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AULA 11 IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

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IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Conceito: é um nome que se usa para que a gente designe um benefício fiscal, um benefício no mundo tributário, que as pessoas conquistam por expressa proclamação constitucional. O Constituinte concede, proclama, permite, proporciona o benefício que a gente chama de imunidade que algumas pessoas na sociedade vão obter. Imunidade tributária é um benefício fiscal emanado da Constituição da República. A imunidade tributária é um benefício que surge quando o Constituinte ergue normas de um determinado perfil, com uma determinada estrutura, dessas normas decorrem um efeito e o efeito é a imunização, é a geração da imunidade que o beneficiário da norma constitucional (de determinado perfil) termina logrando/alcançando/conquistando. A imunidade tributária é um benefício que decorrem de algumas normas constitucionais. A imunidade tributária é um benefício, é uma proteção, é algo que me favorece e que vem da Constituição. Algumas normas que vão ser colocadas na Constituição vão ter como efeito a geração de uma imunidade pra mim, eu vou ficar imune ao tributo, eu vou ficar blindado, beneficiado, de sorte que o tributo não vai poder me atingir, eu sou imune, eu tenho a imunidade tributária, ela vem da Constituição. O constituinte ergue um conjunto de normas abrigadas em alguns diferentes artigos, normas que vão ter como perfil o aspecto, a essência de serem normas que vedam, que proíbem a incidência de certos tributos, sobre certas situações. O constituinte em alguns diferentes dispositivos do seu texto, vai proclamar normas com o mesmo perfil, normas que vão proibir que determinado Ente da Federação, que todos os Entes da Federação, às vezes, possam aplicar, possam fazer incidir possam tentar impor determinado tributo em certas situações. O constituem blinda certas situações contra a possibilidade da incidência de tributos e ergue para tanto normas que vão ter como conteúdo, um comando vedatório, um comando proibitivo em que ele Constituinte proibirá que certo Ente Federativo de exercer a sua competência tributária fazendo incidir certo tributo naquela situação que o Constituinte entendeu que ele tinha que proteger vedando a incidência do tributo, surgem normas constitucionais que limitam, normas constitucionais limitadoras. Normas constitucionais que limitam o exercício da competência tributária da U/E/DF/M, normas proibitivas. Normas que vão proibir, que vão vedar que aquele determinado Ente Federativo use aquele determinado tributo naquela determinada situação. E normas como essas normas dessa envergadura, normas dessa estrutura, desse perfil estão espalhadas na Constituição, algumas se concentram em um único ponto, outras ficam esparsas ao longo do texto (as normas constitucionais proibitivas da incidência de tributos), normas constitucionais que vedam aos Entes Federativos a liberdade (exclui/vedam) de exercerem a competências tributárias que possuem.
Ex.: o Constituinte olha para os Municípios e diz assim: eu dei a vocês, eu institui para vocês a competência tributária sobre o IPTU. Vocês são competentes para utilizarem um imposto chamado IPTU, mas vocês estão vendo aquele imóvel religioso que é utilizado na atividade religiosa vocês não podem fazer incidir o tributo naquela atividade religiosa naquela situação. O Constituinte entende que naquela situação uma igreja tem um imóvel utilizado naquela atividade religiosa, seja diretamente ou indiretamente, não deve incidir IPTU. O constituinte entende que o Município não obstante tenha uma competência que foi o próprio Constituinte que deu para utilizar o IPTU, fazendo incidir o IPTU para pessoas que são proprietárias, possuidoras com animus domínio, titulares do domínio útil, titulares de imóveis urbanos. Essa competência que foi dada, vai ser excluída o exercício, vai excluir a legitimidade de exercício, vai vedar que você exerça nessa situação. Precisa proteger as igrejas porque através das igrejas as pessoas exercem a fé, se quer proteger a liberdade fundamental do exercício da fé.
Ex.: se o imóvel é utilizado diretamente pela igreja, que faz a missa, que faz o culto, prega o credo ou então a igreja aluga o para um terceiro que vai utilizar como estacionamento, vai botar uma lojinha, mas do dinheiro do aluguel ela sustenta a funcionalidade da estrutura da Entidade, paga conta de luz, paga outro prédio onde ocorre o culto, aquele imóvel é importante para manter a igreja, não obstante alugado a terceiros os alugueis custeiam a atividade da igreja. O Constituinte entende que é fundamental que o IPTU não incida para não onerar a igreja, se ergue uma norma proibitiva, que via dizer se os Municípios do Brasil, não obstante eles tenha a competência tributária para utilizar impostos para o IPTU, nesse caso, de um imóvel pertencer a uma igreja, a um templo religiosa, utilizado direta ou indiretamente utilizado na atividade fim, não incide o IPTU. O Constituinte concede imunidade tributária. 
E porque o Constituinte faz isso? Porque ele quer proteger algumas situações nas quais ele Constituinte valorando com a sua valoração constitucional, ele entende que aquelas situações não podem ser atingidas por incidência de tributos.
Quando se erguem normas desse perfil na Constituição, quais são os efeitos que decorrem de uma norma como essa? A norma constitucional proibitiva do exercício da competência, ela tem um duplo efeito e um dos dois efeitos que decorem dessa norma Constitucional é a imunidade tributária.
Se a norma constitucional diz que: é vedado a União cobrar ICMS quando fornecedores de mercadoria exportam mercadorias para o exterior, imunidade de ICMS na Exportação.
É vedado ao Estado cobrarem ICMS na venda de livros quais são os efeitos que decorrem de uma norma como essa, que é uma das normas imunizantes que estão na Constituição (imunidade de ICMS na exportação e imunidade de ICMS na venda de livros), quais são os efeitos? São dois!!! Depende para quem o Constituinte vai olhar, ou para o Ente Federativo para a pessoa do povo que é protegida, que é beneficiária. Se é para o Ente Federativo e não para o Estado. Quais são os efeitos que diz que: é vedado aos Estados cobrarem ICMS na exportação. É vedado aos Estados cobrarem ICMS na venda/comercialização de livros, quais são os efeitos? Se olhar para os Estados que são os Entes Federativos que são atingidos pela norma, a norma ela tem um efeito, ela tem uma eficácia vedatória/proibitiva. Ela é uma norma Constitucional de caráter vedatório/proibitivo, ela proíbe o Estado de cobrar o ICMS e o Estado tem uma competência para cobrar o ICMS, mas nesse caso a Constituição afasta não é permitido, exclui. Uma faceta de duas normas constitucionais é que ela de um lado tem caráter proibitivo/vedatório, ela exclui o exercício da competência. Quando a norma constitucional ela vem proibir a incidência de um tributo ela gera um efeito protetivo/benéfico ao beneficiário, ao sujeito passivo, ao administrado que seria um sujeito passivo de uma relação tributária que nem sempre irá existir, porque o tributo não vai incidir.
O que se faz com uma norma constitucional que proíbe a incidência de um tributo? Algumas pessoas são favorecidas porque contra essas pessoas o tributo não vai poder incidir. A doutrina preocupada em criar um apelido pra nomear, para identificar esse benefício, que é o benefício que decorre da norma constitucional proibitiva da incidência de tributo à doutrina refletindo inventou um apelido imunidade tributária. Imunidade tributária é um nome que se dá a um benefício que decorre da Constituição e que deu o nome imunidade tributária foi a doutrina. E o nome é imunidade tributária porque o Estado fica proibido pela Constituição de cobrarem ICMS na venda de livros e nenhuma Lei fica autorizada a incidir, nenhuma fonte normativa fica autorizada a instituir o que a Constituição proíbe, até porque se autorizar ela não produzirá nenhum efeito essa autorização, será nula, será inconstitucional violadora da Constituição.
