Buscar

Aula3 Apostila1 SWNEKCNJ5Z

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 03
Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas 
Professores: Diego Cerqueira, Ricardo Vale
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	1	de	57 
	
DIREITO	CONSTITUCIONAL	P/	
OAB	-	1ª	FASE	
XXIV	EXAME	DE	ORDEM	
 
Ol‡, pessoal, tudo bem? 
Vamos dar continuidade a nossa prepara‹o para o XXIV Exame de Ordem. O 
tema da aula de hoje Ž sobre ÒOrganiza‹o do EstadoÓ. Aten‹o mais que 
redobrada, pois a FGV adora cobrar uma quest‹o sobre esse assunto. :) 
Uma —tima aula a todos! 
Diego e Ricardo 
 
 
 
Facebook do Prof. Diego Cerqueira: 
https://www.facebook.com/coachdiegocerqueira 
Periscope: @dcdiegocerqueira 
Instagram: @coachdiegocerqueira 
 
Facebook do Prof. Ricardo Vale: 
https://www.facebook.com/profricardovale 
Canal do YouTube do Ricardo Vale: 
https://www.youtube.com/channel/UC32LlMyS96biplI715yzS9Q 
Periscope do Prof. Ricardo Vale: @profricardovale 
SUMçRIO PçGINA 
1 Ð Organiza‹o do Estado 2-21 
2 Ð Reparti‹o de Competncias 21-43 
3 - Interven‹o 43-52 
5 Ð Caderno de prova OAB 52-56 
6 Ð Gabarito 56 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	2	de	57 
	
1.!ORGANIZAÇÃO	DO	ESTADO	
A doutrina tradicional considera que os elementos constitutivos do Estado s‹o o 
territ—rio, o povo e o governo soberano. Manoel Gonalves Ferreira Filho 
afirma que Òo Estado Ž uma associa‹o humana (povo), radicada em base 
espacial (territ—rio), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) n‹o 
sujeita a qualquer outra (soberana).Ó1 Assim, temos que: 
 
 
 
 
 
Os Estados possuem diferentes maneiras de se organizar, isto Ž, existem 
diferentes formas de Estado. Ressalte-se, que esta Ž a maneira pela qual h‡ a 
distribui‹o territorial do poder. Assim, os Estados podem ser classificados: 
a) Estado unit‡rio: Existe, aqui, a centraliza‹o pol’tica do poder. 
O poder est‡ centralizado em um nœcleo estatal œnico, do qual se irradiam 
todas as decis›es; Ex: O Brasil, atŽ a promulga‹o da Constitui‹o de 
1891, tambŽm foi um Estado unit‡rio. 
b) Estado federal: H‡ v‡rias pessoas jur’dicas com capacidade pol’tica, 
cada uma delas dotada de autonomia pol’tica. S‹o v‡rios os centros 
produtores de normas; existe uma pluralidade de ordenamentos 
jur’dicos. Ex: Brasil possui como entes federativos a U, E, DF, e M. Todos 
eles s‹o dotados de autonomia pol’tica, que lhes Ž garantida pela CF/88. 
E qual a diferena entre federa‹o e confedera‹o? 
Na federa‹o, h‡ uma uni‹o indissolœvel de entes aut™nomos, que tem como 
fundamento uma Constitui‹o. A federa‹o n‹o pode ser desmantelada: n‹o 
h‡ direito de secess‹o. J‡ na confedera‹o tem-se uma reuni‹o de Estados 
soberanos. O v’nculo Ž estabelecido com base em um tratado internacional, 
o qual pode ser denunciado (v’nculo dissolœvel). A confedera‹o Ž uma 
																																								 																				 	
1 FERREIRA FILHO, Manoel Gonalves. Curso de Direito Constitucional, 38» edi‹o. Editora Saraiva, S‹o Paulo, 2012, pp. 75-76. 
Povo É	a dimensão	pessoal	do	Estado;	são	os	seus	nacionais.
Território É a dimensão física sobre a qual o Estado exerce seus poderes; é o
domínio espacial (material) onde vigora uma determinada ordem
jurídica estatal.
Governo É a dimensão política; o Governo deve ser soberano, ou seja, sua
vontade não se subordina a nenhum outro poder, seja no plano
interno ou no plano internacional.
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	3	de	57 
referncia hist—rica, pois n‹o existe nenhuma atualmente. Historicamente: Ex: 
Confedera‹o os EUA de 1781 a 1787.2 
 
 
 
 
 
1.1 A federa‹o 
1.1.1 Caracter’sticas da federa‹o 
A federa‹o, conforme j‡ afirmamos, tem como caracter’stica central, a 
descentraliza‹o do poder pol’tico. Os entes federativos s‹o dotados de 
autonomia pol’tica, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptid›es: 
a) Auto-organiza‹o: Os entes federativos tm competncia para se 
auto-organizar. Os estados se auto-organizam por meio da elabora‹o 
das Constitui›es Estaduais e os munic’pios por meio de suas Leis 
Org‰nicas. Trata-se da capacidade de autoconstitui‹o.3 
b) Autolegisla‹o: Muitos autores entendem que a capacidade de 
autolegisla‹o estaria compreendida dentro da capacidade de auto-
organiza‹o.4 No entanto, a autolegisla‹o Ž a capacidade de os entes 
federativos editarem suas pr—prias leis. H‡ diferentes centros 
produtores de normas. (pluralidade de ordenamentos jur’dicos). 
c) Autoadministra‹o: ƒ o poder de exercer suas atribui›es de 
natureza administrativa, tribut‡ria e orament‡ria - elabora‹o de 
oramentos; arrecada‹o de tributos e execu‹o pol’ticas pœblicas. 
 d) Autogoverno: ƒ o poder de eleger seus pr—prios 
representantes. 
O estabelecimento de um Estado federal tem como ponto de partida uma decis‹o 
do Poder Constituinte. ƒ a Constitui‹o, afinal, que estabelecer‡ o pacto 
federativo e criar‡ mecanismos tendentes a proteg-lo. A nossa CF/88 revela 
logo no art. 1¼, caput, que a ÒRepœblica Federativa do Brasil Ž formada pela 
uni‹o indissolœvel dos Estados e Munic’pios e do Distrito FederalÓ. 
																																								 																				 	
2 CARVALHO, Kildare Gonalves. Direito Constitucional: Teoria do Estado e da Constitui‹o, Direito Constitucional Positivo, 16» 
edi‹o. Ed. Del Rey. Belo Horizonte, 2010. 
3 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncio M‡rtires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6» edi‹o. 
Editora Saraiva, S‹o Paulo, 2011. pp. 828. 
4		MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, Ed. Juspodium, Salvador: 2013, pp. 429. 	
FEDERA‚ÌO
¥UNIÌO INDISSOLòVEL
¥OS ENTES FEDERADOS SÌO AUTïNOMOS
¥TEM COMO FUNDAMENTO A CONSTITUI‚ÌO
CONFEDERA‚ÌO
¥UNIÌO DISSOLòVEL
¥OS ENTES FEDERADOS SÌO SOBERANOS
¥TEM COMO FUNDAMENTO UM ACORDO 
INTERNACIONAL
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	4	de	57 
 
Podemos afirmar que uma federa‹o deve possuir as seguintes caracter’sticas:5 
a) Reparti‹o constitucional de competncias: cada ente federativo 
Ž dotado de uma gama de atribui›es que lhe s‹o pr—prias e essa 
reparti‹o de competncias Ž definida pela Constitui‹o. 
b) Indissolubilidade do v’nculo federativo: Em uma federa‹o, n‹o 
existe direito de secess‹o; em outras palavras, os entes federativos 
est‹o ligados por um v’nculo indissolœvel. 
c) Nacionalidade œnica: Os cidad‹os dos estados (BA, SP, RJ...) da 
federa‹o possuem nacionalidade œnica; n‹o h‡ nacionalidades parciais. 
d) Rigidez constitucional: Em um Estado federal, Ž necess‡rio que 
exista uma Constitui‹o escrita e r’gida, que proteja o pacto 
federativo. Ressalte-se que, no Brasil, o princ’pio federativo Ž uma 
cl‡usula pŽtrea e, portanto, n‹o pode ser objeto de delibera‹o emenda 
constitucional que tenda a aboli-lo. 
e) Existncia de mecanismo de interven‹o: Os atos que 
contrariem o pacto federativo dar‹o ensejo ˆ utiliza‹o dos 
mecanismos de interven‹o (federal ou estadual, dependendo do caso). 
f) Existncia de um Tribunal Federativo: ƒ necess‡rio que exista um 
Tribunal com a competncia para solucionar lit’gios envolvendo os entesfederativos. No Brasil, o STF atua como Tribunal federativo ao processar 
e julgar, originariamente, as causas e os conflitos entre a Uni‹o e os 
Estados ou entre os Estados. Cabe destacar que, no Brasil, o STF n‹o 
julga os conflitos envolvendo Munic’pios. 
g) Participa‹o dos entes federativos na forma‹o da vontade 
nacional: deve existir um —rg‹o legislativo representante dos poderes 
regionais. No Brasil, esse —rg‹o Ž o Senado Federal, que representa os 
Estados e o Distrito Federal. Destaque-se que, na federa‹o brasileira, os 
Munic’pios n‹o participam da vontade nacional. 
 
1.2. A federa‹o brasileira 
Segundo o art. 18, da CF/88, Òa organiza‹o pol’tico-administrativa da Repœblica 
Federativa do Brasil compreende a Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os 
Munic’pios, todos aut™nomos, nos termos desta Constitui‹oÓ. Os Territ—rios 
n‹o s‹o entes federativos; portanto, n‹o possuem autonomia pol’tica. 
																																								 																				 	
5 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 
2010, pp. 636. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	5	de	57 
Os entes federativos (U, E, DF, M) s‹o todos aut™nomos, isto Ž, s‹o dotados 
de auto-organiza‹o, autolegisla‹o, autoadministra‹o e autogoverno, 
dentro dos limites estabelecidos pela CF/88. H‡ uma limita‹o de poder. 
 
