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CONVERSOR FLYBACK Carla Ap. Magrinelli Engenharia Ele´trica Unoesc - Joac¸aba E-mail: carla@mfmateriaiseletricos.com.br Camila Fernanda Trindade Engenharia Ele´trica Unoesc - Joac¸aba Email:camyla.trindade@hotmail.com Thais Spuldaro Engenharia Ele´trica Unoesc - Joac¸aba Email:thaisspuldaro12@gmail.com I. Introduc¸a˜o O seguinte artigo tem como finalidade apresentar o projeto de um conversor CC Flyback. O conversor proposto possui uma entrada em tensa˜o alternada de 12V e uma saı´da desejada de 60V. Atrave´s da literatura obtida, foram realizados ca´lculos e dimensionado o indutor e outros componentes que foram utilizados. Tambe´m foi usado um software de simulac¸a˜o para poder ter uma pre´via da resposta do sistema. Apo´s ser feito toda a parte teo´rica, iniciou-se a montagem do conversor, primeiramente em uma protoboard para testar o indutor e os demais elementos. Sendo garantido o funcionamento deste, passou-se para uma placa de cobre, e enta˜o foram realizados os ajustes e testes necessa´rios para se obter uma saı´da muito pro´xima a desejada. II. Fundamentac¸a˜o Teo´rica O conversor flyback e´ um conversor que possui isolac¸a˜o galvaˆnica, usado em aplicac¸o˜es onde ha´ essa necessidade de isolar as fontes e ter altos ganhos de tensa˜o (SCORTEGAGNA, 2015, p.25 apud DREHER et al., 2012). Este conversor pode operar como abaixador ou elevador de tensa˜o, seu ganho esta´tico e´ definido pela relac¸a˜o de espiras do indutor e a raza˜o cı´clica. (SCORTEGAGNA, 2015, p.25) O ganho esta´tico do conversor flyback operando no modo de conduc¸a˜o contı´nua e´ dado pela equac¸a˜o abaixo. M = D 1 − D . Ns N p (1) Onde: M = Ganho esta´tico ou ganho de tensa˜o do conversor. D = Raza˜o Cı´lica. Np = Nu´mero de espiras do prima´rio. Ns = Nu´mero de espiras do secunda´rio. Scortegagna(2015, p.25 apud BARBI, 2012) descreve que as principais caracterı´sticas do conversor flyback sa˜o: • Baixo custo de produc¸a˜o. • Possibilidade de ter mais que uma saı´da. • Possibilita uma grande variac¸a˜o de resisteˆncia de carga. • Isola a entrada da saı´da. • Ra´pido tempo de resposta. O conversor flyback pode operar tanto no modo de conduc¸a˜o contı´nua quanto no modo de conduc¸a˜o descontinua. A figura 1 demostra a estrutura de um conversor Flayback. Figura 1. Estrura conversor Flyback A. Conversor Flyback no modo de conduc¸a˜o contı´nua - CCM No modo de conduc¸a˜o contı´nua pode-se dividir o funcio- namento do conversor em duas etapas, quando a chave esta´ fechada e quando esta´ aberta. Considerando que o circuito esta´ operando em regime, conforme Petry(2001, p.11) quando a chave fecha a indutaˆncia do prima´rio e´ magnetizada, e por consequeˆncia o diodo e´ polarizado inversamente, impedindo que circule corrente no secunda´rio. Como resultado a indutaˆncia de magnetizac¸a˜o Lm armazena a energia. E a tensa˜o de saı´da Vo e´ a energia contida no Capacitor C. A figura 2 demonstra o funcionamento do circuito com a chave fechada. Figura 2. Etapa 01 - Chave fechada Ainda segundo Petry(2001, p.11) quando a chave e´ aberta, a energia que estava armazenada em Lm e´ transferida para o secunda´rio, o diodo esta´ polarizado diretamente, permitindo a passagem de corrente e enta˜o uma parte dessa energia e´ transmitida para o capacitor C e parte segue para carga R. Na figura 3 podemos