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Apostila de Ciências do Ambiente - Parte 1

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1 
CIÊNCIAS 
 
DO 
 
AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: Eduardo Rezende de Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 DO PONTO DE VISTA SÓCIO-AMBIENTAL 
 2. OBJETIVO 
3. MEIO AMBIENTE 
 3.1 DEFINIÇÕES 
4. O HOMEM E A NATUREZA 
 4.1 A CRISE AMBIENTAL 
 4.2 POPULAÇÃO 
 4.3 NUM PASSADO MUITO DISTANTE 
 4.4 A PREOCUPAÇAO COM QUESTÕES AMBIENTAIS 
 4.5 LENTO, MAS NÃO INERTE 
5. ECOLOGIA 
 5.1 BIOSFERA 
 5.2 ECOSSISTEMA 
 5.3 COMUNIDADES E POPULAÇÕES 
 5.4 SISTEMAS E ORGANISMOS 
 5.5 OUTRAS DEFINIÇÕES 
 5.6 CADEIA ALIMENTAR 
6. RECURSOS NATURAIS 
 6.1 ÁGUA, UM BEM FINITO 
 6.2 ATMOSFERA-AR 
 6.3 SOLO 
 6.4. MATAS E FLORESTAS 
7. POLUIÇÃO 
 7.1 POLUIÇÃO FÍSICA 
 7.2 POLUIÇÃO QUÍMICA 
 7.3 POLUIÇÃO BIOLÓGICA 
 7.4 POLUIÇÃORADIOATIVA E NUCLEAR 
 8. ENERGIA 
 8.1 FONTES E TIPOS 
 9. LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS 
 9.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 10. LIXOS / RESÍDUOS E SEUS TRATAMENTOS 
 10.1 FONTES, TIPOS E DESTINAÇÕES 
 11.GRANDES CONSEQUÊNCIAS 
 11.1 O EFEITO ESTUFA 
 11.2 O PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO 
 11.3 AS CHUVAS ÁCIDAS 
 11.4 O BURACO NA CAMADA DE OZONIO 
 12. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 
 11.1 ASPECTOS E IMPACTOS 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
Nunca o tema Meio Ambiente foi tão abordado como têm acontecido atualmente. 
Independente de qual seja o meio dessa propagação, o importando é que de alguma forma 
se despertou a devida atenção para a questão, digna de toda preocupação. 
 
Existe uma gama de situações e fatos voltados para o Meio Ambiente, que vão desde os 
casos mais simples aos mais complexos. Alguns desses relatos são lembrados como 
exemplo e há orgulho no acontecido, ao passo em que outro há muita vergonha, devido a 
grande falta de respeitos nos tratos com a mãe natureza. 
 
Analisando as questões profundamente, é percebido que a preocupação voltada para o 
meio ambiente é, geralmente, considerada altruística, isso porque se busca tratar bem da 
Natureza, mas pensando no próprio futuro, na perpetuação da espécie humana. 
 
Deste modo, se vê que os conflitos são antagônicos, generalizados e, muitas das vezes 
encontrados dentro do próprio homem, onde se presencia uma série de maus tratos e 
desalentos, que quase sempre culminam em danos ambientais. 
 
Paralelamente a isso, encontra-se um mundo de pessoas extremamente preocupadas, 
bastantes interessadas, que não raro encontra-se colocadas em postos estratégicos como na 
Política, Educação, Organizações Governamentais, importantes Indústrias e até mesmo em 
Órgãos Ambientais. Acontece que infelizmente, não podemos afirmar que há um amplo 
domínio do assunto na maioria das pessoas que ocupam tais cargos, que deveriam 
disseminar conhecimentos, propor ações de melhorias, elaborar boas leis, ou simplesmente 
cuidar da destinação correta de seus próprios resíduos. 
 
A situação é sempre regada com descaso ou com falta de informação. Por exemplo, há 
muitos profissionais que se denominam gestores ambientais, mas, no entanto, nem mesmo 
sabem os conceitos básicos de gestão. A gestão ambiental não é simplesmente um titulo de 
destaque ou uma mera função dentro da empresa, vai além disso, é ter preciso ter 
qualificação adequada e boa consciência de que realmente está envolvido, ter expressa 
visão global de sua magnífica importância sob a ótica do desenvolvimento sustentável. 
 
A ausência desse conhecimento tem acarretado verdadeiros prejuízos, tem levado 
pessoas a tomar decisões extremamente equivocadas e desequilibradas. 
 
Todavia, também existem alguns bons motivos para se alegrar. Anualmente milhares e 
milhares de pessoas afluem para o imprescindível time dos ditos “ambientalmente 
conscientizados”, e que agora com muita propriedade multiplicam o que realmente 
aprenderam. 
 4 
 
Além disso, diversos profissionais, em especial os “verdadeiros” gestores ambientais, 
se qualificarem intencionados a, entre outras coisas, lutar pela prevenção do meio ambiente. 
 
É verdade que é necessário um movimento muito maior se a humanidade quiser 
realmente pensar em reverter o quadro anual e evitar a colisão com as catástrofes 
anunciadas, que por hora parecem ser até inevitável. Mas, é admissível que as empreitadas 
positivas vêm surtindo um considerável efeito, certamente nunca antes observado. 
 
A força dessa manifestação crescente está tão evidente que ganha, a cada dia que passa, 
destaque na veiculação dos mais importantes meios de comunicação do mundo inteiro. 
 
Há quem afirme que tudo isso é semelhante à motivação e aos movimentos que 
precederam a revolução industrial na segunda metade do século XVIII. Em outras palavras, 
tudo isso pode ser incidido de que o mundo está à beira de uma verdadeira “revolução 
ambiental”. Ao menos é o que se almeja. 
 
Historicamente o alerta entrou nas pautas dos governos mundiais, de forma definitiva e 
incondicional, do mesmo jeito se integrou aos assuntos cotidianos da sociedade mundial, 
seja por iniciativa privada ou pública, coletiva ou individualmente. De fato o tema Meio 
Ambiente definitivamente entrou (ainda que timidamente) nas escolas, industriais, na 
política, etc. 
 
No ínterim, surgem no cenário mundial das ONG‟s (organizações Não-
Governamentais) complementando e de certo modo defendendo a opinião publica, algumas 
com opiniões sutis, suaves, outras com expressivas visões, encaradas por muitos como 
radicas. Em meio a tudo que se fala e faz percebe-se uma forte arraigação cultural, onde há 
os que defendem um simples ajuste de conduta, e os que inegociavelmente gritam pelo 
retorno dos costumes praticados antes da revolução industrial. Essas divergências aparecem 
e são assim contempladas. 
 
No repente do confronto entre o achismo e a certeza, talvez fosse mais interessante 
estimular a visão holística não se limitando em apoiar um vertente ou outra, mas unindo 
idéias e idéias. 
 
Deste modo, é intrigante a lembrança do antigo e bem sucedido modo de vida das 
décadas passadas. Havia uma perfeita integração com o ecossistema local, tudo era mais 
simples e viver era bem mais fácil. Os indesejáveis lixões não tinham as proporções de 
hoje, pois o consumo era menor, os produtos tinham menos embalagem, que por sua vez 
geravam uma quantidade irrisória de lixo, e assim sucessivamente. Ainda falando dessa 
época, outro exemplo digno de nota era do tratamento dado ao lixo orgânico, em especial 
os restos de comidas, que eram lançados aos animais domésticos ou dispensados em 
pequenos canteiros de hortaliças. Essa prática evitou por muito tempo a concentração e o 
aumento de volumes em lixões. Mesmo sem saber, o fluxo da cadeia alimentar era 
perfeitamente contemplado. 
 
