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APOCALIPSE AGORA Carlos Manuel Miranda Leite da Silva copyright (1)

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Ficha Técnica
Autor: © Carlos Manuel Miranda Leite da Silva
Revisão: Carlos Manuel Miranda Leite da Silva
Composição gráfica e capa: Francisca Silva
1ª Edição
ISBN: 978-85-923595-0-8
APOCALIPSE
AGORA
1ª Edição
-
Brasília
Carlos Manuel Miranda Leite da Silva 
2017
-
Somos a geração do
“fim do tempo”?
-
Sumário
Antes da introdução 6
 Primeiro aviso aos navegantes 6
 Segundo aviso aos navegantes 7
Introdução 10
 O que é o “fim de uma dispensação”? 11
Parte 1 - Entender o fenômeno profético 16
 Por que acontecem profecias? 18
 Como acontecem profecias? 23
 A “técnica” profética 29
 Como confiar nas profecias bíblicas? 35
 Exemplo de uma profecia que já se cumpriu 36
Parte 2 - Romper os paradigmas 44
 Romper os paradigmas 46
 Daniel 9:26, a interpretação clássica equivocada 49
 Os vilões do Livro do Apocalipse 57
 O Anticristo (ou Falso Profeta) 58
 A Besta 70
 Quem é a Besta? 70
 Qual a origem da Besta? 92
 A Grande Prostituta: a Babilônia misteriosa 101
 O Dragão 113
 A marca da Besta seria mesmo “666?” 120
Parte 3 - Os “últimos dias”, segundo as profecias 132
 Daniel, o profeta das datas rigorosas 134
 As setenta “semanas” de Daniel 138
 Quando começa a contagem das “setenta 
 semanas”? 142
 Qual evento na vida de Jesus marca o tempo 
 de 69 “períodos de sete”? 149
 A última “semana” de Daniel e a “tribulação de Jacó” 157
 O “fim do tempo” 177
 Ezequiel 38 e 39: quais nações invadem Israel? 178
 Isaías 17: o gatilho para os últimos sete anos? 183
 Isaías e Jeremias profetizam a destruição da 
 Arábia? 186
 O Terceiro Templo 199
 Onde ficava o Templo? 205
 Fim da dispensação, era cataclísmica 216
Parte 4 - Autoridade das Escrituras 234
 O Alcorão é a palavra incorruptível de Deus? 236
 A Bíblia é a palavra inerrante de Deus? 243
 O cumprimento das profecias bíblicas 248
 A nova dispensação após o grande julgamento 251
 Quem é o Dragão e onde está? 255
 O status atual da Rebelião de Lúcifer 267
 Inferno eterno ou segunda morte? 275
 O Filho Criador e o Filho Magisterial 289
 O Antigo e Novo Testamento e o Livro de Urântia 311
Epílogo 317
6
Antes da introdução
Primeiro aviso aos navegantes
Você está prestes a entrar num território que poderá mudar profunda-
mente todo o seu entendimento da vida e das razões por que está aqui 
agora. 
Você terá a coragem de enfrentar a possibilidade de um corte com o 
entendimento convencional da história da humanidade?
Se for o tipo de pessoa com ideias bem firmes sobre a realidade 
criada por Deus, pode estar penetrando um campo em que perceberá 
que Deus sempre o irá surpreender com mais, melhor e maior realidade 
do que aquela em que você se firmou toda a vida. Corre o risco de ter 
que reavaliar tudo de novo.
Se for o tipo de pessoa que não vê sentido na realidade, prepare-se, 
porque pode ser que tenha chegado a hora de cair na real, esse real 
que não é o míope, distorcido, ilusório e pequeno terra-a-terra, mas 
sim o vaivém espacial terra-cosmos-cosmos-terra que vai ligá-lo com o 
infinito e a eternidade.
É muito pretensioso acreditar que alguns leitores possam ser tão 
impactados quando lerem as páginas deste livro? Se tal efeito dependesse 
de mim, com certeza absoluta seria uma pretensão ridícula. Só que não 
depende de mim, mas sim da palavra de Deus e das profecias que Ele 
e seus agentes divinos escolheram para gravar à posteridade o pré-aviso 
do que vai acontecer, pela mão dos seus profetas verdadeiros.
Acredite, as profecias vão acontecer. Para quem já percebeu 
minimamente como a realidade funciona, ou para quem já se capacitou 
a se entregar à fé, não restam dúvidas de que as profecias vão cumprir- 
-se. Só não sabemos quando.
Enquanto isso, toda hora é hora de nos prepararmos. Para isso as 
profecias foram expressadas e gravadas no tempo e espaço.
7
APOCALIPSE AGORA
Segundo aviso aos navegantes
Deus não faz acepção de pessoas. Aos olhos de Deus cada uma de suas 
criaturas é um Seu filho muito amado, seja o mais portentoso e fiel anjo 
ou o mais ínfimo ser humano.
Então, não se deixe enganar se nas páginas deste livro parecer que 
está sendo feita discriminação de alguma ordem em relação a algum 
determinado grupo religioso, étnico, político, etc.
No capítulo 19 das profecias de Isaías, se referindo aos tempos após 
o grande conflito armado do “fim dos dias”, Deus comunicou:
23 Naquele dia, haverá estrada do Egito até à Assíria, os assírios 
irão ao Egito, e os egípcios, à Assíria; e os egípcios adorarão com 
os assírios.
24 Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, 
uma bênção no meio da terra;
25  porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo: 
Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas 
mãos, e Israel, minha herança.
O Egito compõe-se de etnias árabes e norte-africanas; a Assíria é 
constituída de etnias árabes, persas e turcas; Israel é a nação dos judeus. 
Inequivocamente, Deus registrou nesses três versículos dessa profecia 
que todas essas etnias são amadas e prezadas por Ele, todas são da Sua 
predileção, protegidas e amadas como Seus filhos.
Então, peço ao leitor que tenha bem gravado em sua mente, desde a 
primeira à última página deste livro, que tudo o que for declarado aqui 
quanto à natureza do islamismo não configura um ato de islamofobia 
nem racismo. 
É bem claro para mim, o autor deste livro, o amor e compaixão que 
devemos consagrar aos nossos irmãos e irmãs muçulmanos. Eles são 
filhos muito amados de Deus e, consequentemente, são a nossa própria 
família, nossos irmãos em espírito e humanidade, a quem intensamente 
desejo toda a libertação, sustentação e amparo de Deus, nosso Pai divino, 
assim como desejo que meus próprios filhos na carne sejam abençoados 
8
ANTES DA INTRODUÇÃO
pelo Ser Supremo. Precisamente por essa fraternidade que devemos aos 
muçulmanos estar totalmente clara em minha mente, alma e coração é 
que faço este alerta ao leitor, para que fique bem demarcada a distinção 
entre o respeito fraterno que devemos aos muçulmanos e a exposição 
que deve ser feita quanto à verdadeira natureza do islamismo.
Entenda, uma coisa são os muçulmanos, nossos irmãos amados, 
outra coisa é o islamismo, uma ideologia criada contra o plano de 
Deus sobre a Terra. É demasiado extremista esta declaração? Não fique 
apenas com a minha opinião, nem se informe nas fontes que se opõem 
ao islamismo, antes consulte as próprias fontes islâmicas: o Alcorão 
e os hádices, e a vida e o caráter de Maomé segundo os seus frutos 
como pessoa. Use os dons de análise que Deus lhe deu, e isso, junto 
com o estudo das fontes islâmicas – o Alcorão e os hádices – será o 
suficiente para não se deixar enganar. Mas tem que fazer a sua própria 
investigação, caso contrário você será escravo das opiniões de terceiros e 
de imãs (sacerdotes islâmicos), como tem sido a esmagadora maioria de 
todas as gerações de muçulmanos desde há quase 1.400 anos, quando 
surgiu o islamismo. 
E o preço dessa escravidão é atroz. Que o digam os muçulmanos, os 
quais são as primeiras vítimas do islamismo. 
Que nós possamos acordar a tempo e reagir adequadamente à 
expansão islâmica, nos protegendo vigorosamente da lei charia, não nos 
deixando cair na ingenuidade de um relativismo insensato, derivado 
da nossa ignorância da verdade. Protejamos os nossos filhos, netos e 
bisnetos da tirânica ideologia fascista que até agora vem oprimindo 
cerca de 1,6 bilhão de seres humanos e que ameaça submergir e abafar, 
pela imposição e principalmente pela sua elevada taxa de natalidade, o 
paradigma espiritual judaico-cristão que Jesus nos legou ao nos mostrar 
a verdade da natureza amorosa do Pai divino, a verdade de que Deus é 
nosso Pai.
Não, não é teoria da conspiração. Desperte, informe-se, porque a 
ameaça é real e concreta. Ela mata e escravizapessoas reais, como é 
patente pelos sofrimentos dos muçulmanos.
10
“Disse-vos, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais”
Palavras de Jesus, no Evangelho de João, 14:29
Introdução
Somos a geração do “fim do tempo”?
Não obrigarei o leitor a chegar ao fim de centenas de páginas para 
conhecer a resposta. De maneira nenhuma. Darei a resposta à pergunta 
do subtítulo já na primeira página, e agora mesmo, já no terceiro 
parágrafo da Introdução: 
Sim, acredito que somos a geração do “fim do tempo”.
Antes que o seu coração dispare e se afunde em apreensões, note 
que eu escrevi “fim do tempo” dentro de aspas. Por que escrevi assim? 
Simplesmente porque não iremos viver, de fato e literalmente, um “fim 
do tempo” ou um “fim do mundo”, mas na verdade tão somente o fim 
de uma dispensação e o começo de uma nova era. 
Se você ler a Bíblia de uma ponta à outra e nos mínimos detalhes, 
nunca encontrará uma profecia que fale de um fim para a história 
da humanidade. As profecias bíblicas não referem nunca o fim da 
humanidade, mas na verdade assinalam um período em que muitas 
das dores globais – desencadeadas por mãos humanas, assim como 
por cataclismos naturais – terão um final, ou uma pausa. E, após se 
cumprirem essas dores mais agudas, todos os profetas declaram que será 
inaugurado um período longo de paz mundial e de progresso espiritual 
e social.
