Buscar

Trabalho Convenção Budapeste

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
DIREITOS HUMANOS
BEATRIZ MARTINS
PALOMA HANNA
ROGÉRIO GARCIA
CONVENÇÃO SOBRE O CIBERCRIME
CONVENÇÃO DE BUDAPESTE, 2001.
Santos - SP NOV/2017
		
	
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
DIREITOS HUMANOS
BEATRIZ MARTINS – RA 150463
PALOMA HANNA – RA 147676
ROGÉRIO GARCIA – RA 148325
CONVENÇÃO SOBRE OS CIBERCRIMES
CONVENÇÃO DE BUDAPESTE, 2001
 
 
Trabalho para seminário, em formato de pesquisa explicativa, para o curso de Bacharel em Direito da Faculdade Universidade Santa Cecília, sob orientação da Professora Dra. RENATA SALGADO LEME.
Santos - SP NOV/2017
	
“O cúmulo da cegueira é atingido quando as antigas técnicas são declaradas culturais e impregnadas de valores, enquanto que as novas são denunciadas como bárbaras e contrárias à vida. Alguém que condena a informática não pensaria nunca em criticar a impressão e menos ainda a escrita. Isso, porque a impressão e a escrita (que são técnicas!) o constituem em demasia para que ele pense em aponta-las como estrangeiras. Não percebe que sua maneira de pensar, de comunicar-se com seus semelhantes, e mesmo de acreditar em Deus são condicionadas por processos materiais.”
					Pierre Lévy
SUMÁRIO 
1.Introdução
2.Convenção sobre os Cibercrimes, Budapeste 2001
2.1. A Convenção de Budapeste e o Brasil.
3.Crimes Cibernéticos no Brasil e Enquadramento na Legislação
4. PL 84/99
5.Marco Civil da Internet
6.CPI – Crimes Cibernéticos
7.Pedofilia e Pornografia Infantil.
8.A Lei Brasileira 12.737/2012
9.Conclusão
10.Bibliografia 
Introdução
Neste trabalho de pesquisa, faz uma análise dos crimes cibernéticos. Verifica os dispositivos de Direitos Humanos aplicados e verifica o que dispõe a Convenção de Budapeste. Aborda aspectos do Projeto de Lei do Senado sob nº 84/99, o qual é fortemente criticado desde a sua propositura, sendo conhecido como AI-5 (Ato Institucional Número 5).
 Ao final, faz com que o clamor da sociedade de haver legislação específica frente aos crimes cibernéticos sejam mais uma utopia dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Dessa forma, percebe-se que até o momento, o ingresso do Brasil à Convenção de Budapeste seja a mais correta atitude a ser tomada, face à necessária uniformização do combate transnacional aos crimes cibernéticos, evidentemente territoriais, e ao respeito aos direitos e liberdades individuais por ela imposta, fazendo prevalecer os princípios da democracia e do Estado Democrático de Direito. Atualmente, os temas: fraudes bancárias, invasão de privacidade, pedofilia, cyberbullying, é discutido diariamente em rádios, jornais e Tv’s, buscando alertar e encontrar hipóteses que amenizariam a existência dessas práticas que ferem a dignidade da pessoa humana. 
Palavras-Chave: Direito Cibernético. Projeto de Lei do Senado número 84/99. Convenção de Budapeste. Pornografia e Pedofilia Infantil. Direito Constitucional. CPI – Crimes Cibernéticos.
Convenção sobre os Cibercrimes, Budapeste 2001 
A Convenção sobre o Cibercrime também conhecida como Convenção de Budapeste, trata-se do primeiro instrumento jurídico translacional de regulamentação da Web, que relacionou crimes cibernéticos como material de direito penal.
 
Ocorreu em 23 de novembro de 2001 na cidade de Budapeste, Hungria, realizada pelos Estados membros do Conselho da Europa e os Estados signatários, pois eles estavam preocupados com o risco de que as redes informáticas e a informação electrónica fossem utilizadas para cometer infrações criminais.