 
 5 
 
 
 
1.1 Do ponto de vista sócio-ambiental 
 
Diversas pesquisas, que são feitas constantemente ao redor do mundo, apontam que 
os entrevistados consideram como importante os assuntos relacionados com o meio 
ambiente. 
De fato, a degradação do meio ambiente afeta todos, põe em risco a saúde dos 
habitantes, bem como do próprio planeta. 
 
Porém, a grande maioria ainda persiste em tratar o assunto com pleno descaso. 
Infelizmente o pensamento enganoso de que o problema ambiental só afeta outras 
vizinhanças está contido nessas pessoas. Mas, quer aceitem isso, quer não, a indiscriminada 
destruição do planeta - mais cedo ou mais tarde - atingirá individualmente a todos. É bem 
possívelaté que já afete vários aspectos das vidas das pessoas sem mesmo que elas se dêem 
conta disso. 
 
O progresso de um modo geral chegou e trouxe muitas novidades boas, veio 
também acompanhado de vários mecanismos de controles ambientais voltados para 
indústrias, o que deveria deixar as pessoas mais tranqüilas e seguras, mas é justamente esse 
progresso e seus mecanismos de controles ambientais que têm tirado o sono delas. 
 
Certamente é apreciável o avanço e suas invenções tecnológicas, e principalmente o 
que elas proporcionam. Mas é apropriado analisar seguinte declaração contida no relatório 
de desenvolvimento humano da ONU-2001 : “Cada avanço tecnológico traz benefícios e 
riscos em potencial, algum dos quais não são fáceis de prever”. 
 
Em outras palavras, as invenções tecnológicas trazem um limitado (ou pequeno) 
numero de benefícios, ao posso que os efeitos colaterais, em muitos dos casos, são 
desconhecidos, podendo trazer conseqüências desastrosas. Compare, por exemplo, com o 
caso da exploração dos combustíveis fosseis e dos alimentos geneticamente modificados, os 
transgênicos. 
 
A destruição do meio ambiente não é singular ou local, então para uma solução 
apropriada seria necessária a colaboração de todos os governos mundiais. Sabendo-se 
porem, que apenas um pequeno grupo está disposto a cooperar. 
 
Cabe lembrar que o tempo é um fator adverso nessa questão, a urgência predomina. 
O fundo mundial para a natureza declarou que 30% dos recursos naturais da terra foram 
perdidos entre 1970 e 1995. 
 
Torna-se importante mais do que nunca à mudança de comportamento, através da 
boa conscientização e da ação. Sobre tudo, não se limitar em mudar as pessoas, mas 
também todo o modelo de vida atualmente praticado na sociedade mundial. 
 
 6 
Em meio a toda essa tempestade de fatos e opiniões surgem perguntas intrigantes, 
que naturalmente as pessoas se fazem quando olham para o passado e simultaneamente 
pensam no futuro. 
 
Indagações cujas respostas são sempre carregadas de incertezas, e que permeiam as 
vidas, tais como: 
- Como foi que o mundo turbulento de hoje, chegou ao ponto que se encontra? 
- Onde tudo isso vai parar? 
Independentemente do que se quer ouvir, sabe-se apenas que as respostas são 
imparciais e sem qualquer vinculo com o que se deseja no intimo, com certeza retratarão o 
resultado de tudo aquilo que está sendo plantado. 
 
Nisso surge outra pergunta: Como realmente é possível ajudar? 
Segundo a visão desse trabalho, absorver conhecimento preciso e agir em harmonia 
com ele é o começo ideal. 
 
Adquirir informação é fundamental para a participação no processo de reconstrução 
cultural, além de praticas positivas. 
 
Segundo o objetivo central desse trabalho, existem dois pontos essenciais que 
significam êxito no que tange ao meio ambiente, os quais são conhecimento e boa prática, 
cujos detalhes serão considerados no próprio artigo. 
 
 
2. Objetivo 
 
Esse trabalho é fundamentado no principio de que a profunda conscientização - que 
vai muito além da simples educação - nas questões ambientais resulta em um sólido 
comprometimento do homem com o Meio Ambiente. 
 
Isso acontece porque se alcança o pleno entendimento das verdadeiras questões, 
valores e razões que permeiam o Meio Ambiente traduzido em “porque agir em favor da 
causa” e “como agir em favor da causa”. 
 
Deste modo, se entende que há um passo fundamental para que o cidadão comum e o 
profissional se harmonizam com os requisitos ambientais mínimos, o qual é expresso no 
objetivo. 
 
 Fornecer informações apropriadas sobre Educação Ambiental e Gestão Ambiental, 
de modo a se produzir bases concretas de conhecimentos que possam servir de 
orientações tanto para o cidadão comum, como para o profissional, no momento em que 
for necessário tomar decisões. 
 
Entende-se que a aplicação de tal objetivo possa influenciar e servir de orientação para 
se alcançar à perpetuação de uma equilibrada relação entre o homem e a natureza. 
 
 7 
 
 
 
3. Meio Ambiente 
 
Ao se prestar atenção de forma especial ao que se encontra ao redor, considerando 
um certo senso estratégico de observação, independente de onde esteja, não é difícil de 
perceber - e até de explicar - o que é meio ambiente. Nesse sentido, todas as condições 
minuciosamente avaliadas ou não, representam o meio ambiente. 
 
Entretanto, quando a questão é definir conceitos a situação muda de figura. 
 
Atualmente existem varias definições para expressão “meio ambiente”, cada uma 
com sua particularidade, sendo umas mais especificas e detalhadas, e assim por diante. 
 
O fato é que, por mais incrível que possa parecer, todas essas definições 
provavelmente estejam corretas - dentro de cada ponto de vista, pois conceitualmente não 
há uma definição matriz ou uma verdade maior que a outra. 
 
Sem pretensões de alimentar quaisquer discussões sobre o tema, acreditando apenas 
no valor da contribuição ao assunto, esse trabalho acredita que “meio ambiente” é um 
conjunto de fatores. 
 
Baseado nisso expressa três definições, que seguem: 
 Na visão geral 
Meio Ambiente é local onde se vive, trabalha, exerce qualquer atividade, tendo como 
origem desse meio, fatores naturais ou mesmo antrópicos . 
 
 Na visão estritamente ambiental 
Meio Ambiente é a união de parte ou de todos os componentes: Solo, Ar, Água, área 
(espaço), Fauna, Flora,Homem,e fatores físico-químicos. 
 
 Na visão sócio-ambiental 
Meio Ambiente é a interação da biota, abiota, homem e fatores de atividades financeiras 
que de alguma forma influenciam na sobrevivência do ser vivo, destacando o homem. 
 
Conforme citado, possivelmente estão corretas as demais definições encontradas em 
livros, jornais, outros, que se referem ao “meio ambiente” como meio natural (plantas, 
animais, insetos); meio onde se exerce atividades ou simplesmente onde se esta; meio onde 
há ou não influencia antrópica. 
 