 
 
1.2.1. Uni‹o 
A Uni‹o Ž pessoa jur’dica de direito pœblico interno, sem personalidade 
internacional, aut™noma, com competncias administrativas e 
legislativas enumeradas pela Carta Magna. ƒ esse ente federativo que 
representa a Repœblica Federativa do Brasil no plano internacional. A Uni‹o atua 
em nome da federa‹o. Pode editar leis nacionais (ˆs quais se submetem todos 
os habitantes do territ—rio nacional) ou leis federais (que est‹o apenas sob a 
jurisdi‹o da Uni‹o Ð Ex: Lei n¼ 8.112/90. 
Segundo o art.18, ¤ 2¼, os Territ—rios Federais integram a Uni‹o; n‹o s‹o 
dotados de autonomia pol’tica, s‹o meras descentraliza›es 
administrativas. Por isso, s‹o considerados pela doutrina autarquias 
territoriais da Uni‹o. Atualmente, n‹o existe nenhum Territ—rio Federal. 
1.2.2 Estados 
Os Estados 6 , assim como a Uni‹o, s‹o entes aut™nomos, apresentando 
personalidade jur’dica de direito pœblico interno. Possuem autonomia 
pol’tica e, por isso, apresentam capacidade de auto-organiza‹o, 
autolegisla‹o, autoadministra‹o e autogoverno. Ex: art. 25, da CF/88, que 
disp›e sobre a capacidade de auto-organiza‹o e autolegisla‹o: 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constitui›es e leis que adotarem, observados os 
princ’pios desta Constitui‹o. 
No que tange ˆ capacidade de autogoverno, os Estados elegem seus 
representantes nos Poderes Legislativo e Executivo, os quais n‹o ter‹o 
qualquer v’nculo de subordina‹o ao poder central. No caso do legislativo 
estadual, importante dizer que este Ž unicameral, sendo formado apenas pela 
																																								 																				 	
6 N‹o confunda Estado federado (sin™nimo de Estado-membro) com Estado federal (sin™nimo de Repœblica Federativa do Brasil). Os 
primeiros s‹o parte do segundo. 
• É atributo apenas da República Federativa do Brasil, do Estado federal em
seu conjunto. A União é quem representa a RFB no plano internacional
(art. 21, I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania.
Soberania
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	6	de	57 
Assembleia Legislativa, diferentemente do Legislativo federal, que Ž bicameral. 
(Senado + C‰mara) 
Os deputados estaduais s‹o eleitos para mandatos de quatro anos, pelo 
sistema proporcional. Seu nœmero Ž determinado pela regra estabelecida no 
art. 27, ÒcaputÓ, da Carta Magna: 
Art. 27. O nœmero de Deputados ˆ Assembleia 
Legislativa corresponder‡ ao triplo da representa‹o 
do Estado na C‰mara dos Deputados e, atingido o 
nœmero de trinta e seis, ser‡ acrescido de tantos 
quantos forem os Deputados Federais acima de doze. 
¤ 1¼ - Ser‡ de quatro anos o mandato dos Deputados 
Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta 
Constitui‹o sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, 
imunidades, remunera‹o, perda de mandato, licena, 
impedimentos e incorpora‹o ˆs Foras Armadas. 
O nœmero de deputados estaduais ser‡, ent‹o, o triplo dos deputados 
federais. Se um Estado-membro possuir 10 deputados federais, ele ter‡ por 
consequncia 30 deputados estaduais (3 x 10). No entanto, uma vez atingido 
o nœmero de 36, ser‹o acrescidos tantos quantos forem os Deputados 
Federais acima de 12. Assim, caso um estado tenha 20 deputados federais, 
fazemos a conta 36+(20-12), o que totaliza 44 deputados estaduais. 
No que se refere ao Poder Executivo estadual, temos: 
Art. 28. A elei‹o do Governador e do Vice-
Governador de Estado, para mandato de quatro anos, 
realizar-se-‡ no primeiro domingo de outubro, em 
primeiro turno, e no œltimo domingo de outubro, em 
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do 
tŽrmino do mandato de seus antecessores, e a posse 
ocorrer‡ em primeiro de janeiro do ano subsequente, 
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. 
¤ 1¼ Perder‡ o mandato o Governador que assumir 
outro cargo ou fun‹o na administra‹o pœblica 
direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de 
concurso pœblico e observado o disposto no art. 38, 
I, IV e V. 
¤ 2¼ Os subs’dios do Governador, do Vice-
Governador e dos Secret‡rios de Estado ser‹o 
fixados por lei de iniciativa da Assembleia 
Legislativa, observado o que disp›em os arts. 37, XI, 
39, ¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 2¼, I. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	7	de	57 
Observe que os subs’dios do Governador, do Vice-Governador e dos secret‡rios 
de Estado s‹o fixados por lei, a partir de projeto apresentado pela 
Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor 
serve como limite remunerat—rio (teto) no ‰mbito do Poder Executivo estadual, 
exceto para os procuradores e defensores pœblicos, cujo teto salarial ser‡ de 
90,25% do subs’dio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI). 
Vale frisar que, mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar 
um limite diverso para Legislativo, Executivo e Judici‡rio, um teto œnico. 
ƒ o que determina o art. 37, ¤12, da Constitui‹o: 
¤ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste 
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal 
fixar, em seu ‰mbito, mediante emenda ˆs respectivas 
Constitui›es e Lei Org‰nica, como limite œnico, o 
subs’dio mensal dos Desembargadores do respectivo 
Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e 
cinco centŽsimos por cento do subs’dio mensal dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, n‹o se aplicando 
o disposto neste par‡grafo aos subs’dios dos Deputados 
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
AlŽm de auto-organiza‹o, autolegisla‹o e autogoverno, os Estados possuem 
autoadministra‹o. Assim, s‹o competentes para se administrarem, no 
exerc’cio das atribui›es definidas pela Constitui‹o. 
Determina ainda Carta Magna que os Estados poder‹o, mediante lei 
complementar, instituir regi›es metropolitanas, aglomera›es urbanas e 
microrregi›es, constitu’das por agrupamentos de munic’pios lim’trofes, para 
integrar a organiza‹o, o planejamentoe a execu‹o de fun›es pœblicas de 
interesse comum (art. 25, ¤ 3¼, CF/88). S‹o, portanto, 3 (trs) os requisitos: 
 
 
 
 
As regi›es metropolitanas s‹o formadas por um conjunto de Munic’pios cujas 
sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um Munic’pio-polo. 
As microrregi›es, por sua vez, s‹o formadas por Munic’pios lim’trofes, sem 
continuidade urbana, com caracter’sticas homogneas e problemas 
administrativos comuns. 
Lei complementar estadual
Os munic’pios envolvidos devem ser lim’trofes
Finalidade de integrar a organiza‹o, o planejamento e a 
execu‹o de fun›es pœblicas de interesse comum
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	8	de	57 
Finalmente, os aglomerados urbanos s‹o ‡reas urbanas cujos Munic’pios 
apresentam tendncia ˆ complementaridade de suas fun›es, exigindo, por isso, 
um planejamento integrado e uma a‹o coordenada dos entes pœblicos. ƒ o caso 
da Baixada Santista, por exemplo. 
Em 2013, o STF julgou A‹o Direta de Inconstitucionalidade que versava sobre 
a cria‹o da Regi‹o Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregi‹o dos Lagos.7 
Na oportunidade, o Tribunal considerou que: 
! A cria‹o de regi›es metropolitanas depende da edi‹o de lei 
complementar, sendo compuls—ria a participa‹o dos Munic’pios e 
n‹o h‡ necessidade de condicionar ˆ prŽvia manifesta‹o da 
respectiva C‰mara dos Vereadores. 
! O Òinteresse comumÓ inclui fun›es e servios pœblicos 
supramunicipais, que extrapola interesse local. Ex: saneamento 
b‡sico. 
! N‹o h‡ uma mera transferncia de competncias para o Estado. O que 
deve haver Ž uma divis‹o de responsabilidades. O poder decis—rio e 
o poder concedente (dos servios pœblicos) n‹o podem ficar apenas 
nas m‹os do Estado. Deve ser constitu’do um —rg‹o colegiado. 
Mas, a n‹o precisa ser parit‡ria, desde que apta a prevenir a 
concentra‹o do poder decis—rio no ‰mbito de um œnico ente. 
 
1.2.3. Distrito Federal 
A natureza jur’dica do Distrito Federal tem gerado algumas discuss›es. Alguns 
autores defendem possuir natureza h’brida, por apresentar algumas 
caracter’sticas dos Estados e outras dos Munic’pios. Para JosŽ Afonso da Silva, 
o ÒDFÓ n‹o Ž nem Estado nem Munic’pio. J‡ o STF afirma que se trata ente 
federativo com autonomia parcialmente tutelada pela Uni‹o. 
O Distrito Federal Ž ente federado aut™nomo e, como tal, disp›e de auto-
organiza‹o, autoadministra‹o, autolegisla‹o e autogoverno (CF, arts. 18, 32 
e 34). A auto-organiza‹o do Distrito Federal se manifesta por meio de Lei 
Org‰nica, votada em dois turnos com interst’cio m’nimo de dez dias, e 
aprovada por dois teros da C‰mara Legislativa, que a promulgar‡, atendidos 
os princ’pios estabelecidos na Constitui‹o (art. 32, ÒcaputÓ, CF/88). 
No que se refere ˆ autolegisla‹o, o Distrito Federal apresenta uma 
caracter’stica peculiar: a ele s‹o atribu’das as competncias legislativas 
reservadas aos Estados e Munic’pios (CF, art. 32, ¤1¼ e 147). Mas n‹o s‹o 
																																								 																				 	