Ela reconheceu a importância e a necessidade de intensificar a cooperação dos Estados membros e signatários, com o objectivo de proteger a sociedade contra a criminalidade no ciberespaço (violações de direito autoral, fraudes relacionadas aos computadores, pornografia infantil e violações de segurança de redes), através da adopção de legislação adequada e da melhoria da cooperação internacional em matéria penal acrescida, rápida e eficaz.
Preocupou-se em garantir um equilíbrio adequado entre os interesses da aplicação da lei e o respeito pelos direitos fundamentais do ser humano, tais como: à Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais do Conselho da Europa (1950); ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos da ONU (1966); à Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (1989); e à Convenção da Organização Internacional do Trabalho sobre as Piores Formas do Trabalho Infantil (1999).
O Tratado de 2001 possui quatro Capítulos (Terminologia, Medidas a Tomar a Nível Nacional, Cooperação Internacional e Disposições Finais, respectivamente) e 48 artigos encorpados num texto de fácil compreensão.
O principal destaque da Convenção é que ela define no Capítulo I os tipos de cibercrimes; Capítulo II, Título 1 - Infracções contra a confidencialidade, integridade e disponibilidade de sistemas informáticos e dados informáticos; Capítulo II, Título - 2 infrações relacionadas com computadores; Capítulo II, Título 3 - infrações relacionadas com o conteúdo, pornografia infantil, e Capítulo II, Título 4 - infrações relacionadas com a violação de direitos autorais. Todos dentro do Direito Penal Material. Matérias do Direito Processual são as que se seguem: âmbito das disposições processuais, condições e salvaguardas, conservação expedita de dados informáticos armazenados, injunção, busca e apreensão de dados informáticos armazenados, recolha em tempo real de dados informáticos e interceptação de dados relativos ao conteúdo.
 
Competência e Cooperação Internacional são vistas no Artigo 22º, o qual aponta quando e como uma infração é cometida, além de deixar a critério das Partes a “jurisdição mais apropriada para o procedimento legal” (CONVENÇÃO SOBRE CIBERCRIME, p. 14). 
Extradição é um assunto tratado no Artigo 24º, a qual “ficará sujeita às condições previstas pelo direito interno da Parte requerida ou pelos tratados de extradição aplicáveis” (idem, p. 15). Tal acordo parte da premissa de que o combate ao cibercrime deve ser realizado através de um Regime Internacional¹.
¹ Regime Internacional é entendido como um mecanismo que ajuda a estabilizar o sistema internacional, e que é definido como um conjunto de normas, regras e procedimentos que regulam as relações estatais numa área específica. Neste caso e em específico, no combate ao cibercrime.
Convenção de Budapeste e o Brasil.
Como não foi um dos signatários do Tratado e como bem lembrou o Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores/Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, o Brasil não pode simplesmente aderir à Convenção, e, sim, ser convidado pelo Comitê de Ministros do Conselho Europeu. No texto original, em seu Artigo 37º – Adesão à Convenção –, é possível se constatar o sobredito: “(...) O Comitê de Ministros do Conselho da Europa pode(...) convidar qualquer Estado não membro do Conselho e que não tenha participado na sua elaboração, a aderir à presente Convenção” (CONVENÇÃO SOBRE O CIBERCRIME, p. 23).
Apesar de a adesão ter de ser unânime entre os Estados membros, e com a boa relação multilateral entre o Brasil e os principais países europeus, é praticamente certa uma provável aceitação ao ingresso brasileiro. Porém, o fato de ele ainda não ser membro, não exclui a possibilidade de se criar legislação própria para tipificar e combater o cibercrime.
Crimes Cibernéticos no Brasil e Enquadramento na Legislação.
