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Peticionamento eletronico (2) 1 (1)

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INTRODUÇÃO
Para que o profissional do direito esteja habilitado a atuar eletronicamente, a lei nº 11.419/06 e alguns Tribunais exigem, previamente, cadastro eletrônico em seus sites. Em alguns casos, também será necessária validação presencial do cadastro na estrutura física do Tribunal para, somente então, ser liberado o acesso ao sistema. Ao peticionar eletronicamente, será fornecido o número de protocolo correspondente ao ato praticado sem a necessidade do Advogado ter de se dirigir ao Tribunal, de maneira rápida e eficiente. Muito mais prático e confortável. No processo eletrônico, os atos processuais podem ser praticados até às 24h (vinte e quatro horas) do último dia do prazo. Entretanto, a data e hora do protocolo é a do recebimento do arquivo eletrônico pelo sistema do Tribunal e não a do seu envio.
PETICIONAMENTO ELETRÔNICO 
CONCEITO
Peticionamento eletrônico é um recurso disponibilizado somente para os processos digitais (Lei nº 11.419, de 19/12/2006), o qual possibilita que a petição seja protocolada e enviada por meio eletrônico diretamente ao distribuidor competente ou à vara em que tramita o processo.
COMO FUNCIONA
O primeiro passo é adquirir um certificado digital. Em seguida, é necessário preparar o seu computador para executar os programas. Por fim, o advogado deve se cadastrar na página do tribunal em que deseja protocolar seu processo.
COMO OBTER A CERTIFICAÇÃO DIGITAL
 
O primeiro passo para peticionar eletronicamente é obter um certificado digital do tipo Pessoa Física. É ele quem garante a segurança da operação realizada pela internet, identificando a autoria, a origem e a integralidade de conteúdo dos documentos transmitidos.
A certificação digital pode ser adquirida por qualquer cidadão diretamente de qualquer uma das Autoridades Certificadoras (ACs) que integram a chamada Infraestrutura de Chaves Pública Brasileira (ICP-Brasil). O principal órgão no credenciamento das ACs é o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, onde é possível encontrar informações atualizadas sobre as empresas que podem fornecer a certificação digital.
Para a emissão do certificado digital, também chamado de identidade digital, as ACs previamente identificam os usuários e conferem sua documentação. Vale lembrar que para o peticionamento eletrônico no STJ só são aceitos certificados do tipo A1 ou A3 e desde que emitidos por uma AC credenciada pelo ICP-Brasil.
PREPARANDO O SEU COMPUTADOR 
Depois da certificação digital é preciso preparar seu computador, verificando o hardware (parte física do computador) e instalando os softwares (conjuntos de programas) necessários para utilização do sistema de peticionamento eletrônico. Os requisitos mínimos necessários são:
• Sistema operacional Windows NT ou superior – podem ser utilizadas as versões Windows NT, 2000, XP, 2003 e o novo Windows Vista. Versões anteriores, como Windows 95, 98 e Millenium devem ser evitadas.
• Navegador Internet Explorer 6.0 (ou superior) ou Firefox 1.5 (ou superior) – o programa pode apresentar instabilidade em navegadores alternativos, como Netscape e Opera. Versões gratuitas dos navegadores podem ser encontradas em Microsoft e Mozilla, respectivamente.
• Java RuntimeEnviroment (JRE) 1.5.0_08 ou superior – a versão recomendada para o correto funcionamento é a 6.0, disponível no site da Oracle.
• Drive de leitora de cartão ou token – se o certificado estiver armazenado em um cartão inteligente, uma leitora de cartão compatível é necessária para a autenticação. Também é possível autenticar utilizando-se de um token USB, dispositivo semelhante a um pen drive.
• SafeSign versão 2.1.6 ou superior – programa responsável pela administração de seu certificado digital, que pode ser encontrado no site da CertiSign.
• Conversor de arquivos para formato PDF – o sistema de peticionamento do STJ só aceita documentos em formato PDF. Outros formatos como documentos do Word, arquivos de texto e pacote de PDFs (PDF Package) não são aceitos.
CADASTRO NO SISTEMA DO STJ 
Depois de obter o certificado e com o computador preparado para o peticionamento eletrônico, o usuário precisa autenticar e configurar o certificado digital. Todos os passos para o procedimento podem ser encontrados no site do STJ, em uma página especial do Espaço do Advogado, com informações detalhadas sobre o peticionamento e outros serviços relacionados ao processo eletrônico.
Após essa autenticação e configuração, o usuário deve preencher o cadastro no E-STJ. O nome e o CPF serão preenchidos automaticamente com as informações do certificado digital, os demais campos precisam ser completados. Os advogados podem fornecer o campo OAB suplementar, além do número de sua OAB principal. A alteração de cadastro pode ser feita a qualquer tempo.