Na realidade, esse é um assunto realmente muito complexo, tanto de conceitos 
quanto da própria ciência ambiental, e as discussões ao seu redor não se esgotam, ao 
contrario se acendem e aumentam a cada dia. Veja por exemplo, o mais novo “Meio” 
criado: o ambiente virtual. 
 
 8 
Quanto à ciência ambiental (do Meio ambiente) temos somente a certeza que, ainda 
sabemos bem pouco sobre ela, pois se trata de uma recém criada disciplina de estudo. 
 
 
 
4. O homem e a Natureza 
 
4.1 A Crise ambiental 
 
Relação entre os principais componentes da crise ambiental: 
 
 
 População 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recursos Naturais Poluição 
 
 
Cada vértice deste triângulo está relacionado com os outros. Uma variação 
significativa de qualquer um destes vértices pode implicar uma grande mudança nos outros 
elementos. 
 
 
4.2 População 
 
A população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6,5 bilhões no ano de 
2006, com uma taxa de crescimento de aproximadamente 1,13% ao ano. Cerca de 19% 
deste total pertencem aos países desenvolvidos, com os restantes 81% pertencendo aos 
países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. 
 
O gráfico a seguir, mostra a curva de crescimento da população: 
 
 
 
 
 
 9 
 
 
 
 Bilhões 
 de 
 pessoas
 
 
 10 
 
 9 
 
 8 
 
 7 
 
 Revolução 6 
 Industrial 
 5 
 
 peste4 
 negra 
 3 
 
 2 
 
 1 
 
 
tempo 8000 6000 4000 2000 2000 2100 
 
 Idade AC. DC 
 da 
 pedra 
 
 
 
Podemos observar no gráfico dois pontos importantes com relação ao crescimento 
populacional: Entre os anos de 1347 e 1351, a peste bubônica assolou a Europa com mais 
de 75 milhões de mortos. Por volta de 1850, com a revolução industrial, inicia-se a era 
tecnológica e uma conseqüente redução na taxa bruta de mortalidade em quase todo o 
mundo. 
 
Hoje nascem cerca de 352.000 habitantes por dia em todo o mundo, contra uma 
mortalidade de 150.000. Isto representa 202.000 pessoas por dia a mais em nosso planeta, 
1,4 milhões por semana ou 74 milhões por ano. 
 
 10 
Vejamos a tabela a seguir: 
 
 
 
 
 Pais População Densidade Demográfica Taxa de 
 ( milhões ) ( hab./km2 ) Crescimento 
 2006 2006 anual (%) 
 
 
China 1.341.089 139 0,6 
 
Índia 1.097.633 334 1,5 
 
EUA 294.642 31 0,6 
 
Indonésia 246.490 129 1,6 
 
Brasil 188.706 22 1,2 
 
Paquistão 160.463 200 2,1 
 
Bangladesh 147.416 1.024 2,1 
 
Nigéria 144.610 156 2,6 
 
Rússia 142.673 9 - 0,4 
 
Japão 127.575 337 0,1 
 
 
 
A partir de agora será necessário iniciar uma viagem ao passado, na tentativa de 
buscar respostas que possam nos ajudar a entender e a resolver questões sobre o futuro. 
Será analisado minuciosamente cada capítulo da história construída pela trajetória do 
homem sobre a terra, sempre permeando o tema principal, o Meio Ambiente, que será 
abordado de forma transparente e imparcial. 
 
Deste modo, serão acessadas preciosas informações que permitirão entender melhor 
a antiga e eterna relação entre o homem e a natureza. 
 
Gradativamente, os assuntos retornarão aos dias atuais, quando se poderá ter 
oportunidade de analisar pontos que talvez estivesse sido esquecido, não entendidos ou 
mesmo desconhecido. Naturalmente, ao passo que se retorna dessa viagem ao passado, se 
adquiri condições de tirar maior proveito das informações analisadas, visto que se terá por 
refinada a visão crítica, a percepção e o entendimento. 
 11 
 
Conhecer a história do homem sobre a terra permitirá conhecer alguns importantes 
acontecimentos, seus erros e acertos, bem como o que os motivou a agir de tal maneira. 
Estes que foram decisivos na mudança de cultura e respectivamente de comportamento 
influenciado para sempre no convívio com o planeta. 
 
 
4.3 Num passado muito distante 
 
Há milhares de anos atrás o homem levava uma vida tranqüila e harmoniosa com a 
natureza. Havia uma completa instituição num excelente convívio e nas explorações 
simples dos recursos naturais. Havia uma verdadeira sustentabilidade e conseqüentemente 
um irrisório ou nenhum impacto ambiental. 
 
Porém esse comportamento sofreria consideráveis mudanças ao longo do tempo e 
transformar-se-ia em hostil. 
 
A boa relação do homem com a natureza começou a se degradar lentamente a partir 
de alguns marcos, como o domínio do fogo e a invenção de ferramentas, as quais serviriam 
para fomentar a subordinação do animal ao homem. 
 
Além disso, um outro passo influenciador na alteração do comportamento foi à 
formação de pequenos grupos ou socialização. 
 
O homem primata começou então a desenvolver comunicação, associação, controlar 
o fogo, caçar e se tornar onívoro. 
 
Sobre tudo, um dos fatores mais marcantes foi à mobilidade do homem. O homem 
ter deixado de ser nômade foi um dos maiores passos rumo a degradação, agora instalado 
em moradia fixa não daria mais tempo hábil para a natureza local se recuperar, conforme 
antes. E agravante, o homem começou o processo de agricultura, que bem mais tarde seria 
bastante danoso quando na exploração comercial. 
 
Unindo idéias e combinando invenções o homem mesmo sem saber, começou a 
praticar o que hoje é chamado de “tecnologia”. Na época, os típicos exemplos de satisfação 
tecnológica, eram as lanças e arpões além do uso do sílex para as ferramentas. 
 
A partir de então começariam a aparecer significativas modificações no ambiente 
natural, dando uma acelerada no processo de degradação da relação do homem com a 
natureza. Redução dos matos, interferências nos ecossistemas, geração de lixo (até então 
somente orgânicos). 
 
Desde então o homem passou a conviver, e a contribuir, com um processo lento e 
talvez irreversível de predação ambiental. 
 
 12 
Os próximos passos, infelizmente, não seriam da mesma forma. Trariam 
rapidamente impactos como nunca, alterações radicais, mudanças extremamente 
prejudiciais. Tudo isso em tão pouco espaço de tempo. 
 
Entre o século XVI até XX, se observa que o homem destruiu tanto em tão pouco 
tempo. Com a descoberta e o uso dos combustíveis fóssil, o uso em grande escala da 
energia elétrica e a revolução industrial o planeta entrou em absoluto colapso, um caos, 
dando início a uma destruição voraz como nunca antes observada. 
 
Paralelamente a isso, a descoberta e o uso de princípios químicos, biológicos e 
físicos, ajudaram na ampliação do chamado “desenvolvimento”, que mais tarde 
apresentaram suas conseqüências degenerativas. 
 
Em nome do progresso os negócios avançaram, surgiram mais indústrias, máquinas 
foram fabricando dinheiro e poluição. Com isso, rapidamente o combustível fóssil se torna 
precioso e sua exploração agora hiper valiosa, cresce sem precedentes. A queima 
desenfreada desse e construção de fontes geradoras de energias (com destaque para a 
nuclear e hidroelétrica), sutilmente surgem no cenário como aspectos muito significativos. 
 
