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DOENÇAS TRANSMITIVEIS

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DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Doença transmissível: é qualquer doença causada por um agente infeccioso ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro suscetível, seja diretamente de uma pessoa ou animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado.
A cadeia epidemiológica
Para entender as relações entre os diferentes elementos que levam ao aparecimento de uma doença transmissível, o esquema tradicional é a denominada cadeia epidemiológica. O esquema procura organizar os chamados elos que identificam os pontos principais da sequência contínua da interação entre o agente, o hospedeiro e o meio .
AGENTE CAUSAL
Agente: É um fator que pode ser um micro-organismo, substância química, ou forma de radiação, cuja presença, presença excessiva ou relativa ausência é essencial para a ocorrência da doença.
Agente causal: é um fator que está presente para a ocorrência de uma doença; de modo geral, um agente é considerado uma causa necessária porém não suficiente para a produção da doença.
Os agentes podem ser divididos em biológicos e não biológicos.
Agentes biológicos: são organismos vivos capazes de causar uma infecção ou doença no ser humano e nos animais. As espécies que ocasionam doença humana são denominadas patogênicas.
Agentes não biológicos: químicos e físicos.
Uma característica dos agentes microbianos relacionada com o hospedeiro é a habilidade de induzir imunidade específica, que também é denominada antigenicidade ou imunogenicidade.
Virulência: é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos graves e fatais. A medida da virulência é o número de casos graves e fatais em proporção ao número total de casos aparentes.
Letalidade: é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos fatais. A letalidade é uma característica frequentemente usada para descrever a gravidade de uma epidemia. A medida da letalidade é o número de casos fatais em proporção ao número total de casos aparentes (usualmente os diagnosticados) no mesmo período.
Patogenicidade: é a capacidade de um agente infeccioso de produzir doença em pessoas infectadas. A capacidade de produzir doenças depende de uma variedade de fatores, tais como a rapidez e o grau do dano tissular causado pela multiplicação do agente e o fato de que esse possa produzir uma toxina específica, como fazem os bacilos da febre tifóide e do tétano. No entanto, qualquer que seja o mecanismo para a produção da doença, a medida da patogenicidade é simplesmente a proporção de sujeitos infectados que desenvolvem a doença.
 
HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL
Hospedeiro: é uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes que, em circunstâncias naturais, permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso.
Hospedeiro suscetível: um indivíduo ou animal vivo, que em circunstâncias naturais permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso. Para produzir uma doença infecciosa no indivíduo, deve ser reunida uma série de aspectos estruturais e funcionais do próprio indivíduo. A entrada do agente no hospedeiro inicia o processo de infecção ou o período de latência nas doenças não transmissíveis.
Suscetível: é qualquer pessoa ou animal que não possui suficiente resistência contra um determinado agente patógeno que o proteja contra a doença caso chegue a ter contato com esse agente. A suscetibilidade do hospedeiro depende de fatores genéticos, de fatores gerais de resistência às doenças e das condições de imunidade específica para cada doença.
Resistência: é o conjunto de mecanismos corporais que servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos, ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos.
Imunidade: é o estado de resistência geralmente associado à presença de anticorpos e citocinas que possuem ação específica sobre o micro-organismo responsável por uma doença infecciosa específica ou sobre suas toxinas.
A imunidade. A pessoa imune possui anticorpos protetores específicos e/ou imunidade celular, como consequência de uma infecção ou imunização anterior. Desse modo, ela pode estar preparada para responder eficazmente à doença, produzindo anticorpos suficientes.
Período de latência: é o tempo que transcorre desde a infecção até que a pessoa se torne infectada.
Infecção: é a entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de uma pessoa ou animal. Somente a presença de agentes infecciosos vivos nas superfícies do corpo ou em peças de roupas de vestir, brinquedos, ou outros objetos inanimados ou substâncias como água, leite ou alimentos, não constituem infecção, são chamadas de contaminação dessas superfícies.
 