Quando se tem uma fonte infraconstitucional autorizandoa incidência de tributo sobre uma hipótese que a Constituição disse que não poderia essa fonte é violadora da Constituição, ela é inconstitucional. Ela sofre da mais odiosa, da mais hedionda das patologias que o mudo jurídico repreende com contundência, a inconstitucionalidade material, ela não tem nenhuma aptidão para produzir efeitos válidos.
O que é que vai acontecer com essa norma que concedeu imunidade religiosa a igreja tem um imóvel utilizado naquela atividade religiosa, seja diretamente ou indiretamente, não deve incidir IPTU? Ela fica imunizada e contra ela não tem como incidir o tributo.
O que é que vai acontece com a livraria que vende o livro? Ela fica imune, ela fica imunizada, a norma constitucional a blindou, botou um campo de força nela que o tributo não alcança ela. Porque se a Constituição proíbe nenhuma lei pode autorizar. Se só a Lei autoriza o tributo incidir e nesse caso não pode porque a lei proibiu, ninguém poderá autorizar o tributo a incidir.
Quando o Constituinte ergue o seu catálogo de normas proibitivas da incidência de tributos, ele o Constituinte com essas normas está imunizando as pessoas que ficam favorecidas, as pessoas para as quais essa norma cria a proteção gerando a imunidade tributária.
Conclusão, imunidades tributárias são benefícios que a gente ganha quando o Constituinte apresenta normas constitucionais proibitivas da incidência de tributos. Se essa norma está na Constituição proibindo que essa norma incida a pessoa que seria possivelmente atingida pela norma e não será porque a Lei proibiu, ela foi imunizada. Agora, é juridicamente impossível tributar essas pessoas nenhuma lei poderá autorizar essa pessoa, essa pessoa é imune não tem como o tributo incidir contra ela.
A doutrina fala: sabe quando é que surgem as imunidades tributárias? Quando a gente olha para a Constituição e enxerga as normas constitucionais qualificadoras de não incidência de tributo. Elas são normas constitucionais que determinam que em certas hipóteses (exportar, vender livro, igreja ter um imóvel e ser utilizado na atividade religiosa, uma entidade de assistência social ou de educação ter um imóvel utilizado na atividade fim), o Constituinte pegou essa hipóteses e qualificou essas hipóteses como qualificadoras de não incidência de tributos, daí se falar de que se trata de não incidência constitucionalmente qualificada, o tributo não pode incidir. A assistência Social sem fins lucrativos, a Entidade Social sem fins lucrativos que tem um imóvel utilizado na sua atividade fim => é uma hipótese de não incidência de um imposto. Ex.: IPTU, IPVA, IR. Foi o Constituinte que escolheu essas hipóteses para imuniza-las determinando a proibição de incidência de impostos sobre essas hipóteses, daí se falar em hipóteses de não incidência constitucionalmente qualificada.
É muito como comparar na prova esses dois conceitos: Imunidade Tributária à hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada, são duas coisas que se relacionam num mesmo fenômeno.
Quando existe a imunidade tributária? Em algumas hipóteses. Ex.: se um camarada lá é empresário que vende mercadorias para o exterior, essa hipótese é de que não vai incidir ICMS (a Constituição foi quem disse). É uma hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada. O exportador ganhou um benefício, imunidade tributária.
A Natureza Jurídica das Imunidade Tributárias elas tem uma dupla faceta, mas naquilo que é a essência delas as imunidades tributárias são benefícios fiscais resultantes/emanados/decorrentes de limitações constitucionais ao poder de tributar. Geram imunidades aos tributos.
Sempre que se erguem na Constituição normas limitadoras ao poder tributar gera-se imunidade? Não. Quando se ergue na Constituição norma que limitar a liberdade do Estado de tributar os seres humanos, as pessoas jurídicas, os contribuintes, se apresentam dois diferentes perfis de normas constitucionais limitadoras do poder de tributar através de um desses dois perfis de normas é que se gera as imunidades.
A diferença entre Imunidades Tributárias e Princípios Tributários: quando o Constituinte edifica as normas que limitam o poder de tributar do Estado, essas normas são ora proibitivas, ora são normas que não proíbem, mas regulam o limite de liberdade do exercício. Ora tem normas que limitam mais drasticamente/intensamente excluindo a liberdade de se tributar, ora se tem normas que limitam mais brandamente, não se impedindo que se exerça a competência, mas colocando barreiras/parâmetros/limites para esse exercício. Só que a norma não veda que o Ente exerça a sua competência ela não é uma norma proibitiva do exercício da competência. Não é uma norma que vai afastar que o tributo vá incidir, não vai ter a imunidade, a pessoa não vai deixar de ser tributada, mas a norma impõe de uma outra maneira diferente que a norma ensina como, de que parâmetros, de que margem de liberdade isolada é que o Ente pode exercer e o tributo incidir de maneira de não gerar mazelas a vida dos Administrados, da estabilidades da ordem pública, do ordenamento jurídico como um todo. São normas que estão dentro do ordenamento jurídico que são regulatórias do exercício da competência, essas normas não vedam o exercício da competência. Essa normas não impedem que o tributo incida, essas normas não gera imunidade contra a incidência de um tributo, não são normas geradoras de imunidade, são normas que ensinam dentro de que limites o tributo vai incidir, são chamadas de normas principiológicas, nessas normas se encontra comando regulatório, que se chama de princípio tributário.
Ex.: Na Constituição tem um conjunto de normas nas quais se abrigam os princípios tributários e essas normas tem, por exemplo, características do tipo, os U/E/DF/M quando majorarem o tributo, eles podem cobrar o tributo, mas não pode cobrar de imediato, tem que esperar um período de tempo para que as pessoas possam suportar esse novo tributo mais caro, essa nova carga tributária existente que até então não se sabia que existia. Não vai ter uma norma que vai proibir de criar tributos ou e majorar tributos e nem quem possa aplicar o tributo criado ou majorado, essa norma não vai ser proibitiva ela vai ser regulatória para dizer que quando os Entes criarem ou majorarem tributos vai ter que avisar antes de quando pretende cobrar esperar um lapso temporal mínimo de sem aplicar essa norma temporal gravosa, para evitar o direito de não surpresa das pessoas e não só no momento posterior as pessoas podem aplicar a norma, vai ser exigido uma anterioridade do aviso, uma inaplicabilidade imediata e uma imposterioridade da tributação. Essa norma constitucional ela vai trazer um comandando limitador da liberdade dos Entes Federativos. esse comando, todavia, não vos impedirá de tributar , não vedará o exercício dos Entes, vai ensinar em que limites esses Entes podem aplicar esse tributo que poderá ser criado ou essa nova carga tributária fruto de uma majoração de um tributo já existente, essa norma é uma norma que regula os limites da liberdade do exercício da competência. É uma norma que regula a incidência de um tributo e não uma norma que não proclama a incidência de um não tributo, não é uma norma vedatória e sim regulatória do exercício da competência. Ela recebe um apelido, essa norma que recebe um comando para se criar ou majorar tributos vai ter que avisar antes de quando pretende cobrar esperar um lapso temporal mínimo de sem aplicar essa norma temporal gravosa, para evitar o direito de não surpresa das pessoas e não só no momento posterior as pessoas podem aplicar a norma vai receber um nome de Princípio da Anterioridade.
A norma princípio ela não impede/proíbe que o direito se exerça, mas ensina dentro de que limites o Poder pode de forma válida, sem gerar mazelas, se exercer. 
