Buscar

Fichamento Direito das coisas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FICHAMENTO – CREUSA – PARTE RAQUEL (PAGS 78 – 140)
Leituras da função social da propriedade
	Destacando-se o caráter progressista da função social da propriedade, ela passou a ser denominada propriedade-função social, pois, de acordo com o ministro Eros Grau, esse princípio integra agora o conceito jurídico-positivo de propriedade. Essa mudança, tem o objetivo de impedir a criminalização das ações que objetivam a reforma constitucionalmente prevista, dependendo de uma profunda reforma econômica e ideológica da sociedade, pois, é preciso que haja uma mudança de cunho intervencionista e solidarista para que se altere a realidade da função social.
	O Direito Civil se encontra limitado a uma hermenêutica patrimonialista e privatista, como bem diz Jacques Távora, pois se insiste em remeter a função social a uma inspiração socialista. Assim, alguns autores e juízes admitem critérios de produtividade não previstos constitucionalmente, como se fossem autônomos, pois, para eles, basta a produtividade em sentido estritamente econômico, ou seja, a valorização da propriedade, quando se tem que considerar o aproveitamento racional e adequado, o respeito ao meio ambiente, à legislação trabalhista e ao bem-estar dos funcionários.
	Os magistrados acabam por constituir uma segurança jurídica muito maior do que a garantida pelo legislador, devido à inércia do Legislativo, à morosidade e conservadorismo do Judiciário, ao empenhamento burocrático no Executivo e à apatia social.
	Apesar da criação do Estatuto da Terra no período da ditadura militar, com um adequado tratamento jurídico e mecanismos de indenização e de rito mais célere, ele se transformou em instrumento de remoção de eventuais conflitos no campo. A lógica da repressão violenta, com sua resolução na esfera privada e com a ajuda das polícias, ainda foi mantida, junto a assentamentos evidencia não um processo de reforma agrária, mas de resolução de conflitos.
A questão agrária no Brasil
	Apesar de todo o desenvolvimento do direito dos trabalhadores brasileiros, o sistema latifundiário mantém sua ordem de valores, as relações de trabalho, com marcas de feudalismo e de escravismo, segundo Alberto Guimarães.
	Hoje, o Brasil se encontra com o segundo maior índice de concentração de terras no mundo, tendo como início desde os primórdios da colonização, com o regime das sesmarias, o qual repartiu as terras para manutenção do poder, e as seguintes leis com respaldos em poder e violência.
	Além de toda essa problemática, acrescenta-se o interesse do capital estrangeiro por nossas terras, caracterizando uma desnacionalização territorial, ameaçando nossa soberania e o aproveitamento futuro das riquezas do subsolo, além de não cooperar com a produção e produtividade agrícola. Assim, a terra ganha característica de “terra-mercadoria”.
O que esperar da reforma agrária
	A reforma agrária tem como fundamento a questão da sobrevivência, motivo pelo qual, apesar de deturpações ocorrerem no processo, não se deve abandoná-lo. Segundo Tocqueville, deve-se pensar que se trata de uma luta de todos, e não de sem-terra versus com-terra.
	Não basta haver só o assentamento, mas sim assistência técnica, para estímulo da produção, e fiscalização contra o possível desvio de finalidade, por isso alguns defendem a concessão apenas do uso e não do domínio pleno, pois a retomada do lote seria mais fácil. Portanto, a reforma tem de ser também do pensamento, que não deveria ser mais individualista e que acaba por transformar o assentado em proprietário, mudando apenas o dono da terra. 	
	Outra crítica que se faz é a de que as terras que descumprem a função social são compradas, isto é, recebem uma gratificação e não uma sanção por desrespeitarem a lei.
3. A terra e o direito: aspectos da luta
MST: um movimento para efetivar a Constituição?
	O MST é o principal responsável por pressionar a efetivação das leis constitucionais, apesar de seu texto ser, na maioria das vezes, bastante impreciso, razão pela qual cria lacunas e ineficácia imediata, que não procuram ser resolvidas pelos juristas brasileiros. Portanto, as normas que cuidam desse assunto são de princípio programático e de eficácia limitada.
Tratamento jurídico das ocupações de terra

Continue navegando