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Dois classicos da Filosofia

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Francis Bacon (1561-1626)
	
	Nasceu em Londres em 22 de janeiro de 1561. Sua educação foi direcionada à vida política, onde alcançou posições elevadas. Eleito em 1584 para a Câmara dos Comuns, desempenhou sucessivamente, durante o reinado de Jaime I (1566-1625), ocupou sucessivamente as funções de procurador-geral (1607), fiscal-geral (1613), guarda do selo (1617) e grande chanceler (1618). Em 1618 foi nomeado barão de Verulam e, em 1621, visconde de St. Albans. Acusado de corrupção, foi condenado, em 1621, ao pagamento de pesada multa e proibido de exercer cargos públicos. 
Em paralelo ao seu envolvimento na política elaborou uma importante obra filosófica, recolhida em textos como Novum organum (Novo método) de 1620 e De Dignitate et Augmentis Scientiarum (Sobre a dignificação e progressos da ciência) de 1623. Ambos faziam parte de uma obra maior inacabada Instauratio Magna (Grande restauração), com a qual Bacon tencionava criar uma nova ciência, capaz de restaurar o saber. Como filósofo procurou exaltar a ciência como benéfica ao homem. Nas suas investigações ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo, sendo por isso considerado como fundador da ciência moderna. Francis Bacon elaborou uma classificação das ciências da seguinte forma: 
As Ciências dividem-se em três grupos: 
1)a poesia ou ciência da imaginação; 
2)História ou ciência da memória; 
3)Filosofia ou ciência da razão. 
A História é subdividida em: 
2.1)Natural e 
2.2.)Civil 
A Filosofia é subdividida em: 
3.1)Filosofia da Natureza e 
3.2)Antropologia. 
Francis Bacon também foi um dos mais conhecidos e influentes rosacruzes e um alquimista, tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de Imperator. Estudiosos apontam Bacon como o verdadeiro autor dos famosos manifestos rosacruzes, Fama Fraternitatis (1614), Confessio Fraternitatis (1615) e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz (1616). 
Francis Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida, tentando realizar na prática seu método. No inverno de 1626 estava envolvido com experiências sobre conservação através do frio. Desejava saber por quanto tempo o frio poderia preservar a carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo e ele acabou não resistindo ao rigoroso inverno daquele ano. Morreu em 9 de abril, vítima de uma bronquite. No ano seguinte foi publicada a Nova Atlantis (Nova Atlântida), na qual Bacon descreve a cidade ideal dos sábios. 
Efetivamente, Bacon não realizou nenhum grande progresso nas ciências naturais. Mas foi ele quem primeiro esboçou uma metodologia racional para a atividade científica. Sua teoria dos idola antecipa, pelo menos potencialmente, a moderna sociologia do conhecimento. Foi um pioneiro no campo científico e um marco entre o homem da Idade Média e o homem Moderno. Ademais, Bacon foi um escritor notável. Seus Essaios são os primeiros modelos da prosa inglesa moderna. 
A TEORIA DOS "IDOLOS". 
O conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. A ciência antiga, de origem aristotélica, que se assemelha a um puro passatempo mental, é por ele criticada. A ciência deve restabelecer o império do homem sobre as coisas. 
No que se refere ao Novum Organum, Bacon preocupou-se inicialmente com a análise de falsas noções (ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens que dizem fazer ciência. É um dos aspectos mais fascinantes e de interesse permanente na filosofia de Bacon. Esses ídolos foram classificados em quatro grupos: 
A verdadeira filosofia não é, exclusivamente, a ciência das coisas divinas e humanas, não é a simples busca da verdade. É também algo de prático. Para se alcançar uma mentalidade científica, é necessário expurgar a mente de uma série de preconceitos ou ?ídolos?, de que enumera quatro classes: 
1) ÍDOLOS DA TRIBO, ou os inerentes à natureza humana, que se referem em particular ao hábito de esperar mais ordem nos fenômenos do que a que realmente pode ser encontrada; Ocorrem por conta das deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis. São assim chamados porque são inerentes à natureza humana, à própria tribo ou raça humana. Astrologia, alquimia e cabala são exemplos dessas generalizações; 
2) ÍDOLOS DA CAVERNA, ou os preconceitos pessoais do próprio investigador; Resultam da própria educação e da pressão dos costumes. Há, obviamente, uma alusão à alegoria da caverna platônica; 
3) ÍDOLOS DA VIDA PÚBLICA, ou os que se relacionam à tirania das palavras e à influência dos hábitos verbais sobre a liberdade do espírito; Estes estão vinculados à linguagem e decorrem do mau uso que dela fazemos; 
4) ÍDOLOS DO TEATRO, ou os que dizem respeito ao pensamento tradicional e se referem sobretudo ao sistema aristotélico e à filosofia medieval. Decorrem da irrestrita subordinação à autoridade (por exemplo, a de Aristóteles). Os sistemas filosóficos careciam de demonstração, eram pura invenção como as peças de teatro. 
