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1 EAE-111- Fundamentos de Macroeconomia (Curso de Administração de Empresas) Prof. Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos Tópico 4 O LADO MONETÁRIO DA ECONOMIA ECONOMIA – Micro e Macro 1 O material anexo é um resumo do capítulo 11 do livro “Economia Micro e Macro”. Bibliografia complementar: Mankiw, caps 29/30. Não contém “Anotações” abaixo dos slides. ECONOMIA – Micro e Macro 2 Moeda é o ativo utilizado para realizar as transações porque possui liquidez imediata (absoluta) Liquidez é a facilidade de um ativo converter-se rapidamente em poder de compra, para compra de mercadorias, aplicações financeiras, e liquidar obrigações. Moeda e Liquidez ECONOMIA – Micro e Macro Meio ou Instrumento de troca – intermedia as transações com mercadorias e serviços Unidade de conta (Denominador Comum Monetário)– o referencial das trocas, pois é em moeda que são denominados os ativos de uma pessoa, firma ou governo, e pelo qual as mercadorias são cotadas. Preço = é a expressão monetária do valor de troca de um bem ou serviço. Reserva de valor – a moeda representa uma forma de riqueza, patrimônio, dando poder de compra a quem a possui. Funções da moeda ECONOMIA – Micro e Macro Meios de pagamento Meios de Pagamento (M ou M1) é a moeda à disposição do setor privado não bancário, de liquidez imediata, e que não rende juros. Ou seja, é a moeda que o setor privado (pessoas físicas e empresas não financeiras) tem disponível, de imediato (no “bolso”, nos cofres de empresas, ou em depósitos a vista (conta- corrente) nos bancos comerciais). Características: - liquidez (aplicação) imediata - não rende juros ECONOMIA – Micro e Macro M = Papel Moeda em Poder do Público (empresas não financeiras e pessoas físicas) (PMPP) Depósitos a Vista (conta- corrente) nos Bancos Comerciais (DV) Moeda Manual Moeda Escritural M = PMPP + DV Não rende juros Liquidez (aplicação) imediata Moeda de posse do setor privado não bancário (empresas não financeiras e pessoas físicas) + Meios de pagamento ECONOMIA – Micro e Macro Meios de pagamento: Conceitos Alternativos As inovações no mercado financeiro levaram a conceitos mais amplos de meios de pagamento, que são definidos como QUASE-MOEDA. Incluem ativos (haveres) financeiros de alta liquidez (mas não imediata), e que rendem juros: M2, M3 e M4. M1 = Moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos comerciais M2 = M1 + depósitos de poupança + depósitos remunerados M3 = M2 + fundos de renda fixa M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez M1: meios de pagamento no conceito restrito M2,M3,M4: meios de pagamento no conceito ampliado ECONOMIA – Micro e Macro O grau de monetização é a porcentagem de ativos financeiros na forma de moeda – M1-, sobre os ativos financeiros totais – M4-: M1 M4 Também pode ser definido em relação ao PIB: M1 PIB O grau de monetização está correlacionado estreitamente com a taxa de inflação: maior a taxa de inflação, as pessoas ficam com menos moeda M1, e aplicarão em ativos que rendem juros (M2,M3,M4). Na sequência deste capítulo, quando nos referirmos a meios de pagamento, será basicamente no conceito restrito (M1). Grau de monetização da economia ECONOMIA – Micro e Macro Oferta de moeda OFERTA DE MOEDA PELO BANCO CENTRAL OFERTA DE MOEDA PELOS BANCOS COMERCIAIS NOTA: Rigorosamente, no Brasil, o órgão de comando normativo da Política Monetária é o Conselho Monetário Nacional (CMN), sendo o Banco Central um órgão executor das normas emanadas pelo CMN. No que se segue, o termo “Banco Central” corresponde à “Autoridade Monetária”, o que inclui o CMN. ECONOMIA – Micro e