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Aula 03 Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas Professores: Diego Cerqueira, Ricardo Vale Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 1 de 57 DIREITO CONSTITUCIONAL P/ OAB - 1ª FASE XXIV EXAME DE ORDEM Ol, pessoal, tudo bem? Vamos dar continuidade a nossa preparao para o XXIV Exame de Ordem. O tema da aula de hoje sobre ÒOrganizao do EstadoÓ. Ateno mais que redobrada, pois a FGV adora cobrar uma questo sobre esse assunto. :) Uma tima aula a todos! Diego e Ricardo Facebook do Prof. Diego Cerqueira: https://www.facebook.com/coachdiegocerqueira Periscope: @dcdiegocerqueira Instagram: @coachdiegocerqueira Facebook do Prof. Ricardo Vale: https://www.facebook.com/profricardovale Canal do YouTube do Ricardo Vale: https://www.youtube.com/channel/UC32LlMyS96biplI715yzS9Q Periscope do Prof. Ricardo Vale: @profricardovale SUMçRIO PçGINA 1 Ð Organizao do Estado 2-21 2 Ð Repartio de Competncias 21-43 3 - Interveno 43-52 5 Ð Caderno de prova OAB 52-56 6 Ð Gabarito 56 Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 2 de 57 1.!ORGANIZAÇÃO DO ESTADO A doutrina tradicional considera que os elementos constitutivos do Estado so o territrio, o povo e o governo soberano. Manoel Gonalves Ferreira Filho afirma que Òo Estado uma associao humana (povo), radicada em base espacial (territrio), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) no sujeita a qualquer outra (soberana).Ó1 Assim, temos que: Os Estados possuem diferentes maneiras de se organizar, isto , existem diferentes formas de Estado. Ressalte-se, que esta a maneira pela qual h a distribuio territorial do poder. Assim, os Estados podem ser classificados: a) Estado unitrio: Existe, aqui, a centralizao poltica do poder. O poder est centralizado em um ncleo estatal nico, do qual se irradiam todas as decises; Ex: O Brasil, at a promulgao da Constituio de 1891, tambm foi um Estado unitrio. b) Estado federal: H vrias pessoas jurdicas com capacidade poltica, cada uma delas dotada de autonomia poltica. So vrios os centros produtores de normas; existe uma pluralidade de ordenamentos jurdicos. Ex: Brasil possui como entes federativos a U, E, DF, e M. Todos eles so dotados de autonomia poltica, que lhes garantida pela CF/88. E qual a diferena entre federao e confederao? Na federao, h uma unio indissolvel de entes autnomos, que tem como fundamento uma Constituio. A federao no pode ser desmantelada: no h direito de secesso. J na confederao tem-se uma reunio de Estados soberanos. O vnculo estabelecido com base em um tratado internacional, o qual pode ser denunciado (vnculo dissolvel). A confederao uma 1 FERREIRA FILHO, Manoel Gonalves. Curso de Direito Constitucional, 38» edio. Editora Saraiva, So Paulo, 2012, pp. 75-76. Povo É a dimensão pessoal do Estado; são os seus nacionais. Território É a dimensão física sobre a qual o Estado exerce seus poderes; é o domínio espacial (material) onde vigora uma determinada ordem jurídica estatal. Governo É a dimensão política; o Governo deve ser soberano, ou seja, sua vontade não se subordina a nenhum outro poder, seja no plano interno ou no plano internacional. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 3 de 57 referncia histrica, pois no existe nenhuma atualmente. Historicamente: Ex: Confederao os EUA de 1781 a 1787.2 1.1 A federao 1.1.1 Caractersticas da federao A federao, conforme j afirmamos, tem como caracterstica central, a descentralizao do poder poltico. Os entes federativos so dotados de autonomia poltica, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptides: a) Auto-organizao: Os entes federativos tm competncia para se auto-organizar. Os estados se auto-organizam por meio da elaborao das Constituies Estaduais e os municpios por meio de suas Leis Orgnicas. Trata-se da capacidade de autoconstituio.3 b) Autolegislao: Muitos autores entendem que a capacidade de autolegislao estaria compreendida dentro da capacidade de auto- organizao.4 No entanto, a autolegislao a capacidade de os entes federativos editarem suas prprias leis. H diferentes centros produtores de normas. (pluralidade de ordenamentos jurdicos). c) Autoadministrao: o poder de exercer suas atribuies de natureza administrativa, tributria e oramentria - elaborao de oramentos; arrecadao de tributos e execuo polticas pblicas. d) Autogoverno: o poder de eleger seus prprios representantes. O estabelecimento de um Estado federal tem como ponto de partida uma deciso do Poder Constituinte. a Constituio, afinal, que estabelecer o pacto federativo e criar mecanismos tendentes a proteg-lo. A nossa CF/88 revela logo no art. 1¼, caput, que a ÒRepblica Federativa do Brasil formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito FederalÓ. 2 CARVALHO, Kildare Gonalves. Direito Constitucional: Teoria do Estado e da Constituio, Direito Constitucional Positivo, 16» edio. Ed. Del Rey. Belo Horizonte, 2010. 3 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncio Mrtires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6» edio. Editora Saraiva, So Paulo, 2011. pp. 828. 4 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, Ed. Juspodium, Salvador: 2013, pp. 429. FEDERAÌO ¥UNIÌO INDISSOLòVEL ¥OS ENTES FEDERADOS SÌO AUTïNOMOS ¥TEM COMO FUNDAMENTO A CONSTITUIÌO CONFEDERAÌO ¥UNIÌO DISSOLòVEL ¥OS ENTES FEDERADOS SÌO SOBERANOS ¥TEM COMO FUNDAMENTO UM ACORDO INTERNACIONAL Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 4 de 57 Podemos afirmar que uma federao deve possuir as seguintes caractersticas:5 a) Repartio constitucional de competncias: cada ente federativo dotado de uma gama de atribuies que lhe so prprias e essa repartio de competncias definida pela Constituio. b) Indissolubilidade do vnculo federativo: Em uma federao, no existe direito de secesso; em outras palavras, os entes federativos esto ligados por um vnculo indissolvel. c) Nacionalidade nica: Os cidados dos estados (BA, SP, RJ...) da federao possuem nacionalidade nica; no h nacionalidades parciais. d) Rigidez constitucional: Em um Estado federal, necessrio que exista uma Constituio escrita e rgida, que proteja o pacto federativo. Ressalte-se que, no Brasil, o princpio federativo uma clusula ptrea e, portanto, no pode ser objeto de deliberao emenda constitucional que tenda a aboli-lo. e) Existncia de mecanismo de interveno: Os atos que contrariem o pacto federativo daro ensejo utilizao dos mecanismos de interveno (federal ou estadual, dependendo do caso). f) Existncia de um Tribunal Federativo: necessrio que exista um Tribunal com a competncia para solucionar litgios envolvendo os entesfederativos. No Brasil, o STF atua como Tribunal federativo ao processar e julgar, originariamente, as causas e os conflitos entre a Unio e os Estados ou entre os Estados. Cabe destacar que, no Brasil, o STF no julga os conflitos envolvendo Municpios. g) Participao dos entes federativos na formao da vontade nacional: deve existir um rgo legislativo representante dos poderes regionais. No Brasil, esse rgo o Senado Federal, que representa os Estados e o Distrito Federal. Destaque-se que, na federao brasileira, os Municpios no participam da vontade nacional. 1.2. A federao brasileira Segundo o art. 18, da CF/88, Òa organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta ConstituioÓ. Os Territrios no so entes federativos; portanto, no possuem autonomia poltica. 5 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9» edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 636. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 5 de 57 Os entes federativos (U, E, DF, M) so todos autnomos, isto , so dotados de auto-organizao, autolegislao, autoadministrao e autogoverno, dentro dos limites estabelecidos pela CF/88. H uma limitao de poder. 