11
APOCALIPSE AGORA
O que é o “fim de uma dispensação”?
O fim de uma dispensação marca o fechamento de uma era e o começo 
de um novo ciclo. O exemplo mais evidente que temos de um fato 
desses nos nossos registros históricos é o da vinda de Jesus (Yeshua) à 
carne, o qual inaugurou uma nova era e uma nova aliança entre Deus 
e os homens, que já dura há cerca de 2 mil anos. Yeshua, como ser 
divino que é, pela sua própria presença e o modo como viveu, veio 
revelar ao homem como Deus é e como Deus se relaciona conosco. 
Simultaneamente, sendo divindade perfeita que se fez homem, ele 
foi como Deus mesmo que veio experimentar a vida da sua própria 
criatura, que veio conhecer pela carne, integralmente, o nosso ponto 
de vista, o ponto de vista de uma criatura finita, imatura e imperfeita.
Há muitos aspectos relevantes que definem esse período de fecha-
mento de uma era e o começo de um novo ciclo. Por agora, quero 
apenas referir o exemplo de Yeshua, quando ele revelou um conceito 
mais espiritual e divino da Pessoa Santa do nosso Pai celestial do que 
aquele registrado nas páginas do Antigo Testamento. Bastará por agora 
dizer que, passo a passo, era após era, Deus providencia ao homem uma 
revelação cada vez mais elevada, profunda e abrangente de Si Mesmo.
O leitor com certeza se lembrará de episódios em que Yeshua, por 
assim dizer, veio aperfeiçoar conceitos e espiritualizar preceitos que 
tinham ficado determinados como dogmas no Antigo Testamento 
para regulamentação da vida religiosa e, até mesmo, da vida prática 
dos judeus. Pareceria que Yeshua estava desautorizando as Escrituras, 
certo? Por exemplo, ele disse que o homem não foi criado para servir 
ao sábado, mas sim o sábado foi estabelecido para servir ao homem.1 
Recorrentemente, esta questão do sábado foi uma das grandes di-
vergências entre as autoridades religiosas judaicas e Yeshua. Esta 
divergência foi, por diversas vezes, o argumento para Yeshua ser acusado 
de blasfêmia, como alguém que supostamente estaria, dessa forma, 
renegando a lei dada por Deus aos homens. Um cristão, contudo, sabe 
que Yeshua não veio renegar o sábado nem as Escrituras, mas sim trazer 
1 Ver Marcos, 2:23-28.
12
INTRODUÇÃO
um entendimento mais claro e aprofundado da vontade de Deus para 
os homens.
Yeshua também disse:
Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.
Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com 
intenção impura, no coração, já adulterou com ela.2
Mais uma vez, Yeshua não renega a lei anterior (“Não adulterarás”, 
o sétimo dos Dez Mandamentos recebidos por Moisés), mas traz um 
entendimento ainda mais elevado e claro dessa lei.
Houve preceitos das Escrituras antigas, no entanto, com os quais 
Yeshua determina uma ruptura clara. Por exemplo, este em que ele diz:
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu 
inimigo.
Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que 
vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, 
porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas 
sobre justos e injustos.
Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? 
Não fazem os publicanos também o mesmo?
E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? 
Não fazem os gentios também o mesmo?
Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.3
Já somos perfeitos? O leitor conhece alguém perfeito? Ou já ouviu 
falar de alguém perfeito, além do próprio Yeshua? Nunca, certo? O 
bom senso nos mostra que o crescimento de cada um de nós é um 
processo em aberto, que espiritualmente e mentalmente ainda estamos 
dando os primeiros passos, como crianças que mal se sustentam de pé.
Quando Yeshua voltar pela segunda vez, com certeza a sua revelação 
do Pai celestial será ainda mais plena e com contornos de uma 
2 Mateus 5:27-28.
3 Mateus 5:43-48.
13
APOCALIPSE AGORA
profundidade que não era possível apresentar às mentes dos homens 
de dois milênios atrás. Não é por acaso que desde Gênesis, Levítico, 
etc., desde os profetas mais antigos aos mais recentes, vemos que a 
Bíblia revela uma progressão do entendimento espiritual humano 
relativamente à natureza de Deus.
Que pretensão a dos humanos, pensar que algum dia um livro 
(por muito sagrado que fosse) alguma vez iria conter a totalidade das 
revelações de Deus. Não existe fim para o rio das revelações; o leito 
oceânico da absorção da alma humana jamais ficará absolutamente 
repleto das águas da verdade divina.
Não façamos como os fariseus e saduceus da época de Yeshua, os 
quais tinham as mentes e corações fechados, eram prisioneiros do 
dogma, porque acreditavam cegamente que Deus já tinha revelado a 
plenitude de sua Lei. Por isso perseguiram e mataram Yeshua, como 
antes haviam perseguido e matado profetas que trouxeram algo que 
desafiava as verdades de cada era. E, ainda hoje, o número dos mártires 
continua aumentando porque há muitos milhões de pessoas que não 
suportam ver seus dogmas serem colocados em cheque ou contrariados.
Não façamos como os islâmicos, que inadvertidamente foram 
vítimas de um suposto livro perfeito e de um suposto último profeta. 
Para sua grande desventura, fecharam a porta a um crescimento da 
comunhão com o Deus vivo porque acreditam que já vivem a religião 
perfeita e que têm um livro sagrado perfeito, acreditam que já conhecem 
a Deus como Ele é. Mas não conhecem como Deus verdadeiramente 
é, não sabem quem Deus é. Ter zelo pelo Deus verdadeiro cria bênçãos 
espirituais em nós, independentemente das condições externas. Quem 
convive verdadeiramente com Deus, e com a Palavra verdadeira de 
Deus, espalha bênçãos espirituais, não fomenta destruição nem impõe 
perseguição aos seus irmãos, como se vê endemicamente no islamismo. 
A árvore conhece-se pelos frutos.
Entendamos, portanto, que as revelações de Deus ao homem não 
estão represadas no tempo nem encerradas em um único livro. O Antigo 
Testamento, acredita-se, foi escrito entre cerca de 15 a 4 séculos antes 
de Cristo, e, em larga medida, é o livro sagrado dos judeus, a Torá, além 
14
INTRODUÇÃO
de, segundo muitos cristãos, ser a própria Palavra de Deus. Quanto 
ao Novo Testamento, foi escrito entre o ano 40 e a década de 90 da 
nossa era. Na perspectiva cristã, o Yeshua descrito no Novo Testamento 
cumpre as Escrituras anteriores, amplia o nosso conceito da lei divina e 
revela o caminho da comunhão crescente com Deus. O próprio Yeshua 
é a prova deque esse crescimento espiritual e do nosso entendimento 
não tem um fim à vista, e que culminará no alcance da perfeição.
Por muito inspiradora e sublime que a Bíblia seja, ainda que seja ela 
um sólido testemunho à verdade da aliança de Deus com os homens, 
ela ainda é pobre quando comparada com a Realidade Mesma de 
Deus e a Realidade Viva da sua relação pessoal com cada um de nós. A 
História que Deus está escrevendo, com a participação livre do nosso 
arbítrio, permanentemente abrirá novas e inéditas páginas de Escrituras 
contínuas. A revelação divina não tem fim à vista. Mantenhamos 
coração, alma e mente abertos para a crescente revelação de Deus. 
Encaremos, portanto, as dores do fim da dispensação como o árduo 
mas compensador prenúncio de um crescimento espiritual desejável, 
no qual encontraremos o conforto sublime de uma ainda maior 
aproximação da divindade à humanidade. Depois das dores globais, 
a aliança com Deus será mais firme e conheceremos mais claramente 
a realidade do Seu Amor incondicional, bem como a Ele Mesmo. E 
a humanidade sairá desses eventos apocalípticos mais madura e mais 
capacitada para a constante ampliação das revelações de Deus.
Abracemos com fé o fim da dispensação.
“Vem, Senhor Jesus!”4
4 Apocalipse, 22:20.
Parte 1
Entender o fenômeno profético
18
Por que acontecem profecias?
Há um fenômeno generalizado, nos nossos tempos, em que, de forma 
paradoxal, multidões ficam atentas às previsões de adivinhos e videntes 
para cada ano que inicia, no entanto, relativamente pouquíssimas pessoas 
estudam os profetas do Antigo e Novo Testamento, por intermédio dos 
quais foi revelada parte do mais essencial do nosso futuro.
No mundo ocidental moderno instalou-se uma espécie de aversão 
generalizada em torno a tudo o que se refira à espiritualidade cristã e 
aos documentos bíblicos. Na Europa, nomeadamente, a esmagadora 
maioria das pessoas se relaciona com a religião cristã de um modo quase 
que exclusivamente cultural. Ou seja, as pessoas nascem e crescem num 
contexto em que a religião é uma expressão cultural, e não necessariamente 
espiritual. Por quê? Porque o paradigma secular e humanista invadiu 
todos os aspectos da vida europeia. Essa foi a consequência de uma revolta 
extremada, iniciada no Iluminismo do século 18, contra a tirania eclesial de 
uma Igreja que se arrogou o papel de Deus na Terra. 
Essa mudança de paradigma teve a vantagem de libertar o ocidente 
da escravidão às superstições, mas foi uma revolução tão acentuada que 
caiu no extremo oposto: a escravidão ao secularismo e materialismo. 
E agora, passados quase três séculos, faz-se urgente estabelecer um 
novo paradigma, uma vez que esses dois (o eclesial e o secularismo) 
construíram muralhas contra a verdade que liberta. De um lado, 
o paradigma eclesial sacerdotal perpetua o dogma que amortece o 
espírito; do outro lado, o secularismo sem Deus está nos levando a uma 
derrocada civilizacional.
Deus é a origem e sustentação de toda a realidade. Remover Deus das 
nossas vidas leva-nos inexoravelmente à irrealidade. A relação pessoal de 
19
APOCALIPSE AGORA
cada indivíduo com Deus não é somente uma parcela da vida, é antes 
a vida inteira, porque Deus é a própria vida. E, como é Ele a Vida, 
quando pretendemos viver sem Deus, individual ou coletivamente, 
estamos nos condenando ao desastre individual e coletivo, e, por fim, à 
extinção da vida espiritual e até, em última instância, física. Quando se 
semeia uma vida sem Deus, apenas se poderá colher a morte.