No final da década de 1990 e início dos anos 2000 a popularização da internet tomou grandes proporções para efeito de comparação com outro extraordinário invento, que é o telefone este levou 75 anos para chegar a marca de 50 milhões de usuários enquanto a internet atingiu o mesmo númeroem apenas 4 anos. Assim desde os últimos anos do século XX passou a fazer parte dos hábitos populares. Como uma grande explosão ela invade o lar, academia, a indústria e os estados. Com isso surgem novos cenários e emerge, dentro de outros efeitos colaterais desta revolução tecnológica, o cibercrime e com ele, as indagações de como combatê-lo.
Os crimes cibernéticos ou cibercrimes, envolvem todo tipo de atividade ilícita, essas atividades assumem diferenciadas formas de agir. Esse crime utiliza qualquer dispositivo eletrônico, que possui ação digital e rede de internet como ferramenta para a prática desse ato.
Segundo o site ‘’ Canaltech’’, mais de 65% dos usuários já sofreram alguma forma de cibercrime. A falta de normatização e consequentemente também de punição, é a maior dificuldade no combate a esse crime, com a grande variedade de tipos de crime cibernético as autoridades se tornam ainda mais deficientes. O Deputado Luiz Piahuylino, autor da PL 84/99 ‘’ ... com a velocidade e com o andamento da internet e da informática, se você for esperar que a situação se consolide, de nada irá adiantar, pois todo dia isso está mudando... temos que ter uma lei... embora sabendo que no dia que ela for aprovada, já precisará de modificações, pois já existirão novas formas de crime. O Deputado ainda cita que sem uma normatização específica no Brasil, ficaremos sem assinar tratados e convenções internacionais, pela falta de legislação...”. Os principais cibercrimes são: 
Pornografia infantil: criam e distribuem material pornográfico de crianças e adolescentes;
Lavagem de dinheiro: realização de transferências bancárias ilegais, para maquiar o destino e a origem do mesmo;
Ciberterrorismo: esse crime é visto em países super desenvolvidos e com conflitos políticos, este ocorre geralmente contra os governo; 
Ciberativismo: manipulação e roubo de informações divulgados ao público, esse é praticado contra organizações.
Roubo: desvio de fundos de indivíduos, de instituições ou empresas, para plagio, clonagem de identidade entre outros.
PL 84/99
Tramitou no Legislativo Nacional, dentre outros de mesma índole, um polêmico projeto de lei que visa a combater cibercrimes, o qual é proposto pelo Senador Eduardo Azeredo em substituição aos antecessores projetos 89/2003, 76/2000 e 137/2000. Conforme seu proponente, o Senador Eduardo Azeredo, visou tipificar determinadas condutas cibernéticas, em consonância com as recomendações da Convenção de Budapeste, estando, nesse sentido, em harmonia com a mesma. No entanto, face ao desrespeito evidente aos direitos fundamentais e às liberdades civis que aquele acarreta, é explícita a dissonância entre esses instrumentos normativos, bem como a inconstitucionalidade de dispositivos do projeto.
O grande debate que encontramos quando falamos da ratificação dessa Convenção ou PL’s, diz respeito às liberdades e direitos das pessoas que não fazem parte dessa minoria criminosa sendo vigiada constantemente fazendo coisas típicas do seu dia-a-dia. Com isso, se adentraria numa sociedade em que todos são, a priori, suspeitos, e não presumidamente inocentes, em evidente desrespeito ao princípio do estado de inocência, estabelecido, segundo Damásio, a partir do art. 5º, LVII da Carta Magna. Romper ia-se, ainda, com os direitos constitucionais de todos à privacidade e intimidade, de uma forma sem precedentes ou proporcionalidade, pois, no paradoxo entre monitoramento e privacidade, de que trata Assis Medeiros (MEDEIROS, 2002, p. 153), se supervalorizaria o primeiro em detrimento da segunda. 