Atraídas pela oferta de trabalho, as pessoas abandonaram a vida rural e passaram a 
contribuir para o aumento extraordinário da concentração populacional nas grandes cidades 
- fato esse que nunca mais voltou ao seu estado original. 
 
No ínterim, presencia-se um desequilíbrio na expansão populacional e 
conseqüentemente surge o grave impacto sócio-ambiental. E com ele a falta de saneamento 
básico e a ausência de um controle de pragas e doenças, entre outros. 
 
Em conseqüência a tudo isso, se agravam os problemas ambientais, como a 
degradação dos ecossistemas, o consumo desmoderado de água e energia, a poluição e o 
alto volume de dejetos humanos. Nisso, surge no cenário um dos maiores vilões ambientais 
de todos os tempos - aquele que até hoje é um imenso e constante incomodo: O lixo. 
 
Em resumo, se pode afirmar que o homem sempre se beneficiou dos recursos 
naturais. Porém, com o passar do tempo essa postura foi se modificando de amigável e 
interativa para impactante e degenerativa. 
 
Holisticamente observando tudo isso, se tem à impressão de que o homem perdeu 
seu caminho original. Assim como os morcegos, as leguminosas, as abelhas, os macrofilos 
e as bactérias, entre outros, têm sua importância assegurada nos ecossistemas, o homem 
também deve buscar identificar sua real importância (seu perfil), seu nicho, dentrodo meio 
ambiente. 
 
Em detrimento disso, o homem está cada vez mais convencido que não tem função 
dentro do meio ambiente, mas que toda natureza existe para o seu bel prazer. Talvez tal 
conceito até teria sentido se o homem tivesse uma melhor noção de limite na exploração do 
Meio Ambiente. 
 
 13 
 
 
 
4.4 A preocupação com as questões ambientais 
 
Toda problemática ambiental praticamente se resume em duas questões: A 
exploração simples, e a comercial (entende-se também industrial) . Essas ainda se dividem 
em duas importantes questões: 
 
- Como produzir sem impactar? 
Essa pergunta pode ser feita por várias atividades, como indústrias, agricultura, 
pesquisas e tratamento de saúde, entre outros. 
 
- O quê fazer com os restos, os resíduos? 
Incluir nessa questão o lixo. 
 
Conforme já visto, ao longo da trajetória humana sobre a terra houve alguns 
incidentes ou ações que se tornaram verdadeiros marcos na história. Por exemplo, os já 
citados domínios do fogo e de animais, a agricultura comercial, a geração de energia 
elétrica, a descoberta do combustível fóssil e a revolução industrial, dentre outros. Entende-
se que simplesmente o planeta não está sendo respeitado, havendo um verdadeiro massacre, 
uma devastação plena. 
 
Até então a Natureza não pedia socorro nem esboçava qualquer tipo de reação, mas 
esse comportamento (igualmente ao do homem) também sofreu mudanças. Primeiramente 
o planeta apresentou sintomas de um „sistema” doente, comprometido e abatido. E como 
foi percebido isso? Bem, a resposta é simples, através de milhares de rios mortos ao longo 
do planeta que diariamente entregam seus peixes apodrecidos, através do aquecimento 
global, de terremotos e maremotos (cada vez mais constantes), chuvas ácidas, 
empobrecimento e até a plena infertilidade do solo, a morte de mananciais, a incapacidade 
da reprodução da flora e da fauna (desaparecimento de espécies), apenas para citar alguns 
exemplos. 
 
Entretanto, felizmente em algum momento da história, esses sinais foram notados 
por algumas pessoas e o homem então começaria a se movimentar. 
 
 
4.5 Lento, mas não inerte 
 
É de conhecimento que para lutar contra uma doença existente é necessário observar 
quatro etapas fundamentais, que são: 
 Primeira: Ter ciência que ela existe; 
 Segunda: Conhecê-la profundamente; 
 Terceira: Aplicar tratamento adequado; e 
 Quarta: Acompanhar, visando evitar sua recorrência através da preservação. 
 
 14 
Esse trabalho considerará cada uma dessas etapas, década a década, fazendo 
analogia à política ambiental brasileira e mundial. 
 
Constitui-se da primeira e segunda etapa. O homem foi lento em perceber que o 
causador maior das doenças do planeta era ele mesmo. Todavia, foi mais vagaroso ainda 
em simplesmente aceitar o fato de que realmente havia uma doença. 
 
No que tange as ações, seus esforços são bem mais velozes, mesmo não atingindo o 
mínimo ideal. 
 
Na década de 50, mais exatamente em 1952, aceitou-se, pela primeira vez, a 
hipótese de uma provável doença no planeta, por ocasião de uma forte inversão térmica em 
Londres, que resultou em milhares de mortes. Esse evento ficou conhecido como “SMOG”. 
Na ocasião intensificou-se a busca por respostas e soluções, de modo a evitar o acontecido 
em Londres. Entretanto, somente na próxima década que a questão começaria a ganhar 
seriedade. 
 
Ainda nessa década foram emitidos dois importantíssimos documentos, que 
indubitavelmente contribuíram para o despertar do homem sobre o assunto: 
 
 “LIMITS TO GROW” (limites para o crescimento) 
 Famoso relatório emitido por uma entidade conhecida como CLUBE DE ROMA. 
Tratava-se de uma simulação de projetos sobre o crescimento populacional relacionado 
com o esgotamento dos recursos naturais. 
 
 “SILENT SPRING” (primavera silenciosa) 
 Emitido com o objetivo de explanar as grandes verdades das questões ambientais. 
Teve também bastante repercussão. 
 
Na década de 60, timidamente os países, principalmente a Inglaterra, foram 
investindo em esforços de melhorias ambientais. Nesta mesma velocidade surgiram os 
principais movimentos “não governamentais” - hoje conhecidos como ONG‟S. 
 
Paralelamente a isso, ainda havia o impacto da II guerra mundial, que sem dúvidas, 
trouxe muitos prejuízos ao planeta com o uso de inseticidas, bombas, doenças, produtos 
químicos e devastação da flora e da fauna, etc. 
 
Em 1967 ocorreu um grande acidente com um petroleiro na França, provocando um 
imenso derramamento de óleo e a morte de várias espécies marinhas. 
 
Em 1968, outro significativo desastre ecológico ocorreu em Minamata, Japão, 
ocasionando a morte de várias espécies marinhas e também de seres humanos, devido a um 
despejo de resíduos químico na baía local. 
 
Década de 70. Pode-se dizer que a década de 70 ficou caracterizada como a década 
de alertas, onde se buscou criar e aperfeiçoar regulamentações de controle ambiental. 
 
 15 
Nesta, houve um repentino aumento na busca por energia (do tipo renovável), 
ocasionada principalmente pela crise do petróleo. 
 
Foi também nesta época que surgiram os conceitos “paz verde” e “desenvolvimento 
sustentável”. Mais tarde, outros conceitos e idéias mais abrangentes começaram a aparecer, 
como a criação dos chamados selos ecológicos “Blauer Engel” (anjo azul - Alemanha), a 
exigência de se obter estudos sobre impactos ambientais (E.U.A.), além de refinamento e 
ampliação das leis. 
 