Neste início do terceiro milênio vive-se, na Europa quase integral-
mente, e nas Américas, parcialmente, sob o domínio da razão sem Deus. 
Como a razão poderia existir sem o próprio Ser Pensante? Porque somente 
por existir O Ser Pensante é que podem existir todos os seres pensantes. 
Nós não temos origem em nós mesmos. Contudo, temos origem num 
Ser, Aquele que É. A própria razão nos impõe esse axioma. A razão sem 
Deus é cega, irracional; assim como a ciência sem Deus sempre e apenas 
observará a casca da realidade, em vez da realidade mesma; assim como 
a filosofia sem Deus jamais chegará à causa das causas.
Então, vivendo segundo o preceito secularista, só é natural que as 
pessoas, paradoxalmente, por um lado, tenham fascínio por previsões 
de adivinhos e videntes que se vão confirmando, e ao mesmo tempo, 
por outro lado, tenham perdido de vista o espantoso tesouro profético 
adormecido que as aguarda nas páginas das bíblias escrupulosamente 
arrumadas e fechadas nas prateleiras das bibliotecas caseiras, ou 
pairando perdido na “nuvem” da grande enciclopédia virtual, no setor 
das consultas secundárias ou listas de leituras jamais realizadas.
Nunca foi tão fácil investigar a verdade, e isso ainda torna mais 
chocante a evidência de a esmagadora maioria das pessoas não 
aproveitar o repositório de sabedoria espiritual e profética que está tão 
acessível. E pior, regra geral, as pessoas não investigam a Bíblia por 
mero preconceito. Elas, muitas vezes crendo que estão emancipadas 
num suposto discernimento científico, nem percebem que estão 
escravizadas ao preconceito, e que estão na verdade tão esclerosadas 
nos seus conceitos secularistas pseudoavançados quanto estavam os seus 
antepassados submetidos à Igreja de antanho. Ambos os casos, o antigo 
e o moderno, revelam os mesmos vícios de pensamento. E esse vício 
de pensamento tem raiz na crença do homem de que ele sabe por si 
mesmo. Digamos que as coisas não mudaram assim tanto, pelo menos 
20
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
em essência. Até quando deverá o homem ficar repassando o socrático 
“só sei que nada sei” para se proteger do seu próprio (des)entendimento?
Desta omissão, todavia, também não se salva o chamado crente, até 
mesmo aquele cristão que supostamente (e até mesmo efetivamente) 
esteja absorvendo o espírito das Escrituras, e não apenas a letra. Embora 
muitos cristãos protestantes, católicos, ortodoxos e outros estejam 
vivendo a fé viva, quando chega a hora de estudarem a Palavra, a grande 
maioria evita ler as profecias bíblicas. 
Também os cristãos ativos padecem de uma série de mitos. Alguns 
não estudam as profecias porque pensam que elas já se cumpriram. 
Errado. Bem pelo contrário, a parte mais substancial das profecias está 
para ser cumprida. Assim demonstrarei neste livro. Outros acham que 
o enfoque nas profecias é uma distração ao essencial das Escrituras. 
Errado. Por que teria havido tanto desperdício de páginas nas Escrituras, 
já que cerca de um terço da Bíblia é profético? Por que o próprio Senhor 
Yeshua teve o cuidado de correlacionar diversos eventos da sua vida 
com as profecias já velhas de muitos séculos na sua própria época? E os 
apóstolos fizeram o mesmo nos Evangelhos e nas Epístolas. 
Logo no ato inaugural de sua vida pública, na sinagoga de Nazaré, 
Yeshua escolheu uma passagem do profeta Isaías para falar de si mesmo 
ao povo que o escutava: 
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor 
me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me 
a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos 
cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano 
aceitável do Senhor”.5 
Então, passou Jesus a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu a Escritura 
que acabais de ouvir”.6 
Ou seja, Yeshua estava informando o povo que aquela era uma 
profecia verdadeira, e que tinha sido enunciada para referir a sua própria 
vinda à Terra.
5 Isaías, 61:1-2a.
6 Lucas, 4:21.
21
APOCALIPSE AGORA
E, no final da sua vida, Yeshua mencionou outra profecia sobre 
ele mesmo. Vejam bem. Yeshua iniciou sua carreira pública com a 
declaração de que estava cumprindo uma profecia. E quando terminou 
a sua vida, dependurado na cruz, exalando seu último alento, ainda 
aí ele ficou declamando o Salmo 22. Este salmo era profético,falava 
sobre o próprio Yeshua, na plenitude da sua entrega ao Senhor Deus, 
contando a sua própria história na carne. 
Todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lábios e 
meneiam a cabeça: Confiou no Senhor! Livre-o ele; salve-o, pois 
nele tem prazer. [...]
A ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o ventre de 
minha mãe, tu és meu Deus. Não te distancies de mim, porque 
a tribulação está próxima, e não há quem me acuda. [...]
Uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e 
os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles estão me olhando 
e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre 
a minha túnica deitam sortes. [...]
Tudo isso aconteceu na paixão de Yeshua, quando ele foi traído e 
pregado na cruz.
Apesar do Salmo 22 começar com a frase “Deus meu, Deus meu, 
porque me desamparaste?”, todo este Salmo é na verdade um louvor a 
Deus por Ele jamais nos abandonar, muito menos no meio da maior 
aflição. Então Yeshua, ao declamar este Salmo 22, estava precisamente 
dizendo à posteridade dos seus crentes e seguidores que tudo tinha 
acontecido verdadeiramente sob a proteção do Pai divino e se consumado 
segundo as Escrituras proféticas. Ele estava falando verdadeiramente de 
toda a sua entrega incondicional, nos dando exemplo e coragem para as 
entregas que nós mesmos tenhamos que decidir, até mesmo a entrega 
das nossas vidas físicas, se for o caso. Vejam como, no final do Salmo 
22, Yeshua fala de como ele é o Senhor do mundo desde então, e de 
como virá um tempo em que todos a ele se converterão:
22
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
Lembrar-se-ão do Senhor e a ele se converterão os confins da 
terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações. 
Pois do Senhor é o reino, é ele quem governa as nações. Todos 
os opulentos da terra hão de comer e adorar, e todos os que 
descem ao pó se prostrarão perante ele, até aquele que não pode 
preservar a própria vida. A posteridade o servirá; falar-se-á do 
Senhor à geração vindoura. Hão de vir anunciar a justiça dele; 
ao povo que há de nascer, contarão que foi ele quem o fez.
Yeshua abriu e fechou com profecias a cena da sua paixão pública 
de cerca de três anos. E, pelo meio, foi cumprindo outras profecias e 
as revelando ao seu povo enquanto as cumpria. Ele não queria que sua 
vinda e sua passagem fossem segredo para os seus conterrâneos e as 
gerações vindouras. Sempre que cumpria uma profecia em sua vida, 
ele tinha o cuidado de indicar esse cumprimento aos seus apóstolos 
e discípulos. E é esse o espírito das profecias, elas não são formuladas 
como um acontecimento oculto ou difícil de discernir. As profecias 
estão expressas de tal forma que, quando acontecem os eventos descritos 
por elas, são eventos discerníveis e que claramente as comprovam.
Deus transmite-nos antecipadamente alguns dos acontecimentos 
que nos aguardam no futuro porque a profecia é uma das formas mais 
eficazes, adequadas e perfeitas de que Ele se mune para nos preparar e 
nos encher de ânimo, para que, quando chegar a hora das tribulações, 
nós estejamos revestidos da fé com que nos cingiremos, da força com 
que suportaremos as dores, sabendo de antemão sobre o glorioso destino 
reservado a quem bebe o cálice até o fim. E nessa hora da consumação, 
também há a sublime comprovação de que o nosso Deus tudo sabe, fica 
demonstrado na prática que realmente Ele é onisciente.
E é esta natureza onisciente que ainda não foi adequadamente 
entendida por muita gente quando ela se expressa no fenômeno 
profético. O que explicarei em seguida pode ser, para muitos, um novo 
enfoque para se entender melhor aspectos dessa natureza onisciente de 
Deus.
23
Como acontecem profecias?
Primeiro, temos que fazer uma demarcação importante: profetas não 
são simples adivinhos. No Antigo Testamento vemos profetas sendo 
chamados de videntes. Profetas podem de fato ser videntes, mas não são 
meros adivinhos. A adivinhação é seguir palpites, impressões, sugestões 
psíquicas, especulações mentais, etc. Alguém que faz adivinhação vai 
acertar alguns palpites e falhar outros. 
É fato que um adivinho pode em algum momento receber uma 
profecia. Mas quando essa profecia vem imiscuída com a prática da 
adivinhação, isso configura algo que não foi o método como os profetas 
bíblicos verdadeiros receberam suas revelações. 
Os profetas bíblicos foram homens que se graduaram espiritual-
mente para receberem as suas revelações ao preço de uma entrega 
incondicional a Deus. E quando essas revelações proféticas chegaram 
a eles, não foram fenômenos de palpites nem especulações, mas sim 
revelações que se impuseram ao entendimento e visão dos profetas de 
forma indelével e poderosa, de maneira totalmente nítida e avassa-
ladora, sem margens para dúvidas nem hesitações. Além disso, essas pro-
fecias não surgiram porque os profetas as pretenderam receber, mas sim 
porque Deus, por intermédio dos seus agentes celestiais, ou por meio dos 
circuitos espirituais, estabeleceu que essas profecias deveriam ser reveladas 
a esses homens nesse momento. Nas Escrituras vemos que os profetas não 
estavam recebendo revelação profética em todo o tempo. Por diversas vezes, 
nos vários livros proféticos, está registrado o fato de, na vida dos profetas, 
terem passado anos entre uma profecia e outra. Isso é evidência de que cada 
profecia é o corolário de algo único e destacado, algo que foi criteriosamente 
selecionado para ser preservado à posteridade.