O MÉTODO 
O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico aristotélico mas sim da observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos. 
Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da presença (responsável pelo registro de presenças das formas que se investigam), a tábua de ausência (responsável pelo controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a tábua da comparação (responsável pelo registro das variações que as referidas formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão suporte ao método indutivo mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo que a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia. 
O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar, Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou a importância da dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para isso, talvez, foi o fato de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que costumava ligar a matemática ao uso que dela fizera Platão. 
O método de Bacon visa a apresentar uma nova maneira de estudar os fenômenos. A descoberta de fatos verdadeiros não depende de esforços puramente mentais, mas sim da observação, da experimentação guiada pelo raciocínio indutivo. 
Pela concordância e concomitante variação dos fenômenos observados, pode-se chegar ao conhecimento da verdadeira causa que os determina. O filósofo aconselha para isso que, descritos os fatos, sejam colocados numa tábua os exemplos de ocorrência do fenômeno e, em outra, os de sua ausência. Por esse processo eliminam-se as várias causas que não se relacionam ao efeito ou fenômeno estudado. Numa terceira tábua registra-se a variação de sua intensidade. Seriam assim eliminadas as causas não pertinentes e se chegaria, pelo registro da presença e das variações, à verdadeira causa. 
PRINCIPAIS OBRAS FILOSÓFICAS 
As obras filosóficas mais importantes de Bacon são Instauratio magna
(Grande restauração) e Novum organum. Nesta última, Bacon apresenta e descreve seu método para as ciências. Este novo método deverá substituir o Organon aristotélico. 
Seus escritos no âmbito filosófico podem ser agrupados do seguinte modo: 
1) Escritos que faziam parte da Instauratio magna e que foram ou superados ou postos de lado, como: De interpretatione naturae (Da interpretação da natureza), Inquisitio de motu (Pesquisas sobre o movimento), Historia naturalis (História natural), onde tenta aplicar seu método pela primeira vez; 
2) Escritos relacionados com a Instauratio magna, mas não incluídos em seu plano original. O escrito mais importante é New Atlantis (Nova Atlântida), onde Bacon apresenta uma concepção do Estado ideal regulado por idéias de caráter científico. Além deste, destacam-se Cogitationes de natura rerum (Reflexões sobre a natureza das coisas) e De fluxu et refluxu (Das marés); 
3) Instauratio magna, onde Bacon procura desenvolver o seu pensamento filosófico-científico e que consta de seis partes: (a) Partitiones scientiarum (Classificação das ciências), sistematização do conjunto do saber humano, de acordo com as faculdades que o produzem; (b) Novum organum sive Indicia de interpretatione naturae (Novo método ou Manifestações sobre a interpretação da natureza), exposição do método indutivo, trabalho esse que reformula e repete o Novum organum; (c) Phaenomena universi sive Historia naturalis et experimentalis ad condendam philosophiam (Fenômenos do universo ou História natural e experimental para a fundamentação da filosofia), versa sobre a coleta de dados empíricos; (d) Scala intellectus, sive Filum labyrinthi (Escala do entendimento ou O Fio do labirinto), contém exemplos de investigação conduzida de acordo com o novo método; (e) Prodromi sive Antecipationes philosophiae secundae (Introdução ou Antecipações à filosofia segunda), onde faz considerações à margem do novo método, visando mostrar o avanço por ele permitido; (f) Philosophia secunda, sive Scientia activa (Filosofia segunda ou Ciência ativa), seria o resultado final, oragnizado em um sistema de axiomas. 