7	ADI 1.842, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe: 13.09.2013. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	9	de	57 
todas. Algumas n‹o lhe foram estendidas (Ex: competncia para dispor sobre 
sua organiza‹o judici‡ria, que Ž privativa da Uni‹o (art. 22, XVII, CF). 
AlŽm disso, ao contr‡rio dos Estados, a competncia para organizar e manter 
o MinistŽrio Pœblico, o Poder Judici‡rio, a pol’cia civil, a pol’cia militar e 
o corpo de bombeiros militar Ž da Uni‹o (CF, art. 21, XIII e XIV). 
J‡ no que tange ao autogoverno, a elei‹o do Governador e do Vice-
Governador segue as regras da elei‹o para Presidente da Repœblica. A dos 
deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais. 
Outra peculiaridade do Distrito Federal Ž que n‹o h‡ previs‹o constitucional para 
altera‹o dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contr‡rio dos 
Estados-membros, o Distrito Federal n‹o pode ser dividido em Munic’pios 
(art. 32, ÒcaputÓ, CF/88). 
AlŽm disso, n‹o pode organizar nem manter o Judici‡rio nem o MinistŽrio 
Pœblico, nem as pol’cias civil e militar e o corpo de bombeiros. Todos esses 
—rg‹os s‹o organizados e mantidos pela Uni‹o, cabendo a ela legislar sobre a 
matŽria. Nesse sentido, determina a Sœmula Vinculante n¼. 39 do STF que: 
 
 
	
	
1.2.4. Munic’pios 
Os Munic’pios s‹o entes aut™nomos, sendo sua autonomia alada, pela CRFB/88 
ˆ condi‹o de princ’pio constitucional sens’vel (CF, art. 34, VII, ÒcÓ). 
Segundo Alexandre de Moraes, o Munic’pio se auto-organiza por meio de sua 
Lei Org‰nica Municipal; autolegisla, por meio das leis municipais; 
autogoverna-se por meio da elei‹o direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e 
vereadores sem qualquer ingerncia dos Governos Federal e Estadual; e, por 
fim, se autoadministra ao p™r em exerc’cio suas competncias administrativas, 
tribut‡rias e legislativas, diretamente conferidas pela Constitui‹o Federal. 8 
Um ponto importante: Nos Munic’pios n‹o h‡ Poder Judici‡rio. O Poder 
Legislativo, assim como nos Estados-membros, Ž unicameral. 
																																								 																				 	
8	MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, 
pp. 714. 
Òcompete privativamente ˆ Uni‹o legislar
sobre vencimentos dos membros das pol’cias
civil e militar e do corpo de bombeiros militar
do Distrito FederalÓ.
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	10	de	57 
No que diz respeito ˆ auto-organiza‹o, a Lei Org‰nica do munic’pio ser‡ 
votada em dois turnos com interst’cio m’nimo de dez dias, e aprovada por 
dois teros dos membros da C‰mara Legislativa, que a promulgar‡, atendidos 
os princ’pios estabelecidos nesta Constitui‹o, na Constitui‹o do respectivo 
Estado. 
Art. 29. O Munic’pio reger-se-‡ por lei org‰nica, votada 
em dois turnos, com o interst’cio m’nimo de dez dias, e 
aprovada por dois teros dos membros da C‰mara 
Municipal, que a promulgar‡, atendidos os princ’pios 
estabelecidos nesta Constitui‹o, na Constitui‹o do 
respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
I - elei‹o do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, 
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e 
simult‰neo realizado em todo o Pa’s; 
II - elei‹o do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no 
primeiro domingo de outubro do ano anterior ao tŽrmino 
do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras 
do art. 77, no caso de Munic’pios com mais de duzentos 
mil eleitores; 
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1¼ de 
janeiro do ano subsequente ao da elei‹o; 
(...) 
V - subs’dios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos 
Secret‡rios Municipais fixados por lei de iniciativa da 
C‰mara Municipal, observado o que disp›em os arts. 37, 
XI, 39, ¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 2¼, I; 
(...) 
X- julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia 
O Prefeito e Vice-Prefeito ser‹o eleitos pelo sistema majorit‡rio, para mandato 
de 4 (quatro) anos. A elei‹o Ž realizada no primeiro domingo de outubro do 
ano anterior ao tŽrmino do mandato dos que devem suceder. No caso de 
Munic’pios com mais de 200.000 eleitores, a elei‹o de Prefeito e Vice-
Prefeito ocorrer‡ pelo sistema majorit‡rio de 2 turnos; caso o nœmero de 
eleitores seja inferior a 200.000, haver‡ apenas1 (um) turno de vota‹o. 
Por fim, ainda de acordo com art. 29, XIII, CF/88, a iniciativa popular de leis no 
Munic’pio se dar‡ atravŽs da manifesta‹o de, pelo menos, 5% do eleitorado. 	
1.2.5. Territ—rios Federais 
Os Territ—rios Federais integram a Uni‹o, sendo considerados meras 
descentraliza›es administrativas. (a doutrina fala em autarquias territoriais). 
Portanto, eles n‹o s‹o entes federativos e n‹o possuem autonomia pol’tica, 
muito embora possam ser divididos em Munic’pios. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	11	de	57 
Apesar de n‹o existir, atualmente, nenhum Territ—rio Federal9, estes poder‹o 
ser criados a qualquer tempo. Para a cria‹o dos Territ—rios Federais, Ž 
necess‡ria lei complementar. 
O Poder Executivo nos Territ—rios Federais Ž chefiado pelo Governador, que n‹o 
Ž eleito pelo povo. O Governador do Territ—rio Ž nomeado pelo Presidente da 
Repœblica, com nome aprovado previamente, por voto secreto, ap—s 
argui‹o pœblica pelo Senado Federal. Compete privativamente ˆ Uni‹o 
legislar sobre a organiza‹o administrativa dos Territ—rios (art. 22, XVII). 
Existe Poder Legislativo nos Territ—rios? Sim, existe. O Poder Legislativo Ž 
exercido pela C‰mara Territorial. Segundo o art. 33, ¤3¼, CF/88, a lei dispor‡ 
sobre as elei›es da C‰mara Territorial e sua competncia legislativa. A C‰mara 
Territorial exercer‡ apenas a fun‹o t’pica de legislar; a fun‹o de controle 
externo da administra‹o dos territ—rios Ž exercida pelo Congresso Nacional, 
com o aux’lio do TCU. 
Cada um dos Territ—rios elege 4 Deputados Federais; trata-se, portanto, de 
nœmero fixo, n‹o proporcional ˆ popula‹o. Os Territ—rios, por n‹o serem 
entes federativos, n‹o elegem Senadores. 
Detalhe. O Poder Judici‡rio, nos Territ—rios Federais, Ž organizado e mantido 
pela Uni‹o. Com efeito, possui a competncia privativa para organizar e manter 
o Poder Judici‡rio do Distrito Federal e Territ—rios. Nos Territ—rios Federais, a 
jurisdi‹o e as atribui›es cometidas aos ju’zes federais caber‹o aos ju’zes da 
justia local, na forma da lei. 
Assim como o Poder Judici‡rio, o MinistŽrio Pœblico, nos Territ—rios Federais, 
Ž organizado e mantido pela Uni‹o. Assim, temos o TJDFT (Tribunal de Justia 
do Distrito Federal e Territ—rios) e o MPDFT (MinistŽrio Pœblico do Distrito Federal 
e Territ—rios). Existe, ainda, a Defensoria Pœblica dos Territ—rios, tambŽm 
organizada e mantida pela Uni‹o. 
																																								 																				 	
9	Atualmente, n‹o existe nenhum Territ—rio Federal. Com a CF/88, os territ—rios de Roraima e do Amap‡ foram transformados em estados 
federados; por sua vez, o territ—rio de Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco. 
	
 Cuidado! N‹o h‡ que se falar mais em Defensoria 
Pœblica do Distrito Federal e Territ—rios (DPDFT). 
Ap—s a EC n¼ 69/2012, a Defensoria Pœblica do 
Distrito Federal (DPDF) Ž organizada e mantida pelo 
pr—prio Distrito Federal. Temos, ent‹o, dois —rg‹os 
diferentes: a Defensoria Pœblica do DF (organizada e 
mantida pelo DF) e a Defensoria Pœblica dos 
Territ—rios (organizada e mantida pela Uni‹o). 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	12	de	57 
 