Princípio da Isonomia diz que os Entes Federativos podem tributar, esse princípio não impede que eles exerçam as suas competências apenas explica que há limites para exercer de modo justo quando forem tributar tributostributem com igualdade pessoas que estão em situação econômica equivalentes, mas se perceber que os destinatários que vão receber a incidência desses tributo, que os destinatários do exercício da competência estão em patamares econômicos desigual tributem com desigualdade, respeitando as diferenças. Não pode igualar contribuintes em situação econômica diferente e também não pode desigualar contribuintes em situação econômica equivalente. Não é uma norma excludente do exercício da competência, não é uma norma que vai imunizar contribuintes, não vai gerar imunidade nenhuma, mas ela é uma norma limitadora.
Imunidade: são benefícios que decorrem de normas constitucionais proibitivas do exercício da competência. Norma constitucional que proíbe a incidência do tributo. Não ocorre fato gerador, o tributo não gera, não gera nenhuma relação tributária.
Princípios: estão dentro, são comandos abrigados/interligados/alinhados/alocados/posicionados dentro de normas constitucionais regulatórias do exercício da competência.
Imunidades e Princípios Tributários são estudados dentro do tema Limitações constitucionais do poder de tributar, normas constitucionais limitadoras do poder de tributar.
Imunidades e Princípios Tributários têm por natureza jurídica interligado ao tema as limitações constitucionais do poder de tributar do Estado.
Imunidade ≠ Isenção
Tem um traço comum: Ambas não pagam o tributo.
A diferença consiste no modo como se concede o benefício. De onde emana a benesse. 
Imunidade: são benefícios que decorrem de normas constitucionais proibitivas do exercício da competência. Norma constitucional que proíbe a incidência do tributo. Não ocorre fato gerador. O tributo não incide.
Isenções: são benefícios fiscais concedidos pelos Entes Federativos, no plano infraconstitucional, em situações em que o tributo incide e o fato gera a relação jurídica obrigacional tributária, todavia esse Ente Federativo aprova uma Lei, em regra, e através de uma Lei ele dispensa (dispensa legal) do pagamento do tributo. Pode ser total ou parcial.
- Fala-se da mera dispensa do cumprimento do dever de pagamento porque o tributo não incide.
Ex.: o IPTU não incide nos templos religiosos, a Constituição veda/proíbe a incidência, as igrejas são imunes.
Ex.: A Câmara Vereadora do Rio de Janeiro, que fez a Lei para autorizar o IPTU não incidir sobre o contribuinte, fez uma nova Lei, ela aprovou uma outra Lei que disse: que nos próximos dois anos os advogados que tiverem esse perfil, estão protegidos como o favor concedido pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro eles estão dispensados a partir de 2017 e 2018 no pagamento do IPTU. A Câmara Municipal me dispensou de pagar o tributo que incide sobre mim. Os advogados não vão pagar o IPTU porque eles foram favorecidos por uma Lei Municipal que liberou eles do dever que era autorizado por outra Lei de pagar. A isenção consiste nesse comportamento do E/DF/M que pessoas sejam isentas de pagar determinado imposto.
 Ocorre o fato gerador, o que é fato gerador? É o fato que típico na hipótese de incidência, a norma incide e o fato gera a relação obrigacional. 
- A obrigação principal é atingida pela isenção.
- Isenção não dispensa obrigação acessória.
- A isenção é concedida em regra por Lei. Basta que seja Lei Ordinária, não precisa de Lei Complementar.
*** A Lei que concede isenção tem que ser uma lei específica (é aquela que foi feita apenas para conceder aquele benefício).
- Não se admite isenção em Lei Genérica (é uma lei multitemática, é uma lei que fala de vários temas).
- Art. 150, §6º da CF
- Em regra, a Lei que concedeu a isenção, pode revogar a isenção.
- Excepcionalmente, todavia, a isenção pode ficar irrevogável, salvo se for concedida para duas características:
 A isenção é concedida à termo e sob condição, não pode ser revogada.
A Isenção vem através de Lei, exceto o ICMS. Isenções de ICMS não podem ser concedidas por Leis => É O ÚNICO CASO QUE EU QUEBRO A REGRA, QUE VALE PARA TODOS OS OUTRO TRIBUTOS! Será concedido por Convênios ou por Tratados Internacionais. No plano brasileiro será por Convênios – acordos feitos no CONFAZ ou por Tratados Internacionais.
Remissão ou Anistia
Remissão: é idêntica a isenção. Uma Lei vem e dispensa o dever de pagamento de um tributo que incidiu. 
A diferença é que isenção é concedida antes do fato gerador, é uma dispensa futurista, houve uma antecipada dispensa do imposto, é uma causa de exclusão do crédito tributário, impede a formação do crédito. A Remissão é concedida depois do fato gerador, vem posterior ao fato gerador.
- Na Remissão a Lei é aprovada para perdoar uma dívida que já existe, o tributo já incidiu, e vem através de Lei, perdoar o débito, dispensando o pagamento, renunciando o crédito, concedendo o perdão, é uma causa de extinção do crédito, é sempre para trás. “É o suicídio creditório”.
Anistia: é designada para indicar um fenômeno por via do qual o fisco perdoa infrações (perdoa atos ilícitos), dispensando a incidência do pagamento da multa. É uma sanção. Não atinge o tributo. Só atinge o elemento da multa, exclui a multa. Anistia Fiscal exclui o surgimento da multa, perdoa o surgimento da infração.
O CTN no Art. 175, estabelece que são causas de EXCLUSÃO do crédito (ISENÇÃO e ANISTIA).
A Remissão é uma causa de EXTINÇÃO do crédito (art. 156, IV c/c art. 172, CTN).
Na constituição a maioria das normas que geram imunizações, são normas que vedam a incidência de impostos. 
Não obstante, deve-se ter cuidado quando se tratar de imunidades de Taxas e Contribuições especiais.
- Taxas: A imunidades de Taxas estão no art. 5º, em alguns incisos da CF. 
- A mais famosa é sobre a isenção de Taxas para pessoas que não tem capacidade contributiva (para pessoas miseráveis, hipossuficientes) sobre as Taxas Judiciárias (é consagrada a Justiça Gratuita) => Art. 5º, XXXV da CF.
- Uma segunda é aquela que vem do art. 5º, LXXVII, não se pode cobrar taxa judiciária quando da impetração de Habeas Corpus ou Habeas Data.
- Contribuições Especiais: 
 - Aqueles que protegem pensionistas e aposentados em razão de um vínculo com o RGPS. Aqueles que se aposentaram pelo Regime Geral de Previdência Social, não se sujeita a incidência de contribuição previdenciária => Art. 195, II da CF: II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
- Art. 195, § 7º, da CF: São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Entidade Beneficente (filantrópicas) que presta assistência social à população é imune à incidência de contribuições para a seguridade social. 
 Cuidado:
	 No Artigo, fala-se em isenção, mas é Imunidade.
IMUNIDADES DOS EXPORTADORES SOBRE AS RECEITAS DECORRENTES DA EXPORTAÇÃO
- Estabelecimentos exportadores quando exportam não se sujeitam a incidência de Contribuições Sociais, nem para o Custeio do Domínio Econômico - CIDE, sobre as receitas decorrentes da exportação. Quando exporta para fora do Brasil serviço, produtos, atividades (estabelecimentos exportadores ao exportarem não se submetem, não se sujeitam a incidência de contribuições sociais e nem de contribuições para o custeio de intervenções no domínio econômico – CIDES, sobre as receitas decorrentes da exportação (RDE), da receita que ele aufere). 