Links 
http://ich.ufpel.edu.br/economia/professores/nelson/metodecon/novum_organum.pdf 
Versão eletrônica do livro ?Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da Natureza? 
Autor: Francis Bacon 
Tradução e notas: José Aluysio Reis de Andrade 
Créditos da digitalização: Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia) Homepage do grupo: http://br.egroups.com/group/acropolis/ 
http://www.luminarium.org/sevenlit/bacon 
Contem biografia, ensaios sobre Francis Bacon e uma loja virtual das obras disponíveis de e sobre o autor para compra. Em inglês. 
Fonte: Todas as fontes constam na postagem LINHA DO TEMPO DA FILOSOFIA
	 
	
	
	
Aristóteles (384-322 a.C.)
Nasceu em Estagira (por isso chamado "o Estagirita"), na Macedônia, em 384 a.C. Viveu em Atenas desde 367, filho de Nicômaco, médico do rei Amintas II da Macedônia (pai de Filipe), descendente de uma das famílias de Asclépiades, eram famílias que se dedicavam à arte da medicina e cujos ensinamentos eram transmitidos de pai a filho. Foi por vinte anos discípulo de Platão. Com a morte do mestre, instalou-se, provavelmente instigado por Platão, em Assos, na Tróade, na corte do tirano Hérmias de Atarnéia. Ali inicia os seus ensinamentos e elaborar suas pesquisa biológicas ao mesmo tempo em que participa da vida política, o que virá acarretar em um primeiro exílio com o assassinato de Hérmias. É chamado em 343 à corte de Filipe da Macedônia para cuidar da educação de seu filho, que passaria à história como Alexandre o Grande. Pouco depois da morte de Alexadre, Aristóteles retorna à Atenas, onde funda o Liceu, escola rival da Academia, Aristóteles ensinava sob um pórtico. Durante 13 anos dedicou-se ao ensino e à elaboração da maior parte de suas obras. Se com Platão a filosofia já havia alcançado extraordinário nível conceitual, pode-se afirmar que Aristóteles - através do rigor de sua metodologia, pela amplitude dos campos em que atuou e por seu empenho em considerar todas as manifestações do conhecimento humano como ramos de um mesmo tronco - foi o primeiro pesquisador científico no sentido atual do termo. 
Todas as obras publicadas por Aristóteles se perderam, com exceção da Constituição de Atenas, descoberta em 1890. As obras conhecidas resultaram de notas para cursos e conferências do filósofo, ordenadas por alguns discípulos e depois, de forma mais sistemática, por Adronico de Rodes (c. 60 a.C.). 
As principais obras de Aristóteles, agrupadas por matérias, são: 
(1) Lógica: Categorias, Da interpretação, Primeira e segunda analítica, Tópicos, Refutações dos sofistas; 
(2) Filosofia da natureza: Física; 
(3) Psicologia e antropologia: Sobre a alma, além de um conjunto de pequenos tratados físicos; 
(4) Zoologia: Sobre a história dos animais; 
(5) Metafísica: Metafísica; 
(6) Ética: Ética a Nicômaco, Grande ética, Ética a Eudemo; 
(7) Política: Política, Econômica; 
(8) Retórica e poética: Retórica, Poética. 
Aristóteles compreendeu a necessidade de integrar de forma coerente o pensamento anterior a sua própria pesquisa. Por isso começa procurando resolver as contradições do conhecimento do ser acumuladas por seus antecessores: unidade e multiplicidade, percepção intelectual e percepção sensível, identidade e mudança, problemas fundamentais, ao mesmo tempo, do ser e do conhecimento. 
O projeto de Aristóteles visa, em última análise, restabelecer a unidade do homem consigo mesmo e com o mundo, tanto quanto o projeto de Platão, baseado numa visão do cosmos. Entretanto, Aristóteles censura Platão por ter seguido um caminho ilusório, que retira a natureza do alcance da ciência. Aristóteles procura apoio na psicologia. O ser existe diferentemente na inteligência e nas coisas, mas o intelecto ativo, que é atributo da primeira, capta nas últimas o que elas têm de inteligível, estabelecendo-se dessa forma um plano de homogeneidade. 
