coletivos do trabalho venha a criar normas e condições abstratas e gerais de trabalho aplicáveis a sem número de contratos de trabalho. Trata-se do exercício de uma função de edição de normas, realizada atipicamente pelo Poder Judiciário e que tem sua base no art. 114, §2º, da CF.
Esse poder normativo não é absoluto, pois que deve respeitar limites impostos pela própria CF, em seu art. 7º, assim como normas de ordem pública art. 8º e 444 da CLT.
- Princípio Dispositivo ou da Demanda: também chamado princípio da inércia encontra-se retratado no art. 2º que estabelece que: “O processo começará por iniciativa da parte ...”, ou seja, ao menos via de regra, a jurisdição civil ou trabalhista é inerte, aguarda a provocação da parte interessada sem a qual nenhum juiz, ao menos a princípio, prestará a tutela jurisdicional de ofício (Nemo judex sine actore ou Nemo iudex procedat ex officio).
No direito processual do trabalho a aplicação deste princípio é quase absoluta,ou seja, na maioria absoluta das situações o Juiz do Trabalho não prestará tutela jurisdicional se não for instado a tanto por meio de manifestação do autor. Todavia, há pelo menos duas situações previstas na CLT nas quais o juiz pode iniciar processo sem pedido inicial do próprio autor. Trata-se da situação retratada no art. 39, da CLT o qual permite que a reclamação trabalhista seja iniciada por ofício da Superintendência Regional do Trabalho – SRT, também no caso do art. 878 da CLT que permite ao Juiz do Trabalho promover de ofício a execução do seu julgado e finalmente no caso de instauração de instância pelo presidente do Tribunal nos casos de greve (art. 856 da CLT).
- Princípio Inquisitivo ou do Impulso Oficial: previsto no art. 2º do CPC, parte final, dita que uma vez instaurado o processo este “... se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.”
Assim, após o ajuizamento da demanda pelo autor, o juiz assume o dever de prestar a jurisdição quer lhe permite praticar os atos necessários a impulsionar o processo a sua próxima fase, até seus atos finais.
No processo do trabalho o princípio encontra-se substanciado no art. 765 da CLT, segundo o qual o julgador detém ampla liberdade na direção do processo, devendo velar pelo andamento rápido das causas, podendo inclusive, determinar quaisquer diligências necessárias ao esclarecimento do imbróglio, mesmo que as partes tenham permanecido inertes, podendo da mesma forma limitar e indeferir provas julgadas impertinentes, protelatórias ou excessivas.
Em razão desse princípio o juiz pode por exemplo ter a iniciativa de formação de litisconsórcio, por exemplo no caso de grupo econômico (art. 2º, da CLT), sucessão de empregadores (arts. 10 e 448 da CLT) ou de responsabilidade do empreiteiro principal nas subempreitadas (art. 455 da CLT).
Princípio da Extrapetição: autoriza ao juiz do trabalho o julgamento da causa com a outorga de decisão que não tenha sido postulada pela parte e também com a concessão de direitos que não tenham sido expressamente postulados pelo trabalhador, o que corresponde a uma mitigação do princípio dispositivo ou da inércia da jurisdição. Ex. registro do contrato de trabalho na CTPS, quando se reconhece o vínculo, m esmo que não haja pedido (§ 1º do art. 39 da CLT); a f ixação de multa de 5 % para o cumprimento da sentença que obriga a conceder férias (§ 2º do art. 137 da CLT); a condenação n a multa de 50% as parcelas não quitadas na rescisão (art. 467 da CLT); e a substituição de reintegração por indenização da estabilidade (art. 496).
- Princípio da Subsidiariedade: esse princípio é peculiar ao Direito Processu al Trabalhista. A CLT é a lei ordinária que rege o processo t rabalhista. Entretanto, no que respeita aos dissídios individuais e em alguns casos aos dissídios coletivos, é a própria C LT que estabelece através do didatismo do art. 769, verbis: " nos casos omissos e quando não haja incompatibilidade, o direito processual comum será usado subsidiariamente pelo direito processual do trabalho”. O princípio da subsidiariedade, então, é com a previsão da aplicação de regras processuais do processo comum em complementação das regras processuais da CLT.
Quanto a preceitos do CPC aplicáveis e inaplicáveis à seara trabalhista consultar Instrução Normativa 39/2016 – TST.
Referências
KLIPPEL, Bruno. Direito Sumular TST. 2011. São Paulo: Saraiva;
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 14 ed. 2016, São Paulo: Saraiva;
MACHADO, Ricardo. O princípio da finalidade social como instrumento necessário para motivar a sentença no processo do trabalho IN http://professorrmachado.blogspot.com.br/2014/08/o-principio-da-finalidade-social-como.html
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 38 ed., 2016. São Paulo: Saraiva;
SARAIVA, Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. 8 ed. 2011. São Paulo: Método;

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