Ainda na década de 70 foi colocado em evidência o problema da destruição 
progressiva da camada de ozônio, por gazes como o CFC (clorofluorcarbono) que quebrava 
a molécula de ozônio e liberava oxigênio. 
 
 
Em pouco tempo o problema tornou-se uma praga global, onde os estados que 
alertaram para a gravidade do problema motivaram o tratado de Montreal. Esse tratado 
visava reduzir e posteriormente eliminar o uso do gás CFC (hoje substituído refrigerantes 
naturais do tipo amônia, hidrocarbonetos e gás Suva, entre outros). Na ocasião, cerca de 
156 países estavam envolvidos. 
 
Nessa década também ocorreu um terrível desastre ecológico no Alasca. Ao fazer 
uma manobra imprecisa o navio EXXON Valdez colidiu com blocos de gelo, ocasionando 
o vazamento de óleo combustível. O dano ao meio ambiente foi tão profundo que até hoje, 
tanto a fauna quanto o homem, sentem seus efeitos. 
 
Em 1976, aconteceu uma explosão na industria química ICMESA, na Itália, onde 
vazou triclorofenal. Apesar da quantidade ter sido pouca e de não ter registrado vítimas 
humanas, o problema teve grandes repercussões. 
 
Em 1978, o petroleiro danificado “Amoco Cadiz” derramou quase um milhão de 
litros de petróleo na costa do Reino Unido e deixou uma mancha de 110 quilômetros nas 
praias da Bretanha. Houve também sérios prejuízos ambientais, envolvendo a flora e a 
fauna marinha. Em 1979, o petroleiro “Atlantic Empress” derramou 160 mil toneladas de 
óleo em Tobago. 
 
 
Década de 80. No que tange a poluição, foi nesta década que, em muitos países, 
mais se emitiu regulamentos sobre as atividades industriais. 
 
Aprimoraram-se os sistemas de licenciamentos ambientais, formalizaram-se os 
estudos de impactos ambientais e, sobre tudo, despertou-se o interesse da sociedade para a 
questão. 
 
Em Agosto de 1983, um incêndio no navio Castillo de Bellver queimou a sua carga 
de 252 mil toneladas de petróleo. Lançando toneladas de gases poluentes na atmosfera, 
ocasionando inúmeras doenças, não só locais. 
 
 16 
Em 1984 aconteceu um dos piores, talvez o maior, dos acidentes da história, o caso“Bhopal”.Em Bhopal, na Índia, um vazamento de isocianato, produto usado na fabricação 
de inseticidas, pelo grupo Union Carbide, causou a morte de aproximadamente 2500 
pessoas. Algo realmente terrível, um caos, uma catástrofe não anunciada. 
 
Em 1986 ocorreu um acidente ambiental nuclear de grande expressão no mundo. 
Em Tchernobyl, hoje Ucrânia, um reator rompeu-se permitindo o vazamento de materiais 
radioativos, ceifando 31 vidas diretamente e muitas outras ao longo dos tempos. Tanto as 
pessoas como o próprio local ainda sofrem até hoje as conseqüências do acidente. 
 
Algum tempo depois, aconteceu um acidente radioativo em Goiânia, Brasil. O caso 
ficou conhecido como “Césio 137” (nome do produto). O ocorrido também ceifou vidas, 
onde mais de 250 pessoas foram direta e indiretamente prejudicadas. Semelhante a 
Tchernobyl, a manifestação dos efeitos é longa, incidindo de geração a geração. 
 
 
Década de 90. Nesta década se intensificou o interesse e o envolvimento da 
sociedade nos assuntos ambientais. 
 
Em janeiro de 1991, as tropas iraquianas derramaram milhões de barris de petróleo 
no Golfo Pérsico durante a Guerra do Golfo, e, na sua retirada, incendiaram 570 poços de 
petróleo do Kuweit. O petróleo levou muito mais tempo a dispersar por não se tratar de mar 
aberto. Tartarugas e milhares de aves foram mortas pelos derrames, além da grande 
poluição atmosférica causada. 
 
 
Em abril de 1991, o petroleiro “Haven” derramou mais de 50 mil toneladas de óleo 
na costa de Gênova, na Itália. No mês seguinte, o navio “ABT Summer” derramou 260 mil 
toneladas de óleo ao mar, nas proximidades de Angola, após uma explosão. Em ambos os 
casos houve severos danos ao meio ambiente. 
 
Em dezembro de 1992, o petroleiro “Aegean Sea” derramou 80 toneladas de óleo 
perto de La Coruna, Espanha, atingindo 200 quilômetros da costa espanhola. 
 
No Brasil, com a recepção do evento internacional denominado ECO 92 ou RIO 92, 
veio o amadurecimento do entendimento sobre as necessidades ambientais, uma motivação 
nunca antes vista no país. 
 
Esse evento foi uma conferência das nações unidas sobre o meio ambiente e 
desenvolvimento sustentável. Dele foi produzido um documento chamado “ Agenda 21” 
que definia programas de ações para o desenvolvimento sustentável até o ano de 2000. 
 
Em janeiro de 1993, o petroleiro “Braer” derramou 85 toneladas de óleo diesel, que 
atingiram as ilhas Orkney, na Escócia, ricas em aves marinhas. 
 
 17 
Em fevereiro de 1996, o petroleiro norueguês “Sea Empress” naufraga próximo ao 
porto de Milford Haven, no país de Gales. Cerca de 72 mil toneladas de óleo cru foram 
lançados ao mar. 
 
Em janeiro de 1997, o petroleiro russo “Nakhodka”, que levava 19 mil toneladas de 
petróleo, se partiu no mar do Japão, causando um dos piores derramamentos de óleo da 
história do país. Esse fato trouxe a lembrança o derrame de Minamata, onde o medo e o 
desespero foram inevitáveis. 
 
Em dezembro de 1999, a popa do petroleiro maltês “Érika” afundou no nordeste da 
França, depois de o navio se partir em dois. Ele carregava 25 mil toneladas de combustível. 
 
 
Na tentativa de promover um controle sobre os processos, surgem no cenário 
mundial as ferramentas de gestão ambiental, sendo a mais conhecida e a ISO 14000, 
emitida e divulgada pela organização não-governamental ISO (International Standards 
Organization). Essas normas, também entendidas como processos sistêmicos, foram 
revolucionárias no que tange a planejamento, implantação, checagem e correção num 
gerenciamento ambiental. 
 
Um outro fator que também é digno de nota, no Brasil, foi a Lei 9.605/98, que 
aplicou o status de crime aos danos causados ao meio ambiente, estendendo as 
responsabilidades até onde inicialmente não eram previstas como, por exemplo, a 
proprietários e dirigentes de empresas. 
 
Essa lei foi realmente um marco na história da legislação ambiental no Brasil. 
 
Primeiros anos do século XXI. Os primeiros anos desse século iniciaram-se com 
bastante movimentação no que tange ao Meio Ambiente. Com destaque para os conflitos 
sobre a liberação do plantio dos alimentos geneticamente modificados - os trangênicos - 
que peca por não se ter um profundo e preciso estudo de impacto ambiental, considerando 
todos os níveis. 
 
Em 13 de novembro de 2002, afundou na costa da Espanha o petroleiro Prestige, 
que transportava 77 mil toneladas de petróleo. Esse amargo prejuízo ambiental foi provado 
por vários outros países da região nos quais os efeitos são sentidos até hoje. 
 