Enfim, claramente se adotaria um posicionamento antidemocrático através desse policiamento cibernético indiscriminado, ao se privar a democratização da informação pela proibição do compartilhamento de arquivos entre usuários. De modo que o projeto analisado, a despeito de compreender uma importante iniciativa do Poder Legislativo para o combate aos crimes cibernéticos, especificamente aos crimes de computador – posto que os ditos crimes no computador já se encontram tipificados no Código Penal e Leis esparsas² –, demanda maiores discussões e amadurecimento, como indicam as manifestações crescentes de membros da sociedade civil, músicos, políticos, bem como de organizações como o Safernet e a Associação Software Livre, nas quais o PL do Senador Azeredo foi tachado de AI-5 Digital.
² José Anchieschi Gomes, especialista em criminalidade na rede de computadores, propõe a distinção entre crimes de computador – aqueles que afetam diretamente o funcionamento da rede, como a cópia ou interceptação de dados ou a invasão de emails, homepages e sistemas de rede – e crimes no computador – em que a máquina compreende um instrumento para a concretização da conduta típica de crimes já punidos pelo ordenamento penal, como a pedofilia ou os crimes contra a honra (apud Medeiros, 2002). Nesse sentido, os primeiros demandariam a iniciativa do Poder Legislativo para poderem ser combatidos, sob pena de se ferir o princípio da legalidade, positivado no art. 5º, XXXIX da Lex Legum; ao passo que os demais, deveriam ser reprimidos mediante as leis já estabelecidas, e não através de novas leis, visto a possibilidade de se recair em um bis in idem, ferindo o ordenamento constitucional.
Marco Civil da Internet
O Marco Civil da Internet ou Lei n° 12.965/14, regulamentadora do uso da Internet no Brasil, visa por meio da diligência orientar as garantias, direitos e deveres dos usuários e demais envolvidos, com um plano de atuação do Estado. 
Surgiu em 2009 e foi aprovado em 2014 pela Câmara dos Deputados, e sancionado no mesmo ano pela presidente Dilma Rousseff. A lei também é conhecida como ‘’Constituição da Internet’’, pois ela estabelece deveres e garantias normativas para o convívio no ciberespaço. O texto prevê Cibercrimes, além de neutralidade da rede – qualidade de velocidade ao acesso à internet; a liberdade de expressão – impossibilita a exclusão de conteúdo dos usuários e liberdade de transmissão de conhecimento com exceção de atos sexuais, libidinosos, nudez, pedofilia entre outros; a privacidade dos usuários – evita que informações pessoais sejam vendidas ou ofertadas para empresas dentro ou fora do país sem autorização do usuário, porém essas informações são vendidas pelos bancos de dados no caso de preenchimento de cadastros bancários ou em sites de compra e venda e a privacidade nas comunicações feitas em todo o âmbito da rede, além do mais impõe também, algumas obrigações de responsabilidade aos provedores e usuários. 
Art. 1o Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria.
Art. 2o A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como:
I - o reconhecimento da escala mundial da rede;
II - os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais;
III - a pluralidade e a diversidade;
IV - a abertura e a colaboração;
V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VI - a finalidade social da rede.
Art. 3o  A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios:
I - garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição Federal;
II - proteção da privacidade;
III - proteção dos dados pessoais, na forma da lei;
IV - preservação e garantia da neutralidade de rede;
V - preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por meio de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo ao uso de boas práticas;
VI - responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos termos da lei;
Art. 4o A disciplina do uso da internet no Brasil tem por objetivo a promoção:
I - do direito de acesso à internet a todos;
II - do acesso à informação, ao conhecimento e à participação na vidacultural e na condução dos assuntos públicos;
	
Art. 7o O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são assegurados os seguintes direitos:
I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei;
III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial;
Art. 10.  A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas.
	 LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014.
CPI – Crimes Cibernéticos
A criação em 2015 da CPI dos Crimes Cibernético, ‘’ é destinada para investigar a prática desse crime e seus efeitos na economia e na sociedade do Brasil’’ – Eduardo Cunha.