visualizar o funcionamento do circuito quando a chave esta´ aberta. Figura 3. Etapa 02 - Chave aberta B. Conversor Flyback no modo de conduc¸a˜o descontı´nua - DCM As mesmas considerac¸o˜es feitas para o modo CCM podem ser feitas para o modo DCM, pore´m de acordo com Scorte- gagna(2015, p.27) no momento em que a chave esta´ aberta, a energia que estava contida em Lm e´ totalmente transferida ao secunda´rio, chegando a zero. Na figura 4 podemos entender o funcionamento do modo DCM. Figura 4. Conversor Flybck operando no modo DCM III. DIMENSIONAMENTO DO CONVERSOR Para o dimensionamento do conversor foram estipulados alguns dados como: • Tensa˜o de entrada em CA (Vin): 12[V] • Tensa˜o de saı´da (Vout): 60[V] • Freqeˆncia de chaveamento(fs) : 35[kHz] • Poteˆncia de saı´da (Pout): 15[W] Para facilitar os ca´lculos do conversor foi utilizado o software MathCad, as principais equac¸a˜oes utilizadas sa˜o mostradas a seguir. Lm = 1 2 . Vin2.D2.η f s.Pout [µH] (2) Onde: Lm = Indutaˆncia de Magnetizac¸a˜o [µH] D = Raza˜o Cı´clica. Vin = Tensa˜o de entrada [V]. fs = Frequeˆncia [Hz]. Pout = Poteˆncia de saı´da [W]. Para o dimensionamento do nu´cleo magne´tico foram utili- zados os seguintes dados: • Densidade de fluxo ma´ximo (B): 0,2[T] • Densidade de corrente ma´xima (Jmax): 350[A/cm2] • Fator de ocupac¸a˜o da janela (kw): 0,5 • Fator de ocupac¸a˜o do prima´rio (kp): 0,3 • Frequeˆncia de chaveamento (fs): 35 [kHz • Rendimento (η): 0,9 AeAw = 0, 774.Pout kw.kp.B.Jmax. f s.η [cm4] (3) Atrave´s do ca´lculo de AeAw, foi possivel dimensionarmos o nu´cleo magnetico por meio dos dados apresentados pelo cata´lago de um fabricante. Apo´s ser especificado o nu´cleo pode-se calcular o valor do entreferro (ζ) e o valor da corrente de pico no primario (InpkN s)atrave´s das equac¸a˜o a seguir. ζ = 2.µo.Pout B2.Ae.η. f s [mm] (4) Onde: ζ= Entreferro ou Gap. Ae= A´rea efetiva da sec¸a˜o transversal do nu´cleo. InpkN p = 2.Pout Vin.D.η [A] (5) Onde: InpkN p = Corrente de pico no prima´rio Atrave´s dos dados obtidos com as equac¸a˜oes anteriores foi possivel calcularmos o nu´mero de espiras do prima´rio e do secunda´rio, conforme equac¸o˜es a seguir. N p = B.ζ µo.InpkN p (6) Ns = (N p.(Vout + VD)) Vin . (1 − D) D (7) Onde: Np= Nu´mero de condutores do prima´rio. Ns= Nu´mero de condutores do secunda´rio. VD= Queda de tensa˜o do diodo. O Capacitor mı´nimo de saı´da do conversor foi especificado atraves da equuac¸a˜o abaixo. C = Vout.D R.∆Vout. f s [µF] (8) Os principais resultados obtidos com o dimensionamento do conversor foram: • Tensa˜o de saı´da(Vout): 60V • Carga (R): 240Ω • Indutaˆncia de magnetizac¸a˜o (Lm): 61,714µH • Nu´mero de espiras do prima´rio (Np): 21 • Nu´mero de espiras do secunda´rio (Ns): 76 • Raza˜o cı´clica (D): 0,5 • Nu´cleo: 30/15/17 • Capacitor (C): 22µF • Entreferro (ζ): 0,5mm • Fio do prima´rio: 22AWG • Fio do secunda´rio: 24AWG IV. SIMULAC¸A˜O DO CONVERSOR Apo´s o dimensionamento do indutor, foi simulado o circuito no software PSIM, primeiramente considerou-se o circuito ideal, sem as irregularidades dos componentes. Logo apo´s, a partir do datasheet dos componentes escolhidos foram adici- onados as na˜o linearidades e observado o comportamento do circuito, como e´ demonstrado nos gra´ficos a seguir. Para acionamento do MOSFET utilizamos o drive conforme esquema´tico da figura 5. Figura 5. Esquema´tico Drive Mosfet