Outro assunto digno de destaque foi à ratificação do Protocolo de Quioto, que 
finalmente foi validada, conforme seu próprio regulamento, com a adesão da Rússia. 
 
Também foram destaques no cenário brasileiro e mundial: O desastre com o navio 
Vicuña carregado no porto de Paranaguá; o fomento da legislação com diversas leis 
(portarias, medidas provisórias, resoluções e até normas técnicas); o acidente com a 
empresa Cataguases que imprimiu uma contaminação sem precedentes no rio Paraíba do 
Sul; a descoberta de duas verdadeiras “bombas-relógios” chamadas de aterro Montovane 
(São Paulo) e Ingá (Rio de Janeiro) empresas com imensos passivos ambientais; o 
vazamento de combustível do duto da Petrobrás, que despejou 1170 toneladas de petróleo 
 18 
na baía da Guanabara; a realização do Rio + 10 na África, que referenciou as conquistas e 
os equívocos do evento realizado no Rio de Janeiro em 1992; o assassinato de líderes 
ambientais; o projeto de transposição do rio São Francisco; o acidente com a FCA no Rio 
de Janeiro, empresa transportadora de combustíveis, que contaminou parte da reserva de 
Tinguá e baía de Guanabara. 
 
 
No mundo a seqüência de impactos continuou: 
 
Em julho de 2000, cerca de 1400 toneladas de petróleo vazaram do cargueiro 
“Treasure”, na costa da Cidade do Cabo, na África do Sul. 
Em janeiro de 2001, o navio equatoriano “Jéssica” lançou 3 mil toneladas de óleo próximo 
às Ilhas Galápagos, num dos piores desastres ecológicos da região. 
 
Dessa forma, se evidencia a primeira e a segunda etapa, onde o homem pôde 
diagnosticar a doença ambiental do planeta. Pôde também conhecê-la profundamente, e 
com uma postura prevencionista adotar uma postura de princípios e propósitos. Neste 
sentido, o alerta está no nível máximo. 
 
No artigo que se segue se verificará os empenhos do homem buscando tratamentos e 
também seus esforços para evitar as recorrências dos erros cometidos no passado. 
 
Terceira e quarta etapa. O homem alcançou um entendimento aproximado do 
considerado ideal sobre a situação real do planeta, e o que resultaria a continuação do seu 
modo de vida até então adotado A luz desta conscientização desenvolveu mecanismos 
inicialmente de controle, posteriormente de prevenção e por fim de gestão. 
Seria o reconhecimento do terrível diagnóstico da precária saúde do planeta. 
 
É extremamente lamentável, mas infelizmente não se pode ter certeza de que o 
homem despertou em tempo hábil para as questões ambientais do planeta. A degradação 
atingiu proporções imagináveis, gigantescas, e o que é pior, na maioria dos casos 
irreversíveis, como por exemplo, o desaparecimento de algumas espécies da fauna e flora, o 
desequilíbrio térmico do planeta e a completa extinção de alguns biomas. 
 
Vale dizer, que mesmo se o homem parasse imediatamente com suas emissões 
poluentes, ainda assim o planeta demoraria dezenas de anos para retornar ao nível 
considerado normal. Porém é realmente impossível parar por completo todas as emissões 
no mundo, isso teria um reflexo imediato na economia mundial, trazendo uma grave 
conseqüêncianos sistemas regentes. 
 
Todavia, algumas ações foram primordiais, de suma importância, como o já citado 
protocolo de Quioto, que visa principalmente retornar o volume das emissões aos padrões 
das décadas iniciais dos anos 90. 
 
Outros passos importantes: Controle rigoroso dos produtos químicos, o 
gerenciamento dos riscos, normas e protocolos internacionais, medidas de cunho 
 19 
preventivos /corretivos, investimento em conscientizações e pesquisas ambientais - os ditos 
conservação e prevenção, entre muitos outros. 
 
Partindo para conceitos um pouco mais atuais, observam-se velhos problemas que 
antes eram apenas considerados mitos, hoje se tornarem fatos verídicos, e agem 
independentes do controle e da força de vontade do homem, agravando ainda mais o 
cenário mundial. Dentre toda essa gama de adversidade destacam-se dois fatores, os quais 
agem de certa forma relacionados ou interligados entre si. São eles: 
 
 Situação antagônica: Crescimento populacional x Esgotamento dos recursos 
naturais; e 
 A globalização x Meio ambiente. 
 
 
O fato é que os problemas, ao contrário da boa vontade do homem, não se 
estagnam, eles evoluem e se multiplicam, desdobrando-se em outros novos problemas. É 
necessário então combater a adversidade pela raiz, cercar-se com medidas corretivas para 
garantir que a causa (origem real) do problema seja verdadeiramente extinta. Em igual 
importância, são as ações preventivas que intencionam eliminar um problema antes mesmo 
dele nascer. 
 
 
Situação antagônica: Crescimento populacional X esgotamento dos recursos 
naturais. 
 
Segundo alguns cientistas, a terra tem cerca de cinco bilhões de anos, e ao longo de 
todos esses anos ela nunca comportou uma população tão grande, extensiva e 
inconseqüente. A situação é simplesmente desesperadora, partindo do princípio de que 
quanto mais pessoas no planeta, mais poluição se terá, nasce um ciclo extremamente 
perigoso. 
 
Repare que o crescimento não foi gradativo. Em 1830 havia cerca de um bilhão de 
pessoas na terra, veja que foi necessário se passar cem anos para a população mundial 
aumentar em um bilhão. Depois, a partir da segunda demonstração, para aumentar esse 
mesmo bilhão foram necessários apenas 30 anos. 
 
Já nas últimas demonstrações, foram necessários menos de quatorze anos para 
aumentar em um bilhão! 
 
Como se já não bastasse ser um crescimento exagerado, ele foi também 
desordenado. Pode-se dizer que o crescimento desmoderado contribuiu muito para a 
degradação e a exploração inconseqüente dos recursos naturais. 
 
Segundo as previsões da Organização das Nações Unidas - ONU (relatório estado 
da população mundial 2001, divulgado em 07.11.01), haverá em 2050 cerca de 12 bilhões 
de habitantes no planeta! Se hoje, a situação já está delicada e ao mesmo tempo complexa, 
o que dizer então dessa época! 
 20 
 
O esgotamento dos recursos naturais. Há pouco tempo descobriu-se que alguns 
itens primordiais a manutenção da vida humana na terra é finito, contrariando algumas 
culturas e crenças anteriormente instaladas na sociedade humana. 
 
Dentre esse itens está a água, que é submetida pelo homem a uma escassez 
progressiva, obviamente devido ao seu péssimo uso. 
 
Já é de conhecimento mundial também que esse bem, antes mesmo da prevista crise 
- que é iminente - será alvo de especulações financeiras, conflitos e coisas do gênero. 
 
A exploração irresponsável dos recursos naturais não tem seu dano limitado em si, 
vai muito além, está intimamente ligado à capacidade da natureza, seja ela de produzir os 
bens para consumo ou simplesmente de absorver os mais diversos resíduos e poluentes 
gerados pelo homem. 
 