 Os três principais motivos para sua criação foram: A operação IB2K com o furto de mais de $2 milhões de reais desviados da Caixa Econômica Federal, o crescimento de denúncias de 190% de crimes cibernéticos, gastos com crimes cibernéticos que foram avaliados em $15 milhões de reais. De acordo com a Symantec, empresa especializada em segurança digital, os gastos com crimes cibernéticos no Brasil em 2010 ocorrem por diversas formas, incluindo:
∙ Envio de e-mails de phishing para o maior número possível de endereços de e-mail. 
∙ Criação de sites maliciosos na Web que parecem ser o mais legítimo possível. 
∙ Agressores amadores, conhecidos como ‘script kiddies’, que coletam computadores das vítimas (chamados de ‘root’), que podem ser usados para hospedar um site de phishing ou um retransmissor de spam. Em alguns casos, os exploradores violam diretamente os bancos de dados de cartões de crédito, não necessitando da etapa de phishing. 
∙ Retirada de fundos de um cartão de crédito ou de uma conta bancária comprometidos. 
∙ Recebimento de mercadorias compradas com informações roubadas de cartões de créditos em um local de entrega que não pode ser rastreado. Uma grande variedade de artigos é comercializada por phishers e impostores, tais como: 
∙ Números de cartões de crédito: normalmente, para que esses números tenham algum valor, é necessário ter também os números CVV2 (3 ou 4 dígitos presentes na parte de trás do cartão). 
∙ Acesso administrativo ou à raiz de servidores: servidores violados por crackers que os impostores podem acessar como desejam são comumente usados para hospedar sites de phishing, e são normalmente chamados de ‘roots’. 
∙ Listas de endereços de e-mail: usadas para propagandas de spam ou como alvos de golpes de phishing. 
∙ Contas bancárias on-line. 
∙ Contas de serviços de pagamento on-line, como egold, que é bastante popular entre os impostores, pois os fundos podem ser enviados instantaneamente e, em geral, sem que possam ser rastreados.
∙ Moedas falsificadas: o dinheiro falsificado é impresso e enviado pelo correio. 
 (www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1449738) 
O relatório da CPI dos Crimes Cibernéticos recomenda a aprovação de propostas em tramitação na Câmara que poderiam melhorar a legislação brasileira:
PL 1776/15, que inclui no rol de crimes hediondos os crimes de pedofilia
PL 3237/15, que dispõe sobre a guarda dos registros de conexão à internet de sistema autônomo; 
PL 5555/2013, que trata da divulgação não autorizada de imagens íntimas das vítimas (a vingança-pornô); 
PL 1755/2015, que trata da criminalização da divulgação indevida, na internet, de informações pessoais; entre outros.
Pedofilia e Pornografia Infantil.
	Com a globalização e a inovação das tecnologias, a internet evoluiu rapidamente e com essa velocidade trouxe consigo, a evolução da Pedofilia e Pornografia Infantil. As vítimas são indivíduos do mundo digital ou não, essas vítimas são extremamente vulneráveis pois não tem o critério de certo ou errado, por conseguinte os mais vulneráveis são as crianças e adolescentes. Esse crime agride os direitos fundamentais garantidos pela Constituição Brasileira, dentre eles o principal, a dignidade humana, porque fere o desenvolvimento do psicológico, afetando o caráter e vida social, uma vez expondo a criança e o adolescente no espaço cibernético. 
	A rápida propagação de dados, facilita a ação de pedófilos com perfis falsos, pois a deficiência de normalização, fiscalização e segurança em computadores ligados a rede, satisfazem a ilusão criada para a excitação relacionada ao sexo com crianças e adolescentes nus em imagens ou que estejam persuadindo as mesmas a manter relações sexuais com adultos. 