Quando os Territ—rios tiverem mais de cem mil habitantes, alŽm do 
Governador, haver‡ —rg‹os judici‡rios de primeira e segunda inst‰ncia, 
membros do MinistŽrio Pœblico e defensores pœblicos federais. 
1.3 Altera›es na estrutura da federa‹o 
1.3.1. Forma‹o dos Estados 
A federa‹o Ž cl‡usula pŽtrea do texto constitucional, ou seja, n‹o pode ser 
objeto de emenda que seja tendente ˆ sua aboli‹o. Todavia, ela poder‡ sofrer 
altera›es em sua estrutura nos termos do art. 18, ¤ 3¼, CF/88: 
¤ 3¼ Os Estados podem incorporar-se entre si, 
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a 
outros, ou formarem novos Estados ou Territ—rios 
Federais, mediante aprova‹o da popula‹o 
diretamente interessada, atravŽs de plebiscito, e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
A leitura do dispositivo supracitado nos permite afirmar que h‡ 5 (cinco) 
diferentes tipos de altera‹o na estrutura dos Estados: 
a) Fus‹o: Um Estado A se une a um Estado B, formando o Estado C. H‡ 
a forma‹o de um novo ente federado, distinto dos anteriores e com 
personalidade pr—pria. Os Estados anteriores deixam de existir. 
b) Incorpora‹o: Estado A se incorpora ao Estado B, o qual continua a 
existir. O Estado A deixa de existir e o territ—rio do Estado B aumenta. 
Um dos entes federativos mantŽm a sua personalidade jur’dica. 
Ex:Estado de Guanabara se incorporou ao Estado do Rio de Janeiro. 
c) Subdivis‹o ou cis‹o: Um Estado A se subdivide, dando origem ao 
Estado B e C. O Estado A deixa de existir, surgindo dois novos Estados 
(duas novas personalidades jur’dicas). A subdivis‹o de um Estado pode 
dar origem a novos Estados ou territ—rios. Existe proposta para que o 
Maranh‹o seja subdivido em Maranh‹o do Sul e Maranh‹o do Norte. 
d) Desmembramento-anexa‹o: Ocorre quando um ou mais Estados 
cedem parte de seu territ—rio para que este seja anexado ao 
territ—rio de outro Estado. Ex: o Estado A perde parcela do seu 
territ—rio, que Ž anexada ao territ—rio do Estado B. Perceba que, nessa 
opera‹o, n‹o houve extin‹o de nenhum Estado. O Estado A perdeu 
parte de seu territ—rio, mas continuou existindo. 
e) Desmembramento-forma‹o: Ocorre quando um ou mais Estados 
cedem parte de seu territ—rio para que haja a forma‹o de um novo 
ente. Foi o que aconteceu com Goi‡s, quando este cedeu parte de seu 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	13	de	57 
territ—rio para a forma‹o do estado do Tocantins. Perceba que, nessa 
opera‹o, n‹o houve extin‹o de nenhum Estado. Goi‡s perdeu parte do 
seu territ—rio, mas deu origem a um novo Estado-membro. 
E quais s‹o os requisitos para que sejam realizadas essas altera›es na estrutura 
dos Estados? 
De in’cio, ser‡ necess‡rio que se proceda ˆ consulta ˆs popula›es 
diretamente interessadas, mediante a realiza‹o de um plebiscito. Caso a 
popula‹o seja desfavor‡vel, a modifica‹o territorial ser‡ imposs’vel. J‡ quando 
favor‡vel, a decis‹o final sobre a modifica‹o territorial Ž do Congresso Nacional, 
pois este poder‡ editar ou n‹o a lei complementar. 
Na ADIN n¼ 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo 
Òpopula‹o diretamente interessadaÓ o significado de que, nos casos de 
desmembramento, incorpora‹o ou subdivis‹o de Estado, deve ser consultada, 
mediante plebiscito, toda a popula‹o do (s) Estado (s) afetado (s), e n‹o 
apenas a popula‹o da ‡rea a ser desmembrada, incorporada ou subdividida. 
Ap—s a manifesta‹o favor‡vel da popula‹o diretamente interessada, ser‡ 
necess‡ria a oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados. 
Entende-se que a consulta ˆs Assembleias Legislativas Ž meramente 
opinativa, o que quer dizer que, mesmo que a Assembleia Legislativa for 
desfavor‡vel ˆ mudana territorial, o Congresso Nacional pode editar a lei 
complementar que aprova a subdivis‹o, incorpora‹o ou desmembramento. 
Consultada a popula‹o (mediante plebiscito) e feita a oitiva das Assembleias 
Legislativa, resta apenas a edi‹o de lei complementar, o que Ž um ato 
discricion‡rio do Congresso Nacional. Esse Ž o passo final para a altera‹o na 
estrutura dos Estados. Assim, em resumo, temos os seguintesrequisitos: 
 
 
 
 
*Observe que a forma‹o dos Territ—rios obedece aos mesmos requisitos 
necess‡rios para a incorpora‹o, subdivis‹o e desmembramento de Estado. 
1.3.2. Forma‹o dos Munic’pios 
A forma‹o de Munic’pios Ž regulada pelo art. 18, ¤ 4¼ da Constitui‹o, cuja 
reda‹o foi dada pela EC n¼ 15/1996: 
• 1) Consulta prévia, por plebiscito, às populações
diretamente interessadas
• 2) Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados
interessados (art. 48, VI, CF/88)
• 3) Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	14	de	57 
¤ 4¼ A cria‹o, a incorpora‹o, a fus‹o e o 
desmembramento de Munic’pios, far-se-‹o por lei 
estadual, dentro do per’odo determinado por Lei 
Complementar Federal, e depender‹o de consulta 
prŽvia, mediante plebiscito, ˆs popula›es dos 
Munic’pios envolvidos, ap—s divulga‹o dos Estudos 
de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados 
na forma da lei. 
De 1988 atŽ 1996, a cria‹o de Munic’pios era bem simples. As restri›es n‹o 
eram t‹o grandes e, como consequncia disso, multiplicaram-se os Munic’pios. 
Na tentativa de moralizar a cria‹o de Munic’pios, foi promulgada a EC n¼ 
15/1996, cujas regras est‹o v‡lidas atŽ hoje. S‹o, 5 (cinco) os requisitos para 
a cria‹o, incorpora‹o, fus‹o e desmembramento de munic’pios: 
! Edi‹o de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando 
genericamente o per’odo dentro do qual poder‡ ocorrer a cria‹o, 
incorpora‹o, fus‹o e desmembramento de munic’pios. Destaque-se que 
esta lei complementar atŽ hoje n‹o editada; 
! Aprova‹o de lei ordin‡ria federal determinando os requisitos 
genŽricos e a forma de divulga‹o, apresenta‹o e publica‹o dos 
estudos de viabilidade municipal;	
! Divulga‹o dos estudos de viabilidade municipal, na forma 
estabelecida pela lei mencionada acima;	
! Consulta prŽvia, por plebiscito, ˆs popula›es dos Munic’pios 
envolvidos. O resultado do plebiscito, quando desfavor‡vel, impede a 
cria‹o do novo Munic’pio. Por outro lado, caso seja favor‡vel, caber‡ ˆ 
Assembleia Legislativa decidir se ir‡ ou n‹o criar o Munic’pio;	
! Aprova‹o de lei ordin‡ria estadual pela Assembleia Legislativa 
determinando a cria‹o, incorpora‹o, fus‹o e desmembramento do(s) 
munic’pio(s). Trata-se de ato discricion‡rio da Assembleia Legislativa; 	
Tendo em vista que, atŽ hoje, o Congresso n‹o editou lei complementar 
dispondo sobre o per’odo dentro do qual poder‹o ocorrer altera›es na estrutura 
de Munic’pios, conclui-se que, atualmente, esses entes n‹o podem ser criados. 
No entanto, a realidade foi diferente. Mesmo ap—s a promulga‹o da EC n¼ 
15/96, foram criados centenas de Munic’pios pelo Brasil afora. A doutrina os 
chamou de ÒMunic’pios putativosÓ, pois existiam de fato, mas sua cria‹o 
havia sido inv‡lida, inconstitucional. 
O Supremo, ent‹o, foi chamado a apreciar o problema na ADIN n¼ 3.682/MT. 
Na oportunidade, a Corte reconheceu a mora do Congresso Nacional, que deu 
Òensejo ˆ conforma‹o e ˆ consolida‹o de estados de inconstitucionalidadeÓ. 
Foi atestada a inconstitucionalidade da cria‹o dos Munic’pios. Todavia, 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	15	de	57 
em nome da segurana jur’dica, o STF Òpassou a bolaÓ para o Congresso, j‡ que, 
n‹o poderia o STF, da noite para o dia, determinar a extin‹o de Munic’pios. 
O Congresso Nacional editou, ent‹o, a EC n¼. 57/2008, que convalidou os atos 
de cria‹o, fus‹o, incorpora‹o e desmembramento de Munic’pios, cuja lei tenha 
sido publicada atŽ 31/12/2006, atendidos os requisitos estabelecidos na 
legisla‹o do respectivo Estado ˆ Žpoca de sua cria‹o. 
1.4. Veda›es Federativas 
A Constitui‹o estabelece, em seu art. 19, algumas veda›es aos entes 
federados. S‹o as chamadas veda›es federativas. Vejamos: 
Art. 19. ƒ vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Munic’pios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, 
subvencion‡-los, embaraar-lhes o funcionamento 
ou manter com eles ou seus representantes rela›es 
de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da 
lei, a colabora‹o de interesse pœblico; 
II - recusar fŽ aos documentos pœblicos; 
III - criar distin›es entre brasileiros ou preferncias 
entre si. 
 
 
 
 
1. (FGV / XX Exame de Ordem Unificado Ð 2016 Ð Reaplica‹o de Prova Ð 
Salvador/BA). O modelo federalista Ž uma forma de organiza‹o e 
distribui‹o do poder estatal que pressup›e a rela‹o entre as esferas de 
governo federal e local, compondo os chamados entes federativos, todos 
dotados de autonomia. Apresenta-se como oposi‹o ao unitarismo, de 
modo que haja a reparti‹o de competncias entre os entes que integram 
o Estado federado. A ordem jur’dica estabeleceu elementos, no texto 
constitucional, que caracterizam essa forma de Estado. A partir das 
caracter’sticas da Federa‹o brasileira, assinale a afirmativa correta. 
a) A forma federativa de Estado autoriza a secess‹o de um ente federativo por 
meio de plebiscito popular ou referendum. 
b) A forma federativa de Estado Ž estabelecida por um pacto (ou tratado) 
internacional entre os estados soberanos. 
c) A forma federativa de Estado imp›e a necessidade de existncia de uma cl‡usula 
de garantia ao pacto federativo, tal como a chamada interven‹o federal. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	16	de	57 
d) Um vez que, na forma federativa, todos os entes federativos s‹o aut™nomos, 
eles est‹o autorizados a representar a soberania do Estado em suas 
rela›es internacionais. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. Como estudamos a pouco, na federa‹o h‡ uma uni‹o 
indissolœvel de entes aut™nomos, que tem como fundamento uma Constitui‹o. 
N‹o h‡ direito de secess‹o. 
Letra B: errada. Opa, pegadinha! N‹o Ž na federa‹o que isso ocorre. ƒ na 
confedera‹o. Por meio da confedera‹o tem-se uma reuni‹o de Estados 
soberanos e o v’nculo Ž estabelecido com base em um tratado internacional. 
Letra C: correta. Este Ž o gabarito. O modelo de federa‹o realmente tem como 
pressuposto a existncia de uma cl‡usula de garantia ao pacto federativo, sendo 
esse pacto formado pela uni‹o indissolœvel de entes aut™nomos. 
Letra D: errada. De fato, na federa‹o temos v‡rias pessoas jur’dicas com 
capacidade pol’tica, cada uma delas dotada de autonomia pol’tica. S‹o v‡rios os 
centros produtores de normas; existe uma pluralidade de ordenamentos jur’dicos. 
Mas, n‹o se pode dizer que todos os entes est‹o autorizados a representar a 
soberania do Estado em suas rela›es internacionais. Quem representa a 
Repœblica Federativa do Brasil no plano internacional Ž a Uni‹o (art. 21, I, da 
CF/88). O gabarito Ž a letra C. 
 