1.2.1. Unio A Unio pessoa jurdica de direito pblico interno, sem personalidade internacional, autnoma, com competncias administrativas e legislativas enumeradas pela Carta Magna. esse ente federativo que representa a Repblica Federativa do Brasil no plano internacional. A Unio atua em nome da federao. Pode editar leis nacionais (s quais se submetem todos os habitantes do territrio nacional) ou leis federais (que esto apenas sob a jurisdio da Unio Ð Ex: Lei n¼ 8.112/90. Segundo o art.18, ¤ 2¼, os Territrios Federais integram a Unio; no so dotados de autonomia poltica, so meras descentralizaes administrativas. Por isso, so considerados pela doutrina autarquias territoriais da Unio. Atualmente, no existe nenhum Territrio Federal. 1.2.2 Estados Os Estados 6 , assim como a Unio, so entes autnomos, apresentando personalidade jurdica de direito pblico interno. Possuem autonomia poltica e, por isso, apresentam capacidade de auto-organizao, autolegislao, autoadministrao e autogoverno. Ex: art. 25, da CF/88, que dispe sobre a capacidade de auto-organizao e autolegislao: Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituies e leis que adotarem, observados os princpios desta Constituio. No que tange capacidade de autogoverno, os Estados elegem seus representantes nos Poderes Legislativo e Executivo, os quais no tero qualquer vnculo de subordinao ao poder central. No caso do legislativo estadual, importante dizer que este unicameral, sendo formado apenas pela 6 No confunda Estado federado (sinnimo de Estado-membro) com Estado federal (sinnimo de Repblica Federativa do Brasil). Os primeiros so parte do segundo. • É atributo apenas da República Federativa do Brasil, do Estado federal em seu conjunto. A União é quem representa a RFB no plano internacional (art. 21, I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania. Soberania Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 6 de 57 Assembleia Legislativa, diferentemente do Legislativo federal, que bicameral. (Senado + Cmara) Os deputados estaduais so eleitos para mandatos de quatro anos, pelo sistema proporcional. Seu nmero determinado pela regra estabelecida no art. 27, ÒcaputÓ, da Carta Magna: Art. 27. O nmero de Deputados Assembleia Legislativa corresponder ao triplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados e, atingido o nmero de trinta e seis, ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. ¤ 1¼ - Ser de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituio sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remunerao, perda de mandato, licena, impedimentos e incorporao s Foras Armadas. O nmero de deputados estaduais ser, ento, o triplo dos deputados federais. Se um Estado-membro possuir 10 deputados federais, ele ter por consequncia 30 deputados estaduais (3 x 10). No entanto, uma vez atingido o nmero de 36, sero acrescidos tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12. Assim, caso um estado tenha 20 deputados federais, fazemos a conta 36+(20-12), o que totaliza 44 deputados estaduais. No que se refere ao Poder Executivo estadual, temos: Art. 28. A eleio do Governador e do Vice- Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se- no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no ltimo domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do trmino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrer em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. ¤ 1¼ Perder o mandato o Governador que assumir outro cargo ou funo na administrao pblica direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso pblico e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. ¤ 2¼ Os subsdios do Governador, do Vice- Governador e dos Secretrios de Estado sero fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, ¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 2¼, I. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 7 de 57 Observe que os subsdios do Governador, do Vice-Governador e dos secretrios de Estado so fixados por lei, a partir de projeto apresentado pela Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor serve como limite remuneratrio (teto) no mbito do Poder Executivo estadual, exceto para os procuradores e defensores pblicos, cujo teto salarial ser de 90,25% do subsdio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI). Vale frisar que, mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite diverso para Legislativo, Executivo e Judicirio, um teto nico. o que determina o art. 37, ¤12, da Constituio: ¤ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu mbito, mediante emenda s respectivas Constituies e Lei Orgnica, como limite nico, o subsdio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centsimos por cento do subsdio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no se aplicando o disposto neste pargrafo aos subsdios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Alm de auto-organizao, autolegislao e autogoverno, os Estados possuem autoadministrao. Assim, so competentes para se administrarem, no exerccio das atribuies definidas pela Constituio. Determina ainda Carta Magna que os Estados podero, mediante lei complementar, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, constitudas por agrupamentos de municpios limtrofes, para integrar a organizao, o planejamentoe a execuo de funes pblicas de interesse comum (art. 25, ¤ 3¼, CF/88). So, portanto, 3 (trs) os requisitos: As regies metropolitanas so formadas por um conjunto de Municpios cujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um Municpio-polo. As microrregies, por sua vez, so formadas por Municpios limtrofes, sem continuidade urbana, com caractersticas homogneas e problemas administrativos comuns. Lei complementar estadual Os municpios envolvidos devem ser limtrofes Finalidade de integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 8 de 57 Finalmente, os aglomerados urbanos so reas urbanas cujos Municpios apresentam tendncia complementaridade de suas funes, exigindo, por isso, um planejamento integrado e uma ao coordenada dos entes pblicos. o caso da Baixada Santista, por exemplo. Em 2013, o STF julgou Ao Direta de Inconstitucionalidade que versava sobre a criao da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregio dos Lagos.7 Na oportunidade, o Tribunal considerou que: ! A criao de regies metropolitanas depende da edio de lei complementar, sendo compulsria a participao dos Municpios e no h necessidade de condicionar prvia manifestao da respectiva Cmara dos Vereadores. ! O Òinteresse comumÓ inclui funes e servios pblicos supramunicipais, que extrapola interesse local. Ex: saneamento bsico. ! No h uma mera transferncia de competncias para o Estado. O que deve haver uma diviso de responsabilidades. O poder decisrio e o poder concedente (dos servios pblicos) no podem ficar apenas nas mos do Estado. Deve ser constitudo um rgo colegiado. Mas, a no precisa ser paritria, desde que apta a prevenir a concentrao do poder decisrio no mbito de um nico ente. 1.2.3. Distrito Federal A natureza jurdica do Distrito Federal tem gerado algumas discusses. Alguns autores defendem possuir natureza hbrida, por apresentar algumas caractersticas dos Estados e outras dos Municpios. Para Jos Afonso da Silva, o ÒDFÓ no nem Estado nem Municpio. J o STF afirma que se trata ente federativo com autonomia parcialmente tutelada pela Unio. O Distrito Federal ente federado autnomo e, como tal, dispe de auto- organizao, autoadministrao, autolegislao e autogoverno (CF, arts. 18, 32 e 34). A auto-organizao do Distrito Federal se manifesta por meio de Lei Orgnica, votada em dois turnos com interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros da Cmara Legislativa, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos na Constituio (art. 32, ÒcaputÓ, CF/88). No que se refere autolegislao, o Distrito Federal apresenta uma caracterstica peculiar: a ele so atribudas as competncias legislativas reservadas aos Estados e Municpios (CF, art. 32, ¤1¼ e 147). Mas no so 7 ADI 1.842, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe: 13.09.2013. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 9 de 57 todas. Algumas no lhe foram estendidas (Ex: competncia para dispor sobre sua organizao judiciria, que privativa da Unio (art. 22, XVII, CF). Alm disso, ao contrrio dos Estados, a competncia para organizar e manter o Ministrio Pblico, o Poder Judicirio, a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar da Unio (CF, art. 21, XIII e XIV). J no que tange ao autogoverno, a eleio do Governador e do Vice- Governador segue as regras da eleio para Presidente da Repblica. A dos deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais. Outra peculiaridade do Distrito Federal que no h previso constitucional para alterao dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrrio dos Estados-membros, o Distrito Federal no pode ser dividido em Municpios (art. 32, ÒcaputÓ, CF/88). Alm disso, no pode organizar nem manter o Judicirio nem o Ministrio Pblico, nem as polcias civil e militar e o corpo de bombeiros. Todos esses rgos so organizados e mantidos pela Unio, cabendo a ela legislar sobre a matria. Nesse sentido, determina a Smula Vinculante n¼. 39 do STF que: 1.2.4. Municpios Os Municpios so entes autnomos, sendo sua autonomia alada, pela CRFB/88 condio de princpio constitucional sensvel (CF, art. 34, VII, ÒcÓ). Segundo Alexandre de Moraes, o Municpio se auto-organiza por meio de sua Lei Orgnica Municipal; autolegisla, por meio das leis municipais; autogoverna-se por meio da eleio direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerncia dos Governos Federal e Estadual; e, por fim, se autoadministra ao pr em exerccio suas competncias administrativas, tributrias e legislativas, diretamente conferidas pela Constituio Federal. 8 Um ponto importante: Nos Municpios no h Poder Judicirio. O Poder Legislativo, assim como nos Estados-membros, unicameral. 8 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9» edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 714. Òcompete privativamente Unio legislar sobre vencimentos dos membros das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito FederalÓ. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 10 de 57 No que diz respeito auto-organizao, a Lei Orgnica do municpio ser votada em dois turnos com interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da Cmara Legislativa, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio, na Constituio do respectivo Estado. Art. 29. O Municpio reger-se- por lei orgnica, votada em dois turnos, com o interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da Cmara Municipal, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio, na Constituio do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleio do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultneo realizado em todo o Pas; II - eleio do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao trmino do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municpios com mais de duzentos mil eleitores; III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1¼ de janeiro do ano subsequente ao da eleio; (...) V - subsdios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretrios Municipais fixados por lei de iniciativa da Cmara Municipal, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, ¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 2¼, I; (...) X- julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia O Prefeito e Vice-Prefeito sero eleitos pelo sistema majoritrio, para mandato de 4 (quatro) anos. A eleio realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao trmino do mandato dos que devem suceder. No caso de Municpios com mais de 200.000 eleitores, a eleio de Prefeito e Vice- Prefeito ocorrer pelo sistema majoritrio de 2 turnos; caso o nmero de eleitores seja inferior a 200.000, haver apenas1 (um) turno de votao. Por fim, ainda de acordo com art. 29, XIII, CF/88, a iniciativa popular de leis no Municpio se dar atravs da manifestao de, pelo menos, 5% do eleitorado. 1.2.5. Territrios Federais Os Territrios Federais integram a Unio, sendo considerados meras descentralizaes administrativas. (a doutrina fala em autarquias territoriais). Portanto, eles no so entes federativos e no possuem autonomia poltica, muito embora possam ser divididos em Municpios. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 11 de 57 Apesar de no existir, atualmente, nenhum Territrio Federal9, estes podero ser criados a qualquer tempo. Para a criao dos Territrios Federais, necessria lei complementar. O Poder Executivo nos Territrios Federais chefiado pelo Governador, que no eleito pelo povo. O Governador do Territrio nomeado pelo Presidente da Repblica, com nome aprovado previamente, por voto secreto, aps arguio pblica pelo Senado Federal. Compete privativamente Unio legislar sobre a organizao administrativa dos Territrios (art. 22, XVII). Existe Poder Legislativo nos Territrios? Sim, existe. O Poder Legislativo exercido pela Cmara Territorial. Segundo o art. 33, ¤3¼, CF/88, a lei dispor sobre as eleies da Cmara Territorial e sua competncia legislativa. A Cmara Territorial exercer apenas a funo tpica de legislar; a funo de controle externo da administrao dos territrios exercida pelo Congresso Nacional, com o auxlio do TCU. Cada um dos Territrios elege 4 Deputados Federais; trata-se, portanto, de nmero fixo, no proporcional populao. Os Territrios, por no serem entes federativos, no elegem Senadores. Detalhe. O Poder Judicirio, nos Territrios Federais, organizado e mantido pela Unio. Com efeito, possui a competncia privativa para organizar e manter o Poder Judicirio do Distrito Federal e Territrios. Nos Territrios Federais, a jurisdio e as atribuies cometidas aos juzes federais cabero aos juzes da justia local, na forma da lei. Assim como o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico, nos Territrios Federais, organizado e mantido pela Unio. Assim, temos o TJDFT (Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios) e o MPDFT (Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios). Existe, ainda, a Defensoria Pblica dos Territrios, tambm organizada e mantida pela Unio. 9 Atualmente, no existe nenhum Territrio Federal. Com a CF/88, os territrios de Roraima e do Amap foram transformados em estados federados; por sua vez, o territrio de Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco. Cuidado! No h que se falar mais em Defensoria Pblica do Distrito Federal e Territrios (DPDFT). Aps a EC n¼ 69/2012, a Defensoria Pblica do Distrito Federal (DPDF) organizada e mantida pelo prprio Distrito Federal. Temos, ento, dois rgos diferentes: a Defensoria Pblica do DF (organizada e mantida pelo DF) e a Defensoria Pblica dos Territrios (organizada e mantida pela Unio). Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 12 de 57 Quando os Territrios tiverem mais de cem mil habitantes, alm do Governador, haver rgos judicirios de primeira e segunda instncia, membros do Ministrio Pblico e defensores pblicos federais. 1.3 Alteraes na estrutura da federao 1.3.1. Formao dos Estados A federao clusula ptrea do texto constitucional, ou seja, no pode ser objeto de emenda que seja tendente sua abolio. Todavia, ela poder sofrer alteraes em sua estrutura nos termos do art. 18, ¤ 3¼, CF/88: ¤ 3¼ Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territrios Federais, mediante aprovao da populao diretamente interessada, atravs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. A leitura do dispositivo supracitado nos permite afirmar que h 5 (cinco) diferentes tipos de alterao na estrutura dos Estados: a) Fuso: Um Estado A se une a um Estado B, formando o Estado C. H a formao de um novo ente federado, distinto dos anteriores e com personalidade prpria. Os Estados anteriores deixam de existir. b) Incorporao: Estado A se incorpora ao Estado B, o qual continua a existir. O Estado A deixa de existir e o territrio do Estado B aumenta. Um dos entes federativos mantm a sua personalidade jurdica. Ex:Estado de Guanabara se incorporou ao Estado do Rio de Janeiro. c) Subdiviso ou ciso: Um Estado A se subdivide, dando origem ao Estado B e C. O Estado A deixa de existir, surgindo dois novos Estados (duas novas personalidades jurdicas). A subdiviso de um Estado pode dar origem a novos Estados ou territrios. Existe proposta para que o Maranho seja subdivido em Maranho do Sul e Maranho do Norte. d) Desmembramento-anexao: Ocorre quando um ou mais Estados cedem parte de seu territrio para que este seja anexado ao