Todavia, a exportadora que está protegida quando a receita entra no país, não incide contribuição sobre a receita. Porém, se ao final do ano ao fechar o balancete tiver lucro líquido, ai se paga normalmente a contribuição social sobre o lucro líquido (CCSLL), não precisa de uma nova imunidade, que incide sobre a receita, não sobre o lucro => Art. 149, § 2º, I da CF: § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caputdeste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
- Um exportador precisa ser incentivado.
- Por isso não incide IPI e ICMS sobre a exportação.
- O Exportador paga o Imposto de Exportação (IE), desde que não haja isenção.
Cuidado:
- O ISS tem uma regra diferente:
Para o ISS o constituinte não proíbe que incida ISS quando se presta serviços para o Exterior. Mas o Constituinte disse que reserva a Lei Complementar à missão de regular o feito (Na constituição está escrito que a Lei Complementar (e ela é legalmente qualificada) é que se excluirá ISS quando se presta serviço para o exterior) – e já existe essa Lei Complementar nº: 116/2003 – o artigo que regula a matéria é o Art. 2º, I, e § único, afirma que quando se prestar serviço para o exterior tiver característica “X” – se o serviço e sua utilidade e benesse for para o exterior, não incide ISS; mas se tiver característica “Y” – a utilidade do serviço será no Brasil - incide ISS.
QUEM PRESTA SERVIÇO PARA O EXTERIOR NÃO TEM IMUNIDADE SOBRE O ISS.
BENEFÍCIOS FISCAIS AO EXPORTADOR NA CF/88
- Quando tratamos sobre as imunidades dos IMPOSTOS, para fins de organização, é fundamental que abraçamos uma distinção entre dois lados de estudos. De um lado as imunidades concentradas no art. 150, VI (apresentadas em 5 alíneas) – para essas imunidades é preciso se fazer uma remissão aos §§ 2º, 3º (cuidam da imunidade da alínea “a”) e 4º (cuidam das alíneas “b” e “c”) do mesmo artigo. 
A outro giro existem outras normas espaças que tratam de imunidades.
Art. 150, VI: Imunidade genéricas (para os mesmos impostos ao mesmo tempo) ou concentradas.
Imunidade Espaça:
ITR, é um imposto de competência da União (art. 153, § 4º, I) – proíbe a incidência do ITR a uma pessoa que possua uma pequena gleba (até 30 hec.) de terra e não possui outro imóvel e tenha nessa pequena gleba de terra o seu único imóvel ao qual utiliza para a sua subsistência, explora para sobreviver.
- CUIDADO: Se o proprietário tiver dois imóveis, que somando dá ao total de 30 hectares (mesmo que na soma não ultrapasse a soma de uma pequena gleba de terra), não tem imunidade. Só que para fazer justiça a lei de ITR, dá uma isenção dispensando o pagamento (não está protegido pela CF, mas a Lei nº 9393/96 do ITR dá a isenção), concede imunidade de ITR, desde que na soma não ultrapassa a soma de uma pequena gleba de terra.
Não incidem impostos (ITBI ou ITCMD) não incidem impostos quando alguém está adquirindo imóvel na qualidade de assentado (família a de sem terras) fruto de uma desapropriação para fins de reforma agrária. O governo tem a missão de conduzir uma política de reforma agrária (é um movimento para reestruturar a plataforma...).
Tais pessoas, de fato, são pessoas de menor poder econômico, no perfil das quais é legítimo presumir a inexistência de capacidade contributiva efetiva. Ninguém vai ser assentado num lote de terra desapropriado sendo pessoa de boas condições econômicas. As regras que disciplinam o processo e o procedimento no manuseio das desapropriações para fins de reforma agrária são claras, bem delineadas tanto na Lei 8.629/93 como na LC 76/93 e LC 88/96. O INCRA segue critérios rígidos impostos na legislação quando faz a triagem seletiva das famílias que serão assentadas, as quais, inequivocamente, envolvem pessoas sem terras, sem recursos, as quais acessarão a posse do bem, adquirindo, provavelmente, um título de concessão de uso da terra, aspirando, num momento futuro, se cumpridos diversos requisitos legais (produzir, gerar emprego e habitação, preservar o meio ambiente, etc, dando função social), merecer adquirir a propriedade definitiva. E é exatamente nesse momento que entra a regra de proteção fiscal, assegurando que sobre o ato de aquisição definitiva da propriedade não incidirá imposto.
Art. 184,§5º, CF => fala de isenção, é Imunidade Tributária!
Obs.: Remeto o leitor para o art.184,§5º da Magna Fonte, esclarecendo desde logo que em pequeno deslize de linguagem o constituinte utilizou, indevidamente, a expressão “isenção”, no aludido dispositivo, quando na verdade, o que se tem é o benefício da “imunidade’, já que a Carta não isenta e sim imuniza, entendimento já repetido por incontáveis vezes na Suprema Corte e do qual a doutrina não diverge.
São isentas as alienações de imóveis sobre reforma agrária (IMUNIDADE).
ITBI (Art. 156, § 2º, I, CF): é um imposto de comMunicipal. (Imposto sobre Transmissões de Bens Imóveis onerosamente).
O art.156,§2º, I da Constituição apresenta importante norma imunizatória, a qual, na verdade, concede algumas e não apenas “uma” imunidade tributária. Na verdade, da leitura do dispositivo se extraem diferentes imunidades, ainda que todas elas aproximadas pela idéia comum, envolvendo ora a criação, ora a extinção de pessoas jurídicas. Nessa prospecção, cinco imunidades se apresentam nesse dispositivo. A grande “pegadinha”, todavia, reside no final do texto do citado lócus normativo, pois o legislador exclui a aplicação da norma imunizatória quando o adquirente do imóvel possui determinado perfil. E, o grande ponto de tensionamento ocorre pelo fato de que o constituinte apresenta cinco imunidades e depois determina hipótese de restrição ao gozo do benefício, mas não deixa bem claro para quais das cinco hipóteses está realmente se reportando para restringir o alcance do favor fiscal, o que enseja divergências doutrinárias no que tange à interpretação correta do alcance da norma fincada no dispositivo. Analisemos primeiramente as cinco situações em que se concede a imunidade tributária:
- Não incidirá ITBI:
► Quando está nascendo uma Pessoa Jurídica e um dos sócios na hora de realizar o capital social, faz o aporte com um imóvel (e não com dinheiro).
►Quando uma pessoa adquire um imóvel em razão de: Fusão (junção de duas PJ’s e transforma em outra).
►Cisão
►Incorporação
►Transformação
►Quando uma Pessoa Física ou Jurídica adquire imóvel de PJ em extinção.
ATENÇÃO: Perde a imunidade esse adquirente do imóvel se ele tiver com atividade preponderante: compra e venda de imóvel, leasing, locação de imóvel.
AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA EM REALIZAÇÃO DE CAPITAL: não incide o ITBI contra a PJ que adquire o imóvel em fase de realização de capital; a leitura do art. 156, §2º, I da Carta deve ser feita em consonância com o que consta no art. 36, I, CTN. Aqui, tem-se o caso comum em que um sócio, para integralizar seu capital subscrito, incorpora um imóvel no patrimônio da Pessoa Jurídica, realizando sua parte do capital subscrito mediante cessão de ativo imobiliário; “paga” a aquisição de suas cotas dessa forma. Nesses casos não incide o ITBI, ficando imune a Pessoa Jurídica; 
DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA RESULTANTE DE PROCESSO DE FUSÃO: quando duas ou mais pessoas jurídicas se unem em processo fusional, é sabido que a nova pessoa jurídica que resulta de tal união absorve para si todo o passivo e ativo das pessoas jurídicas que deram ensejo ao fenômeno da fusão; nesse linear, os imóveis que eventualmente existissem na titularidade das antigas PJ’s migram para o patrimônio da nova Pessoa Jurídica. E é nesse momento que atua a norma constitucional, determinando que a nova PJ resultante da Fusão não sofre a incidência do ITBI, sendo IMUNE; vale, aqui, também, a leitura do CTN, no art. 36, II; 
AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA RESULTANTE DE PROCESSO DE INCORPORAÇÃO: quando uma PJ, na condição de incorporadora, absorve outra PJ, a incorporada, adquirindo todo o seu ativo e passivo, mediante processo de Incorporação Societária, caso esteja adquirindo “no pacote” um ou mais imóveis que eram de titularidade da PJ incorporada, não sofrerá a incidência do ITBI, vigorando também a regra da Imunidade Tributária prevista no art. 156, §2º, I, CRFB/88 e art. 36, II, CTN; 
AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA RESULTANTE DE PROCESSO DE CISÃO: quando nascem duas ou mais PJ’s, em processo de cisão, aquela (s) PJ (s) que adquirir (em)o (s) imóvel (imóveis) que pertencia (m) à antiga PJ que se cindiu, não sofrerá a incidência do ITBI quando vier a registrar o móvel (ou imóveis) em seu nome, vigorando também a regra da Imunidade Tributária prevista no art. 156, §2º, I, CRFB/88; 
e) AQUISIÇÃO DE IMÓVEL DE PESSOA JURÍDICA EM EXTINÇÃO: quando alguém adquire imóvel de uma Pessoa Jurídica que está se extinguindo, não sofre a incidência do ITBI para registrar o bem em sua titularidade. Aqui, a Constituição não distingue as hipóteses de “extinção” de PJ, cabendo interpretar que em quaisquer situações (falência, dissolução relugar, etc) é possível aplicar o favor fiscal imunizante para acolher o adquirente, que poderá transcrever o imóvel para o seu patrimônio sem sofrer a incidência do imposto. Esse é, também, o único caso em que se vislumbra a aplicação da imunidade em favor de uma pessoa física, cogitando-se aqui, claro, de que o adquirente do bem seja uma pessoa natural; em todas as demais hipóteses narradas no art. 156, §2º, I, CRFB/88 as imunidades favorecem pessoas jurídicas adquirentes. Por logo, não incide ITBI quando o adquirente de imóvel adquire o bem de uma Pessoa Jurídica em momento de extinção. 
Após citadas as cinco hipóteses de imunidades tributárias previstas no art. 156, §2º, I da Constituição, vale agora apresentar a norma excludente da imunidade tributária, prevista na parte final do inciso I; o texto afirma, após assegurar as imunidades, uma a uma, que “salvo se, nesse casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desse bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil”. A intenção do Constituinte é transparente, perfeitamente compreendida, deixando claro que se o adquirente do bem for um empreendedor do mercado imobiliário que tenha como atividade preponderante na sua atuação o desenvolvimento de operações de compra e venda, locação ou leasing imobiliário, ele perde a imunidade. Noutras palavras, é como se a imunidade estivesse sendo deferida para os adquirentes de imóveis, salvo se esses adquirentes forem agentes do mercado imobiliário que atuam nos segmentos acima narrados, fazenda das referidas atividades suas atividades preponderantes.
A grande polêmica reside em saber para quais das cinco hipóteses de imunizações estampadas no mesmo inciso o constituinte determinou a perda do benefício. Transcrevo o texto, o qual merece atenção: 
Art.156.§ 2º - O imposto previsto no inciso I: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
Agora, transcrevo novamente, sublinhando e separando as partes do dispositivo: 
Art.156.§ 2º - O imposto previsto no inciso I: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, SALVO SE, NESSES CASOS, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
Nas cinco hipóteses de imunidades previstas no dispositivo, caso o adquirente do bem seja uma pessoa que possui o perfil narrado na parte final do dispositivo (atua no ramo da compra e revenda de imóveis, ou de locação, ou de arrendamento, e faz dessas atividades sua atividade preponderante), não faz jus à imunidade. Nesse diapasão, se a PJ em realização de capital que recebe um imóvel de um sócio, caso atue no referido segmento e atinja a preponderância de suas receitas em razão da atividade prevista, não goza da benesse fiscal. Idem quanto à pessoa que surgiu da cisão ou da fusão, assim como quanto à PJ incorporadora; do mesmo modo, os adquirentes de imóveis que adquirem de PJ em extinção. Por mais que a advocacia exercida nas bancadas tributárias labore no prumo de tentar restringir a órbita de aplicação da norma de exclusão da imunidade, visando proteger seus clientes adquirentes, realmente acreditamos que qualquer que seja o caso, a imunidade realmente “cai” se o adquirente tiver o perfil “supra comentado”. 
Por fim, registro que para fins de se entender o que significa a “preponderância”, vale a leitura do art.37 do CTN, com zelosa atenção aos parágrafos. A noção emana da análise do volume de receita que as atividades imobiliárias narradas geram para o empreendedor, levando-se em consideração também o tempo de vida da PJ.
APOSTILA DO PB
IMUNIDADES ESPECÍFICAS PARA DETERMINADOS IMPOSTOS
Nossa Carta, no Sistema Tributário e em alguns artigos fora dele, consagra também algumas normas especiais de cunho imunizatório, detrminando que certos impostos não possam incidir em algumas hipóteses que ficam na Carta listadas. O feito ocorre relativamente ao ITR, ao ITD e ITBI, ao IOF, e ao ICMS. Comentemos. 
IMUNIDADE DO ITR. 
A nossa Carta optou por proteger um grupo de pessoas notoriamente humildes, de menos poder econômica e que tem suas vidas atreladas a uma conhecida dura realidade. São os agricultores de subsistência, que atuam no campo, vivendo em prol do plantio para conseguirem a sobrevivência de cada dia. Famílias que possuem pequeninas frações de terra, único solo, apenas um pequeno bem imóvel, e fazem desse chão o espaço onde que não incide o ITR sobre os imóveis rurais de pequenas glebas de terra, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel. A regra protetiva está positivada no art.153,§4º, II, CRFB/88. Nessas hipóteses, podemos afirmar que o proprietário da pequena terra única e utilizada para subsistência é imune ao ITR. Trata-se, mais uma vez, de hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada. 
Acresço a informação que o conceito de pequena gleba de terra está previsto na lei do ITR, que é a Lei 9.393/96, que cuidou da matéria no art.2º. Nesse linear, todo e qualquer imóvel rural, qualquer que seja o local do país que esteja, se tiver ATÉ 30 HECTARES, será uma PEQUENA GLEBA DE TERRA. Todavia, pode continuar sendo pequena gleba se tiver ATÉ 50 HECTARES e for situado no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; por fim, continua sendo compreendido como PEQUENA GLEBA DE TERRA se tiver ATÉ 100 HECTARES e for localizado no Pantanal Matogrossense ou Sul-Matogrossense ou na Amazônia Ocidental. Ou seja, todo imóvel rural de até trinta hectares, caso seja o único que o proprietário possui e se comprove que o bem é explorado para a subsistência, será aplicada a norma imunizatória em apreço, independente de onde fique esse bem. A benesse continua aplicável a imóveis de até cinquenta ou até cem hectares, desde que ínsitos nas áreas acima descritas. 