A figura 6 representa o esquema´tico do conversor Flayback. Figura 6. Esquema´tico do conversor Flyback Para gerac¸a˜o do PWM e controle da tensa˜o de saı´da escolheu-se o microcontrolador 16F877A. N figura 7, pode-se observar as formas de onda dos pinos VDS e VGS. Figura 7. Na figura 8 podemos observar a simulac¸a˜o da tensa˜o de saı´da do conversor. Figura 8. Simulac¸a˜o - Tensa˜o de saı´da V. MONTAGEM DO CONVERSOR Ja´ tendo todos os componentes separados, a princı´pio foi montado o circuito em uma protoboard, chegando-se enta˜o na resposta desejada de uma saı´da de 60V. Confirmado o resultado e a efica´cia do indutor montado, deu-se inı´cio a confecc¸a˜o da placa de circuito no software Eagle. Optou-se por ser feito duas placas, uma para o conversor Flyback e outra para o drive de acionamento do mosfet, para que na˜o houvesse problemas de interfereˆncia causados pela indutaˆncia. Nas figuras 9 e 10 pode-se observar os layout das placas desenvolvidas no software. Figura9. Figura 10. Apo´s serem passados os circuitos para as placas, soldamos os componentes e testamos as placas separamente, na figura 11 pode-se visualizar a placa do conversor e na figura 12 a placa do drive. Figura 11. Figura 12. Sendo a entrada 12V RMS alternados, para o funcionamento do conversor foi necessa´rio utilizamos um transformador de 220V-12V e enta˜o retificar. Optou-se por utilizar um retificador de onda complete com filtro capacitivo. Por meio dos ca´lculos efetuados foi necessa´rio construir o indutor que atingisse os valores calculados de indutaˆncia magnetizante e relac¸a˜o de transformac¸a˜o para o perfeito fun- cionamento. Para realimentac¸a˜o do circuito de controle utilizou-se um divisor de tensa˜o resistivo. Na figura 13 pode-se visualizar o projeto completo, com o transformador de 220-12V, a placa do conversor, a placa do drive de acionamento do MOSFET e a placa do microcontrolador, responsa´vel por gerar o PWM. Figura 13. Projeto completo VI. RESULTADOS Com o circuito montado foram feitas medidas de tensa˜o com o uso do oscilosco´pio para comprovar o funcionamento do conversor. A figura 14 monstra tensa˜o de saı´da do trafo. Figura 14. Tensa˜o de saı´da do trafo A figura 15 mostra a tensa˜o apo´s o retificador. Figura 15. Tensa˜o apo´s a retificac¸a˜o A figura 16 mostra a tesa˜o enviada para o controle. Figura 16. Na figura 17 pode-se observar em azul a tensa˜o medida no VGS (Gate) e a tensa˜o VDS (Dreno) em amarelo. Figura 17. O sinal de saı´da do conversor esta´ demonstrado na figura 18, onde podemos visualizar tambe´m a tensa˜o de ripple (variac¸a˜o de tensa˜o). Com o auxilio do Analizador de Poteˆncia YOKOGAWA WT500 foi possivel medir o rendimento do conversor, os resultados obtidos esta˜o demonstrados na figura 15. Figura 18. Figura 19. VII. CONCLUSA˜O Pela observac¸a˜o dos aspectos mencionados pode-se dizer que foi obtido eˆxito na confecc¸a˜o do conversor flyback. As respostas obtidas para o circuito demonstram que as na˜o linearidades dos componentes causam distorc¸o˜es nas formas de onda obtidas no experimento. A saı´da do conversor se mantem em aproximadamente 60V devido a relac¸a˜o de espiras na˜o ser completamente similar aos ca´lculos feitos. Refereˆncias [1] H. Kopka and P. W. Daly, A Guide to LATEX, 3rd ed. Harlow, England: Addison-Wesley, 1999.
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