2. (FGV / XVIII Exame de Ordem Unificado Ð 2015) A parte da popula‹o 
do Estado V situada ao sul do seu territ—rio, insatisfeita com a pouca 
aten‹o que vem recebendo dos œltimos governos, organiza-se e d‡ in’cio 
a uma campanha para promover a cria‹o de um novo Estado-membro da 
Repœblica Federativa do Brasil Ð o Estado N, que passaria a ocupar o 
territ—rio situado na parte sul do Estado V. O tema desperta muita 
discuss‹o em todo o Estado, sendo que alguns argumentos favor‡veis e 
outros contr‡rios ao desmembramento comeam a ganhar publicidade na 
m’dia. Reconhecido constitucionalistaanalisa os argumentos listados a 
seguir e afirma que apenas um deles pode ser referendado pelo sistema 
jur’dico-constitucional brasileiro. Assinale-o. 
a) O desmembramento n‹o poderia ocorrer, pois uma das caracter’sticas 
fundamentais do Estado Federal Ž a impossibilidade de ocorrncia do chamado 
direito de secess‹o. 
b) O desmembramento poder‡ ocorrer, contanto que haja aprova‹o, por via 
plebiscit‡ria, exclusivamente por parte da popula‹o que atualmente habita o 
territ—rio que formaria o Estado N. 
c) AlŽm de aprova‹o pela popula‹o interessada, o desmembramento tambŽm 
pressup›e a edi‹o de lei complementar pelo Congresso Nacional com esse objeto. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	17	de	57 
d) AlŽm de manifesta‹o da popula‹o interessada, o sistema constitucional 
brasileiro exige que o desmembramento dos Estados seja precedido de divulga‹o 
de estudos de viabilidade. 
Coment‡rios: 
O art. 18, ¤ 3¼, CF/88, estabelece que Òos Estados podem incorporar-se entre si, 
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos 
Estados ou Territ—rios Federais, mediante aprova‹o da popula‹o diretamente 
interessada, atravŽs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei 
complementarÓ. O gabarito Ž a letra C. 
 
3. (FGV / XIII Exame de Ordem Unificado Ð 2014) JosŽ Ž cidad‹o do 
munic’pio W, onde est‡ localizado o distrito de B. Ap—s consultas informais, 
JosŽ verifica o desejo da popula‹o distrital de obter a emancipa‹o do 
distrito em rela‹o ao munic’pio de origem. De acordo com as normas 
constitucionais federais, dentre outros requisitos para legitimar a cria‹o 
de um novo Munic’pio, s‹o indispens‡veis: 
a) lei estadual e referendo. 
b) lei municipal e plebiscito. 
c) lei municipal e referendo. 
d) lei estadual e plebiscito. 
Coment‡rios: 
A cria‹o de Munic’pio depende de 5 (cinco) requisitos: 
a) lei complementar federal; 
b) lei ordin‡ria federal determinados os requisitos genŽricos e a forma de 
divulga‹o, apresenta‹o e publica‹o dos estudos de viabilidade 
municipal; 
c) divulga‹o dos estudos de viabilidade municipal; 
d) consulta prŽvia, por plebiscito, ˆs popula›es dos Munic’pios envolvidos; 
e) aprova‹o de lei ordin‡ria estadual pela Assembleia Legislativa 
determinando a cria‹o do Munic’pio. A resposta Ž a letra D. 
 
4. (FGV / VIII Exame de Ordem Unificado Ð 2012) Sabendo-se que o 
Munic’pio integra a Federa‹o, assinale a afirmativa correta, ˆ luz das 
normas constitucionais. 
a) O munic’pio ser‡ regido por Lei Org‰nica pr—pria, votada pela Assembleia 
Estadual. 
b) A organiza‹o municipal conter‡ previs‹o de elei›es para mandato de cinco 
anos, sem reelei‹o. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	18	de	57 
c) Um projeto de lei de iniciativa popular, baseado em interesse local, depende de, 
pelo menos, cinco por cento do eleitorado. 
d) O limite m‡ximo de dez vereadores dever‡ ser observado para localidades com 
atŽ 15.000 (quinze mil) habitantes. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. O Munic’pio Ž regido por Lei Org‰nica, a qual Ž aprovada pela 
C‰mara dos Vereadores (e n‹o pela Assembleia Legislativa!) 
Letra B: errada. O Prefeito e Vice-Prefeito ser‹o eleitos pelo sistema majorit‡rio, 
para mandato de 4 (quatro) anos. 
Letra C: correta. No ‰mbito municipal, o projeto de lei de iniciativa popular 
depende de, pelo menos, 5% do eleitorado. 
Letra D: errada. Nos Munic’pios com atŽ 15 mil habitantes, o nœmero m‡ximo de 
Vereadores Ž 9 (nove). O gabarito Ž a letra C. 
 
5. (FGV / V Exame de Ordem Unificado Ð 2011) Os Estados s‹o aut™nomos 
e comp›em a Federa‹o com a Uni‹o, os Munic’pios e o Distrito Federal. Ë 
luz das normas constitucionais, quanto aos Estados, Ž correto afirmar que 
a) podem incorporar-se entre si mediante aprova‹o em referendo. 
b) a subdivis‹o n‹o pode gerar a forma‹o de novos territ—rios. 
c) o desmembramento deve ser precedido de autoriza‹o por lei ordin‡ria. 
d) se requer lei complementar federal aprovando a cria‹o de novos entes 
estaduais. 
Coment‡rios: 
Os requisitos para a forma‹o de Estados s‹o os seguintes: 
! Consulta prŽvia, por plebiscito, ˆs popula›es diretamente 
interessadas;	
! Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (art. 
48, VI, CF/88); 	
! Edi‹o de lei complementar pelo Congresso Nacional.	
Letra A: errada. N‹o h‡ que se falar em ÒreferendoÓ, mas sim em plebiscito. 
Letra B: errada. Segundo o art. 18, ¤ 3¼, CF/88, Òos Estados podem incorporar-
se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou 
formarem novos Estados ou Territ—rios Federais, mediante aprova‹o da 
popula‹o diretamente interessada, atravŽs de plebiscito, e do Congresso 
Nacional, por lei complementar.Ó 
Letra C: errada. O desmembramento deve ser precedido de lei complementar. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	19	de	57 
Letra D: correta. ƒ necess‡ria a edi‹o de lei complementar para a cria‹o de um 
novo Estado. O gabarito Ž letra D. 
 
6. (FGV / DPE-RJ Ð 2014) Durante o ano de 2013, ap—s amplo debate 
pol’tico e social, houve o desmembramento de um Munic’pio do interior do 
Estado do Rio de Janeiro. Sobre a constitucionalidade da medida, Ž correto 
afirmar que 
a) seria constitucional, caso tivessem sido preenchidos os requisitos legais, quais 
sejam, desmembramento atravŽs de lei municipal, contando com consulta prŽvia ˆ 
popula‹o envolvida e estudo de viabilidade municipal. 
b) seria constitucional, caso tivessem sido preenchidos os requisitos legais, quais 
sejam, desmembramento atravŽs de lei estadual, referendo popular e estudo de 
viabilidade municipal. 
c) seria constitucional, caso tivessem sido preenchidos os requisitos legais, quais 
sejam, desmembramento atravŽs de lei federal, referendo popular e estudo de 
viabilidade municipal. 
d) Ž inconstitucional, porque a Constitui‹o estabeleceu que somente por lei federal 
Ž feito o desmembramento de munic’pios, em per’odo de tempo previsto no ato das 
disposi›es constitucionais provis—rias (ADCT) que j‡ est‡ ultrapassado. 
e) Ž inconstitucional, porque a matŽria de desmembramento de munic’pios ainda 
estava pendente de regulamenta‹o no ano de 2013, atravŽs de lei complementar 
ainda n‹o publicada. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. A cria‹o, incorpora‹o, fus‹o ou desmembramento de Munic’pio 
deve ser realizada por lei estadual, dependendo de consulta prŽvia, mediante 
plebiscito, ˆs popula›es diretamente envolvidas, ap—s a divulga‹o dos estudos 
de viabilidade municipal. ƒ necess‡rio, ainda, que seja editada lei complementar 
federal fixando o per’odo dentro do qual poder‹o ser realizadas as altera›es 
federativas envolvendo Munic’pios. 
Letra B: errada. N‹o h‡ que se falar em referendo. O desmembramento s— poder‡ 
ser feito ap—s consulta, mediante plebiscito, ˆs popula›es diretamente 
envolvidas. 
Letra C: errada. O desmembramento de Munic’pio Ž realizado por lei estadual e 
depende da realiza‹o de plebiscito. 
Letra D: errada. O desmembramento de Munic’pio Ž realizado por lei estadual. 
Letra E: correta. AtŽ hoje n‹o foi editada a lei complementar federal fixando o 
per’odo dentro do qual poder‡ ocorrer a cria‹o, incorpora‹o, fus‹o ou 
desmembramento de Munic’pio. Em virtude disso, o desmembramentode 
Munic’pio ser‡ inconstitucional. O gabarito Ž a letra E. 
 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	20	de	57 
7. (FGV / CGE-MA Ð 2014) ÒXÓ Ž Deputado Federal representando o Estado 
ÒZÓ. Com problemas de saœde, sua permanncia em Bras’lia se tornou 
invi‡vel. Desejando continuar na vida pol’tica, consulta seus assessores 
sobre o nœmero de vagas para Deputado Estadual do Estado ÒZÓ. Em 
resposta, sua assessoria indica que o nœmero de Deputados Estaduais 
deve, nos termos da Constitui‹o Federal, corresponder, em princ’pio, ao: 
a) dobro da representa‹o do Estado na C‰mara dos Deputados. 
b) triplo da representa‹o do Estado na C‰mara dos Deputados. 
c) qu‡druplo da representa‹o do Estado na C‰mara dos Deputados. 
d) qu’ntuplo da representa‹o do Estado na C‰mara dos Deputados. 
e) sxtuplo da representa‹o do Estado na C‰mara dos Deputados. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 27, CF/88, o nœmero de Deputados Estaduais corresponder‡ ao 
triplo da representa‹o do Estado na C‰mara dos Deputados e, atingido o nœmero 
de trinta e seis, ser‡ acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais 
acima de doze. A resposta, portanto, Ž a letra B. 
 