A produção de alimentos na terra está bastante conturbada. A introdução de 
métodos modernos na agricultura vem ocasionando diversos problemas, entre eles o social. 
Embora a colheita dos últimos 40 anos tenha obtido um aumento progressivo a 
prosperidade não efetivamente atingiu os agricultores, que vem somando prejuízos e 
endividamentos. 
 
De fato a produção de alimentos na terra tem aumentado sensivelmente, mas os 
relatos têm mostrado que tal aumento ainda é insuficiente, pois a fome ainda impera em 
muitas nações. A cada ano que se passa a terra é obrigada a aumentar sua safra para 
alimentar quase 100 milhões de novos habitantes. 
 
O uso de técnicas artificiais de irrigação na agricultura cooperou com o crescimento 
agrícola, porém essa prática está seriamente ameaçada devido à escassez da água. 
 
Nos países em desenvolvimento há ainda o problema do descontrolado crescimento 
populacional, cujo reflexo é o excesso na exploração da terra, onde a expansão do espaço 
agrícola acontece sem qualquer controle, tornando-se um dos piores impactos ambientais. 
 
O aumento da área de plantio, que permitiu o aumento da produção não foi 
suficiente para evitar o êxodo rural, que termina deixando essas terras na condição de 
improdutivas. Além disso, muitas dessas tornaram-se inférteis, devido sua excessiva 
exploração ou mesmo por mau uso, como no caso dos agrotóxicos. 
 
De modo similar o esgotamento da capacidade da biosfera em absorver as escórias 
do homem é alvo de expressa preocupação. Há visível motivo para alarde, sem dúvida, pois 
a situação é realmente crítica, a nível global, e sem solução a curto / médio prazo. Por 
exemplo, produz-se mais lixo do que se pode destinar, exemplo, emitem-se gases altamente 
danosos, que ainda são despejados na atmosfera por muitos países sem quaisquer critérios, 
expressas contaminações de fontes de água, etc. 
 
 21 
Tudo isso, só contribui para o aumento do passivo ambiente mundial. O lixo é 
jogado em locais inapropriados, muitas das vezes, proporcionando insetos, causando 
doenças e enchentes. Os gases, uma vez lançados na atmosfera são incapazes de serem 
recuperados para tratamentos, ficam vagando reagindo com outros, causando prejuízos 
imensuráveis, sendo o efeito estufa um deles. No caso dos mananciais, há os que estão 
contaminados permanentemente. Nessa linha de raciocínio, muitos rios estão como mortos. 
 Alguns locais vivenciam amargas secas. Como se vê, não há uma pronta 
recuperação, o planeta não está conseguindo absorver, ou se sobrepor aos danos causados 
pelo homem. 
 
Em síntese, fazendo uma reflexão sobre esses dois tópicos abordados se percebe que 
quanto mais o tempo passa, mais o homem se distancia do que é considerado ideal para 
viver harmoniosamente com o planeta. 
 
A matemática é simples, quando aumenta a população aumenta também o consumo 
e a necessidade de se produzir mais. E com isso velozmente aumentam também os restos 
pós-consumo, as embalagens, que por sua vez, aumenta a poluição, a degradação, o 
exagerado consumo de recursos naturais, e assim por diante. 
 
 
 
5. ECOLOGIA 
 
 Diferente de tudo que o homem tenha produzido, a natureza é completa 
em si. Ela não se auto-extingue, não busca o excesso, se contenta apenas com o necessário, 
é auto-suficiente e de um modo silencioso está sempre disposta a cooperar dando sua 
produção de alimentos, ar, água, etc. 
 
A natureza é o sistema mais perfeito que existe. Isso incluindo o corpo humano, 
animais, plantas e mecanismos associados, como bactérias e gases. 
 
Esse sistema naturalmente perfeito é composto por vários processos interligados 
denominados ecossistemas. Por exemplo, citam-se o ciclo da água e dos nutrientes, a 
reprodução das plantas, fotossíntese e coisa assim. Outro exemplo interessante é a 
respiração dos seres. 
 
Entretanto, para se conhecer os pormenores desse sistema perfeito será necessário 
mergulharno campo da ecologia. 
 
A ecologia estuda as interações dos seres vivos entre si e entre o meio ambiente, 
incluindo condições físico-químicas, comportamento, reprodução, moradia e até evolução. 
 
A palavra ecologia se origina da soma de duas palavras gregas: Oikos (que significa 
casa ou ambiente) e Logos (estudo). 
 
 22 
A ecologia teve efetivamente início no final do século XVIII, quando o sociólogo 
Thomas Maltheus teorizou sobre o desequilíbrio ambiental. Depois, já no início do século 
XIX, o assunto ganhou notável força com a teoria da evolução das espécies, por Charles 
Darwin, cuja idéia central era de que as transformações ambientais obrigavam as espécies a 
mudarem e se adequarem à nova realidade onde só os mais fortes ou os devidamente 
adaptados sobreviveriam. 
 
Anos mais tarde, o inglês James Lovelock apresentou a teoria que ficaria conhecida 
como “hipótese de Gaia”. Segundo esta, as atuais características do planeta teriam sido 
criadas pela própria vida existente nele, ao longo de seu processo de evolução. 
 
 
5.1 Biosfera 
 
Ao contrário do que muitos pensam a biosfera não se estende a todo planeta. A 
partir de certa altura ou profundidade não há condições de haver vida na terra, somente 
dentro da pequena camada que tem cerca de 15 quilômetros de espessura, conhecida como 
biosfera. Ela é a representação de onde pode haver vida. 
 
A biosfera é uma fina camada sobre o planeta, como se fosse a tinta de uma bola 
pintada, por exemplo. 
 
A interação da hidrosfera (água), litosfera (terra) e atmosfera (ar), compõem, de 
uma forma macro, a biosfera, conforme ilustra a figura 4. 
 
Em uma visão menos holística a biosfera representa a união de ecossistemas. 
 
 
5.2 Ecossistema 
 
Entende-se como ecossistema, além da parte comportamental, a interação do ser 
vivo com fatores físicos e químicos da natureza. Esses fatores também são chamados de 
abióticos, que representam o ar, a água, a temperatura, a umidade, o tipo de solo, ph, a luz, 
os sais minerais, etc. 
 
Já a parte viva, isso inclui os animais, o homem, as bactérias e a vegetação de um 
modo geral, entre outros, é chamada de biótica. 
 
Em outras palavras os ecossistemas são compostos pela biótica e abiótica, e são 
habitadas por comunidades e populações. 
 
 
5.3 Comunidade e População 
 
Comunidade é a interação de várias populações, que por sua vez, representa um 
conjunto de uma mesma espécie. 
 23 
 
 
 
Por exemplo: 
 
O conjunto de vários macacos (somente macacos) é uma população de macacos. 
 
O conjunto de vários coelhos (somente coelhos) é uma população de coelhos. 
 
O conjunto de vários cachorros (somente cachorros) é uma população de cachorros. 
 
Se juntarmos as várias populações de macacos, coelhos e cachorros, temos uma 
comunidade. 
 
É interessante notar que cada ser é individualmente formado por sistemas e 
organismos. 
 
 
5.4 Sistemas e organismos 
 
Tanto o homem como os animais são compostos de sistemas e organismos, no 
sentido de que há uma interação harmônica e devidamente administrada entre os órgãos. 
 