Por fim, trago precioso esclarecimento, no sentido de que a Lei do ITR, procurando corrigir uma lacuna deixada pelo constituinte e agir no prumo de efetivar com mais eficiência os proclames da justiça fiscal, isentou do ITR aquele que seja proprietário de mais de um imóvel rural, desde que, na soma das áreas dos imóveis de titularidade plúrima, não se extrapole o limite de pequena gleba, bem como, exigindo-se ainda, cumulativamente, que o proprietário não possua imóvel urbano e que explore as terras, sozinho ou com a ajuda da família, e, eventualmente, ajuda de terceiros. Ou seja, seria profundamente injusto, a guisa de exemplo, que uma pessoa com imóvel rural de 25 hectares fosse imune ao ITR e seu vizinho, proprietário de dois imóveis, cada um com 12 hectares, pagasse o imposto. Macular-se-ia frontalmente a noção de isonomia. Para evitar tal disparidade é que o legislador infra corrigiu o feito, concedendo isenção para esse perfil de proprietário. Vale a leitura do art.3º, II da L.9.393/96. 
Em linhas conclusivas, podemos afirmar que o proprietário que possuium único imóvel de pequena gleba de terra goza de IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, deferida pela Constituição; já o proprietários de dois ou mais imóveis rurais que juntos não passam da medida de pequena gleba de terra, goza de ISENÇÃO FISCAL, não sendo correto, nesse último caso, falar em “imunidade”, expressão que, como já aprendemos, só se utiliza para designar o benefício fiscal decorrente das normas previstas na Constituição da República. Desnecessário frisar que, em ambos os casos, para que os benefícios fiscais em comento sejam de fato deferidos, é elementar que os demais requisitos acima comentados sejam observados. 
IMUNIDADES DO ITD E DO ITBI NAS AQUISIÇÕES DE IMÓVEIS DESAPROPRIADOS EM POLÍTICA DE REFORMA AGRÁRIA.
O constituinte também protegeu contra a incidência de impostos a pessoa que adquire imóvel o qual fora desapropriado em política de Reforma Agrária. Cuida-se aqui do beneficiário que foi favorecido com o direito de assentamento no lote que lhe foi concedido após a desapropriação, e que, após cumprir todos os requisitos necessários, adquiriu o direito de se tornar proprietário definitivo do solo com o qual foi contemplado. No momento em que vier a proceder ao registro definitivo da escritura passando o bem para o seu nome, propiciando a migração da titularidade da coisa para seu patrimônio definitivo, não sofrerá a incidência de impostos (não fosse a norma imunizatória, poderia incidir o ITD ou o ITBI, dependendo de se analisar se esse adquirente foi onerado pelo poder público ou não – aquisição gratuita, incidiria o ITD estadual; se onerosa, o ITBI municipal). 
Tais pessoas, de fato, são pessoas de menor poder econômico, no perfil das quais é legítimo presumir a inexistência de capacidade contributiva efetiva. Ninguém vai ser assentado num lote de terra desapropriado sendo pessoa de boas condições econômicas. As regras que disciplinam o processo e o procedimento no manuseio das desapropriações para fins de reforma agrária são claras, bem delineadas tanto na Lei 8.629/93 como na LC 76/93 e LC 88/96. O INCRA segue critérios rígidos impostos na legislação quando faz a triagem seletiva das famílias que serão assentadas, as quais, inequivocamente, envolvem pessoas sem terras, sem recursos, as quais acessarão a posse do bem, adquirindo, provavelmente, um título de concessão de uso da terra, aspirando, num momento futuro, se cumpridos diversos requisitos legais (produzir, gerar emprego e habitação, preservar o meio ambiente, etc, dando função social), merecer adquirir a propriedade definitiva. E é exatamente nesse momento que entra a regra de proteção fiscal, assegurando que sobre o ato de aquisição definitiva da propriedade não incidirá imposto. Remeto o leitor para o art.184,§5º da Magna Fonte, esclarecendo desde logo que em pequeno deslize de linguagem o constituinte utilizou, indevidamente, a expressão “isenção”, no aludido dispositivo, quando na verdade, o que se tem é o benefício da “imunidade’, já que a Carta não isenta e sim imuniza, entendimento já repetido por incontáveis vezes na Suprema Corte e do qual a doutrina não diverge. 
IMUNIDADES DE ITBI E PESSOAS JURÍDICAS. 
O art.156,§2º, II da Constituição apresenta importante norma imunizatória, a qual, na verdade, concede algumas e não apenas “uma” imunidade tributária. Na verdade, da leitura do dispositivo se extraem diferentes imunidades, ainda que todas elas aproximadas pela idéia comum, envolvendo ora a criação, ora a extinção de pessoas jurídicas. Nessa prospecção, cinco imunidades se apresentam nesse dispositivo. A grande “pegadinha”, todavia, reside no final do texto do citado lócus normativo, pois o legislador exclui a aplicação da norma imunizatória quando o adquirente do imóvel possui determinado perfil. E, o grande ponto de tensionamento ocorre pelo fato de que o constituinte apresenta cinco imunidades e depois determina hipótese de restrição ao gozo do benefício, mas não deixa bem claro para quais das cinco hipóteses está realmente se reportando para restringir o alcance do favor fiscal, o que enseja divergências doutrinárias no que tange à interpretação correta do alcance da norma fincada no dispositivo. Analisemos primeiramente as cinco situações em que se concede a imunidade tributária: 
a) AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA EM REALIZAÇÃO DE CAPITAL 
b) AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA RESULTANTE DE PROCESSO DE FUSÃO 
c) AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA RESULTANTE DE PROCESSO DE INCORPORAÇÃO 
d) AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PESSOA JURÍDICA RESULTANTE DE PROCESSO DE CISÃO 
e) AQUISIÇÃO DE IMÓVEL DE PESSOA JURÍDICA EM EXTINÇÃO 
Após citadas as cinco hipóteses de imunidades tributárias previstas no art.156,§2º,I da Constituição, vale agora apresentar a norma excludente da imunidade tributária, prevista na parte final do inciso I; o texto afirma, após assegurar as imunidades, uma a uma, que “salvo se, nesse casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desse bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil”. A intenção do Constituinte é transparente, perfeitamente compreendida, deixando claro que se o adquirente do bem for um empreendedor do mercado imobiliário que tenha como atividade preponderante na sua atuação o desenvolvimento de operações de compra e venda, locação ou leasing imobiliário, ele perde a imunidade. Noutras palavras, é como se a imunidade estivesse sendo deferida para os adquirentes de imóveis, salvo se esses adquirentes forem agentes do mercado imobiliário que atuam nos segmentos acima narrados, fazenda das referidas atividades suas atividades preponderantes.
A grande polêmica reside em saber para quais das cinco hipóteses de imunizações estampadas no mesmo inciso o constituinte determinou a perda do benefício. Transcrevo o texto, o qual, merece atenção: 
Art. 156. § 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
Agora, transcrevo novamente, sublinhando e separando as partes do dispositivo: 
Art. 156. § 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, SALVO SE, NESSES CASOS, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
Na minha particular opinião, nas cinco hipóteses de imunidades previstas no dispositivo, caso o adquirente do bem seja uma pessoa que possui o perfil narrado na parte final do dispositivo (atua no ramo da compra e revenda de imóveis, ou de locação, ou de arrendamento, e faz dessas atividades sua atividade preponderante), não faz jus à imunidade. Nesse diapasão, se a PJ em realização de capital que recebe um imóvel de um sócio, caso atue no referido segmento e atinja a preponderância de suas receitas em razão da atividade prevista, não goza da benesse fiscal. Idem quanto à pessoa que surgiu da cisão ou da fusão, assim como quanto à PJ incorporadora; do mesmo modo, os adquirente de imóveis que adquirem de PJ em extinção. Por mais que a advocacia exercida nas bancadas tributárias labore no prumo de tentar restringir a órbita de aplicação da norma de exclusão da imunidade, visando proteger seus clientes adquirentes, realmente acreditamos que qualquer que seja o caso, a imunidade realmente “cai’ se o adquirente tiver o perfil supra comentado. 