RESERVATÓRIO
Reservatório de agentes infecciosos: é qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada, onde normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso e do qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível.
Tipos de reservatórios
Reservatórios humanos: O fato de que uma doença ou grupo de doenças tenha o ser humano como reservatório é de grande importância prática, já que as medidas de controle que se adotam podem circunscrever-se ao mesmo ser humano. Por exemplo, se uma doença pode ser tratada com um antibiótico adequado, a ação direta é exercida sobre o sujeito como paciente e como reservatório.
Reservatórios extra-humanos: Os animais podem ser infectados e também servir de reservatórios para várias doenças do ser humano. São exemplos disso a brucelose, a leptospirose, a peste, a psitacose, a raiva e o tétano.
Fonte de infecção: é a pessoa, animal, objeto ou substância de onde o agente infeccioso passa a um hospedeiro. A fonte de infecção deve distinguir-se claramente da fonte de contaminação como, por exemplo, a causada por um cozinheiro infectado ao preparar uma salada.
O ser humano age como fonte de infecção a partir de casos clínicos agudos e a partir de portadores. Na tuberculose, quando é diagnosticado o doente, esse já infectou uma média de 5 pessoas (por isso a importância da pesquisa nos pacientes sintomáticos respiratórios).
As pessoas infectadas e que não apresentam sintomas constituem um grande risco para transmitir e manter a doença na população, pois abrigam o agente infeccioso e mantêm seus contatos normais na sua comunidade, esses indivíduos são denominados portadores.
Portador: é um indivíduo (ou animal) infectado, que abriga um agente infeccioso específico de uma doença, sem apresentar sintomas ou sinais clínicos desta e constitui uma fonte potencial de infecção para o ser humano.
Período de incubação: é o tempo que transcorre desde a infecção até a apresentação dos sintomas.
Período de transmissibilidade ou infeccioso: é o intervalo de tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido direta ou indiretamente de uma pessoa infectada a outra pessoa, de um animal infectado ao ser humano ou de um ser humano infectado a um animal, inclusive artrópodes.
Na maioria das doenças infecciosas, existe a possibilidade de transmissão durante o período de incubação, principalmente antes de apresentar os sintomas e sinais que permitem fazer o diagnóstico.
A transmissão de uma doença, portanto, pode começar antes que seja evidenciada na pessoa ou animal, mas também pode seguir por algum tempo depois da recuperação clínica do doente. Quando o tratamento não é adequado, o período de transmissão pode prolongar-se.
O desenvolvimento sobre o corpo de agentes patogênicos (ex: piolhos) chama-se infestação.
Infectividade: é a capacidade do agente infeccioso de poder alojar-se e multiplicar-se dentro de um hospedeiro. A medida básica de infectividade é o número mínimo de partículas infecciosas que são necessárias para produzir uma infecção (dose infectante mínima). Para um agente microbiano determinado, esse número pode variar muito de um hospedeiro para outro e dentro deuma mesma espécie, de acordo com a porta de entrada, a idade e outras características do hospedeiro.
A capacidade dos agentes para infectar e produzir doenças nos seres humanos depende também da suscetibilidade do hospedeiro. Nem todas as pessoas igualmente expostas a um agente infeccioso são infectadas. Das infectadas, algumas não apresentam sintomas, nem sinais clínicos no curso da infecção (infecção inaparente ou subclínica), enquanto que outras apresentam sintomas (infecção aparente ou clínica), podendo ser também de duração e grau variáveis. A importância e a intensidade de uma infecção aparente é medida em termos de sua morbidade e letalidade.
Infecção inaparente: é a presença de um agente infeccioso em um hospedeiro sem que apareçam sinais ou sintomas clínicos manifestos. Só podem ser identificados por métodos de laboratório ou pela manifestação de reatividade positiva nos testes cutâneos específicos (sinônimo: infecção subclínica, assintomática ou oculta).
 