	O Brasil em 2006 esteve em primeiro lugar no ranking de pornografia infantil e pedofilia na internet, nas últimas pesquisas em 2010 desceu para o quarto lugar, isso ocorre pela facilidade no acesso aos conteúdos pornográficos, essa exploração sexual tornou-se uma empresa, em um trecho da revista virtual ISTOÉ, apresenta os perfis dos praticantes desse crime:
‘’ Já se sabe qual é o perfil dos pedófilos brasileiros, em razão dos rastreamentos feitos pela polícia. Jovens de classe média, com idade entre 17 e 24 anos, são considerados os principais produtores de imagens de crianças violentadas. Suas vítimas, na grande maioria dos casos, são menores de suas próprias famílias, como sobrinhos e até irmãos, de acordo com as apurações da polícia. No comércio da pedofilia, uma foto de criança seviciada chega a valer US$ 100. Um vídeo de cinco minutos, US$ 1 mil. Os compradores dessa produção têm um perfil diferente.’’
 Alan Rodrigues, 08/03/2016 - ISTOÉ
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) subscrito na Convenção dos Direitos das Crianças, aprovado pelo Congresso Nacional – 1990, tenta assegurar que os direitos das crianças e dos adolescentes para que não sejam violados, e que caso haja violação, obtenha a responsabilização adequada à gravidade do ato. 
Em 25 de Novembro de 2008 a Lei 11.829, que incluiu os artigos 241-A a 241-E e alterou os artigos 240 e 241 da Lei no 8.069 , de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e Adolescente), promovendo visar a conduta e o aprimoramento do combate à pornografia infantil: 
	Antiga Redação
	Nova Redação
	Art. 240 . Produzir ou dirigir representação teatral, televisiva, cinematográfica, atividade fotográfica ou de qualquer outro meio visual, utilizando-se de criança ou adolescente em cena pornográfica, de sexo explícito ou vexatória: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1 o Incorre na mesma pena quem, nas condições referidas neste artigo, contracena com criança ou adolescente.
§ 2 o A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos:
I - se o agente comete o crime no exercício de cargo ou função; 
II - se o agente comete o crime com o fim de obter para si ou para outrem vantagem patrimonial.
Na antiga redação, o § 2º trazia uma forma qualificada do crime.
Art. 241. Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente:
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
	Art.240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidasno caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
Note que o caput e § 1º do artigo 240 ampliou as condutas puníveis, bem como aumentou as penas.
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I - no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II - prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
III - prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
A nova redação do § 2º passou a prever causas de aumento de pena, ampliando as hipóteses.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1 o Incorre na mesma pena quem:
I - agencia, autoriza, facilita ou, de qualquer modo, intermedeia a participação de criança ou adolescente em produção referida neste artigo;
II - assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens produzidas na forma do caput deste artigo;
III - assegura, por qualquer meio, o acesso, na rede mundial de computadores ou internet, das fotografias, cenas ou imagens produzidas na forma do caput deste artigo.
A pena do caput foi aumentada e foram incluídos os incisos I, II e III, ampliando as condutas puníveis.
§ 2 o A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos:
I - se o agente comete o crime prevalecendo-se do exercício de cargo ou função;
II - se o agente comete o crime com o fim de obter para si ou para outrem vantagem patrimonial.
Foi incluído o § 2º, trazendo formas qualificadas do crime. Note que essas formas qualificadas eram antes previstas no § 2º do antigo artigo 240.
A Lei Brasileira 12.737/2012
A Lei Brasileira 12.737/2012, ou como ficou conhecida como Lei Carolina Dieckmann que foi sancionada em 30 de novembro de 2012, proporcionou alteração no Código Penal Brasileiro. O Projeto que resultou na Lei foi estabelecido em situação exposta pela atriz, que teve de seu computador pessoal retirado fotos e conversas em situações intimas, transmitidas na internet. Constituiu um importante avanço, ao identificar expressamente o crime de invadir dispositivos informáticos, criando um tipo penal que visou acima de tudo, proteger o sigilo de dados e informação pessoal ou profissional. Assim sendo, examinamos os elementos típicos básicos do crime: conduta, resultado, nexo causal, tipicidade, consumação e tentativa. O projeto pretende se tornar a primeira lei brasileira que trata de uma maneira ampla dos crimes cometidos através dos meios informáticos ou por meios deles.