territrio de outro Estado. Ex: o Estado A perde parcela do seu territrio, que anexada ao territrio do Estado B. Perceba que, nessa operao, no houve extino de nenhum Estado. O Estado A perdeu parte de seu territrio, mas continuou existindo. e) Desmembramento-formao: Ocorre quando um ou mais Estados cedem parte de seu territrio para que haja a formao de um novo ente. Foi o que aconteceu com Gois, quando este cedeu parte de seu Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 13 de 57 territrio para a formao do estado do Tocantins. Perceba que, nessa operao, no houve extino de nenhum Estado. Gois perdeu parte do seu territrio, mas deu origem a um novo Estado-membro. E quais so os requisitos para que sejam realizadas essas alteraes na estrutura dos Estados? De incio, ser necessrio que se proceda consulta s populaes diretamente interessadas, mediante a realizao de um plebiscito. Caso a populao seja desfavorvel, a modificao territorial ser impossvel. J quando favorvel, a deciso final sobre a modificao territorial do Congresso Nacional, pois este poder editar ou no a lei complementar. Na ADIN n¼ 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo Òpopulao diretamente interessadaÓ o significado de que, nos casos de desmembramento, incorporao ou subdiviso de Estado, deve ser consultada, mediante plebiscito, toda a populao do (s) Estado (s) afetado (s), e no apenas a populao da rea a ser desmembrada, incorporada ou subdividida. Aps a manifestao favorvel da populao diretamente interessada, ser necessria a oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados. Entende-se que a consulta s Assembleias Legislativas meramente opinativa, o que quer dizer que, mesmo que a Assembleia Legislativa for desfavorvel mudana territorial, o Congresso Nacional pode editar a lei complementar que aprova a subdiviso, incorporao ou desmembramento. Consultada a populao (mediante plebiscito) e feita a oitiva das Assembleias Legislativa, resta apenas a edio de lei complementar, o que um ato discricionrio do Congresso Nacional. Esse o passo final para a alterao na estrutura dos Estados. Assim, em resumo, temos os seguintesrequisitos: *Observe que a formao dos Territrios obedece aos mesmos requisitos necessrios para a incorporao, subdiviso e desmembramento de Estado. 1.3.2. Formao dos Municpios A formao de Municpios regulada pelo art. 18, ¤ 4¼ da Constituio, cuja redao foi dada pela EC n¼ 15/1996: • 1) Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente interessadas • 2) Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (art. 48, VI, CF/88) • 3) Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 14 de 57 ¤ 4¼ A criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de Municpios, far-se-o por lei estadual, dentro do perodo determinado por Lei Complementar Federal, e dependero de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos, aps divulgao dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. De 1988 at 1996, a criao de Municpios era bem simples. As restries no eram to grandes e, como consequncia disso, multiplicaram-se os Municpios. Na tentativa de moralizar a criao de Municpios, foi promulgada a EC n¼ 15/1996, cujas regras esto vlidas at hoje. So, 5 (cinco) os requisitos para a criao, incorporao, fuso e desmembramento de municpios: ! Edio de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando genericamente o perodo dentro do qual poder ocorrer a criao, incorporao, fuso e desmembramento de municpios. Destaque-se que esta lei complementar at hoje no editada; ! Aprovao de lei ordinria federal determinando os requisitos genricos e a forma de divulgao, apresentao e publicao dos estudos de viabilidade municipal; ! Divulgao dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei mencionada acima; ! Consulta prvia, por plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos. O resultado do plebiscito, quando desfavorvel, impede a criao do novo Municpio. Por outro lado, caso seja favorvel, caber Assembleia Legislativa decidir se ir ou no criar o Municpio; ! Aprovao de lei ordinria estadual pela Assembleia Legislativa determinando a criao, incorporao, fuso e desmembramento do(s) municpio(s). Trata-se de ato discricionrio da Assembleia Legislativa; Tendo em vista que, at hoje, o Congresso no editou lei complementar dispondo sobre o perodo dentro do qual podero ocorrer alteraes na estrutura de Municpios, conclui-se que, atualmente, esses entes no podem ser criados. No entanto, a realidade foi diferente. Mesmo aps a promulgao da EC n¼ 15/96, foram criados centenas de Municpios pelo Brasil afora. A doutrina os chamou de ÒMunicpios putativosÓ, pois existiam de fato, mas sua criao havia sido invlida, inconstitucional. O Supremo, ento, foi chamado a apreciar o problema na ADIN n¼ 3.682/MT. Na oportunidade, a Corte reconheceu a mora do Congresso Nacional, que deu Òensejo conformao e consolidao de estados de inconstitucionalidadeÓ. Foi atestada a inconstitucionalidade da criao dos Municpios. Todavia, Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 15 de 57 em nome da segurana jurdica, o STF Òpassou a bolaÓ para o Congresso, j que, no poderia o STF, da noite para o dia, determinar a extino de Municpios. O Congresso Nacional editou, ento, a EC n¼. 57/2008, que convalidou os atos de criao, fuso, incorporao e desmembramento de Municpios, cuja lei tenha sido publicada at 31/12/2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislao do respectivo Estado poca de sua criao. 1.4. Vedaes Federativas A Constituio estabelece, em seu art. 19, algumas vedaes aos entes federados. So as chamadas vedaes federativas. Vejamos: Art. 19. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico; II - recusar f aos documentos pblicos; III - criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si. 1. (FGV / XX Exame de Ordem Unificado Ð 2016 Ð Reaplicao de Prova Ð Salvador/BA). O modelo federalista uma forma de organizao e distribuio do poder estatal que pressupe a relao entre as esferas de governo federal e local, compondo os chamados entes federativos, todos dotados de autonomia. Apresenta-se como oposio ao unitarismo, de modo que haja a repartio de competncias entre os entes que integram o Estado federado. A ordem jurdica estabeleceu elementos, no texto constitucional, que caracterizam essa forma de Estado. A partir das caractersticas da Federao brasileira, assinale a afirmativa correta. a) A forma federativa de Estado autoriza a secesso de um ente federativo por meio de plebiscito popular ou referendum. b) A forma federativa de Estado estabelecida por um pacto (ou tratado) internacional entre os estados soberanos. c) A forma federativa de Estado impe a necessidade de existncia de uma clusula de garantia ao pacto federativo, tal como a chamada interveno federal. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 16 de 57 d) Um vez que, na forma federativa, todos os entes federativos so autnomos, eles esto autorizados a representar a soberania do Estado em suas relaes internacionais. Comentrios: Letra A: errada. Como estudamos a pouco, na federao h uma unio indissolvel de entes autnomos, que tem como fundamento uma Constituio. No h direito de secesso. Letra B: errada. Opa, pegadinha! No na federao que isso ocorre. na confederao. Por meio da confederao tem-se uma reunio de Estados soberanos e o vnculo estabelecido com base em um tratado internacional. Letra C: correta. Este o gabarito. O modelo de federao realmente tem como pressuposto a existncia de uma clusula de garantia ao pacto federativo, sendo esse pacto formado pela unio indissolvel de entes autnomos. Letra D: errada. De fato, na federao temos vrias pessoas jurdicas com capacidade poltica, cada uma delas dotada de autonomia poltica. So vrios os centros produtores de normas; existe uma pluralidade de ordenamentos jurdicos. Mas, no se pode dizer que todos os entes esto autorizados a representar a soberania do Estado em suas relaes internacionais. Quem representa a Repblica Federativa do Brasil no plano internacional a Unio (art. 21, I, da CF/88). O gabarito a letra C. 2. (FGV / XVIII Exame de Ordem Unificado Ð 2015) A parte da populao do Estado V situada ao sul do seu territrio, insatisfeita com a pouca ateno que vem recebendo dos ltimos governos, organiza-se e d incio a uma campanha para promover a criao de um novo Estado-membro da Repblica Federativa do Brasil Ð o Estado N, que passaria a ocupar o territrio situado na parte sul do Estado V. O tema desperta muita discusso em todo o Estado, sendo que alguns argumentos favorveis e outros contrrios ao desmembramento comeam a ganhar publicidade na mdia. Reconhecido constitucionalistaanalisa os argumentos listados a seguir e afirma que apenas um deles pode ser referendado pelo sistema jurdico-constitucional brasileiro. Assinale-o. a) O desmembramento no poderia ocorrer, pois uma das caractersticas fundamentais do Estado Federal a impossibilidade de ocorrncia do chamado direito de secesso. b) O desmembramento poder ocorrer, contanto que haja aprovao, por via plebiscitria, exclusivamente por parte da populao que atualmente habita o territrio que formaria o Estado N. c) Alm de aprovao pela populao interessada, o desmembramento tambm pressupe a edio de lei complementar pelo Congresso Nacional com esse objeto. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 17 de 57 d) Alm de manifestao da populao interessada, o sistema constitucional brasileiro exige que o desmembramento dos Estados seja precedido de divulgao de estudos de viabilidade. Comentrios: O art. 18, ¤ 3¼, CF/88, estabelece que Òos Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territrios Federais, mediante aprovao da populao diretamente interessada, atravs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementarÓ. O gabarito a letra C. 3. (FGV / XIII Exame de Ordem Unificado Ð 2014) Jos cidado do municpio W, onde est localizado o distrito de B. Aps consultas informais, Jos verifica o desejo da populao distrital de obter a emancipao do distrito em relao ao municpio de origem. De acordo com as normas constitucionais federais, dentre outros requisitos para legitimar a criao de um novo Municpio, so indispensveis: a) lei estadual e referendo. b) lei municipal e plebiscito. c) lei municipal e referendo. d) lei estadual e plebiscito. Comentrios: A criao de Municpio depende de 5 (cinco) requisitos: a) lei complementar federal; b) lei ordinria federal determinados os requisitos genricos e a forma de divulgao, apresentao e publicao dos estudos de viabilidade municipal; c) divulgao dos estudos de viabilidade municipal; d) consulta prvia, por plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos; e) aprovao de lei ordinria estadual pela Assembleia Legislativa determinando a criao do Municpio. A resposta a letra D. 4. (FGV / VIII Exame de Ordem Unificado Ð 2012) Sabendo-se que o Municpio integra a Federao, assinale a afirmativa correta, luz das normas constitucionais. a) O municpio ser regido por Lei Orgnica prpria, votada pela Assembleia Estadual. b) A organizao municipal conter previso de eleies para mandato de cinco anos, sem reeleio. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 18 de 57 c) Um projeto de lei de iniciativa popular, baseado em interesse local, depende de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado. d) O limite mximo de dez vereadores dever ser observado para localidades com at 15.000 (quinze mil) habitantes. Comentrios: Letra A: errada. O Municpio regido por Lei Orgnica, a qual aprovada pela Cmara dos Vereadores (e no pela Assembleia Legislativa!) Letra B: errada. O Prefeito e Vice-Prefeito sero eleitos pelo sistema majoritrio, para mandato de 4 (quatro) anos. Letra C: correta. No mbito municipal, o projeto de lei de iniciativa popular depende de, pelo menos, 5% do eleitorado. Letra D: errada. Nos Municpios com at 15 mil habitantes, o nmero mximo de Vereadores 9 (nove). O gabarito a letra C. 5. (FGV / V Exame de Ordem Unificado Ð 2011) Os Estados so autnomos e compem a Federao com a Unio, os Municpios e o Distrito Federal. Ë luz das normas constitucionais, quanto aos Estados, correto afirmar que a) podem incorporar-se entre si mediante aprovao em referendo. b) a subdiviso no pode gerar a formao de novos territrios. c) o desmembramento deve ser precedido de autorizao por lei ordinria. d) se requer lei complementar federal aprovando a criao de novos entes estaduais. Comentrios: Os requisitos para a formao de Estados so os seguintes: ! Consulta prvia, por plebiscito, s populaes diretamente interessadas; ! Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (art. 48, VI, CF/88); ! Edio de lei complementar pelo Congresso Nacional. Letra A: errada. No h que se falar em ÒreferendoÓ, mas sim em plebiscito. Letra B: errada. Segundo o art. 18, ¤ 3¼, CF/88, Òos Estados podem incorporar- se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territrios Federais, mediante aprovao da populao diretamente interessada, atravs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.Ó Letra C: errada. O desmembramento deve ser precedido de lei complementar. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 19 de 57 Letra D: correta. necessria a edio de lei complementar para a criao de um novo Estado. O gabarito letra D. 6. (FGV / DPE-RJ Ð 2014) Durante o ano de 2013, aps amplo debate poltico e social, houve o desmembramento de um Municpio do interior do Estado do Rio de Janeiro. Sobre a constitucionalidade da medida, correto afirmar que a) seria constitucional, caso tivessem sido preenchidos os requisitos legais, quais sejam, desmembramento atravs de lei municipal, contando com consulta prvia populao envolvida e estudo de viabilidade municipal. b) seria constitucional, caso tivessem sido preenchidos os requisitos legais, quais sejam, desmembramento atravs de lei estadual, referendo popular e estudo de viabilidade municipal. c) seria constitucional, caso tivessem sido preenchidos os requisitos legais, quais sejam, desmembramento atravs de lei federal, referendo popular e estudo de viabilidade municipal. d) inconstitucional, porque a Constituio estabeleceu que somente por lei federal feito o desmembramento de municpios, em perodo de tempo previsto no ato das disposies constitucionais provisrias (ADCT) que j est ultrapassado. e) inconstitucional, porque a matria de desmembramento de municpios ainda estava pendente de regulamentao no ano de 2013, atravs de lei complementar ainda no publicada. Comentrios: Letra A: errada. A criao, incorporao, fuso ou desmembramento de Municpio deve ser realizada por lei estadual, dependendo de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes diretamente envolvidas, aps a divulgao dos estudos de viabilidade municipal. necessrio, ainda, que seja editada lei complementar federal fixando o perodo dentro do qual podero ser realizadas as alteraes federativas envolvendo Municpios. Letra B: errada. No h que se falar em referendo. O desmembramento s poder ser feito aps consulta, mediante plebiscito, s populaes diretamente envolvidas. Letra C: errada. O desmembramento de Municpio realizado por lei estadual e depende da realizao de plebiscito. Letra D: errada. O desmembramento de Municpio realizado por lei estadual. Letra E: correta. At hoje no foi editada a lei complementar federal fixando o perodo dentro do qual poder ocorrer a criao, incorporao, fuso ou desmembramento de Municpio. Em virtude disso, o desmembramentode Municpio ser inconstitucional. O gabarito a letra E. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 20 de 57 7. (FGV / CGE-MA Ð 2014) ÒXÓ Deputado Federal representando o Estado ÒZÓ. Com problemas de sade, sua permanncia em Braslia se tornou invivel. Desejando continuar na vida poltica, consulta seus assessores sobre o nmero de vagas para Deputado Estadual do Estado ÒZÓ. Em resposta, sua assessoria indica que o nmero de Deputados Estaduais deve, nos termos da Constituio Federal, corresponder, em princpio, ao: a) dobro da representao do Estado na Cmara dos Deputados. b) triplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados. c) qudruplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados. d) quntuplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados. e) sxtuplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados. Comentrios: Segundo o art. 27, CF/88, o nmero de Deputados Estaduais corresponder ao triplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados e, atingido o nmero de trinta e seis, ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. A resposta, portanto, a letra B. 8. (FGV/PC-AP Ð 2010) Relativamente organizao do Estado, assinale a afirmativa incorreta. a) A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio. b) A autonomia federativa assegura aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, autorizar ou proibir seu funcionamento, na forma da lei. c) vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si. d) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territrios Federais, mediante aprovao da populao diretamente interessada, atravs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. e) A criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de Municpios, far-se- o por lei estadual, dentro do perodo determinado por Lei Complementar Federal, e dependero de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos, aps divulgao dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Comentrios: Letra A: correta. Trata-se da literalidade do ÒcaputÓ do art. 18 da Constituio. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 21 de 57 Letra B: errada. A Carta Magna veda Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico (art. 19, I, CF). Letra C: correta. o que prev o inciso III do art. 19 da Carta Magna. Os entes federativos no podem criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si. Letra D: correta. exatamente o que dispe o art. 18, ¤ 3¼. As alteraes federativas envolvendo os Estados dependem de aprovao plebiscitria da populao diretamente interessada e de lei complementar editada pelo Congresso Nacional. Letra E: correta. o que prev o art. 18, ¤ 4¼. Segundo esse dispositivo, Òa criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de Municpios, far-se-o por lei estadual, dentro do perodo determinado por Lei Complementar Federal, e dependero de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos, aps divulgao dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da leiÓ. O gabarito a letra B. 2. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 2.1. Repartio de competncias e a federao brasileira Na federao, o poder poltico descentralizado; os entes federados so dotados de autonomia poltica. Nesse sentido, a repartio de competncias pode ser considerada como um elemento fundamental da federao. O objetivo dividir o poder poltico entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo o federalismo de equilbrio. Ao repartir competncias entre os entes federativos, a Constituio est harmonizando a convivncia entre eles, viabilizando o pacto federativo.10 A repartio de competncias baseada em dois princpios: i) princpio da predominncia do interesse; e ii) princpio da subsidiariedade. Segundo o princpio da predominncia do interesse, a Unio cuidar das matrias de predominncia do interesse geral (nacional); aos Estados, cabero as matrias de interesse regional; e aos Municpios, cabero as matrias de interesse local. Nesse sentido, tem-se como exemplos: 10 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. 453. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 22 de 57 ! emisso de moeda: o interesse predominante o nacional, logo, a competncia da Unio. ! assegurar a defesa nacional: o interesse predominante o nacional, logo, a competncia da Unio. ! fixao do horrio de funcionamento de agncias bancrias: como est em jogo o sistema financeiro nacional, o interesse geral e, portanto, a competncia da Unio. J a fixao do horrio de funcionamento de estabelecimentos comerciais de interesse local dos Municpios. J princpio da subsidiariedade se baseia na lgica de que, sempre que for possvel, as questes devem ser resolvidas pelo ente federativo que estiver mais prximo da tomada de decises. Guardem isso com carinho! J Como exemplo, citamos as competncias para dispor sobre transporte. a) A explorao do transporte municipal matria de competncia dos Municpios. Veja que cada Municpio consegue regular satisfatoriamente o transporte urbano (municipal). b) A explorao do transporte intermunicipal matria de competncia dos Estados. Perceba que um Municpio (sozinho) no consegue regular o transporte intermunicipal. Portanto, o ente federativo que consegue cumprir satisfatoriamente essa tarefa so os Estados. c) A explorao dos servios de transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros competncia da Unio. Veja que um Estado (sozinho) no consegue regular satisfatoriamente o transporte interestadual e internacional; s a Unio conseguir faz-lo. Meus amigos, vamos partir agora para as tcnicas de repartio de competncias: i) repartio horizontal e; ii) repartio vertical. Na repartio horizontal, a Constituio outorga aos entes federativos competncia para atuar em reas especficas, sem a interferncia de um sobre o outro, sob pena de inconstitucionalidade. tpico dos Estados que adotam um federalismo dual ou clssico. J a repartio vertical, as competncias sero exercidas em conjunto pelos entes federativos, que iro, portanto, atuar de forma coordenada. tpico de Estados que adotam um federalismo de cooperao ou neoclssico. A CF/88, ao repartir competncias entre os entes federativos, utilizou as 2 (duas) tcnicas. Ao definir as competncias exclusivas e privativas daUnio, foi adotada a tcnica de repartio horizontal; por sua vez, ao estabelecer as competncias comuns e as competncias concorrentes, resta caracterizada a repartio vertical. Por utilizar a repartio vertical de competncias, diz-se que o Brasil adota um federalismo de cooperao ou neoclssico. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 23 de 57 A repartio de competncias na federao brasileira , todavia, mais complexa do que isso. Ela estruturada da seguinte forma: ! A CF/88 enumera expressamente as competncias da Unio (arts. 21 e 22). As competncias da Unio so exclusivas ou privativas. As competncias exclusivas so indelegveis, caracterizando-se por serem administrativas (esto relacionadas prestao de servios pblicos pela Unio. J as competncias privativas so delegveis, caracterizando-se por serem legislativas. ! A CF/88 enumera expressamente as competncias dos Municpios. (art. 30). ! A CF/88 no lista as competncias dos Estados. Por isso, diz- se que os Estados possuem competncia remanescente. As matrias que no foram atribudas pela CF/88 Unio ou aos Municpios sero outorgadas aos Estados. ! A CF/88 estabelece competncias comuns, que so de todos os entes federativos, em conjunto. Utilizou-se, aqui, da tcnica de repartio vertical de competncias. ! A CF/88 estabelece competncias concorrentes entre a Unio, os Estados e o Distrito Federal. Nas competncias concorrentes, verticalmente repartidas, cabe Unio estabelecer as normas gerais e aos Estados e Distrito Federal a competncia suplementar. Pergunta clssica. possvel fazer alterao da repartio de competncias por Emenda Constitucional? A doutrina entende que a repartio de competncias pode sim ser alterada por emenda constitucional, desde que no represente uma ameaa tendente a abolir a forma federativa de Estado (essa sim uma clusula ptrea). Assim, apenas no seria vlida uma emenda constitucional que reduzisse de forma substancial a autonomia de um ou mais entes federados. 2.2. Competncias Exclusivas e Privativas da Unio So as competncias enumeradas, respectivamente, no art. 21 e art. 22 da CRFB/88. Ambas so competncias expressas (explcitas). No art. 21, esto as chamadas competncias exclusivas da Unio. Trata-se de competncias de natureza administrativa ou material, isto , esto relacionadas prestao (execuo) de servios pblicos pela Unio. So indelegveis: mesmo diante da omisso da Unio, no podem os demais entes federados nessas matrias. Pessoal, vamos a seguir dar uma olhadinha nas competncias exclusivas mais importantes para fins de prova, ok? Aps isso, vale a pena fazer uma leitura do dispositivo na ntegra... Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 24 de 57 Art. 21. Compete Unio: I - manter relaes com Estados estrangeiros e participar de organizaes internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente; V Ð decretar o estado de stio, o estado de defesa e a interveno federal No caso do inciso I, a Unio o ente federativo que detm a competncia para representar o Estado brasileiro no plano internacional. Destaque-se que a soberania atributo da Repblica Federativa do Brasil; a Unio ente dotado de autonomia. As hipteses dos incisos II, III, e IV esto relacionados defesa nacional, cuja competncia exclusiva da Unio. O estado de stio, o estado de defesa e a interveno federal compem o chamado sistema constitucional de crises. Trata-se de elementos de estabilizao constitucional. VI - autorizar e fiscalizar a produo e o comrcio de material blico; Com base nesse dispositivo, o STF decidiu que inconstitucional lei estadual que autoriza a utilizao, pelas polcias civil e militar, de armas de fogo apreendidas. Segundo a Corte, Òa competncia exclusiva da Unio para legislar sobre material blico, complementada pela competncia para autorizar e fiscalizar a produo de material blico, abrange a disciplina sobre a destinao de armas apreendidas e em situao irregular.Ó 11 VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do Pas e fiscalizar as operaes de natureza financeira, especialmente as de crdito, cmbio e capitalizao, bem como as de seguros e de previdncia privada; Com base no inciso VIII, o STF entende que inconstitucional lei estadual que estabelea a obrigatoriedade de utilizao, pelas agncias bancrias, de equipamento que atesta a autenticidade de cdulas.12 Ora, se a competncia 11 STF, ADIN 3258. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 06.04.2005. 12 STF, ADIN 3515, Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011 Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 25 de 57 para a fiscalizao das operaes de natureza financeira competncia exclusiva da Unio, no cabe aos Estados editar lei nesse sentido. X - manter o servio postal e o correio areo nacional; O STF considera que, com base no inciso X, constitucional a atribuio de monoplio do servio postal Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos.13 XI - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais; O STF considera que inconstitucional lei estadual ou distrital que proba as empresas de telecomunicaes de cobrarem taxas para a instalao do segundo ponto de acesso internet. 14 Ainda com base nesse dispositivo, entende a Corte ser inconstitucional lei estadual ou distrital que estabelea a possibilidade de acmulo das franquias de minutos mensais ofertados pelas operadoras de telefonia, determinando a transferncia dos minutos no utilizados no ms de sua aquisio para os meses subsequentes. XII - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso: a) os servios de radiodifuso sonora, e de sons e imagens; b) os servios e instalaes de energia eltrica e o aproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulao com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergticos; c) a navegao area, aeroespacial e a infraestrutura aeroporturia; d) os servios de transporte ferrovirio e aquavirio entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Territrio; e) os servios de transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros; f) os portos martimos, fluviais e lacustres; Nesse dispositivo, esto enumerados diversos servios pblicos da competncia da Unio. Destaque-se que todos eles podero ser explorados diretamente pela Unio ou, ento, por meio de autorizao, concesso ou permisso. 13 STF, ADPF 46, Rel. Min. Eros Grau. 05.08.2009. 14 STF, ADIN 4083. Rel. Min. Carmen Lucia. 25.11.2010 Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 26 de 57 XIII - organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico do Distrito Federal e dos Territrios e a Defensoria Pblica dos Territrios; XIV - organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio; Esses dois dispositivos so muito importantes e com grandes chances de serem cobrados em prova. Com base neles, a doutrina entende que o Distrito Federal tem uma autonomia parcialmente tutelada pela Unio. Como j comentamos, a partir do inciso XIV, o STF editou a Smula Vinculante n¼ 39, segundo a qual Òcompete privativamente Unio legislar sobre vencimentos dos membros das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito FederalÓ. Fiquem atentos, para o fato de que, desde a EC n¼. 69/2012, a Defensoria Pblica do DF passou a ser organizada e mantida pelo prprio DF. XV - organizar e manter os servios oficiais de estatstica, geografia, geologia e cartografia de mbito nacional; XVI - exercer a classificao, para efeito indicativo, de diverses pblicas e de programas de rdio e televiso; XVII - conceder anistia; Com base no inciso XVII, o STF considerou que a Lei da Anistia, concedida queles que cometeram crimes durante a poca da ditadura, constitucional.15 Destaque-se que a concesso de anistia para crimes competncia da Unio; j a concesso de anistia para infraes administrativas de servidores pblicos estaduais competncia dos Estados. Vamos agora ao estudo das competncias privativas da Unio. So competncias legislativas, isto , esto relacionadas edio de normas pela Unio. E so tambm competncias delegveis. Temos, a seguir, os dispositivos mais importantes (aqui vale a mesma recomendao anterior, ok?) 15 ADPF 153, Rel. Min. Eros Grau. 29.04.2010 Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 27 de 57 Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho; Esse dispositivo cai muito em prova. Demais (rs). Mas aqui temos um mnemnico para ajudar. J ÒCAPACETE PMÓ H farta jurisprudncia do STF sobre esse dispositivo. Olha s: ! A Unio tem competncia privativa para legislar sobre direito penal, inclusive sobre crimes de responsabilidade. Segundo a Smula Vinculante n¼ 46, Òa definio dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento so da competncia legislativa privativa da Unio.Ó ! inconstitucional a lei distrital ou estadual que disponha sobre condies do exerccio ou criao de profisso, sobretudo quando esta diga segurana de trnsito. 16 Assim, no pode uma lei estadual regulamentar a profisso de motoboy, uma vez que competncia privativa da Unio legislar sobre direito do trabalho. ! inconstitucional lei estadual que limita o valor das quantias cobradas pelo uso de estacionamento. competncia privativa da Unio legislar sobre direito civil. ! inconstitucional lei estadual que dispe sobre atos de juiz, direcionando sua atuao em face de situaes especficas17. Isso porque compete privativamente Unio legislar sobre direito processual. ! inconstitucional lei estadual que disciplina o valor que deve ser dado a uma causa18. Novamente, a razo para isso o fato de que a Unio tem competncia privativa para legislar sobre direito processual. XI - trnsito e transporte; 16 ADI 3610. Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011 17 ADI 2.257, Rel. Min. Eros Grau, j. 06.04.05, DJ de 26.08.05. 18 ADI 2.655, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 09.03.04, DJ de 26.03.04. C •CIVIL A •AGRÁRIO P •PENAL A •AERONÁUTICO C •COMERCIAL E •ELEITORAL T •TRABALHO E •ESPACIAL PM •PROCESSUAL E MARÍTIMO Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 28 de 57 A Unio tem competncia privativa para legislar sobre trnsito e transporte. Logo, so inconstitucionais: a) lei estadual ou distrital que estabelea a obrigatoriedade do uso de cinto de segurana; b) lei estadual ou distrital que comine penalidades a quem seja flagrado em estado de embriaguez na conduo de veculo automotor; c) lei estadual ou distrital que dispe sobre instalao de aparelho, equipamento ou qualquer outro meio tecnolgico de controle de velocidade de veculos automotores nas vias do Distrito Federal; d) lei estadual ou distrital que torna obrigatrio veculo automotor transitar permanentemente com os faris acesos nas rodovias. Muito cuidado na hora da prova! competncia privativa da Unio LEGISLAR sobre trnsito e transporte. Mas, competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios estabelecer e implantar poltica de educao para a segurana do trnsito. XX - sistemas de consrcios e sorteios; Com base nesse dispositivo, o STF editou a Smula Vinculante n¼ 2: Ò inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consrcios e sorteios, inclusive bingos e loteriasÓ. XXIII - seguridade social; XXIV - diretrizes e bases da educao nacional; a) competncia privativa da Unio legislar sobre seguridade social. No entanto, legislar sobre previdncia social competncia concorrente da Unio, dos Estados e do Distrito Federal (art. 24). b) competncia privativa da Unio legislar sobre diretrizes e bases da educao nacional. No entanto, legislar sobre educao competncia concorrente da Unio, dos Estados e do Distrito Federal (art. 24). Na ADI n¼. 4060/SC, o STF considerou que a competncia legislativa concorrente do estado-membro para dispor sobre educao e ensino (CF/88, art. 24, IX) Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 29 de 57 autoriza a fixao, por lei estadual, do nmero mximo de alunos em sala de aula. Assim, no h violao competncia privativa da Unio para legislar sobre diretrizes e bases da educao nacional. 