Macro banco dos bancos: tem a função de controlar e administrar as reservas bancárias, com o que controla a oferta de moeda e o crédito banco emissor: tem o monopólio das emissões Banco depositário das reservas internacionais estabilidade de preços e nível de emprego crescimento econômico Oferta de moeda pelo Banco Central Funções do Banco Central Objetivos do Banco Central ECONOMIA – Micro e Macro As Autoridades Monetárias regulam a moeda e crédito, através dos seguintes instrumentos de política monetária: emissões: Banco Central tem monopólio das emissões “open market”: compra e venda de títulos públicos reservas (depósitos) compulsórias (ou simplesmente compulsório): percentual sobre os depósitos à vista, que não podem ser emprestados ao público redescontos: (empréstimos do Banco Central aos Bancos Comerciais) regulação de mercado (por exemplo, fixação da taxa de juros SELIC, da Taxa de Juros de Longo Prazo-TJLP) Instrumentos de Politica Monetária Oferta de moeda pelo Banco Central ECONOMIA – Micro e Macro Os bancos comerciais tem carta-patente para utilizar os depósitos do público, e emprestá-los ao setor privado. Os bancos comerciais possuem conta-corrente, com o que criam moeda através dos empréstimos ao setor privado. Financeiras e Bancos de Investimento não possuem conta-corrente, e portanto não oferecem (criam) meios de pagamento, não criam nova moeda. Não podem emitir moeda (só o Banco Central pode), nem efetuar empréstimos acima de suas disponibilidades (só os Bancos Comerciais podem). As transações desses agentes financeiros representam apenas transferências entre aplicadores e tomadores de empréstimos, não alterando o volume de meios de pagamento. Oferta de moeda pelos Bancos Comerciais ECONOMIA – Micro e Macro Conceito de base monetária (B) Total de moeda “física” emitida (papel-moeda e moeda metálica). Também chamada de Moeda Primária, ou ainda Passivo Monetário do Banco Central (o Passivo não-monetário são os títulos federais). B = PMPP + R B = MOEDA EM PODER + RESERVAS DOS BANCOS DO PÚBLICO (PMPP) COMERCIAIS (R) Caixa (Encaixes) dos Bancos Comerciais + Depósitos (Reservas) voluntários dos Bancos Comerciais no BACEN + Depósitos (Reservas) Compulsórios dos Bancos Comerciais no BACEN ECONOMIA – Micro e Macro Oferta de Moeda pelos Bancos Comerciais: o Multiplicador Monetário (ou Multiplicador da Base Monetária): Mostra o grau de expansão da base monetária (B), através dos empréstimos dos bancos comerciais, criando meios de pagamentos (M). Ou seja, os meios de pagamento M são um múltiplo m da base monetária B: M = mB e m = M B sendo m o valor do multiplicador monetário. ECONOMIA – Micro e Macro Fatores que afetam o multiplicador monetário Taxa de reservas bancárias: % reservas totais dos bancos comerciais R sobre os depósitos à vista DV r = R ( R= Caixa +depos.compulsórios +depos.voluntáriosDV dos Bancos Comerciais ) Taxa de retenção de moeda pelo público: % de moeda em poder do público PMPP sobre meios de pagamento M1 c = PMPP M1 Chamando d = DV , e dividindo-se M1 = PMPP + DV por M1, segue-se que M1 1 = c + d ou d =1 - c Prova-se (por soma de uma PG infinita, de razão menor que 1 (semelhante ao multiplicador keynesiano), que o multiplicador monetário pode ser apresentado através da seguinte fórmula, sendo a razão d(1-r): m = 1 (ver pgs.305/6 Econ.Micro e Macro) 1 – d(1-r) Portanto, o valor do multiplicador m depende de r e d (e c, por complemento a d). Queda em r e em c, bem como aumentos em d e B, aumentam m e M. ECONOMIA – Micro e Macro Multiplicador monetário Dados, em R$ milhões Saldo da moeda em poder do público (PMPP) = 30.000 Saldo dos depósitos à vista bancos