Com a morte de Alexandre (323), Aristóteles teve de fugir à perseguição dos democratas atenienses, refugiando-se em Cálcide, na Eubéia, onde morreu em 322 a.C. 
RESENHA DE OBRAS (Os Pensadores) 
*TÓPICOS – Integra o Organon – conjunto de escritos lógicos de Aristóteles – e examina os argumentos que partem de opiniões geralmentes aceitas. Aqui se situa a dialética, na concepção aristotélica: a arte da discussão e do confronto de opiniões, importante exercício intelectual que prepara o espírito para a construção da ciência. As atuais pesquisasobre a lógica do pensamento não formalizável, desenvolvidas pela Teoria da Argumentação ou Nova Retórica, ressaltam o interesse dos Tópicos para a compreensão da estrutura da argumentação utilizada não apenas pela linguagem corrente, como também pela Publicidade, pela Jurisprudência, pelas CiênciasSociais e pela Filosofia 
* DOS ARGUMENTO SOFÍSTICOS 
Complementam os Tópicos e investigam os principais tipos de argumentos capciosos: aqueles que são um simulacro da verdade, aparentando ser genuínos quando de fato são falsos. 
* METAFÍSICA 
Uma das obras que mais influenciaram o desenvolvimento da filosofia ocidental, Aristóteles investiga as causas do surgimento da especulação filosófica, a partir de outras atividades humanas, e oferece sua interpretação crítica das doutrinas dos filósofos que o antecederam - preparando a exposição de suas próprias idéias. 
* ÉTICA A NICÔMACO 
Aplicando à análise do agir humano seus postulados metafísicos. Aristóteles discute conceitos éticos fundamentais, como felicidade e virtude, detendo-se na apreciação de várias virtudes particulares. 
* POÉTICA 
O que é poesia, suas diferentes espécies, suas origens, a comédia e a tragédia, poesia e história - são alguns dos temas dessa obra de Aristóteles que marcou profundamente os estudos posteriores sobre a arte literária. 
DICA DE SÍTIO VIRTUAL: http://www.obrasdearistoteles.net 
Segue abaixo descrição deste site (ou sítio como bem
falam nossos irmãos lusitanos). É necessário cadastrar-se para ter acesso ao material lá disposto. ‘O objetivo do projeto OBRAS COMPLETAS DE ARISTÓTELES consiste em tornar acessível ao leitor português a totalidade da coleção aristotélica, aí incluídos os cerca de trinta tratados completos que subsistiram até aos nossos dias, os textos que, de modo fragmentário, foram transmitidos pela tradição e ainda as sete obras apócrifas que circularam em época tardia sob o nome de Aristóteles. Ao propor-se levar a cabo a tradução coletiva deste conjunto, o presente projeto torna-se, a nível mundial, o primeiro e, até ao momento, o único a englobar a integralidade do legado aristotélico. Este projeto é promovido pelo Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, com a colaboração de outros institutos de investigação científica nacional, e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. A publicação é assegurada pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda. No portal www.obrasdearistoteles.net encontra-se, para além da descrição do projeto, do plano e calendário da edição e do elenco dos colaboradores e instituições participantes, uma base de dados com a bibliografia fundamental de e sobre Aristóteles, em permanente atualização, e o texto completo de todos os volumes publicados, o qual será disponibilizado ao mesmo tempo que a entrada em circulação da versão em papel. Compreensivelmente, esta última facilidade está reservada a investigadores, docentes, alunos de graduação e pós-graduação, intercâmbio com outras instituições ou situações análogas expressamente tipificadas. Para beneficiar dela, deverá o interessado inscrever-se através do formulário existente para o efeito. As propostas serão atentamente consideradas. Todas as sugestões, correções e críticas são bem-vindas. Agradece-se em especial a colaboração no desenvolvimento da bibliografia, que se deseja tão completa quanto possível.’ 
É NECESSÁRIO SE CADASTRAR 
Fonte: Todas as fontes constam na postagem LINHA DO TEMPO DA FILOSOFIA

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