24
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
O apóstolo Pedro assinala esse diferencial, quando diz: 
nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; 
porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade 
humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos 
pelo Espírito Santo.7
Como acontecem as profecias?
Esta questão mesma implica conhecer mais da natureza de Deus. 
O Espírito da Verdade enviado por Yeshua em Pentecostes veio nos 
ajudar a entender um pouco mais da natureza de Deus. É a presença 
do próprio Deus em nosso coração e mente que nos permite perscrutar 
um pouco sobre Ele, caso contrário não haveria possibilidade de 
nossas mentes humanas materiais cobrirem o imensurável hiato que 
vai do finito ao Infinito, do mortal ao Imortal. É porque os Elohim 
(Pai, Filho e Espírito) nos fizeram à Sua imagem e semelhança que 
conseguimos captar algo da natureza e essência da Trindade divina, o 
Deus único manifestado em Três Pessoas divinas, caso contrário não 
haveria qualquer ponte em nossas mentes que nos permitisse algum 
discernimento, e nem haveria base para o Espírito da Verdade se firmar 
em nós desde o dia de Pentecostes.
A mente de Deus, por assim dizer, é a polaridade oposta à mente 
humana. O pensamento de Deus é infinito e perfeito, absolutamente 
abrangente da Realidade integral; o pensamento humano é finito e 
imperfeito, apenas discernimos de modo fragmentado, desconexo, 
inclusive distorcendo a leitura da realidade segundo a nossa subjetividade 
pessoal. 
As profecias são uma antecipação do futuro. No que diz respeito 
ao tempo, a mente humana, para tentar entender a realidade, usa 
referenciais sequenciais. Nós sentimos e percebemos a nossa vida de 
forma linear, a nossa percepção sempre é que viemos do passado, estamos 
no presente e caminhamos para o futuro. Vemo-nos caminhando em 
uma sequência histórica. Ora, não é assim que Deus interage com a 
7 2 Pedro, 1:20-21.
25
APOCALIPSE AGORA
Realidade que Ele mesmo criou. Deus não está condicionado a uma 
linha histórica sequencial, porque “Deus habita o círculo da eternidade”.
Nada é novo para Deus e nenhum evento cósmico jamais surge 
como uma surpresa; Ele habita o círculo da eternidade. Os Seus 
dias não têm princípio nem fim. Para Deus não há passado, 
presente ou futuro; todo tempo é presente, em qualquer 
instante.8 
Em umade suas profecias entregue a Zacarias, Deus, se referindo ao 
futuro, declarou: “porque, agora, vejo isso com os meus olhos”.9 É isso 
que está sendo afirmado no parágrafo 2:1.5 do Livro de Urântia: Deus 
está vendo todo o futuro agora, desde sempre e a toda a hora!
Uma grande confusão é despertada na mente humana diante de tal 
aparente paradoxo. Como conciliar isso com o livre arbítrio do homem? 
É que Deus não nos cria robôs, no entanto, Ele já sabe de todo o nosso 
futuro no momento em que Ele nos criou. Deus já sabe os eventos que 
ocorrerão, bem como sabe quais criaturas participarão desses eventos e 
como.
Deus não fica encenando as sequências históricas a seu bel-prazer, 
nem condiciona as escolhas feitas pelos seres humanos e anjos, a quem 
criou com a dignidade do livre arbítrio, para que cada criatura opte 
livremente pelo plano divino, ou então livremente rejeite participar 
dos propósitos perfeitos do nosso Pai divino. Foi desse livre arbítrio 
que nasceu a própria rebelião de Lúcifer;10 foi desse livre arbítrio 
que se originou a queda de Adão e Eva;11 foi esse livre arbítrio que 
Yeshua manifestou, na fatídica noite no Jardim do Getsêmani, quando 
implorou “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que 
eu o beba, faça-se a tua vontade”;12 é desse mesmo livre arbítrio que o 
8 O Livro de Urântia, Documento 2, “A Natureza de Deus”; tópico 1, “A Infinitude de Deus”; 
parágrafo 5. 
9 Zacarias 9:8.
10 O Livro de Urântia, Documento 53 (“A Rebelião de Lúcifer”) e Documento 54 (“Os Problemas 
da Rebelião de Lúcifer”). 
11 O Livro de Urântia, Documento 75 (“A Falta de Adão e Eva”).
12 Mateus, 26:42.
26
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
ser humano constrói o seu destino, ou se submetendo cada vez mais 
inteiramente à vontade perfeita de Deus, ou se demarcando da vontade 
divina, se afundando cada vez mais na irrealidade, até finalmente sofrer 
a segunda morte, a definitiva, a morte da alma.
Há passagens nas Escrituras em que Deus é descrito como estando 
aparentemente a condicionar as decisões de alguns homens. Na verdade, 
o que essas passagens significam é que Deus usa todas as decisões das 
criaturas – quer sejam boas ou más decisões – para servir aos seus planos 
perfeitos. Nada sai do controle absoluto dos desígnios divinos. E Deus 
consegue aplicar esse controle absoluto sem interferir jamais no livre 
arbítrio das criaturas. Essa condição é parte intrínseca da onipotência e 
onissapiência de Deus.
Uma das objeções que pessoas fazem a este paradigma (Deus vê todo 
o futuro a todo momento) é o seguinte argumento: “Se Deus estivesse 
vendo o futuro de cada criatura, quando Ele visse que uma criatura iria 
ser iníqua e sofrer a morte da alma, então Ele já nem sequer criaria essa 
criatura que estaria nascendo já condenada à perdição”. Mas a verdade é 
que ninguém nasce condenado à perdição. As almas perdem-se somente 
por causa das suas próprias decisões. Pensar que Deus apenas criaria 
criaturas que garantidamente iriam fazer a Sua vontade e se salvar revela 
uma visão, digamos, açucarada da vida. 
Esse argumento demonstra que a pessoa ainda não percebeu que 
se Deus criasse pessoas que nunca iriam optar por decisões contrárias 
à Sua vontade, então Ele estaria criando robôs. Deus faz questão 
absoluta de as suas criaturas terem livre arbítrio. Além disso, aquele 
argumento desmorona quando se olha objetivamente para a realidade 
humana: este planeta está repleto de misérias, perdição, queda moral, 
bancarrota espiritual, abusos ao próximo, etc. Deus tem culpa disso? É 
Deus quem está fazendo essas coisas por intermédio das suas criaturas? 
Ou isso é antes consequência das escolhas das criaturas que edificam 
cenários tão errôneos e chocantes, tão opostos a tudo o que a nossa 
consciência percebe cristalinamente ser o desejo divino para nós? Deus 
é supremamente Bom; Ele só quer o nosso Bem, e nada mais que o 
nosso Bem.
27
APOCALIPSE AGORA
A seriedade da vida real é absoluta. O nosso Deus é um Deus de 
misericórdia e inabalável perfeição, mas Ele não vai deixar de manifestar 
uma posição mais severa caso assim Ele nos ajude mais eficazmente a 
crescer e garantir a salvação da nossa alma. Bem pelo contrário, se na 
sua sabedoria perfeita Ele vê que essa será a melhor ajuda para nós, 
então essa atitude divina mais justiceira será posta em ação, e nesses 
casos temos tendência a pensar que estamos sendo castigados, quando 
de fato estamos sendo ajudados da forma mais eficaz. Muitas vezes 
somos assim beneficiados por uma intervenção divina mais aguda, 
digamos, com caráter emergencial. Deus é plenamente sabedor das 
nossas necessidades, e conhece absolutamente as nossas tendências 
pessoais na reação aos eventos em nossas vidas. Ele tudo fará para nos 
salvar, até intervir com atos de correção quando se fazem necessários.
O que vou afirmar agora poderá tornar o paradoxo ainda mais den-
so. Na verdade, não é que Deus crie pessoas das quais já conhece todo o 
percurso futuro, pessoas que Ele já sabe como irão decidir em cada passo 
da vida. Não! O paradigma que apresento é outro. Enquanto Deus não 
cria a pessoa, Deus não fica vendo o futuro dessa pessoa. Por quê? 
Porque essa pessoa simplesmente não existe. A mente e o pensamento 
de Deus são tão perfeitos que Ele não fica fazendo especulações. 
Deus só lida com a Realidade. Ele é a própria Realidade; Ele não é 
feito de especulações. Ele não precisa fazer cálculos antecipados para 
que os seus planos não corram riscos de desvios e sofram resultados 
negativos inesperados. A Realidade que ele cria já é inerentemente 
perfeita e sem risco de falhas na eternidade, simplesmente porque 
Ele mesmo é a perfeição. Especulações são da esfera mental das 
criaturas relativas, não da esfera mental do Criador perfeito e 
absoluto. Mas quando Deus cria a pessoa, aí sim, não há volta 
atrás, a pessoa já faz parte da Realidade. E, inerentemente, no exato 
primeiro milionésimo de segundo (na verdade, fora do tempo), Deus 
está vendo (não prevendo, não calculando, mas sim vendo) todo o 
futuro que essa pessoa irá definir para si mesma pelas suas próprias 
decisões, pelo seu próprio livre arbítrio. Relembro, “para Deus não 
há passado, presente ou futuro; todo tempo é presente, em qualquer 
28
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
instante”;13 “porque, agora, vejo isso [o futuro] com os meus olhos”,14 
disse o Senhor Deus.
Por outras palavras, quando Deus ou os seus agentes celestiais 
entregam uma profecia a um ser humano, isso quer dizer que os eventos 
descritos já ocorreram no futuro. Sim, é isso mesmo! Você não leu errado. 
Repito, os eventos descritos já ocorreram no futuro. Lembre-se, é futuro 
para as criaturas, mas Deus “habita no círculo da eternidade”, ou seja, 
para Deus tudo é presente, ou, melhor dizendo, tudo é fora do tempo. 
O livre arbítrio das criaturas foi respeitado por Deus, porque foram 
elas que fizeram as suas escolhas, e Deus simplesmente está olhando o 
que as suas criaturas decidiram no futuro. Sim, você leu corretamente: 
é decidiram (passado), e não decidirão (futuro). Deus já está “lá”, no 
futuro, percebendo os eventos e as escolhas das criaturas como fatos já 
consumados, fora do tempo. 