Por fim, registro que para fins de se entender o que significa a ‘preponderância”, vale a leitura do art.37 do CTN, com zelosa atenção aos parágrafos. Anoção emana da análise do volume de receita que as atividades imobiliárias narradas geram para o empreendedor, levando-se em consideração também o tempo de vida da PJ. 
IMUNIDADES DO ICMS. 
O art.155,§2º, X, nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’, consagra uma série de imunidades em favor de agentes comerciantes que certamente seriam tributados com o ICMS nas hipóteses ali descritas. Comecemos a analisar as referidas alíneas.
a) IMUNIDADE DA ALÍENA ‘a’ do art.155,§2º, X: 
Na primeira alínea, fica estabelecida a imunidade de ICMS nas exportações. Ou seja, quando um exportador realiza a operação de venda, comercializando suas mercadorias para compradores em outros países, não sofre a incidência do ICMS, vigorando a chamada “imunidade da exportação”, a qual também se repete em outros tributos (também não incide IPI na exportação – art.153,§3º, III; da mesma forma, não incidem nem Contribuições Sociais nem CIDE’s sobre as receitas/faturamentos decorrentes da exportação – art.149,§2º, I, CRFB/88). 
Oportuno acrescer que nessa aliena ‘a’ do art.155,§2º, X da Carta, o constituinte, além de proteger os exportadores com a norma imunizante, forneceu outro benefício fiscal, chamado de “manutenção de creditamento”. Ou seja, além da não pagarem ICMS quando exportam, os exportadores podem se apropriar do valor do ICMS pago pelos seus antecessores na cadeia produtiva, se creditando no montante referente ao ICMS que foi pago por eles nessas operações internas. Ou seja, quando, por exemplo, uma loja exportadora compra as mercadorias do fabricante, mercadorias as quais revenderá para o exterior, ela pode “se apropriar” do valor do ICMS que o fabricante pagou (o fabricante não tem imunidade, já que ele vende as mercadorias dentro do país; a imunidade é apenas para o exportador, esse sim, comercializando para destinatário em outro país). Dessa forma, o constituinte, além de desonerar o estabelecimento exportador na venda (não sofre a incidência do imposto), permitiu também a ele fazer um “caixa” de ICMS, acumulando para si, um ‘valor escritural”, um “crédito de ICMS”, o qual poderá ser utilizado no futuro para abater dívidas também de ICMS que tenha que suportar em razão da prática de outras operações que realize dentro do país, ou, ainda, se for o caso, podendo também esse exportador utilizar o valor creditado do ICMS para cedê-lo para outros estabelecimentos, obedecidas, nessas hipótese, algumas regras legais que regulam a o exercício do direito de cessão de crédito (o art.25,§2º da LC 87/96 regula a matéria). A título de exemplo, imagine-se um grande exportador que comprou muito dos fabricantes (logo, se creditou de grande quantia de ICMS – o ICMS pago pelos fabricantes) e que não realizou operações de circulação de mercadoria internas no país; ora, nesse caso, não terá dívidas de ICMS, não tendo como “gastar” os seus créditos de ICMS que acumulou fazendo o creditamento; o que fazer com tal montante no quadro narrado? Pode ceder esse valor para amortizar dívidas de outro estabelecimento que possua, que seja da sua mesma titularidade, dentro do mesmo Estado onde atua. Ou seja, desde a entrada em vigência da LC 87/96 que ficou autorizado pela referida lei (que é uma Lei Nacional, complementar, de normas gerais para o ICMS) o exercício do direito de cessão dos créditos acumulados para outros estabelecimentos do mesmo titular dentro do Estado. Dessa forma, a exportadora pode ceder esses valores para outra “empresa” de sua mesma titularidade (ex: uma revendedora de insumos no mercado interno) para que a cessionária utilize o valor do ICMS acumulado pela Exportadora cedente e assim pague suas dívidas de ICMS. Podem ainda cada Estado e o DF através de lei estadual regulamentar outras hipóteses de cessão dos créditos, seja para outros estabelecimentos, seja para estabelecimentos próprios em outros Estados.
b) IMUNIDADE DA ALÍNEA ‘b’ do art. 155, §2º, X:
Na alínea ‘b’ do texto constitucional, o legislador maior determinou que não incidirá ICMS em algumas operações interestaduais, dependendo de qual seja o bem que se aliena. Ou seja, a depender do que se esteja vendendo, de um Estado para outro (ou o DF), não incidirá o imposto, valendo a norma imunizatória. 
Nesse diapasão, afirma a Carta que o ICMS não incide “sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica”. Constate-se, portanto, que quando da circulação interestadual de tais bens, extremamente importantes para a vida do país, para a atividade econômica e não apenas par ao interesse individual dos particulares, o texto apregoa que não incidirá ICMS. 
Entretanto, algumas ressalvas merecem cuidado. Na verdade, é possível restringir o alcance dessa norma proibitiva, especialmente se for edificada lei complementar para regulamentar essa imunidade, de sorte a que se o referido diploma legal optar por delimitar de forma restritiva o alcance do benefício (sem suprimi-lo, mas apenas restringindo), será possível, no mínimo, discutir a validade da norma restritiva. É que a própria Carta, no art.146, II, assegura que “cabe a lei complementar regular as limitações ao poder de tributar”, e, como sabido, as imunidades tributárias, juntamente com os princípios, formam as chamadas “limitações ao poder de tributar”. 
Quanto ao teor da abordagem, já temos um exemplo concreto, em que a LC 87/96, ao regular o âmbito da hipótese de incidência do ICMS, veio restringir o alcance da imunidade prevista no art.155,§2º, X, ‘b’. É que no art.2º,§1º, III, LC 87/96, fica previsto que “o ICMS INCIDE SOBRE A ENTRADA, NO TERRITÓRIO DO ESTADO DESTINATÁRIO, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente”. Ora, o que se percebe? Se percebe que em algumas hipóteses em que se celebram operações interestaduais de comercialização dos bens previstos na norma imunizatória do art.155,§2º, X, ‘b’ da Constituição, a LC 87/96 autorizou a tributação. Conforme analisaremos conclusivamente nas palavras a seguir, a regra da Lei de Normas Gerais não suprimiu a norma constitucional imunizatória (pois caso se propusesse a fazer, seria flagrantemente inconstitucional), mas apenas restringiu o alcance de sua aplicação, “regulando” a limitação ao poder de tributar em apreço (a imunidade). Analisemos a conjugação de ambas sistematicamente. 
A regra é a do dispositivo constitucional. Somente se afastará a benesse nos casos estritamente previstos na LC 87/96. Logo, quando as vendas forem feitas para consumo direto e final do adquirente (a aquisição dos bens não se destina a industrialização nem a revenda – comercialização) em outro Estado, a unidade federativa (Estado ou DF) onde fique esse adquirente poderá tributá-lo quando da entrada do bem no seu território. Ou seja, ainda que a saída do bem do estabelecimento no Estado/DF vendedor continue imune, não sendo tributada, a ENTRADA no outro Estado/DF pode ser tributada. 