FORMAS
O peticionamento eletrônico é a forma obrigatória de protocolo no STJ. No entanto, nos casos excluídos da obrigatoriedade do envio eletrônico (art. 10, parágrafo único, da Resolução STJ/GP N. 10, de 6/10/2015) é possível peticionar pelas seguintes formas:
1.Presencial
2.Pelos correios
3. Por Fax
EMBASAMENTOLEGAL
TJSP - Comunicado dispõe sobre novos campos obrigatórios no peticionamento eletrônico Comunicado SPI nº 15/2016 (Protocolo CPA nº 2015/021210)
Comunicado SPI nº 15/2016 (Protocolo CPA nº 2015/021210) 
A Secretaria da Primeira Instância, por determinação da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo,
Comunica aos MM. Juízes de Direito, aos Dirigentes e Servidores das Unidades Judiciais e dos Distribuidores, membros do Ministério Público, Defensoria Pública, aos Senhores Advogados e ao público em geral que a partir de 04/04/16 terá início a ampliação do projeto de distribuição automática nas competências “cível” e “família e sucessões”. 
Comunica, também, que serão disponibilizados no peticionamento eletrônico, para a distribuição de ações das referidas competências, novos campos obrigatórios: tipo de distribuição (sorteio e dependência), processo referência (dependência) e fundamento legal. No tipo de distribuição por “sorteio” o sistema realizará a distribuição livre entre as varas competentes. No tipo de distribuição por “dependência” será obrigatória a indicação do processo referência e do fundamento legal da dependência. Desta forma, o sistema realizará a distribuição para a vara onde tramita o processo de referência. 
Comunica, ainda, que a ferramenta de pesquisa automática de prevenção permanecerá disponível no ato da distribuição de petições iniciais cíveis.
Comunica, finalmente, que as demais orientações serão encaminhadas ao endereço eletrônico dos “Juízes da Capital”, “Juízes do Interior”,“Diretores da Capital” e “Diretores do Interior”.
ICP-BRASIL
	Uma Infraestrutura de Chaves Pública (ICP ou PKI, do inglês Public Key Infrastructure) é um órgão ou iniciativa pública ou privada que tem como objetivo manter uma estrutura de emissão de chaves públicas, baseando-se no princípio da terceira parte confiável, oferecendo uma mediação de credibilidade e confiança em transações entre partes que utilizam Certificados Digitais.
A principal função da ICP é definir um conjunto de técnicas, práticas e procedimentos a serem adotados pelas entidades a fim de estabelecer um sistema de certificação digital baseado em chave pública.
A infraestrutura de chaves públicas do Brasil, definida pela Medida Provisória Nº 2.200-2, de 24 de Agosto de 2001, é denominada Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira, ou ICP-Brasil.
Observa-se que o modelo adotado pelo Brasil foi o de certificação com raíz única, sendo que o ITI, além de desempenhar o papel de Autoridade Certificadora Raiz - AC Raiz, também tem o papel de credenciar e descredenciar os demais participantes da cadeia, supervisionar e fazer auditoria dos processos.
A medida, regulamentada pela Resolução 14/2013, prevê o uso do certificado digital no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil para a assinatura dos peticionamentos.A obrigatoriedade engloba os seguintes tipos de processos, conflito de competência, mandado de segurança, reclamação, sentença estrangeira, suspensão de liminar e de sentença e suspensão de segurança. As petições incidentais, dirigidas a processos em trâmite no STJ, nos casos de recurso extraordinário, contrarrazões ao recurso extraordinário, agravo em recurso extraordinário e contraminutas em agravo em recurso extraordinário também não serão mais aceitas em papel.
Para peticionar eletronicamente o advogado deve possuir um certificado digital ICP-Brasil, configurar adequadamente o computador e se cadastrar no sistema e-STJ. O STJ lembra que não é preciso se dirigir ao Tribunal para fazer credenciamento, todo o processo é feito pela internet. A partir da adoção do modelo eletrônico, os processos deverão ser enviados exclusivamente via e-STJ, não sendo permitido e-mails ou outras vias de transmissão. O próprio sistema fornecerá recibos eletrônicos das petições emitidas pelos usuários.
Entre os benefícios alcançados com a petição eletrônica, destacam-se a segurança, a rapidez, o conforto, a comodidade e a possibilidade de peticionar a qualquer hora ou dia da semana. O passo a passo de como funciona o peticionamento eletrônico pode ser encontrado no Espaço do Advogado, no Portal do STJ.
LEI Nº 11.419/06
A Lei nº 11.419/06, que dispõe sobre a informatização do processo judicial é a conclusão de uma caminhada após um longo período que vem desde a aprovação da Lei 9.800/99 (Lei do Fax), que autorizou a emissão de petições via fac-símile. A partir daí avançamos para variadas formas de peticionamento tidos como remotos ou à distância, para, finalmente, chegarmos ao processo eletrônico na sua plenitude.
Novo tempo. Esta é sem dúvida a expressão mais apropriada para denominarmos a realidade atual da justiça brasileira quando se trata das ferramentas que estão sendo implementadas e disponibilizadas, especificamente aquelas relativas ao processo eletrônico.