Como Deus é o único ser que absolutamente transcende todo o 
tempo e espaço, Ele tem a capacidade inerente de trazer memórias 
do futuro para o tempo humano presente, o que é conhecido como 
profecias. Profecias são memórias do futuro. 
Vamos olhar a “técnica” exposta no Livro do Apocalipse, para enten-
dermos melhor como funciona esse paradoxo.
13 O Livro de Urântia, Documento 2, “A Natureza de Deus”; tópico 1, “A Infinitude de Deus”; 
parágrafo 5. 
14 Zacarias, 9:8.
29
A “técnica” profética
Vamos fazer o exercício salutar da especulação. Pode bem ser que no 
processo isso nos faça ficar um pouco mais próximos das maravilhasde 
Deus, e com certeza que tal nos faz crescer na admiração da Sua obra 
sublime e do Seu plano perfeito, mesmo que no Paraíso venha a ser-nos 
dito que apenas arranhamos a superfície desse entendimento. Inquirir 
da natureza e estratégias divinas só pode ser construtivo e edificante. 
Ainda enquanto as conclusões da mente humana permaneçam toscas, 
embotadas pela imperfeição do buscador, o estudo das profecias nos faz 
crescer em sabedoria. Não é acaso que no Livro do Apocalipse, logo na 
abertura, recebemos uma bênção: “Bem-aventurados aqueles que leem 
e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela 
escritas, pois o tempo está próximo”.15 Nem tampouco são acaso estas 
palavras proferidas pelo arcanjo revelador, Gabriel, ao profeta Daniel, 
no encerramento do seu livro profético: “Daniel, encerra as palavras e 
sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se 
multiplicará”.16
Fica claro que o estudo das profecias, o querer entendê-las e tentar 
interpretá-las, nos traz potencialmente bem-aventurança e sabedoria. 
“Buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”!17
É típico dos livros proféticos que em sucintas palavras, rigorosamente 
selecionadas, sejam transmitidos conceitos profundíssimos e informações 
vitais. As terminologias promovidas pelos ajudantes celestiais e 
proferidas pelos profetas abrangem diversas camadas de significado, e 
15 Apocalipse, 1:3.
16 Daniel, 12:4.
17 Lucas, 11:9.
30
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
constituem-se como chave que abre vastas informações. Assim, logo no 
primeiro versículo do Livro do Apocalipse somos elucidados sobre um 
aspecto da “técnica” da mensagem profética. 
João, o apóstolo, inicia o Livro do Apocalipse com as seguintes 
palavras: 
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos 
seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, 
enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo 
João.18
Nesse primeiro versículo vemos quatro pessoas alinhadas sequen-
cialmente, para que fosse possível a informação profética viajar desde o 
Paraíso à Terra:
1. Deus
2. Jesus
3. Anjo
4. João
Analisemos o papel de cada uma dessas quatro pessoas:
1. Deus. 
Como expus antes, Deus é o único conhecedor absoluto de toda 
a Realidade a toda a hora, passada, presente e futura. Ele é a fonte 
primeira da informação profética, porque só Ele está olhando agora 
mesmo, sempre, todo o futuro já consumado segundo as escolhas 
livres das criaturas intervenientes pelo futuro inteiro. Como Ele disse a 
Zacarias: “agora, vejo isso [o futuro] com os meus olhos”.19
2. Jesus.
Todos os estudantes da Bíblia, e mesmo a maioria dos cristãos que 
quase não a leram, têm memória da declaração do Mestre quando ele 
18 Apocalipse, 1:1.
19 Zacarias, 9:8.
31
APOCALIPSE AGORA
estava se referindo ao tempo do “fim da dispensação”: “Mas a respeito 
daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, 
senão o Pai”.20 
No Livro de Urântia podemos ler estas palavras proferidas por 
Yeshua (Jesus): 
“A época da volta do Filho do Homem, todavia, é conhecida 
apenas nos conselhos do Paraíso, nem mesmo os anjos dos céus 
sabem quando isso ocorrerá. Contudo, vós deveríeis entender 
que, quando este evangelho do Reino houver sido proclamado 
a todo o mundo, para a salvação de todos os povos, e quando 
o tempo tiver alcançado a sua plenitude, o Pai vos enviará uma 
outra outorga dispensacional, ou então, o Filho do Homem 
retornará para julgar a idade. E agora, a respeito das atribulações 
de Jerusalém, sobre as quais vos falei, mesmo esta geração não 
passará antes que minhas palavras se cumpram; mas a respeito 
da época do retorno do Filho do Homem, ninguém no céu ou 
na Terra pode presumir falar. Mas deveríeis ser sábios a respeito 
do amadurecimento de uma idade; deveríeis estar alerta para 
discernir os sinais dos tempos. Vós sabeis que, quando a figueira 
mostra seus tenros galhos e folhas, é porque o verão está próximo. 
Do mesmo modo, quando o mundo tiver passado pelo longo 
inverno de mentalidade materialista e já discernirdes a vinda da 
primavera espiritual de uma nova dispensação, deveríeis saber 
que se aproxima o verão de uma nova visitação.”21
Mesmo tendo “subido à direita” do Pai e sendo o soberano que 
ocupa o trono, Yeshua não tem o conhecimento absoluto, o qual é 
prerrogativa do Pai divino. Por isso o primeiro versículo de Apocalipse 
indica que Yeshua recebeu a profecia da parte de Deus. Yeshua é o ser 
elevado que consegue receber a palavra diretamente de Deus. Quanto 
ao conhecimento específico do dia e hora do julgamento, é bem possível 
20 Mateus 24:36; Marcos, 13:32.
21 O Livro de Urântia, Documento 176, “Terça-feira à noite no Monte das Oliveiras”; tópico 2, “A 
Segunda Vinda do Mestre”; parágrafos 5-6.
32
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
que Yeshua neste momento já tenha recebido essa informação, talvez 
até mesmo ele já a tivesse recebido quando enviou a revelação a João, 
apesar de não conhecê-la enquanto ainda vivia na carne. Mas se for esse 
o caso, foi decidido não se passar a informação específica do dia e hora 
aos seres humanos.
3. Anjo.
Em livros como os dos profetas Daniel e Ezequiel, fica bem patente 
o papel dos anjos como mensageiros, os intermediários que entregam 
as mensagens proféticas aos homens. Em Daniel, é o arcanjo Gabriel 
quem traz revelação; em Ezequiel, é um ser celestial que ele descreve 
como “ser vivente” e outros. O mesmo se passa aqui em Apocalipse: 
existe um intermediário, um Anjo, a quem Yeshua incumbiu de 
notificar o seu servo João. Os anjos também não conhecem o dia e a 
hora do julgamento dispensacional, mas muitas vezes, senão em todas, 
desempenham um papel essencial para amparar o profeta e ajudá-lo a 
registrar a profecia. As comunicações divinas não se processam numa 
estéril abstração de pura transcendência. Deus, de modo prático, 
escolhe usar as Suas criaturas em todos os níveis para servirem à Sua 
causa e realizar Seus desígnios desempenhando sempre algum serviço 
útil no incomensurável concerto cósmico da Sua criação sublime. Deus 
sempre escolhe delegar aos Seus filhos as tarefas que estejam ao alcance 
deles. Deus sempre aproveita as mínimas oportunidades para conceder 
às Suas criaturas o prazer e honra do serviço a Ele, à causa Dele e à 
irmandade cósmica.
4. João.
E finalmente vemos o elemento humano, o profeta, receptor final da 
mensagem que Deus enviou com um propósito específico, para, com 
o registro escrito do seu testemunho, orientar, despertar e amparar os 
seres humanos para a hora e o dia em que a profecia culminará. 
O ser humano está na escala mais baixa da existência. Com a sua 
notória imperfeição, simplicidade mental, fragilidade emocional 
e imaturidade espiritual, o humano reside no polo mais afastado de 
Deus. É imprescindível ao diminuto ser humano que as revelações 
33
APOCALIPSE AGORA
lhe cheguem frequentemente por intermediários celestiais, já que 
dificilmente o homem consegue captar Deus em toda a Sua pureza 
espiritual, e com certeza não está capacitado a subir aos céus enquanto 
viver na carne. É dito que se fosse levado agora mesmo ao Paraíso e 
posto diante de Deus, cara a cara, o homem seria incapaz de ver ou 
perceber o que fosse. De quase nada essa viagem lhe aproveitaria agora. 
Paulo registrou:
Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi 
arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, 
não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou 
fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e 
ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.22
O próprio Paulo, em seu arrebatamento até o que ele chamou de 
“terceiro céu”, tinha dúvidas sobre se ele tinha sido levado no corpo 
ou fora docorpo. Segundo O Livro de Urântia, esse arrebatamento, na 
verdade, foi do seu próprio Espírito, fora do corpo. A carne humana 
não está capacitada a se deslocar para as dimensões sutis da realidade 
nem pelo espaço sideral. A carne humana é matéria, é o tabernáculo 
criado para que o espírito possa interagir com a matéria e habitar nela. 
Daí que usualmente são anjos que entregam as mensagens proféticas 
aos homens espiritualizados e preparados para essa função, e não 
os próprios homens que sobem aos níveis sutis da realidade para aí 
receberem as revelações.
O Livro de Urântia explica o que aconteceu nessa experiência de 
Paulo (uso estas chavetas [ ] para inserir meus comentários no meio da 
citação; os itálicos também são meus):
Deveríeis considerar a declaração sobre o “céu” e sobre o “céu 
dos céus”. O céu concebido pela maioria dos vossos profetas 
é o primeiro mundo das mansões do sistema local. Quando o 
apóstolo falou sobre ter sido “levado ao terceiro céu”, referia-
se ele à experiência na qual o seu Ajustador [N. A.- Espírito] 
22 2 Coríntios, 12:2-4.