comerciais (DV) = 40.000 Saldo das reservas totais dos bancos comerciais (R) =20.000 Calcular o multiplicador da base monetária. a) Pela definição: m = M1 = PMPP + DV = 30.000 + 40.000 = 70.000 = 1.4 B PMPP + R 30.000 + 20.000 50.000 b) Pela fórmula c = PMPP= 30.000=0,4286 d= DV= 40.000= 0,571 r= R = 20.000 = 0,5 M1 70.000 M1 70.000 DV 40.000 Segue que m = 1 = 1 = 1 = 1,4 1 – 0,571(1-0,5) 1 – 0,286 0,714 Portanto, um aumento de, por exemplo, R$ 1 bilhão da base monetária, leva a um aumento de R$ 1,4 bilhões no saldo dos meios de pagamento. ECONOMIA – Micro e Macro Multiplicador Monetário: Fórmula do Simonsen (utilizada pelo BACEN) m = 1 c + d (r1 + r2) m = multiplicador da base monetária c = taxa de retenção do público = saldo moeda em poder do público saldo meios de pagamento d = taxa de depósito à vista = saldo depósitos à vista saldo meios de pagamento r1 = taxa de encaixe dos bancos comerciais = Saldo do Caixa dos bancos comerciais Saldo depósitos à vista r2 = taxa de reservas dos bancos comerciais = saldo reservas volunt.+obrigat.bc.coms saldo depósitos à vista Evidentemente, o valor do multiplicador será o mesmo daquele obtido na fórmula anterior. ECONOMIA – Micro e Macro Multiplicador Monetário: NOTA: Existem várias fórmulas do multiplicador monetário, todas levando ao mesmo valor. Em algumas delas, a taxa de retenção do público “c” considera no denominador os depósitos à vista DV , e não os meios de pagamento M. Por exemplo, consta em alguns alguns livros a fórmula onde c = Moeda em poder do público Depósitos à vista nos Bancos Comerciais e r = Total de reservas dos bancos comerciais Depósitos à vista nos Bancos Comerciais m = 1 + c c + r ECONOMIA – Micro e Macro Dados, em R$ milhões Saldo da moeda em poder do público (PMPP) = 400.000 Saldo dos depósitos à vista bancos comerciais (DV) = 600.000 Saldo dos encaixes dos bancos comerciais (R1) = 30.000 Saldo das reservas dos bancos comerciais (R2) = 70.000 Calcular o multiplicador monetário: a) pela definição b) utilizando as taxas de retenção do público e de reservas bancárias (qualquer das fórmulas anteriores) Multiplicador monetário: Exercício ECONOMIA – Micro e Macro x x = PIB nominal (corrente) (Y=Py) Número de vezes que a moeda passa de mãos em mãos, gerando renda Estoque de moeda Relação entre moeda, renda e inflação A Teoria Quantitativa da Moeda (Equação de trocas) A Teoria Quantitativa da Moeda, ou Equação de Trocas estabelece uma relação entre o lado monetário e o lado real da economia. Mostra como a política monetária(M1) atua sobre o nível de produto real (y) e a inflação(P). M x V = P x y MEIOS DE PAGAMENTO VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO DA MOEDA NÍVEL GERAL DE PREÇOS RENDA NACIONAL REAL (PIB) ECONOMIA – Micro e Macro PIB nominal P.y saldo meios de pagamento M1 M1= quantidade de moeda V = velocidade de circulação da moeda P = nível absoluto de preços y = PIB real V = = Relação entre moeda, renda e inflação: A velocidade-renda da moeda ( ou velocidade de circulação da moeda) Para chegar-se à relação entre moeda, renda e inflação, parte-se do conceito de velocidade-renda ou velocidade de circulação da moeda. É o número de “giros” que a moeda dá, passando de mãos em mãos, criando renda nacional (PIB). ECONOMIA – Micro e Macro SUPONDO: saldo dos meios de pagamento = R$ 100 bilhões PIB nominal = R$ 800 bilhões VELOCIDADE-RENDA DA MOEDA = PIB NOMINAL = 800 = 8 MEIOS PAGAMENTO 100 Significa que cada unidade monetária “girou” 8 vezes, no período, gerando aumento da renda nacional. Relação entre moeda, renda e inflação: A velocidade-renda da moeda ECONOMIA – Micro e Macro Via de regra, supõe-se que