Observe-se, portanto, que, quando celebradas operações que destinem a outros Estados bens como o petróleo, lubrificantes, combustíveis líquidos derivados de petróleo, combustíveis gasosos derivados de petróleo, e, ainda, energia elétrica, as duas normas incidirão sobre a operação, tanto a norma imunizatória do art.155,§2º, X, ‘b’ da Magna Carta como a norma autorizadora de tributação do art.2º,§1º, III da LC 87/96. Pela primeira norma, o estabelecimento vendedor está imune, não podendo ser tributado pelo Estado/DF onde fica situado (e nem podendo ser tributado por ninguém!); já com base na regra da Lei do ICMS, o adquirente poderá ser tributado quando a mercadoria que ele está adquirindo para uso próprio entrar no seu território, cabendo ao Estado/DF onde ele fica situado o direito de tributar e a totalidade da receita arrecadada. 
Por fim, fundamental registrar que essedireito de tributação em favor do Estado/DF de “destino” do bem só cabe quando o bem NÃO ESTÁ SENDO ADQUIRIDO PARA COMERCIALIZAÇÃO OU INDUSTRIALIZAÇÃO, e sim para uso próprio, para consumo do próprio adquirente. Aqui sim é que cabe a tributação. Do contrário, não se tributa a entrada do bem, aplicando-se na totalidade a norma do art.155,§2º, X, ‘b’, valendo a imunidade também em favor do comprador dos bens que adquire em outra unidade federativa para revender (comercialização) ou para industrializar. 
c) IMUNIDADE DA ALÍNEA ‘c’ do art.155,§2º, X: 
Quando o outro é vendido como um ativo financeiro ou como instrumento cambial, não pode incidir o ICMS, de competência estadual. É que quando o bem é comercializado em tais tipos de operação, caracteriza-se a celebração de uma operação peculiar ao mercado financeiro, o que termina por atrair a incidência do IOF, de competência da União. Zeloso no intento de evitar dupla incidência tributária gerando indesejosa bi-tributação, o Constituinte estabeleceu proibição de que o ICMS incida sobre a venda do ouro em tais circunstâncias, somente podendo incidir de fato o IOF. A previsão consta no art.155,§2º, X, ‘c’, e casa harmoniosamente com o disposto no art.153,§5º, onde se disciplinou a incidência do imposto federal nas referidas vendas. 
Logo, o que se deve atentar é que na venda do ouro, nem sempre incidirá o ICMS, o que somente ocorrerá quando esse ouro for comercializado como mercadoria em sentido estrito, como por exemplo, quando se vende uma joia, uma corrente, uma placa, um enfeite de ouro. Do contrário, vendido o ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial, o imposto a incidir é exclusivamente o IOF, ficando imune o ato à incidência do ICMS. 
Por fim, friso detalhe importante, no que tange à atividade prestada pelos “artesãos do ouro”, os Ourives, que prestam serviços de ourivesaria e lapidação. Quando uma pessoa leva seu próprio ouro e entrega a um ourives para que o profissional lapide o bem, borde, molde, crie uma imagem, uma peça, etc, o imposto que vai incidir sobre a remuneração paga a esse profissional será o ISS sem dúvidas, pois estaremos diante de um quaro fático em que o que se detecta é a venda de um serviço e não a venda de mercadoria propriamente dita; sendo o ouro de titularidade do próprio consumidor, o que ele contrata não é a compra do ouro mas meramente a produção “artística” sobre o metal, incidindo realmente o imposto munícipe sobre o contrato. Vale a pena conferir na Lei Nacional do ISS, a LC 116/03, lá no item 30 da lista anexa que autoriza quais serviços podem ser tributados com o imposto em comento. 
d) IMUNIDADE DA ALÍNEA ‘d’ do art.155,§2º, X: 
A alínea ‘d’ do art.155,§2º, X, foi inserida por via da EC 42/03, já que não existia no texto originário da Carta. Por tal dispositivo, se assegurou a imunidade em favor dos prestadores de algumas modalidades de serviços de comunicação, quais sejam, aqueles que atuam nas “prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita”. A título de exemplo, podemos citar as os agentes econômicos que, na qualidade de concessionários do Poder Público, atuam como emissoras de televisão aberta e rádios. Em tais modalidades de prestação de serviços de comunicação, o destinatário recebe os sons e imagens gratuitamente. Você, por exemplo, não paga para ouvir uma rádio e nem para assistir os sons e imagens teletransmitidos nas TV’s abertas. A inclusão da alínea ‘d’ na Carta teve a finalidade de acabar com o debate sobre a possibilidade de incidência ou não do ICMS sobre os valores faturados por tais empresários no que tange aos contratos de patrocínio que celebram e as verbas fornecidas por anunciantes. Discutia-se se o serviço era prestado onerosamente ou não, já que o consumidor não paga nada ao fornecedor para que ele preste o serviço; a verba chega à emissora por via de terceiros. Como os Estados/DF declinavam nítida intenção de tributação sobre tais montantes, afirmando entendimento no sentido de que se tratava sim de serviço de comunicação prestado onerosamente (apenas com a peculiaridade de o pagamento sendo feito por terceiros), prevaleceu o lobby e a força de tal grupo de agentes econômicos, os quais conseguiram via reforma tributária no Congresso Nacional a inclusão da referida alínea, encerrando-se o debate e aniquilando-se qualquer possibilidade de se edificar o ato de tributação, vigorando, portanto, a norma constitucional imunizatória.
IMUNIDADES NAS VENDAS DE ENERGIA ELÉTRICA, SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, DERIVADOS DE PETRÓLEO, COMBUSTÍVEIS E MINERAIS. 
A Constituição estipulou no art.155,§3º, que ressalvado o ICMS, o Imposto de Importação e o Imposto de Exportação “nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País”. Ou seja, quando tais bens são comercializados, não é possível, em tais atos alienatários, pretender aplicar qualquer outro imposto. Somente com ICMS, II e IE se pode tributar a atividade de comercialização de derivados de petróleo, de combustíveis, de minerais, de energia elétrica, e, ainda, os serviços de telecomunicações. 
A principal restrição, para fins práticos, vem no campo do IPI, imposto que a União não poderá fazer incidir quando houver industrialização desses bens e a posterior comercialização. Da mesma forma, os Municípios e o DF jamais podem pretender imputar o ISS sobre serviços de telecomunicação.
Importante lembrar que nem mesmo os impostos residuais, caso criados pela União, por lei complementar, poderão incidir sobre tais bens. 
Em importante lembrete, rememore-se que a norma ora analisada, do art.155,§3º, deve ser lida em conjunto com a norma do art.155,§2º, X, ‘b’. Nesse último, fica vedada a incidência do ICMS; já no primeiro dispositivo, fica autorizada a incidência do ICMS, juntamente com o II e o IE; como conciliar? É simples. É que a imunidade do ICMS é para as operações interestaduais apenas, não nos esqueçamos. Havendo operações dentro do próprio Estado ou DF (vendedor e comprador na mesma unidade federativa), vale a regra do art. 155, §3º, não havendo qualquer imunidade de ICMS, cabendo a incidência do imposto; nessa hipótese, a imunidade é para os demais impostos, somente se ressalvando, além do próprio ICMS, os impostos sobre comércio exterior, o II e o IE. 
Por fim, chamo a atenção para o detalhe que a imunidade do art. 155, §3º é APENAS PARA IMPOSTOS, não ficando vedado que sobre as operações de comercialização dos bens e serviços citados no dispositivo possam incidir, por exemplo, Contribuições Especiais. Nenhum óbice, valendo a vedação realmente apenas para os impostos.

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