34
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
destacava-se dele durante o sono e, nesse estado inusitado, fazia 
uma projeção ao terceiro dos sete mundos das mansões. Alguns 
dos vossos sábios tiveram a visão do céu maior, “o céu dos céus”, 
do qual a experiência sétupla no mundo das mansões [N. A.- 
Onde somos ressuscitados] não é senão o primeiro céu; o segundo, 
sendo Jerusém [N. A.- Capital do nosso Sistema que atualmente 
coordena mais de 600 mundos habitados, que no futuro chegarão 
a ser cerca de 1.000 mundos habitados]; o terceiro, Edêntia e seus 
satélites [N. A.- Capital da nossa Constelação, composta de 100 
Sistemas, ou seja, abrangendo no futuro cerca de 100 mil mundos 
habitados]; o quarto, Sálvington e as esferas educacionais que a 
circundam [N. A.- Capital do Universo Local, que governa 100 
Constelações, ou seja, cerca de 10 milhões de mundos habitados]; o 
quinto, Uversa [N. A.- Capital do Superuniverso, o qual governa 
100 mil Universos Locais, ou seja, cerca de 1 trilhão de mundos 
habitados no tempo e no espaço]; o sexto, Havona [N. A.- que 
é o Universo Central fora do tempo e espaço,23 criado já perfeito, 
composto de 1 bilhão de esferas perfeitas, habitadas por criaturas 
perfeitas]; e o sétimo, o Paraíso [N. A.- Centro dos universos, onde 
habita Elohim, as Três Pessoas da Trindade, o Pai Universal, o 
Filho Eterno e o Espírito Infinito].24
Nas raras cenas mostradas a João e a outros profetas em que aparecem 
Anciãos sentados em tronos para julgamento da humanidade, esses 
Anciãos não são Deus, mas sim elevadíssimas entidades celestiais a 
quem é dado governar sobre o reino dos homens e dos anjos em nome 
de Deus. Esses Anciãos habitam em Uversa, a capital do Superuniverso. 
23 O Livro de Urântia descreve uma cosmogonia em que a parte habitada dos universos evolucio-
nários do tempo e espaço compõe-se de 7 trilhões de mundos, repartidos por 7 Superuniversos com 
1 trilhão de mundos em cada. Todos esses universos estão no tempo e no espaço, servindo de berço e 
caminho evolucionário para incontáveis criaturas (talvez só Deus conheça esse número). Segundo a 
mesma revelação, o grande universo do tempo e do espaço é finito e circunscrito (só Deus é infinito e 
eterno, sem princípio nem fim), e na sua maior parte está ainda desabitado, mas destina-se a ser todo 
ele residido por números inconcebíveis de criaturas materiais e celestiais. Fora do tempo e do espaço, 
temos o centro do universo, a chamada Ilha do Paraíso, único local estacionário em todo o cosmos, 
a qual está rodeada pelo universo central já criado perfeito. Só depois, externamente ao universo 
central, orbitam os primeiramente referidos 7 superuniversos evolucionários do tempo e do espaço.
24 O Livro de Urântia, Documento 48, “A Vida Moroncial”; tópico 6, “Os Serafins dos Mundos 
Moronciais”; parágrafo 23.
35
APOCALIPSE AGORA
Em jeito de conclusão, a “técnica” profética, regra geral, acontece 
com a mensagem original sendo intermediada de alguma maneira, 
com a participação de ajudantes celestiais, até ser entregue à menor 
das criaturas de vontade nos universos: o ser humano. É uma espécie 
de “escada de Jacó”, em que as revelações vêm sendo intermediadas 
desde as personalidades mais elevadas até às de menor porte espiritual, 
finalmente fazendo chegar a Palavra de Deus ao homem.
Como confiar nas profecias bíblicas?
Explicado algo da “técnica” profética, a qual nos permite entender um 
pouco da integração dos vários planos da realidade (do divino ao hu-
mano, passando pelo angélico), quero abordar a questão da veracidade 
e confiabilidade das profecias bíblicas.
Todos estamos familiarizados com a expressão “falsos profetas”. Por 
que essa familiaridade? Talvez porque estejamos mais habituados a ver 
adivinhos do que profetas. Só há uma maneira de se comprovar se a 
árvore é boa: pelos frutos. Se os frutos são bons, a árvore é boa. Por 
outras palavras, se as profecias se comprovam, então estamos diante 
de um verdadeiro profeta. Será assim de esperar que tudo o resto que 
o profeta mencionou se materializará em algum futuro determinado.
Nada mais natural, então, do que começar a ler as profecias bíblicas 
com os olhos abertos para aquelas que já se cumpriram. Só assim 
teremos fé que as profecias ainda não cumpridas se concretizarão.
Na Bíblia, graças a Deus, encontramos uma lista enorme de 
profecias cumpridas. Só relativamente à primeira vinda de Yeshua ao 
nosso planeta contam-se mais de trezentas passagens bíblicas. 
Em todo este estudo, não abordarei aquele tipo de profecia que eu 
chamaria de “preventiva”, ou condicional. Essas profecias “preventivas”, 
ou condicionais, são as que foram proferidas para que indivíduos ou 
povos inteiros se desviassem de alguma catástrofe anunciada, que estaria 
iminente caso esses indivíduos ou povos não se arrependessem dos seus 
caminhos e práticas pecaminosas, e não voltassem a se regular pelas leis 
entregues por Deus à humanidade. Na verdade, há uma quantidade 
36
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
limitada desse tipo de profecia “preventiva” na Bíblia, e quando ocorre é 
autoexplicativa. Neste livro, todavia, quero apresentar apenas profecias 
determinadas, tanto cumpridas e cumpridas parcialmente quanto as 
que ainda não se cumpriram. 
Exemplo de uma profecia que já se cumpriu
Uma das mais famosas profecias já cumprida encontra-se em Ezequiel 
37. O profeta Ezequiel viveu quase seis séculos antes de Cristo. Ele 
foi um dos judeus cativos no exílio da Babilônia. Estima-se que as 
suas revelações aconteceram ao longo de um período de mais de vinte 
anos. A primeira de suas profecias registradas foi quando ele tinha 30 
anos, “no quinto ano de cativeiro do rei Joaquim”, em 593 a.C.25 A 
última registrada ocorreu “no ano vigésimo-quinto do nosso exílio [...] 
catorze anos após ter caído a cidade”.26 Jerusalém foi destruída por 
Nabucodonosor, o rei da Babilônia, em 586 a.C. Depreende-se, assim, 
que os capítulos 40 a 48 de Ezequiel foram profetizados em 572 ou 571 
a.C., quando Ezequiel já teria 51 ou 52 anos.
Este foi um dos profetas que não somente teve visões, mas de fato 
foi visitado por seres celestiais, os quais ele chamou de “seres viventes”, 
cuja impressionante descrição é feita por Ezequiel logo no início do seu 
livro. 
O livro de Ezequiel está repleto de profecias cumpridas, muitas delas 
poucos anos depois de serem proferidas. Mas a que eu quero mencionar 
é uma das mais famosas e diz respeito a tempos muito próximos a nós, 
ou seja, o período da Segunda Guerra Mundial e pós-guerra, desde 
1939 até 1948.
Com uma antecedência de mais de 2.500 anos, Ezequiel profetizou 
o retorno dos judeus à sua terra-mãe após serem substancialmente 
dizimados na Segunda Guerra Mundial. Os seguintes versículos 
compõemo capítulo 37 de Ezequiel.
25 Ver Ezequiel, 1:1-2.
26 Ezequiel 40:1.
37
APOCALIPSE AGORA
1 Veio sobre mim a mão do SENHOR; ele me levou pelo Espí-
rito do SENHOR e me deixou no meio de um vale que estava 
cheio de ossos,
2 e me fez andar ao redor deles; eram mui numerosos na super-
fície do vale e estavam sequíssimos.
3 Então, me perguntou: Filho do homem, acaso, poderão reviver 
estes ossos? Respondi: SENHOR Deus, tu o sabes.
4 Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, 
ouvi a palavra do SENHOR.
5 Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar 
o espírito em vós, e vivereis.
6 Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós 
estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis 
que eu sou o SENHOR.
7  Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu 
profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam 
contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso.
8 Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, 
e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito.
9  Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho 
do homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos 
quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que 
vivam.
10 Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e 
viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso.
11 Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa 
de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a 
nossa esperança; estamos de todo exterminados. 
Até ao versículo 11, está profetizado que os judeus chegariam muito 
perto do extermínio. É provável que quase metade dos judeus tenha 
sido aniquilada na Segunda Guerra Mundial. Atualmente (2017) há 
perto de 15 milhões de judeus. Segundo os censos demográficos, os 
judeus estão prestes a chegar ao número que se acredita era a população 
judaica espalhada pelo mundo antes do deflagrar da Segunda Guerra, 
16 milhões. Se a guerra não tivesse terminado em 1945, quem sabe 
38
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
ocorreria o extermínio integral dos judeus pela mão dos nazistas?
As imagens mostradas a Ezequiel são extremamente sugestivas. Elas 
fazem lembrar aquelas fotos que já se tornaram parte do consciente 
coletivo, os corpos escanzelados de judeus, com os ossos à flor da pele, 
por trás das cercas dos campos de concentração nazistas enquanto vivos, 
ou como cadáveres empilhados às dezenas antes de serem enterrados em 
valas comuns ou de serem queimados nos fornos crematórios. 
Continuemos o capítulo 37. Ele traz revelações cada vez mais es-
pantosas.
12 Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: 
Eis que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, ó povo 
meu, e vos trarei à terra de Israel.
13  Sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir a vossa 
sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu.
14 Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na 
vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse 
isto e o fiz, diz o SENHOR.
A partir do versículo 12, vemos a reviravolta inesperada. Quando tudo 
parecia perdido para os judeus, porém, eis que a Segunda Guerra Mundial 
termina, e acontece aquilo que quase ninguém imaginava que poderia 
jamais voltar a acontecer: a nação de Israel ressurge das cinzas do primeiro 
século da nossa era. A comunidade internacional dos Aliados vencedores da 
guerra decide criar o estado de Israel. Os judeus voltam a reaver pelo menos 
uma parte do território que era a sua antiga nação, de onde tinham sido 
expulsos há quase 2 mil anos, no ano 70, quando Jerusalém foi destruída 
pelas legiões lideradas por Tito, general romano. 