8. (FGV/PC-AP Ð 2010) Relativamente ˆ organiza‹o do Estado, assinale a 
afirmativa incorreta. 
a) A organiza‹o pol’tico-administrativa da Repœblica Federativa do Brasil 
compreende a Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic’pios, todos 
aut™nomos, nos termos desta Constitui‹o. 
b) A autonomia federativa assegura aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic’pios 
estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion‡-los, autorizar ou proibir seu 
funcionamento, na forma da lei. 
c) ƒ vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic’pios criar 
distin›es entre brasileiros ou preferncias entre si. 
d) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para 
se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territ—rios Federais, 
mediante aprova‹o da popula‹o diretamente interessada, atravŽs de plebiscito, e 
do Congresso Nacional, por lei complementar. 
e) A cria‹o, a incorpora‹o, a fus‹o e o desmembramento de Munic’pios, far-se-
‹o por lei estadual, dentro do per’odo determinado por Lei Complementar Federal, 
e depender‹o de consulta prŽvia, mediante plebiscito, ˆs popula›es dos Munic’pios 
envolvidos, ap—s divulga‹o dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei. 
Coment‡rios: 
Letra A: correta. Trata-se da literalidade do ÒcaputÓ do art. 18 da Constitui‹o. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	21	de	57 
Letra B: errada. A Carta Magna veda ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Munic’pios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion‡-los, 
embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes 
rela›es de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colabora‹o de 
interesse pœblico (art. 19, I, CF). 
Letra C: correta. ƒ o que prev o inciso III do art. 19 da Carta Magna. Os entes 
federativos n‹o podem criar distin›es entre brasileiros ou preferncias entre si. 
Letra D: correta. ƒ exatamente o que disp›e o art. 18, ¤ 3¼. As altera›es 
federativas envolvendo os Estados dependem de aprova‹o plebiscit‡ria da 
popula‹o diretamente interessada e de lei complementar editada pelo Congresso 
Nacional. 
Letra E: correta. ƒ o que prev o art. 18, ¤ 4¼. Segundo esse dispositivo, Òa 
cria‹o, a incorpora‹o, a fus‹o e o desmembramento de Munic’pios, far-se-‹o 
por lei estadual, dentro do per’odo determinado por Lei Complementar Federal, e 
depender‹o de consulta prŽvia, mediante plebiscito, ˆs popula›es dos Munic’pios 
envolvidos, ap—s divulga‹o dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da leiÓ. O gabarito Ž a letra B. 
 
2.	REPARTIÇÃO	DE	COMPETÊNCIAS	
2.1. Reparti‹o de competncias e a federa‹o brasileira 
Na federa‹o, o poder pol’tico Ž descentralizado; os entes federados s‹o 
dotados de autonomia pol’tica. Nesse sentido, a reparti‹o de competncias 
pode ser considerada como um elemento fundamental da federa‹o. 
O objetivo Ž dividir o poder pol’tico entre os entes federados de forma racional 
e equilibrada, garantindo o federalismo de equil’brio. Ao repartir 
competncias entre os entes federativos, a Constitui‹o est‡ harmonizando a 
convivncia entre eles, viabilizando o pacto federativo.10 
A reparti‹o de competncias Ž baseada em dois princ’pios: i) princ’pio da 
predomin‰ncia do interesse; e ii) princ’pio da subsidiariedade. 
Segundo o princ’pio da predomin‰ncia do interesse, a Uni‹o cuidar‡ das 
matŽrias de predomin‰ncia do interesse geral (nacional); aos Estados, caber‹o 
as matŽrias de interesse regional; e aos Munic’pios, caber‹o as matŽrias de 
interesse local. Nesse sentido, tem-se como exemplos: 
																																								 																				 	
10 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. 453. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	22	de	57 
! emiss‹o de moeda: o interesse predominante Ž o nacional, logo, 
a competncia Ž da Uni‹o. 
! assegurar a defesa nacional: o interesse predominante Ž o 
nacional, logo, a competncia Ž da Uni‹o. 
! fixa‹o do hor‡rio de funcionamento de agncias banc‡rias: 
como est‡ em jogo o sistema financeiro nacional, o interesse Ž 
geral e, portanto, a competncia Ž da Uni‹o. J‡ a fixa‹o do hor‡rio 
de funcionamento de estabelecimentos comerciais Ž de interesse Ž 
local dos Munic’pios. 
J‡ princ’pio da subsidiariedade se baseia na l—gica de que, sempre que for 
poss’vel, as quest›es devem ser resolvidas pelo ente federativo que estiver mais 
pr—ximo da tomada de decis›es. Guardem isso com carinho! J Como exemplo, 
citamos as competncias para dispor sobre transporte. 
a) A explora‹o do transporte municipal Ž matŽria de competncia dos 
Munic’pios. Veja que cada Munic’pio consegue regular satisfatoriamente 
o transporte urbano (municipal). 
b) A explora‹o do transporte intermunicipal Ž matŽria de competncia 
dos Estados. Perceba que um Munic’pio (sozinho) n‹o consegue regular 
o transporte intermunicipal. Portanto, o ente federativo que consegue 
cumprir satisfatoriamente essa tarefa s‹o os Estados. 
c) A explora‹o dos servios de transporte rodovi‡rio interestadual e 
internacional de passageiros Ž competncia da Uni‹o. Veja que um 
Estado (sozinho) n‹o consegue regular satisfatoriamente o transporte 
interestadual e internacional; s— a Uni‹o conseguir‡ faz-lo. 
Meus amigos, vamos partir agora para as tŽcnicas de reparti‹o de 
competncias: i) reparti‹o horizontal e; ii) reparti‹o vertical. 
Na reparti‹o horizontal, a Constitui‹o outorga aos entes federativos 
competncia para atuar em ‡reas espec’ficas, sem a interferncia de um sobre 
o outro, sob pena de inconstitucionalidade. ƒ t’pico dos Estados que adotam um 
federalismo dual ou cl‡ssico. J‡ a reparti‹o vertical, as competncias ser‹o 
exercidas em conjunto pelos entes federativos, que ir‹o, portanto, atuar de 
forma coordenada. ƒ t’pico de Estados que adotam um federalismo de 
coopera‹o ou neocl‡ssico. 
A CF/88, ao repartir competncias entre os entes federativos, utilizou as 2 (duas) 
tŽcnicas. Ao definir as competncias exclusivas e privativas daUni‹o, foi adotada 
a tŽcnica de reparti‹o horizontal; por sua vez, ao estabelecer as competncias 
comuns e as competncias concorrentes, resta caracterizada a reparti‹o 
vertical. Por utilizar a reparti‹o vertical de competncias, diz-se que o Brasil 
adota um federalismo de coopera‹o ou neocl‡ssico. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	23	de	57 
A reparti‹o de competncias na federa‹o brasileira Ž, todavia, mais complexa 
do que isso. Ela Ž estruturada da seguinte forma: 
! A CF/88 enumera expressamente as competncias da Uni‹o 
(arts. 21 e 22). As competncias da Uni‹o s‹o exclusivas ou 
privativas. As competncias exclusivas s‹o indeleg‡veis, 
caracterizando-se por serem administrativas (est‹o relacionadas 
ˆ presta‹o de servios pœblicos pela Uni‹o. J‡ as competncias 
privativas s‹o deleg‡veis, caracterizando-se por serem 
legislativas. 
! A CF/88 enumera expressamente as competncias dos 
Munic’pios. (art. 30). 
! A CF/88 n‹o lista as competncias dos Estados. Por isso, diz-
se que os Estados possuem competncia remanescente. As 
matŽrias que n‹o foram atribu’das pela CF/88 ˆ Uni‹o ou aos 
Munic’pios ser‹o outorgadas aos Estados. 
! A CF/88 estabelece competncias comuns, que s‹o de todos os 
entes federativos, em conjunto. Utilizou-se, aqui, da tŽcnica de 
reparti‹o vertical de competncias. 
! A CF/88 estabelece competncias concorrentes entre a Uni‹o, 
os Estados e o Distrito Federal. Nas competncias concorrentes, 
verticalmente repartidas, cabe ˆ Uni‹o estabelecer as normas 
gerais e aos Estados e Distrito Federal a competncia suplementar. 
Pergunta cl‡ssica. ƒ poss’vel fazer altera‹o da reparti‹o de competncias por 
Emenda Constitucional? 
A doutrina entende que a reparti‹o de competncias pode sim ser alterada por 
emenda constitucional, desde que n‹o represente uma ameaa tendente a abolir 
a forma federativa de Estado (essa sim uma cl‡usula pŽtrea). Assim, apenas 
n‹o seria v‡lida uma emenda constitucional que reduzisse de forma substancial 
a autonomia de um ou mais entes federados. 
2.2. Competncias Exclusivas e Privativas da Uni‹o 
S‹o as competncias enumeradas, respectivamente, no art. 21 e art. 22 da 
CRFB/88. Ambas s‹o competncias expressas (expl’citas). No art. 21, est‹o as 
chamadas competncias exclusivas da Uni‹o. Trata-se de competncias de 
natureza administrativa ou material, isto Ž, est‹o relacionadas ˆ presta‹o 
(execu‹o) de servios pœblicos pela Uni‹o. S‹o indeleg‡veis: mesmo diante 
da omiss‹o da Uni‹o, n‹o podem os demais entes federados nessas matŽrias. 
Pessoal, vamos a seguir dar uma olhadinha nas competncias exclusivas mais 
importantes para fins de prova, ok? Ap—s isso, vale a pena fazer uma leitura do 
dispositivo na ’ntegra... 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	24	de	57 
Art. 21. Compete ˆ Uni‹o: 
I - manter rela›es com Estados estrangeiros e 
participar de organiza›es internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei 
complementar, que foras estrangeiras transitem 
pelo territ—rio nacional ou nele permaneam 
temporariamente; 
V Ð decretar o estado de s’tio, o estado de defesa e 
a interven‹o federal 
No caso do inciso I, a Uni‹o Ž o ente federativo que detŽm a competncia para 
representar o Estado brasileiro no plano internacional. Destaque-se que 
a soberania Ž atributo da Repœblica Federativa do Brasil; a Uni‹o Ž ente dotado 
de autonomia. 
As hip—teses dos incisos II, III, e IV est‹o relacionados ˆ defesa nacional, cuja 
competncia Ž exclusiva da Uni‹o. 
O estado de s’tio, o estado de defesa e a interven‹o federal comp›em o 
chamado sistema constitucional de crises. Trata-se de elementos de 
estabiliza‹o constitucional. 
VI - autorizar e fiscalizar a produ‹o e o comŽrcio de 
material bŽlico; 
Com base nesse dispositivo, o STF decidiu que Ž inconstitucional lei estadual 
que autoriza a utiliza‹o, pelas pol’cias civil e militar, de armas de fogo 
apreendidas. Segundo a Corte, Òa competncia exclusiva da Uni‹o para legislar 
sobre material bŽlico, complementada pela competncia para autorizar e 
fiscalizar a produ‹o de material bŽlico, abrange a disciplina sobre a destina‹o 
de armas apreendidas e em situa‹o irregular.Ó 11 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do Pa’s e 
fiscalizar as opera›es de natureza financeira, 
especialmente as de crŽdito, c‰mbio e capitaliza‹o, 
bem como as de seguros e de previdncia privada; 
Com base no inciso VIII, o STF entende que Ž inconstitucional lei estadual 
que estabelea a obrigatoriedade de utiliza‹o, pelas agncias banc‡rias, 
de equipamento que atesta a autenticidade de cŽdulas.12 Ora, se a competncia 
																																								 																				 	