19 Por sua vez, na ADI n¼ 4167, o STF reconheceu a competncia da Unio para dispor sobre Ònormas gerais relativas ao piso de vencimento dos professores da educao bsica, de modo a utiliz-lo como mecanismo de fomento ao sistema educacional e de valorizao profissional, e no apenas como instrumento de proteo mnima ao trabalhadorÓ. Alm disso, na mesma ADI, o STF considerou que constitucional a norma geral federal que reserva o percentual mnimo de 1/3 da carga horria dos docentes da educao bsica para dedicao s atividades extraclasse. XXVII - normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, ¤ 1¡, III; Pargrafonico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas das matrias relacionadas neste artigo. As normas gerais de licitao e contratao so da competncia privativa da Unio. No entanto, normas especficas podem ser editadas pelos Estados. Para fecharmos. O art. 22 relaciona as matrias cuja iniciativa privativa da Unio. Ou seja, os demais entes federados no podem legislar, mesmo diante da omisso da Unio. Entretanto, possvel que Estados e DF (jamais Municpios!) legislem sobre questes especficas (nunca gerais!), desde que a Unio lhes delegue tal competncia por lei complementar. Nessa hiptese, Estados-membros e Distrito Federal apenas podem fazer o que foi permitido pela Unio via delegao legislativa, uma vez que a competncia originria permanece exclusivamente dela, em carter pleno. Alm disso, caso haja a delegao legislativa, esta dever contemplar todos os Estados- membros e o Distrito Federal. Na falta da delegao, inconstitucional qualquer lei estadual ou do DF que disponha sobre as matrias do art. 22. Destaca-se ainda que nada impede que a Unio retome, a qualquer momento, sua competncia, legislando sobre a matria delegada. Isso porque a delegao 19 ADI 4060/SC, Rel. Min. Luiz Fux. Data de Julg: 25.02.2015. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 30 de 57 no se confunde com renncia de competncia. Para Alexandre de Moraes, essa delegao depende do cumprimento de trs requisitos: a) Requisito formal: a delegao deve ser objeto de lei complementar devidamente aprovada pelo Congresso Nacional; b) Requisito material: s poder haver delegao de um ponto especfico da matria de um dos incisos do art. 22 da CF/88, pois a delegao no se reveste de generalidade. c) Requisito implcito: a proibio, constante do art. 19 da Carta Magna, de que os entes federativos criem preferncias entre si, implica que a lei complementar editada pela Unio dever delegar a matria igualmente a todos os Estados, sob pena de ferir o pacto federativo. 2.3. Competncias Comuns O art. 23 trata de competncias comuns a todos os entes federativas. So competncia de natureza administrativa (material). Tambm chamada de competncia concorrente administrativa, paralela ou cumulativa da Unio. Vamos ler juntos os incisos mais importantes do art. 23? Art. 23. competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios: I - zelar pela guarda da Constituio, das leis e das instituies democrticas e conservar o patrimnio pblico; (...) V - proporcionar os meios de acesso cultura, educao, cincia, tecnologia, pesquisa e inovao; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; (...) IX - promover programas de construo de moradias e a melhoria das condies habitacionais e de saneamento bsico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalizao, promovendo a integrao social dos setores desfavorecidos; (...) XII - estabelecer e implantar poltica de educao para a segurana do trnsito. Pargrafo nico. Leis complementares fixaro normas para a cooperao entre a Unio e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, tendo em vista o equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar em mbito nacional. Note que essas so matrias de competncia administrativa de todos os entes da Federao, de forma solidria, com inexistncia de subordinao em Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 31 de 57 sua atuao. Trata-se tipicamente de interesses difusos, ou seja, interesses de toda a coletividade. No que se refere lei complementar prevista no pargrafo nico do art. 23 da Constituio, nota-se que esta tem como finalidade evitar conflitos e disperso de recursos, coordenando-se as aes dos entes federativos em prol de melhores resultados. 2.4. Competncia legislativa concorrente O art. 24 trata da chamada competncia concorrente, que se caracteriza por ser uma competncia legislativa. Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico; II - oramento; III - juntas comerciais; IV - custas dos servios forenses; V - produo e consumo; VI - florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio; VII - proteo ao patrimnio histrico, cultural, artstico, turstico e paisagstico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico; IX - educao, cultura, ensino, desporto, cincia, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovao; X - criao, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matria processual; XII - previdncia social, proteo e defesa da sade; XIII - assistncia jurdica e Defensoria pblica; XIV - proteo e integrao social das pessoas portadoras de deficincia; XV - proteo infncia e juventude; XVI - organizao, garantias, direitos e deveres das polcias civis. ¤ 1¼ - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-se- a estabelecer normas gerais. ¤ 2¼ - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui a competncia suplementar dos Estados. Direito Constitucional 1ª Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 03 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 32 de 57 ¤ 3¼ - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. ¤ 4¼ - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio. Muito cuidado na hora da prova! A regra do art. 24, I e II despenca em prova (rs). Mas, temos uma salvao! Vamos levar o seguinte mnemnico para prova: ÒPUFETOÓ Penitencirio Ð Urbanstico Ð Financeiro Ð Econmico Ð Tributrio - Oramento A competncia legislativa concorrente atribuda Unio, aos Estados e ao DF (os Municpios no foram contemplados!). A competncia da Unio est limitada ao estabelecimento de regras gerais. Caber, ento, aos Estados e DF complementarem a legislao federal (competncia suplementar). Caso a Unio no edite as normas gerais, Estados e DF exercero competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Entretanto, caso a Unio posteriormente ao exerccio da competncia legislativa plena pelos Estados e Distrito Federal edite a regra geral, ela suspender a eficcia da lei estadual (veja que no se fala em revogao, mas em suspenso!) apenas no que for contrria quela. Outro ponto de destaque que a competncia suplementar dos Estados- membros e do Distrito Federal pode ser dividida em duas espcies: i) competncia complementar e; ii) competncia supletiva. A primeira depender de existncia prvia de lei federal, a ser especificada pelos Estados-membros e pelo Distrito Federal. J a segunda, surgir quando da inrcia da Unio em editar a lei federal, permitindo aos Estados-membros
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