Os sanções previstas na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.
Conclusão: Com esse trabalho podemos perceber a grande mudança na sociedade com o avanço da tecnologia com seus pontos positivos como negativos. Vimos também a importância que teve a Convenção de Budapeste para o mundo. A necessidade e a dificuldade da elaboração de uma legislação e de um judiciário, sob a perspectiva da razoabilidade, que possa prevenir e punir crimes cibernéticos sem ferir os Direitos Fundamentais do ser humano.
Com isso concluímos que o ingresso do Brasil à Convenção de Budapeste seja a mais correta atitude a ser tomada, face à necessária uniformização do combate transnacional aos crimes cibernéticos, evidentemente desterritorializados, e ao respeito aos direitos e liberdades individuais por ela impostos. Paralela à qual, este trabalho defende, ainda, a eminente necessidade de se estabelecer, no âmbito nacional, um diálogo entre os distintos polos intrinsecamente interessados na repressão a tais crimes e na preservação dos direitos historicamente positivados, fazendo-se prevalecer os princípios da democracia e do Estado Democrático de Direito.
Bibliografia:
Livros:
Cibercrimes - Limites E Perspectivas À Investigação Policial De Crimes Cibernéticos – Collie, Maciel – 2010
Crimes Digitais – Crespo, Marcelo Xavier de Freitas – 2012
Crimes Informáticos e Seus Vítimas - Coleção Saberes Monográficos, Sydow, Spencer Toth, 2014
Sites:
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/a_regulamentacao_dos_cibercrimes_no_brasil.pdf
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/arnaldo-sobrinho-cibercrime-e-cooperacao-penal-internacional.pdf
http://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-publica/analise-e-pesquisa/download/concurso_pesquisasaplicadas/32o-cibercrime-no-brasil.pdf
https://home.unicruz.edu.br/mercosul/pagina/anais/2013/HISTORIA%20CIDADANIA%20E%20TRABALHO/ARTIGOS/CIBERCRIMES%20SOB%20O%20ENFOQUE%20CONSTITUCIONAL%20PENAL%20ASPECTOS%20CONTROVERTIDOS%20DA%20PORNOGRAFIA%20INFANTIL%20E%20PEDOFILIA.PDF
https://canalcienciascriminais.com.br/e-se-o-brasil-tivesse-27-codigos-de-processo-penal/
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/7719/coment%C3%A1rios%20ao%20substitutivo%20PL%2088-99.pdf?sequence=1
https://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1449738
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-crimes-ciberneticos/noticias/conheca-as-propostas-do-relatorio-final-da-cpiciber
http://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2016/04/cpi-de-crimes-ciberneticos-quer-alterar-marco-civil-da-internet-no-brasil.html
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/conven%C3%A7%C3%A3o-de-budapeste-e-leis-brasileiras
http://www.charlieoscartango.com.br/Images/A%20convencao%20de%20Budapeste%20e%20as%20leis%20brasileiras.pdf
http://www.ataideadvogados.com.br/blog/a-convencao-de-budapeste-e-a-fragmentariedade-da-lei-brasileira-dos-crimes-informaticos
https://istoe.com.br/18784_PEDOFILIA+/
https://tecnoblog.net/194875/cpi-crimes-ciberneticos-relatorio/
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3966
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/7719/coment%C3%A1rios%20ao%20substitutivo%20PL%2088-99.pdf
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=15028
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/199850-PROPOSTA-TIPIFICA-CRIMES-COMETIDOS-POR-MEIO-DA-INTERNET.html

Outros materiais