a velocidade renda (circulação) da moeda constante a curto prazo, pois depende de fatores que se alteram muito pouco a curto prazo: - hábitos da coletividade. Por exemplo, a intensidade do uso de cartões de crédito, que diminui a necessidade de utilizar moeda, e portanto seu “giro”), e - grau de verticalização entre empresas (o contrário de terceirização), onde preponderam transações contábeis, não envolvendo transações monetárias. Por exemplo, se uma empresa adquire uma firma fornecedora de insumo ( FIAT adquirindo a Pirelli). Rigorosamente, a velocidade renda também pode ser afetada pela taxa de juros e pela expectativa de inflação, que afetam os meios de pagamento (denominador de V). Relação entre moeda, renda e inflação ECONOMIA – Micro e Macro Supondo a velocidade de circulação constante a curto prazo, elevações na quantidade de moeda (M1), podem levar a aumentos do nível do produto real (y), ou de preços(P) , ou de ambos, dependendo de que a economia esteja no seu produto potencial de pleno emprego, ou em desemprego -economia a pleno-emprego: eleva P (provoca inflação) -economia em desemprego: eleva y ( gera crescimento) -alguns setores a pleno-emprego, outros em desemprego: eleva P e y Portanto, políticas monetárias expansionistas sempre aumentam a renda corrente (nominal) Y=Py, mas não necessariamente a renda (produto) real y. A relação entre moeda, renda e inflação depende também da taxa de juros. A taxa de juros afeta tanto o lado real (demanda de investimentos, como já vimos), como o lado monetário (a demanda de moeda, que veremos mais adiante). Relação entre moeda, renda e inflaçãoECONOMIA – Micro e Macro Relação entre moeda, renda e inflação EXERCÍCIO: Dados: taxa de crescimento do PIB (real)= 2% taxa de inflação= 6% velocidade-renda da moeda constante Qual a previsão para a taxa de crescimento dos meios de pagamento? FÓRMULA : M1 . V1 = P1 . .y1 Mo Vo = Po yo ECONOMIA – Micro e Macro Por que o público procura moeda, retém moeda de “per se”, seja no “bolso” ou em depósitos à vista, quando poderia aplicá-la em algo rentável? ( demanda de moeda é o mesmo que reter moeda) . Os indivíduos mantém moeda por ser de uso imediato, ou seja, de liquidez imediata. Na teoria da demanda da moeda, considera-se os detentores de moeda, aqueles que retém (demandam) moeda “per se”, seja para o pagamento de bens e serviços, seja para aplicações financeiras. Nesse sentido, não se considera o lado do tomador de empréstimos, que não possui moeda. Assim, o portfólio de um aplicador (sua “cesta” de aplicações) consiste não apenas de títulos, ações, imóveis, mas também de moeda 22 Demanda de Moeda ECONOMIA – Micro e Macro Teoricamente, seriam três as razões ou motivos pelos quais a coletividade demanda (retém) determinado volume de moeda: MOTIVO TRANSAÇÃO (moeda como meio de troca): para utilizar em transações do dia a dia. Depende do nível de renda nominal (Y) MOTIVO PRECAUÇÃO (moeda como reserva de valor): dadas as incertezas (despesas inesperadas, rendas não recebidas), os indivíduos precisam de uma reserva monetária, que possa ser utilizada de imediato, como precaução. Também depende do nível de renda nominal (Y) MOTIVO ESPECULAÇÃO OU PORTFÓLIO (moeda como reserva de valor): segundo Keynes, as pessoas guardam moeda de liquidez imediata não só para as transações com pagamento bens e serviços mas também para aproveitar alguma aplicação financeira interessante. Depende da taxa de juros de mercado Demanda de Moeda: Razões para demandar moeda ECONOMIA – Micro e Macro Para quem toma emprestado (demanda fundos): a taxa de juros é um custo Para quem aplica (oferta de fundos): a taxa de juros é uma