E as imagens reveladas a Ezequiel não poderiam ter sido mais 
premonitórias, uma vez que a principal razão que suscitou essa decisão 
da comunidade internacional foi um ímpeto para tentar compensar o 
Holocausto judeu sofrido às mãos dos nazistas. 
Já em 1917 tinha sido formalizada a intenção de se criar “um 
Lar Nacional para o Povo Judeu”, com a Declaração de Balfour.27 
27 Citação obtida da Wikipédia: “Declaração de Balfour é uma carta de 2 de novembro de 1917, 
do então secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, dirigida ao Barão 
39
APOCALIPSE AGORA
As nações mais poderosas à época (Império Britânico, França, EUA) 
estavam sensibilizadas para a criação de Israel, caso o Império Britânico 
derrotasse o Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. O palco 
estava preparado desde trinta anos antes, e finalmente os horrores do 
Holocausto nazista dos judeus foram o gatilho final para que as nações 
mais poderosas materializassem a vontade de Deus expressada pelos seus 
profetas. Israel renasceria como a Fênix mitológica, o povo da Aliança 
voltaria ao território que Deus lhe prometera, conforme as Escrituras. 
Todos os profetas deixaram bem claro que os judeus seriam espalhados 
por todas as nações do mundo, mas que Deus os levaria de volta à Terra 
Prometida.
Até o século 19 quase ninguém imaginaria que seria possível à nação 
de Israel voltar à existência. Afinal, mais de 18 séculos tinham passado 
em cima da aniquilação de Israel como nação. Nem entre os círculos 
religiosos, fossem cristãos ou judaicos, sequer já se acreditava nisso, 
excetuando meia dúzia de peculiares crentes “ingênuos”. Apesar de esse 
fato estar claramente exposto nas Escrituras, tal não fazia com que os 
teólogos convencionais lhe dessem relevância. Já tinha, por essa época, 
sido criada a “teologia da substituição”. Essa teologia defende que os 
Rothschild, líder da comunidade judaica do Reino Unido, para ser transmitida à Federação Sionista 
da Grã-Bretanha. A carta se refere à intenção do governo britânico de facilitar o estabelecimento do 
Lar Nacional Judeu na Palestina, caso a Inglaterra conseguisse derrotar o Império Otomano, que, até 
então, dominava aquela região. A carta foi escrita nos seguintes termos:
“Caro Lord Rothschild,
“Tenho o grande prazer de endereçar a V. Sa., em nome do governo de Sua Majestade, a 
seguinte declaração de simpatia quanto às aspirações sionistas, declaração submetida ao ga-
binete e por ele aprovada:
‘O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento, na Palestina, de um 
Lar Nacional para o Povo Judeu, e empregará todos os seus esforços no sentido de facilitar 
a realização desse objetivo, entendendo-se claramente que nada será feito que possa atentar 
contra os direitos civis e religiosos das coletividades não-judaicas existentes na Palestina, nem 
contra os direitos e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país.´
“Desde já, declaro-me extremamente grato a V. Sa. pela gentileza de encaminhar esta decla-
ração ao conhecimento da Federação Sionista.
“Arthur James Balfour.”
O texto da carta foi publicado na imprensa uma semana depois, em 9 de novembro de 1917. A 
Declaração de Balfour foi posteriormente incorporada ao Tratado de Sèvres, que selou a paz com 
o Império Otomano, e também ao documento que instituiu o Mandato Britânico da Palestina. O 
documento original encontra-se na British Library.” In: Wikipédia.
40
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
cristãos substituíram os judeus na nova Aliança com Deus, diante da 
recusa do judaísmo em reconhecer Jesus como o Messias prometido.
Só que Deus é Deus. Deus não pensa como os seres humanos, nem 
tem atitudes humanas. Deus não se equivoca. Quando Ele decreta, não 
há volta atrás. O que Ele decretou não é revogado, o que Ele determina 
vai acontecer, nem que seja a última das probabilidades, de fato, nem 
que haja zero probabilidades à luz da razão humana. E Ele tem provado 
isso à exaustão. 
Deus declarou pelos seus profetas que a nação de Israel jamais terá 
fim enquanto o mundo existir, então é isso que vai acontecer.As correlações continuam pelos versículos seguintes de Ezequiel 37:
15 Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
16  Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira 
e escreve nele: Para Judá e para os filhos de Israel, seus 
companheiros; depois, toma outro pedaço de madeira e escreve 
nele: Para José, pedaço de madeira de Efraim, e para toda a casa 
de Israel, seus companheiros.
17 Ajunta-os um ao outro, faze deles um só pedaço, para que se 
tornem apenas um na tua mão.
18 Quando te falarem os filhos do teu povo, dizendo: Não nos 
revelarás o que significam estas coisas?
19 Tu lhes dirás: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que tomarei 
o pedaço de madeira de José, que esteve na mão de Efraim, e 
das tribos de Israel, suas companheiras, e o ajuntarei ao pedaço 
de Judá, e farei deles um só pedaço, e se tornarão apenas um na 
minha mão.
20 Os pedaços de madeira em que houveres escrito estarão na tua 
mão, perante eles.
21  Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu 
tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles 
foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei para a sua 
própria terra.
22  Farei deles uma só nação na terra, nos montes de Israel, e 
um só rei será rei de todos eles. Nunca mais serão duas nações; 
nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos.
41
APOCALIPSE AGORA
Não apenas Ezequiel profetizou que os judeus voltariam a tomar 
posse da sua terra original, como também que a futura Israel seria uma 
só nação, que abrangeria os dois reinos aniquilados à sua época.
Esta afirmação pode parecer estranha para quem desconheça a 
história antiga. É que no ano 932 a.C., após a morte de Salomão, mais 
de 300 anos antes de Ezequiel, o povo judeu ficou dividido em duas 
nações: Israel e Judá. 
À época do nascimento de Ezequiel, contudo, já só existia a nação 
de Judá, porque Israel tinha sido exterminada em 722 a.C., pouco mais 
de um século antes.
Ou seja, Ezequiel, já como profeta, viveu num contexto histórico 
em que Israel (o reino do norte) já não existia, e Judá (o reino do sul) 
estava no exílio da Babilônia, só tendo permanecido em Jerusalém e 
Judá os judeus mais empobrecidos. 
Com mais de 2.500 anos de antecedência, Ezequiel viu que Israel 
renasceria e que para sempre abrangeria as duas nações, a do norte e a 
do sul, como uma só.
O restante do capítulo fala do futuro ainda não consumado de Israel 
(itálicos meus):
23 Nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com 
as suas abominações, nem com qualquer das suas transgressões; 
livrá-los-ei de todas as suas apostasias em que pecaram e os 
purificarei. Assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
24 O meu servo Davi reinará sobre eles; todos eles terão um só 
pastor, andarão nos meus juízos, guardarão os meus estatutos e 
os observarão.
25 Habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual vossos 
pais habitaram; habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos de 
seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe 
eternamente.
26 Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua. Estabelecê-
los-ei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles, 
para sempre.
27 O meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles 
serão o meu povo.
28  As nações saberão que eu sou o SENHOR que santifico a 
42
PARTE 1 - ENTENDER O FENÔMENO PROFÉTICO
Israel, quando o meu santuário estiver para sempre no meio 
deles.
Fica claro que do versículo 23 ao 28, o restante do capítulo, está a 
parte da profecia que ainda não se consumou. Quase todos os profetas 
e, inclusive, o Livro do Apocalipse corroboram esta última parte. 
Acontecerá um momento histórico a partir do qual nunca mais Israel 
será assolada pelos seus inimigos e permanecerá intocável, imperturbada 
e indestrutível. Pessoalmente, estou convencido que a nossa geração 
testemunhará esse evento. E é esse o corolário de todos os profetas e 
quase todas as profecias, com exceção dos capítulos 20, 21 e 22 do Livro 
do Apocalipse, capítulos esses que acredito se consumarão daqui a pouco 
mais de mil anos.
Mas antes que venha esse período próximo de paz milenar, coisas 
terríveis irão suceder, num grau de dores globais como nunca antes a 
humanidade viveu, e como jamais voltará a sofrer. E esses eventos estão 
parcialmente profetizados nos capítulos 38 e 39 do Livro de Ezequiel, 
logo na sequência do capítulo 37 que acabamos de estudar.
Essas são profecias que analisarei na Parte 3 do livro, a qual 
apresentará um estudo de profecias ainda não consumadas que acredito 
testemunharemos pessoalmente.
Parte 2
Romper os paradigmas
46
Romper os paradigmas
Os estudos sobre profecias bíblicas se multiplicaram exponencialmente 
desde o século 19 até agora. A Reforma Protestante, durante o século 
16, de onde derivaram as traduções modernas da Bíblia, dos idiomas 
originais hebraico, aramaico e grego para os idiomas vivos de cada nação; a 
invenção da máquina tipográfica, ocorrida antes, em meados do século 15, 
que tornou a Bíblia acessível ao estudioso não eclesiástico; e a consequente 
universalização dos setores educacionais, inclusive da escolástica religiosa, 
foram fatores prévios que proporcionaram à literatura religiosa, a partir do 
século 19, um número crescente de eruditos, além de curiosos amadores, 
e cada vez mais obras que se propuseram investigar as profecias bíblicas e 
tornar inteligível o que nos aguarda no futuro. 
Nesta passagem do segundo para o terceiro milênio, o número 
dos curiosos amadores em estudos proféticos disparou e não para de 
crescer, até este ano de 2017. Obviamente, o fator responsável é, além 
da profusão de denominações religiosas cristãs, a fácil acessibilidade à 
quantidade massiva de informações e estudos que estão invadindo a 
internet. Este terceiro milênio, ainda no seu ano 17, já testemunhou 
a decodificação de diversos enigmas proféticos que tinham ficado 
prisioneiros de interpretações que desde há séculos nos desviavam da 
verdade, interpretações errôneas que fragilizavam a credibilidade das 
profecias bíblicas e mantinham tantos crentes desinteressados pelo 
aspecto profético das Escrituras. 