MODO DE TRANSMISSÃO DO AGENTE
O modo de transmissão é a forma em que o agente infeccioso se transporta do reservatório ao hospedeiro. Os principais mecanismos são os seguintes:
Transmissão direta: é a transferência direta do agente infeccioso por uma porta de entrada para que se possa efetuar a infecção. É denominada também transmissão de pessoa a pessoa. Isso pode acontecer através da dispersão de gotículas nas conjuntivas ou nas membranas mucosas do nariz ou da boca ao espirrar, tossir ou falar, e pelo contato direto como tocar ou beijar.
Transmissão indireta:
Por meio de veículos: através de objetos ou materiais contaminados, tais como brinquedos, lenços, instrumentos cirúrgicos, água, alimentos, leite, produtos biológicos, incluindo soro e plasma.
Por meio de um vetor:
Mecânico: é o simples traslado mecânico do agente infeccioso por meio de um inseto terrestre ou voador, seja por contaminação de suas patas ou tromba ou pela passagem em seu trato intestinal, sem multiplicação ou desenvolvimento cíclico do micro-organismo.
Biológico: o agente necessariamente deve propagar-se (multiplicar-se), desenvolver-se ciclicamente no artrópode-vetor antes que possa transmitir a forma infectante ao ser humano.
Por meio do ar: é a disseminação de aerossóis microbianos transportados por uma porta de entrada apropriada, geralmente o trato respiratório. Os aerossóis microbianos são suspensões aéreas de partículas constituídas total ou parcialmente por micro-organismos.
Vetor: um inseto ou qualquer portador vivo que transporta um agente infeccioso desde um indivíduo ou seus excrementos até um indivíduo suscetível, sua comida ou seu ambiente imediato. O agente pode ou não se desenvolver, propagar ou multiplicar dentro do vetor.
 
PORTAS DE ELIMINAÇÃO OU DE SAÍDA DO AGENTE
O caminho pelo qual um agente infeccioso sai do seu hospedeiro é, geralmente, denominado como porta de saída. As principais são:
Respiratórias: as doenças que utilizam esta porta de saída são as de maior difusão e as mais difíceis de controlar (tuberculose, influenza, sarampo, etc).
Genitourinárias: leptospirose, sífilis, AIDS, gonorréia e outras doenças de transmissão sexual.
Digestivas: próprias da febre tifóide, hepatite A e E, cólera e amebíase.
Pele: através de contato direto com lesões superficiais, como na varicela, herpes zoster e sífilis. Por picadas, mordidas, perfuração por agulha ou outro mecanismo que tenha contato com sangue infectado, como na sífilis, doença de Chagas, malária, leishmaniose, febre amarela, hepatite B, etc.
Placentária: em geral, a placenta é uma barreira efetiva de proteção do feto contra infecções da mãe; no entanto, não é totalmente efetiva para alguns agentes infecciosos como os da sífilis, rubéola, toxoplasmose, AIDS e doença de Chagas.
 
PORTAS DE ENTRADA NO HOSPEDEIRO
As portas de entrada de um germe no novo hospedeiro são basicamente as mesmas usadas para a saída do hospedeiro prévio. Por exemplo, nas doenças respiratórias, a via aérea é utilizada como porta de saída e porta de entrada entre as pessoas. Em outras doenças, as portas de saída e de entrada podem ser diferentes. Como exemplo, nas intoxicações alimentares por estafilococos, o agente é eliminado através de uma lesão aberta da pele e entra no novo hospedeiro através de alimentos contaminados com secreção da lesão.
Doença emergente: é uma doença transmissível cuja incidência em humanos vem aumentado nos últimos 25 anos do Século XX ou que ameaça aumentar em um futuro próximo.
Doença reemergente: é uma doença transmissível previamente conhecida que reaparece como problema de saúde pública após uma etapa de significativo declínio de sua incidência e aparente controle.

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