11 STF, ADIN 3258. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 06.04.2005. 
12 STF, ADIN 3515, Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	25	de	57 
para a fiscaliza‹o das opera›es de natureza financeira Ž competncia exclusiva 
da Uni‹o, n‹o cabe aos Estados editar lei nesse sentido. 
X - manter o servio postal e o correio aŽreo nacional; 
O STF considera que, com base no inciso X, Ž constitucional a atribui‹o de 
monop—lio do servio postal ˆ Empresa Brasileira de Correios e TelŽgrafos.13 
XI - explorar, diretamente ou mediante autoriza‹o, 
concess‹o ou permiss‹o, os servios de 
telecomunica›es, nos termos da lei, que dispor‡ 
sobre a organiza‹o dos servios, a cria‹o de um 
—rg‹o regulador e outros aspectos institucionais; 
O STF considera que Ž inconstitucional lei estadual ou distrital que pro’ba as 
empresas de telecomunica›es de cobrarem taxas para a instala‹o do 
segundo ponto de acesso ˆ internet. 14 Ainda com base nesse dispositivo, 
entende a Corte ser inconstitucional lei estadual ou distrital que estabelea a 
possibilidade de acœmulo das franquias de minutos mensais ofertados pelas 
operadoras de telefonia, determinando a transferncia dos minutos n‹o 
utilizados no ms de sua aquisi‹o para os meses subsequentes. 
XII - explorar, diretamente ou mediante autoriza‹o, 
concess‹o ou permiss‹o: 
a) os servios de radiodifus‹o sonora, e de sons e 
imagens; 
b) os servios e instala›es de energia elŽtrica e o 
aproveitamento energŽtico dos cursos de ‡gua, em 
articula‹o com os Estados onde se situam os 
potenciais hidroenergŽticos; 
c) a navega‹o aŽrea, aeroespacial e a infraestrutura 
aeroportu‡ria; 
d) os servios de transporte ferrovi‡rio e aquavi‡rio 
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou 
que transponham os limites de Estado ou Territ—rio; 
e) os servios de transporte rodovi‡rio interestadual 
e internacional de passageiros; 
f) os portos mar’timos, fluviais e lacustres; 
Nesse dispositivo, est‹o enumerados diversos servios pœblicos da competncia 
da Uni‹o. Destaque-se que todos eles poder‹o ser explorados diretamente 
pela Uni‹o ou, ent‹o, por meio de autoriza‹o, concess‹o ou permiss‹o. 
																																								 																				 	
13 STF, ADPF 46, Rel. Min. Eros Grau. 05.08.2009. 
14	STF, ADIN 4083. Rel. Min. Carmen Lucia. 25.11.2010 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	26	de	57 
XIII - organizar e manter o Poder Judici‡rio, o 
MinistŽrio Pœblico do Distrito Federal e dos 
Territ—rios e a Defensoria Pœblica dos Territ—rios; 
XIV - organizar e manter a pol’cia civil, a pol’cia 
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito 
Federal, bem como prestar assistncia financeira ao 
Distrito Federal para a execu‹o de servios pœblicos, 
por meio de fundo pr—prio; 
Esses dois dispositivos s‹o muito importantes e 
com grandes chances de serem cobrados em 
prova. Com base neles, a doutrina entende que o 
Distrito Federal tem uma autonomia parcialmente 
tutelada pela Uni‹o. 
Como j‡ comentamos, a partir do inciso XIV, o STF editou a Sœmula Vinculante 
n¼ 39, segundo a qual Òcompete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre 
vencimentos dos membros das pol’cias civil e militar e do corpo de bombeiros 
militar do Distrito FederalÓ. 
Fiquem atentos, para o fato de que, desde a EC n¼. 69/2012, a Defensoria 
Pœblica do DF passou a ser organizada e mantida pelo pr—prio DF. 
XV - organizar e manter os servios oficiais de 
estat’stica, geografia, geologia e cartografia de 
‰mbito nacional; 
XVI - exercer a classifica‹o, para efeito indicativo, 
de divers›es pœblicas e de programas de r‡dio e 
televis‹o; 
XVII - conceder anistia; 
Com base no inciso XVII, o STF considerou que a Lei da Anistia, concedida 
ˆqueles que cometeram crimes durante a Žpoca da ditadura, Ž constitucional.15 
Destaque-se que a concess‹o de anistia para crimes Ž competncia da Uni‹o; 
j‡ a concess‹o de anistia para infra›es administrativas de servidores 
pœblicos estaduais Ž competncia dos Estados. 
Vamos agora ao estudo das competncias privativas da Uni‹o. S‹o 
competncias legislativas, isto Ž, est‹o relacionadas ˆ edi‹o de normas pela 
Uni‹o. E s‹o tambŽm competncias deleg‡veis. Temos, a seguir, os 
dispositivos mais importantes (aqui vale a mesma recomenda‹o anterior, ok?) 
																																								 																				 	
15 ADPF 153, Rel. Min. Eros Grau. 29.04.2010 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	27	de	57 
Art. 22. Compete privativamente ˆ Uni‹o legislar 
sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agr‡rio, mar’timo, aeron‡utico, espacial e 
do trabalho; 
Esse dispositivo cai muito em prova. 
Demais (rs). Mas aqui temos um 
mnem™nico para ajudar. J 
ÒCAPACETE PMÓ 
 
 
 
H‡ farta jurisprudncia do STF sobre esse dispositivo. Olha s—: 
! A Uni‹o tem competncia privativa para legislar sobre direito penal, 
inclusive sobre crimes de responsabilidade. Segundo a Sœmula 
Vinculante n¼ 46, Òa defini‹o dos crimes de responsabilidade e o 
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento s‹o 
da competncia legislativa privativa da Uni‹o.Ó 
! Ž inconstitucional a lei distrital ou estadual que disponha sobre 
condi›es do exerc’cio ou cria‹o de profiss‹o, sobretudo quando esta 
diga ˆ segurana de tr‰nsito. 16 Assim, n‹o pode uma lei estadual 
regulamentar a profiss‹o de motoboy, uma vez que Ž competncia 
privativa da Uni‹o legislar sobre direito do trabalho. 
! Ž inconstitucional lei estadual que limita o valor das quantias cobradas 
pelo uso de estacionamento. ƒ competncia privativa da Uni‹o legislar 
sobre direito civil. 
! Ž inconstitucional lei estadual que disp›e sobre atos de juiz, 
direcionando sua atua‹o em face de situa›es espec’ficas17. Isso porque 
compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre direito processual. 
! Ž inconstitucional lei estadual que disciplina o valor que deve ser dado 
a uma causa18. Novamente, a raz‹o para isso Ž o fato de que a Uni‹o tem 
competncia privativa para legislar sobre direito processual. 
 
XI - tr‰nsito e transporte; 
																																								 																				 	
16 ADI 3610. Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011 
17	ADI	2.257,	Rel.	Min.	Eros	Grau,	j.	06.04.05,	DJ	de	26.08.05.	
18	ADI	2.655,	Rel.	Min.	Ellen	Gracie,	j.	09.03.04,	DJ	de	26.03.04.	
C •CIVIL
A •AGRÁRIO
P •PENAL
A •AERONÁUTICO
C •COMERCIAL
E •ELEITORAL
T •TRABALHO
E •ESPACIAL
PM •PROCESSUAL	E	MARÍTIMO
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	28	de	57 
A Uni‹o tem competncia privativa para legislar sobre tr‰nsito e transporte. 
Logo, s‹o inconstitucionais: 
a) lei estadual ou distrital que estabelea a obrigatoriedade do uso de 
cinto de segurana; 
b) lei estadual ou distrital que comine penalidades a quem seja flagrado 
em estado de embriaguez na condu‹o de ve’culo automotor; 
c) lei estadual ou distrital que disp›e sobre instala‹o de aparelho, 
equipamento ou qualquer outro meio tecnol—gico de controle de 
velocidade de ve’culos automotores nas vias do Distrito Federal; 
d) lei estadual ou distrital que torna obrigat—rio ve’culo automotor 
transitar permanentemente com os far—is acesos nas rodovias. 
 Muito cuidado na hora da prova! ƒ competncia privativa 
da Uni‹o LEGISLAR sobre tr‰nsito e transporte. Mas, Ž 
competncia comum da Uni‹o, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Munic’pios estabelecer e implantar pol’tica de 
educa‹o para a segurana do tr‰nsito. 
 