Por que razão os principais interessados, os próprios crentes, ficariam 
frios e distanciados das profecias do fim dos tempos? Porque, bem 
47
APOCALIPSE AGORA
no fundo, eles sentem que há algo nas interpretações convencionais 
que não se coaduna à realidade. Sem que os próprios crentes saibam 
explicar o incômodo, porque nem pararam um pouco para analisar, 
o Espírito da Verdade fala às suas almas e mentes, dizendo que algo 
está fora de compasso, nessas interpretações convencionais defendidas 
pela esmagadora maioria dos eruditos, pastores, sacerdotes e ministros. 
É necessário romper diversos paradigmas da interpretação bíblica 
convencional, e isso, graças a Deus, está acontecendo desde há poucos 
anos e ainda agora. 
Será que até mesmo o fato de essas interpretações inovadoras terem 
surgido recentemente está prenunciando que o tempo está próximo e 
que é agora, já em seguida? Faz sentido pensar que aspectos essenciais 
das profecias bíblicas só seriam suficientemente compreendidos bem 
em cima dos acontecimentos, com pouco tempo de antecipação ao 
“fim”.
Este capítulo pretende explanar sobre algumas dessas descobertas 
muito recentes que romperam os paradigmas e, finalmente, trouxeram 
sentido às profecias do “fim do tempo”, um sentido que vinha escapando 
por força de teorias interpretativas que não encontravam validação 
nem autênticas evidências no campo das realidades humanas, a não 
ser evidências forçadas, não naturais, aquelas decorrentes de se querer 
adaptar os fatos às teorias, em vez de se teorizar em cima dos fatos.
O foco fundamental de quase todas as profecias ainda não cumpridas 
é assinalar o fim da atual dispensação e o início de um governodivino 
planetário, com o cetro da soberania nas mãos de um Filho de Deus. 
Daí que, compreensivelmente, a ânsia primordial dos cristãos é saber 
quanto à segunda vinda de Yeshua, com toda e cada geração desejando 
ser sua testemunha direta; já os judeus ficariam muito satisfeitos com a 
primeira vinda do seu Messias, porque eles ainda não perceberam que 
ele já veio, e ainda por cima veio da maneira que tinha sido claramente 
profetizada, com conta, peso e medida, como se costuma dizer. Sim, até 
mesmo o ano em que ele surgiria foi previsto rigorosamente em Daniel 
9:25. Explicarei essa profecia detalhadamente na Parte 3.
E é precisamente o versículo seguinte, o 9:26 de Daniel, que 
deu origem a um dos mais sérios equívocos das interpretações das 
48
PARTE 2 - ROMPER OS PARADIGMAS
profecias bíblicas. Como sempre, nem Deus nem o profeta tiveram 
responsabilidade nesse equívoco. Foram os preconceitos humanos e as 
disputas religiosas os fundamentais precursores desse equívoco, e são 
esses mesmos preconceitos e disputas religiosas que vêm perpetuando 
esse erro interpretativo.
49
Daniel 9:26, a interpretação clássica 
equivocada 
É apenas natural que, ao longo das diversas gerações de cristãos, 
os intérpretes das profecias sempre tenham identificado os vilões 
apocalípticos (o Dragão; a Besta; a Prostituta; o Falso Profeta) com 
individualidades ou coletividades às quais eles se opusessem em sua 
época.
Quando ocorreu a Reforma Protestante, no século 16, não demorou 
muito para que os novos protestantes demonizassem a Igreja Católica, 
passando a considerar que esta instituição religiosa seria a famosa 
Prostituta do Apocalipse, e, consequentemente, o papa seria o Falso 
Profeta. 
Antes de prosseguir, quero deixar bem claro que eu não defendo 
nenhuma das facções desta cisão do cristianismo. O meu patamar 
de análise está isento desse conflito religioso. Eu não sou adepto do 
catolicismo nem sigo nenhuma denominação protestante. Apenas sou 
um seguidor de Jesus, sem vínculos institucionais, apenas os espirituais. 
Historicamente, nos sérios confrontos sangrentos do século 16 e 17 
derivados da Reforma, nos episódios violentos ocorridos em diversas 
regiões da Europa, acho difícil (na verdade, considero secundário) saber 
qual lado teve mais vítimas. Católicos e protestantes foram igualmente 
chacinados aos milhares pelos seus opositores, e Deus nada teve a 
ver com isso. As motivações dos dois lados do confronto foram bem 
humanas, nada santas. Mas é compreensível que essa fratura tenha 
acontecido, diria mesmo que se fez necessário que ela acontecesse. Há 
50
PARTE 2 - ROMPER OS PARADIGMAS
muito a Igreja Católica tinha perdido de vista a pureza doutrinária, 
e simplesmente se arrogou um papel soberano no palco político do 
mundo ocidental, tendo o seu “sal” espiritual, no geral, perdido o sabor. 
Não quero, porém, fazer aqui uma análise geopolítica, nem sequer 
teológica, das duas facções e seu confronto. Não é esse o foco deste 
estudo. Prossigamos, pois.
Dizia eu que não demorou para que os cristãos protestantes 
identificassem Roma como sendo a Prostituta do Apocalipse, defendendo 
que o Anticristo seria um indivíduo romano/italiano, ou que, no mínimo, 
ele viria do império romano revivificado, ou seja, surgiria de alguma das 
nações europeias. Durante séculos, essa interpretação se foi firmando 
principalmente entre as diversas denominações do protestantismo. 
Desde as duas últimas décadas do século 20, essa teoria culminou na 
proposição de que a UE (União Europeia) seria a Besta do Apocalipse. 
Se o leitor investigar a internet, verificará que a esmagadora 
porcentagem das teorias apocalípticas está fundamentada em que 
o Vaticano/Roma é a Prostituta, o papa é o Falso Profeta e a União 
Europeia é a Besta. Depois deve haver um residual minoritário que 
refere Nova York como a Prostituta, sendo que, a cada quatro anos, 
cada novo presidente americano é eleito o novo candidato ao papel 
do Anticristo. O único candidato a Anticristo que, principalmente nos 
estudos norte-americanos, bate de longe qualquer presidente americano, 
e talvez consiga mesmo ultrapassar o papa, é Putin, presidente da 
Rússia. E antes de Putin, era qualquer presidente soviético e russo. 
Desde que fosse comunista (e agora, russo), estava de bom tamanho 
para preencher “perfeitamente” os requisitos ao cargo de Anticristo. A 
Besta, quando não é algo concreto, como a União Europeia, especula-se 
que seja uma qualquer ordem mundial difusa e de difícil identificação, 
sob as ordens de organizações nebulosas e não totalmente discerníveis, 
sejam os Illuminati ou as mais poderosas famílias no mundo financeiro 
que supostamente estão criando uma Nova Ordem Mundial. 
Há outras proposições quanto à identidade dos vilões do Apocalipse, 
mas não vou fazer o leitor perder tempo com isso. O essencial que 
pretendo deixar registrado é como os vilões apocalípticos sempre 
são escolhidos entre as figuras políticas ou religiosas com quem não 
51
APOCALIPSE AGORA
simpatizamos nem concordamos. É natural e humano pegar nos 
ódios de estimação e demonizá-los, sejam indivíduos, coletividades ou 
instituições religiosas. Mas os vilões campeões das teorias apocalípticas 
parecem ser Roma como a Prostituta e o papa (qualquer papa) como o 
Falso Profeta. 
De onde surgiram essas teorias apocalípticas?
Todas surgiram de uma única interpretação errônea de um único 
versículo do Antigo Testamento: Daniel 9:26. 
E bastou pegar nesse fundamento errado, de um único versículo, e logo 
se tiraram ilações totalmente distorcidas de outros versículos e profecias 
por arrastamento. A partir daí, em catadupa, se consideravam diversos 
versículos proféticos do Antigo e Novo Testamento como confirmações 
do fundamento errôneo de Daniel 9:26. Mas suspeito que essas teorias 
não passam de uma tentativa inconsciente de acomodar as Escrituras aos 
ódios de estimação, como uma forma de legitimar qualquer divergência 
teológica, em vez de se usar as Escrituras para ler os fatos da realidade, 
e, com relativa facilidade, detectar as nítidas contradições dessas teorias 
errôneas diante de outros versículos da Bíblia. 
Qual foi, então, a distorção das interpretações? Passo a explicar.
Em Daniel 9:26b lemos:
[...] o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário 
[...]
As interpretações cristãs desta parcela do versículo são quase 
unânimes em declarar que esta profecia, com a antecedência de mais 
de cinco séculos, se refere ao momento em que Jerusalém e o Templo 
seriam destruídos, no ano 70 da era de Cristo.
Vamos analisar cada um dos elementos da frase.
1) 
[...] a cidade e o santuário [...]
Já sabemos que se refere a Jerusalém e ao Templo.
52
PARTE 2 - ROMPER OS PARADIGMAS
2)
[...] um príncipe que há de vir [...]
Refere-se ao Anticristo que surgirá no fim da presente dispensação. 
3)
[...] o povo de um príncipe que há de vir [...]
É aqui que se originou toda a confusão das teorias posteriores. As 
interpretações convencionais afirmam que esse povo era o romano. 
Consequentemente, o Anticristo surgiria do povo romano/italiano, ou, 
no mínimo, de alguma das nações/regiões que tivessem pertencido ao 
extinto Império Romano (supostamente, a atual União Europeia, ou, 
grosso modo, a Europa). 
Só que esse povo referido que destruiria Jerusalém e o santuário no 
ano 70 não é o povo romano, e nem sequer era europeu.
Por que as teorizações clássicas ficaram insistindo que “o povo de um 
príncipe que há de vir” seria o romano? 
Há que reconhecer que foi fácil cair inadvertidamente nesse erro. 
Afinal, tinha sido o general romano Tito, futuro imperador de Roma, 
quem comandou as suas legiões na conquista definitiva de Jerusalém; e 
essas legiões eram adjetivadas como sendo legiões romanas.
Os soldados dessas legiões ditas romanas, todavia,

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