Hoje no Tocantins o processo eletrônico já é uma realidade. Para se ter uma idéia as varas cíveis de Palmas já estão totalmente inseridas nesta nova realidade, a cada semana pula-se uma nova etapa e ao que tudo indica no primeiro semestre do ano que vem, todo o judiciário tocantinense já estará inserido em definitivo nesta nova tecnologia. Igual caminho está sendo trilhado pela justiça do trabalho e juizados especiais federais, que também caminham a passos largos nesta mesma direção. Nos tribunais superiores o fim do papel também foi decretado, basta-se observar que junto ao STJ e STF, o peticionamento eletrônico já é praticamente a única via de acesso àquelas Cortes.
Mas esta nova fase da justiça brasileira exigirá de toda a classe jurídica profundas transformações. Em relação aos advogados, provavelmente será observado uma mudança de paradigma sem precedentes, guardadas as devidas proporções, poderíamos comparar o momento atual, àquele quando se deixou de lavrar termos de forma manuscrita e costurar com agulhas os autos do processo e passou-se para a máquina de escrever.
A celeridade processual tanto perseguida por todos, terá a partir de agora um fortíssimo aliado, sem contar que a transparência na tramitação dos processos passa a ser efetiva. Todos poderão acompanhar o andamento dos feitos em tempo real, não haverá mais hiato entre o peticionamento e a conclusão do feito para o julgador, é o fim daquelas intermináveis idas aos balcões das serventias judiciais. Economizaremos tempo e dinheiro, fatores determinantes na atualidade.
Agora há uma realidade inexorável e certa: os advogados são peças fundamentais neste processo e é preciso que todos nos tenhamos absoluta consciência disso. Para tanto alguns passos deverão ser seguidos ou perseguidos. O primeiro deles é a certificação digital, pois sem tal ferramenta muito em breve ficará impossível de se exercer a advocacia em qualquer esfera do judiciário. A OAB tem feito o dever de casa, envidando todos os esforços possíveis para proporcionar o acesso dos advogados a estas novas tecnologias, implementando todos os caminhos para facilitar e tornar cada vez mais acessível e desmistificado o uso de tais ferramentas. Vários cursos já foram promovidos pela OAB/TO, e, a partir da semana que vem começaremos os treinamentos, buscando assim maior familiaridade dos advogados com a novidade tecnológica.
É importante, repita-se, a partir de agora a classe jurídica tem que mergulhar totalmente nesta nova realidade, aderindo de forma incondicional, pois somente assim alcançaremos a tão sonhada celeridade processual.
A Lei 11.419/06, embora tenha trazido diversos benefícios, causa perplexidade para alguns operadores do direito, no que tange à dificuldade de familiarização com as inovações tecnológicas. 
Porém, dentre os vários benefícios, está a mobilidade. Os novos conceitos de TI (Tecnologia de Informação) convergem para a descentralização de pontos ou estações de trabalho (workstations), de forma que os profissionais possam interagir com suas atividades de qualquer lugar do globo.
Aliás, com a atividade jurídica não é diferente. O operador do direito poderá, por exemplo, peticionar eletronicamente, analisar os autos via Internet, apor assinaturas digitais, enfim, acompanhar processos em qualquer lugar do país, estando, inclusive, em qualquer lugar do mundo.
Outro benefício é a redução significativa de custos para os tribunais, pois o papel irá se tornar cada vez mais prescindível e, de certa forma, contribuirá para a preservação do meio ambiente.
Por outro lado, tudo tem um preço. As inovações e benefícios trarão a preocupação com a segurança de dados. Os tribunais, tal como os bancos, não poderão medir esforços no que tange aos investimentos na segurança de informação, pois, como diz o velho jargão: “na Internet, nada é 100% seguro”.
Contudo, o advogado, como profissional indispensável à administração da justiça, deverá se adaptar rapidamente a essas inovações, pois, não se tratam de alterações de ordem processual, mas sim de ordem procedimental. 
CONCLUSÃO
Logo o peticionamento eletrônico se faz de fundamental importância para um atendimento eficiente e agilizado aos serviços jurídicos poiseste serviço permite ao advogado protocolar petições iniciais e intermediárias para qualquer foro habilitado. O peticionamento é feito mediante o preenchimento de informações básicas do processo e o envio da petição e documentos anexos. Também é possível consultar as petições protocoladas pelo usuário em um determinado período.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AASP - Associação dos Advogados de São Paulo  Passo a passo do peticionamento eletrônicoDisponível em http://processoeletronico.aasp.org.br/passo-a-passo-do-peticionamento-eletronico/ acesso 26 nov. 2017.
SAJ-Sistema de Automação da justiçaPeticionamento Eletrônico de 1º Grau 2017 Disponível em: http://esaj.tjsp.jus.br/esaj/portal.do?servico=820100 acesso em 26 nov. 2017.

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