XX - sistemas de cons—rcios e sorteios; 
Com base nesse dispositivo, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼ 2: ҃ 
inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre 
sistemas de cons—rcios e sorteios, inclusive bingos e loteriasÓ. 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educa‹o nacional; 
 
 
 
a) ƒ competncia privativa da Uni‹o legislar sobre seguridade social. No 
entanto, legislar sobre previdncia social Ž competncia concorrente da 
Uni‹o, dos Estados e do Distrito Federal (art. 24). 
b) ƒ competncia privativa da Uni‹o legislar sobre diretrizes e bases da 
educa‹o nacional. No entanto, legislar sobre educa‹o Ž competncia 
concorrente da Uni‹o, dos Estados e do Distrito Federal (art. 24). 
Na ADI n¼. 4060/SC, o STF considerou que a competncia legislativa concorrente 
do estado-membro para dispor sobre educa‹o e ensino (CF/88, art. 24, IX) 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	29	de	57 
autoriza a fixa‹o, por lei estadual, do nœmero m‡ximo de alunos em sala 
de aula. Assim, n‹o h‡ viola‹o ˆ competncia privativa da Uni‹o para 
legislar sobre diretrizes e bases da educa‹o nacional. 19 
Por sua vez, na ADI n¼ 4167, o STF reconheceu a competncia da Uni‹o para 
dispor sobre Ònormas gerais relativas ao piso de vencimento dos professores 
da educa‹o b‡sica, de modo a utiliz‡-lo como mecanismo de fomento ao 
sistema educacional e de valoriza‹o profissional, e n‹o apenas como 
instrumento de prote‹o m’nima ao trabalhadorÓ. AlŽm disso, na mesma ADI, o 
STF considerou que Ž constitucional a norma geral federal que reserva o 
percentual m’nimo de 1/3 da carga hor‡ria dos docentes da educa‹o b‡sica 
para dedica‹o ˆs atividades extraclasse. 
XXVII - normas gerais de licita‹o e contrata‹o, em 
todas as modalidades, para as administra›es 
pœblicas diretas, aut‡rquicas e fundacionais da 
Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas pœblicas e sociedades de economia mista, 
nos termos do art. 173, ¤ 1¡, III; 
Par‡grafoœnico. Lei complementar poder‡ autorizar os 
Estados a legislar sobre quest›es espec’ficas das 
matŽrias relacionadas neste artigo. 
As normas gerais de licita‹o e contrata‹o s‹o da competncia privativa 
da Uni‹o. No entanto, normas espec’ficas podem ser editadas pelos Estados. 
Para fecharmos. O art. 22 relaciona as matŽrias cuja iniciativa privativa Ž da 
Uni‹o. Ou seja, os demais entes federados n‹o podem legislar, mesmo diante 
da omiss‹o da Uni‹o. Entretanto, Ž poss’vel que Estados e DF (jamais 
Munic’pios!) legislem sobre quest›es espec’ficas (nunca gerais!), desde que 
a Uni‹o lhes delegue tal competncia por lei complementar. 
Nessa hip—tese, Estados-membros e Distrito Federal apenas podem fazer o que 
foi permitido pela Uni‹o via delega‹o legislativa, uma vez que a competncia 
origin‡ria permanece exclusivamente dela, em car‡ter pleno. AlŽm disso, caso 
haja a delega‹o legislativa, esta dever‡ contemplar todos os Estados-
membros e o Distrito Federal. Na falta da delega‹o, Ž inconstitucional 
qualquer lei estadual ou do DF que disponha sobre as matŽrias do art. 22. 	
Destaca-se ainda que nada impede que a Uni‹o retome, a qualquer momento, 
sua competncia, legislando sobre a matŽria delegada. Isso porque a delega‹o 
																																								 																				 	
19 ADI 4060/SC, Rel. Min. Luiz Fux. Data de Julg: 25.02.2015. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	30	de	57 
n‹o se confunde com renœncia de competncia. Para Alexandre de Moraes, 
essa delega‹o depende do cumprimento de trs requisitos:	
a) Requisito formal: a delega‹o deve ser objeto de lei 
complementar devidamente aprovada pelo Congresso Nacional;	
b) Requisito material: s— poder‡ haver delega‹o de um ponto 
espec’fico da matŽria de um dos incisos do art. 22 da CF/88, pois a 
delega‹o n‹o se reveste de generalidade. 	
c) Requisito impl’cito: a proibi‹o, constante do art. 19 da Carta 
Magna, de que os entes federativos criem preferncias entre si, implica 
que a lei complementar editada pela Uni‹o dever‡ delegar a matŽria 
igualmente a todos os Estados, sob pena de ferir o pacto federativo. 	
2.3. Competncias Comuns 
O art. 23 trata de competncias comuns a todos os entes federativas. S‹o 
competncia de natureza administrativa (material). TambŽm Ž chamada de 
competncia concorrente administrativa, paralela ou cumulativa da Uni‹o. 
Vamos ler juntos os incisos mais importantes do art. 23? 
Art. 23. ƒ competncia comum da Uni‹o, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Munic’pios: 
I - zelar pela guarda da Constitui‹o, das leis e das 
institui›es democr‡ticas e conservar o patrim™nio 
pœblico; (...) 
V - proporcionar os meios de acesso ˆ cultura, ˆ 
educa‹o, ˆ cincia, ˆ tecnologia, ˆ pesquisa e ˆ 
inova‹o; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a polui‹o 
em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
(...) 
IX - promover programas de constru‹o de moradias e 
a melhoria das condi›es habitacionais e de 
saneamento b‡sico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de 
marginaliza‹o, promovendo a integra‹o social dos 
setores desfavorecidos; (...) 
XII - estabelecer e implantar pol’tica de educa‹o para 
a segurana do tr‰nsito. 
Par‡grafo œnico. Leis complementares fixar‹o normas 
para a coopera‹o entre a Uni‹o e os Estados, o Distrito 
Federal e os Munic’pios, tendo em vista o equil’brio do 
desenvolvimento e do bem-estar em ‰mbito nacional. 
Note que essas s‹o matŽrias de competncia administrativa de todos os 
entes da Federa‹o, de forma solid‡ria, com inexistncia de subordina‹o em 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	31	de	57 
sua atua‹o. Trata-se tipicamente de interesses difusos, ou seja, interesses 
de toda a coletividade. 
No que se refere ˆ lei complementar prevista no par‡grafo œnico do art. 23 da 
Constitui‹o, nota-se que esta tem como finalidade evitar conflitos e 
dispers‹o de recursos, coordenando-se as a›es dos entes federativos em 
prol de melhores resultados.	
2.4. Competncia legislativa concorrente 
O art. 24 trata da chamada competncia concorrente, que se caracteriza por ser 
uma competncia legislativa. 
Art. 24. Compete ˆ Uni‹o, aos Estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre: 
 
I - direito tribut‡rio, financeiro, penitenci‡rio, 
econ™mico e urban’stico; 
II - oramento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos servios forenses; 
V - produ‹o e consumo; 
VI - florestas, caa, pesca, fauna, conserva‹o da 
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
prote‹o do meio ambiente e controle da polui‹o; 
VII - prote‹o ao patrim™nio hist—rico, cultural, 
art’stico, tur’stico e paisag’stico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor art’stico, 
estŽtico, hist—rico, tur’stico e paisag’stico; 
IX - educa‹o, cultura, ensino, desporto, cincia, 
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inova‹o; 
X - cria‹o, funcionamento e processo do juizado de 
pequenas causas; 
XI - procedimentos em matŽria processual; 
XII - previdncia social, prote‹o e defesa da saœde; 
XIII - assistncia jur’dica e Defensoria pœblica; 
XIV - prote‹o e integra‹o social das pessoas 
portadoras de deficincia; 
XV - prote‹o ˆ inf‰ncia e ˆ juventude; 
XVI - organiza‹o, garantias, direitos e deveres das 
pol’cias civis. 
 
¤ 1¼ - No ‰mbito da legisla‹o concorrente, a 
competncia da Uni‹o limitar-se-‡ a estabelecer 
normas gerais. 
¤ 2¼ - A competncia da Uni‹o para legislar sobre 
normas gerais n‹o exclui a competncia suplementar 
dos Estados. 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	03 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale															www.estrategiaoab.com.br																	Página	32	de	57 
¤ 3¼ - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os 
Estados exercer‹o a competncia legislativa plena, 
para atender a suas peculiaridades. 
¤ 4¼ - A supervenincia de lei federal sobre normas 
gerais suspende a efic‡cia da lei estadual, no que lhe 
for contr‡rio. 
 
 Muito cuidado na hora da prova! A regra do art. 24, 
I e II despenca em prova (rs). Mas, temos uma 
salva‹o! Vamos levar o seguinte mnem™nico para 
prova: ÒPUFETOÓ 
Penitenci‡rio Ð Urban’stico Ð Financeiro Ð 
Econ™mico Ð Tribut‡rio - Oramento 
A competncia legislativa concorrente Ž atribu’da ˆ Uni‹o, aos Estados e ao 
DF (os Munic’pios n‹o foram contemplados!). A competncia da Uni‹o est‡ 
limitada ao estabelecimento de regras gerais. Caber‡, ent‹o, aos Estados e DF 
complementarem a legisla‹o federal (competncia suplementar). 	
Caso a Uni‹o n‹o edite as normas gerais, Estados e DF exercer‹o 
competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
Entretanto, caso a Uni‹o posteriormente ao exerc’cio da competncia legislativa 
plena pelos Estados e Distrito Federal edite a regra geral, ela suspender‡ a 
efic‡cia da lei estadual (veja que n‹o se fala em revoga‹o, mas em 
suspens‹o!) apenas no que for contr‡ria ˆquela. 
Outro ponto de destaque Ž que a competncia suplementar dos Estados-
membros e do Distrito Federal pode ser dividida em duas espŽcies: i) 
competncia complementar e; ii) competncia supletiva. A primeira depender‡ 
de existncia prŽvia de lei federal, a ser especificada pelos Estados-membros e 
pelo Distrito Federal. J‡ a segunda, surgir‡ quando da inŽrcia da Uni‹o em editar 
a lei federal, permitindo aos Estados-membros

Continue navegando