Os sistemas e organismos são compostos por órgãos (coração, fígado,etc), que são 
formados de tecidos (peles, membranas, etc), que por sua vez, são formados por células 
(nervosas, reprodutivas, etc). 
 
Neste sentido, se a biosfera representa a vida de uma forma macro, as células a 
representa de forma micro. 
 
 
5.5 Outras definições 
 
Habitat: É o endereço de uma determinada espécie, o local onde ela vive. 
 
Bioma: Significa uma grande área da vida formada por um complexo de habitat”s e 
comunidades, apenas o meio físico (área) sem propriamente considerar as interações 
bióticas e abióticas. Ex: Bioma mata atlântica, bioma cerrado, bioma manguezal, etc. A 
figura 5 mostra um exemplo de manguezal. 
 
Endeismo: Entende-se por endêmica a espécie que só ocorre em uma determinada 
região, ou seja, é nativa, raramente encontrada fora daquele local. Ex: Os cangurus 
canadenses. 
 
Nicho ecológico: Corresponde às interações de uma espécie com outras, sua função, 
seu papel ecológico empenhado dentro do ecossistema. 
 24 
 
 
 
5.6 Cadeia Alimentar 
 
A cadeia alimentar é outro impressionante sistema da natureza. Trata-se de 
seqüência de seres vivos em que um se alimenta do outro continuamente. 
 
Os vegetais de um modo geral são a base da cadeia alimentar, que também são 
chamadas de produtor primário. 
 
Cadeia Alimentar e fluxo energético: 
 
 
 
 
 
 
 
Energia Radiante 
 
 
 
 Cadeia de Pastagem 
 
 Produtores Consumidores Carnívoros E 
 Primários Primários 
 ( Herbívoros ) E 
 E 
Nutrientes 
 
 
 
Decompositores Elo comum Consumidores 
 Terciários 
 ( Carnívoros ) 
 
 
 
 
 
 E 
 Detrito Detritívoros Consumidores 
 Secundários E 
 E E ( Carnívoros ) 
 
 25 
Cadeia de Detrito 
 
E = Energia desprendida sob forma de calor 
 
 
 
 
As cadeias alimentares raramente passam dos consumidores de quinta ordem, a 
medida que há uma redução na qualidade de energia disponível durante seus avanços. 
 
Esses vegetais pertencem à classe dos autotróficos, que produzem substâncias 
orgânicas a partir de gás carbônico, água e sais minerais. A energia utilizada para esse 
processo pode vir das reações químicas (no caso de quimossíntese), mas a principal fonte é 
a luz do sol (no caso de fotossíntese). Em resumo, os seres autotróficos produzem sua 
própria existência (alimento). 
 
Os outros seres vivos, conhecidos como heterotróficos fazem a parte dos 
consumidores. Esses dependem de alimentos externos para sobreviver (não autoproduzem 
seu alimento como as plantas). Esses se dividem em herbívoros, que se alimentam 
basicamente de vegetais (chamados de consumidores primários) e em carnívoros, que se 
alimentam principalmente de carne (chamados de consumidores secundários). Outros 
carnívoros alimentam-se desses carnívoros, nesse caso são chamados de consumidores 
terciários e assim por diante, formando uma cadeia alimentar. Cada etapa da cadeia 
alimentar é chamada de nível trópico. 
 
Fazendo menção ao que foi visto acima se pode dizer que as plantas ocupam o nível 
trópico dos produtores, os herbívoros ocupam o nível trópico dos consumidores primários e 
assim sucessivamente. 
 
Parte da matéria orgânica do corpo dos organismos passa de um nível trópico para o 
seguinte. Outras partes, representadas por folhas, galhos, excrementos, restos mortais de um 
modo geral, são devolvidas ao ambiente. Essa matéria orgânica é transformada em 
substancias minerais pela atividade de organismos representados, principalmente, por 
fungos e bactérias. Esses agentes decompositores também são chamados de saprófitos, 
saprófagos e necrófagos. As substâncias decompostas por esses são novamente 
aproveitadas pelos vegetais. 
 
O papel desses agentes decompositores é realmente importante para o equilíbrio 
natural, pois reciclam a matéria desprezada permitindo o seu reaproveitamento, inserindo-a 
novamente no ciclo da vida, dando seqüência na cadeia alimentar. O ciclo vitalque sustenta 
a existência poderia não mais existir se houvesse uma ausência da atuação de qualquer um 
dos níveis tróficos. 
 
A cadeia alimentar é um verdadeiro transporte de matéria e energia, que se reinicia 
nos vegetais. Há também a chamada teia alimentar, onde os tróficos se tornam transversais. 
Por exemplo, o consumidor terciário alimentando-se tanto do consumidor secundário, como 
 26 
do primário. E também, quando o produtor serve de alimento tanto para os consumidores 
primários quanto para secundários. 
 
Todavia, é importante saber que enquanto boa parte da matéria passa de um nível 
trópico para outro, a energia não ultrapassa a 10%. Essa energia é o componente que pode 
transformar em calor ou em atividades (força para trabalhar, caminhar, exercitar e agir de 
um modo geral). 
 
A energia advinda do sol é absorvida e transformada em energia química e 
armazenada nos compostos orgânicos produzidos pela fotossíntese. 
 
O processo de funcionamento da cadeia alimentar é simples. Por exemplo: A planta 
serve de alimento para o gafanhoto, que serve de alimento para a cobra, que serve de 
alimento para a águia, que por fim morre. Os restos mortais da águia, juntamente com o que 
não foi consumido ao longo do ciclo, como algumas folhas, galhos, excrementos e víceras, 
entre outros, são transformados novamente em nutrientes e retorna a cadeia alimentar por 
meio de plantas. 
 
A cadeia alimentar não é apenas uma expressão de saciamento da fome, mas tem 
incutido em si o controle quantitativo das espécies. Essa interação (ou relação) biológica 
também pode ser considerada um fator restringente, que juntamente com a capacidade 
natural de suporte limitam a quantidade de indivíduos em uma população. 
 
 
As interações biológicas são: 
 
 Mutualismo: É a relação onde ambas a espécies se beneficiam. Por 
exemplo, as abelhas se beneficiam com o néctar retirado das flores, ao 
passo que as flores se beneficiam com o transporte e distribuição de seus 
polens que é feito involuntariamente pelas abelhas. 
 
 Comensalismo: Apenas uma espécie é beneficiada na relação, enquanto a 
outra não sofre nenhum efeito. Por exemplo, as aves que seguem os bois, e 
também os jacarés. Essas aves se beneficiam dos restos de alimentos presos 
nos animais ou deixados por eles, entretanto não há qualquer dano na vida 
do hóspede. 
 
 Competição: Conforme o nome sugere, a competição é uma certa disputa, 
que pode acontecer por membros da própria espécie ou não. As motivações 
podem ser mais diversas, como alimentos, territórios, valores reprodutivos, 
etc. 
 
 Predação: Existem vários tipos, herbívoros (animais que se alimentam de 
plantas), carnívoros (animais que se alimentam de outros animais), 
parasitismo (animais ou plantas que se alimentam de outros sem matá-los), 
parasitóides (usualmente quando insetos põem seus ovos em outros insetos, 
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quando esses ovos viram larvas devoram o inseto hospedeiro), 
canibalismo(uma forma especial de predação, onde o predador e presa são 
da mesma espécie). Diferente de comensalismo uma das partes sempre 
morre.

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