remuneração pela abstenção do consumo presente, para usufruir no futuro. Na teoria da demanda da moeda, a taxa de juros é vista como remuneração, pois refere-se ao lado de quem retém (demanda) moeda. A taxa de juros também pode ser interpretada como o custo de oportunidade de se reter moeda, ou seja, o que está sendo deixado de ganhar numa aplicação financeira, quando se mantem moeda. Daí existir uma relação inversa entre Demanda de Moeda e taxa de juros de mercado. Demanda de moeda: Papel da taxa de juros ECONOMIA – Micro e Macro Como vimos, a demanda por moeda depende tanto da renda nominal (Y) como da taxa de juros (i): Quanto maior (menor) for a renda nominal Y, maior (menor) será a demanda por moeda. Quanto maior (menor) for a taxa de juros i, menor (maior) será a demanda por moeda. Matematicamente, MD = f (Y,i) MDY = dMD > 0 dY MDi = dMD < 0 di Demanda de Moeda NOTA: Em alguns livros, a demanda de moeda é expressa pela letra “L” (de “liquidity”), e não por ”MD” ECONOMIA – Micro e Macro Efeitos de uma elevação da taxa de juros Reduz demanda agregada, ao reduzir o Consumo e o Investimento Agregados Incentiva o ingresso de recursos financeiros do exterior Aumenta o custo da dívida pública (parte da dívida é baseada na SELIC) Maior custo de oportunidade para as empresas manterem mercadorias em estoque ECONOMIA – Micro e Macro 30 Determinação da taxa real de juros: Fórmula ou Equação de Fischer Taxa de juros real = - 1 SELIC real = - 1 = 1,047 - 1 = 0,047 Em porcentagem : 0,047 x 100 = 4,7% Exemplo: Supondo uma taxa de juros SELIC de 11% (taxa nominal, determinada pelo COPOM) e uma taxa de inflação prevista de 6,0% para o ano, a taxa real de juros esperada seria: Como veremos na parte do Setor Externo, a fórmula de Fischer também é aplicada para determinarmos a taxa real de câmbio, a partir da taxa nominal (corrente) de câmbio. 1 + taxa nominal de juros 1 + taxa de inflação esperada (1 + 0,11) (1 + 0,06 A fórmula ou Equação de permite deflacionar taxas ( em %) nominais (correntes), e determinar taxas reais, livres do efeito da inflação. ECONOMIA – Micro e Macro 31 Controle da Demanda Agregada (estabilização de preços e emprego) -depende do objetivo de política econômica a ser adotada pelo Governo, se expansionista, ou contracionista. 2. Financiamento da Dívida pública -para vender seus títulos, o Governo precisa oferecer uma taxa de juros atraente para os investidores. Portanto, aumentos da taxa de juros elevam a dívida pública 3. Nível das taxas de juros internacionais, principalmente dos títulos públicos norte-americanos (“arbitragem da taxa de juros”) - maior o nível das taxas de juros dos títulos dos USA, atrai mais capitais financeiros para aquele país. Para manter esses capitais no Brasil, pode ser obrigado a aumentar a taxa de juros interna 4. Nível de reservas cambiais - a necessidade de manter as reservas cambiais em nível adequado pode levar a variações na taxa de juros interna, para atrair (ou desestimular, conforme o caso) o fluxo de capitais financeiros internacionais aplicados no país. 5. Risco-país - maior o risco-país, maior a taxa de juros interna necessária para manter os capitais financeiros aplicados no país. Fatores determinantes do nível da Taxa de Juros Interna ECONOMIA – Micro e Macro 32 Fonte: Banco Central do Brasil Notas: (1) Relação entre M1 e M4 (saldos ao final do mês). (2) Relação entre o saldo dos Meios de Pagamento (M1) e a Base Monetária (B) (médias mensais). (3) Relação entre Produto Interno Bruto (PIB) e o saldo dos Meios de Pagamento (M1) (saldo ao final do mês. Período Grau de Monetização (1) Multiplicador da Base Monetária (2) Velocidade Renda da Moeda (3) 1994 jan 0.05 1.61 75.7 Fev 0.05 1.68 70.8 Mar 0.05 1.68 81.8 Abr 0.05 1.76 79.0 Mai 0.05 1.66 75.5 Jun 0.05 1.69 64.3 Jul 0.07 1.55 45.5 Ago 0.08 1.34 38.6 Set 0.10 1.30 32.1 Out 0.10 1.27 31.2 Nov 0.10 1.20 29.8 Dez 0.13 1.21 23.6 1995 jan 0.10 1.16 30.2 Fev 0.11 1.20 28.4 Mar 0.09 1.15 34.1 Abr 0.09 1.21 34.8 Mai 0.08 1.19 37.9 Jun 0.09 1.21 35.7 Jul 0.08 1.21 36.0 Ago 0.08 1.23 35.7 Set 0.08 1.28 33.3 Out 0.09 1.26 32.2 Nov 0.09 1.27 29.6 Dez 0.12 1.28 23.0 Indicadores Monetários: Efeitos do Plano Real (a partir de junho de 1994) ECONOMIA – Micro e Macro A queda da taxa de inflação, de dois dígitos mensais, para um dígito anual, provocou nos indicadores monetários: aumento do Grau de Monetização, devido à redução do custo de manter-se moeda sem render juros M1, em relação ao total de ativos financeiros M4 queda do Multiplicador m, porque aumentoua taxa de retenção de moeda pelo público c (denominador na fórmula), pois diminuiu o custo de manter recursos ociosos queda da Velocidade-renda da moeda V, porque aumentou M1 (denominador) em relação ao PIB (numerador) Indicadores Monetários: Efeitos do Plano Real (a partir de junho de 1994) ECONOMIA – Micro e Macro Equilíbrio do Lado Monetário Oferta de Moeda = Demanda de Moeda A Teoria Quantitativa da Moeda, vista anteriormente, (também chamada de Teoria Clássica da Moeda) é uma forma de se ver o equilíbrio do lado monetário, mas que não considerada a taxa de juros como variável determinante da demanda de moeda. Na Teoria Keynesiana da Moeda, que será expressa graficamente a seguir, a demanda de moeda não é apenas função da renda nacional, mas também da taxa de juros. As modernas teorias monetárias incluem no modelo outras variáveis, tais como expectativas de inflação, taxa de câmbio, etc. Evidentemente, tais modelos não são tratados em cursos de introdutórios de Macroeconomia, ao nível de graduação. ECONOMIA – Micro e Macro 35 Equilíbrio do Lado Monetário Oferta de Moeda = Demanda de Moeda DEMANDA DE MOEDA (Md): é função do nível de renda nominal e da taxa de juros. OFERTA DE MOEDA (MO): supõe-se que a oferta de moeda seja determinada institucionalmente pelas Autoridades Monetárias, pois depende da prioridade de política econômica do governo (“desenvolvimentista”, “monetarista”, “populista”, “socialista”), Banco Central autônomo ou não, etc. Nesse sentido, a oferta de moeda é exógena ( afeta, mas não é afetada pelas variáveis econômicas). ECONOMIA – Micro e Macro 36 Equilíbrio do Lado Monetário Determinação da Taxa de Juros de Equilíbrio Combinando oferta e demanda de moeda: Md (dado Yo) Quantidade de moeda(M) Mo Taxa de juros (i) i1 i2 iE 1 2 1: Excesso de oferta de moeda : i tende a cair 2: Excesso de demanda de moeda: i tende a se elevar ECONOMIA – Micro e Macro 37 Equilíbrio do Lado Monetário Efeito do aumento da Oferta de Moeda M (dado Yo) MO M M0 dado o nível de renda Yo, o aumento da quantidade de moeda reduz a taxa de juros MO’ i1 i2 i ECONOMIA – Micro e Macro 38 Equilíbrio do Lado Monetário Efeito de um aumento da Renda i Md(Y0) Md’ (Y1) MO M Y demanda de moeda para transação . Dada a oferta de moeda Mo, Md taxa de juros i2 i1 ECONOMIA – Micro e Macro 39 Quanto ao processo de implementação: Política Monetária: imediato (exemplo: COPOM) Política Fiscal: lento. Depende de aprovação do Poder Legislativo e do Princípio da Anterioridade Quanto ao Grau de Intervenção na Economia: Política Fiscal: mais efetiva para mudanças estruturais na economia, por afetar diretamente a renda de pessoas, setores econômicos e regiões, ao direcionar gastos públicos e carga tributária. Focalizada em questões estruturais, que afetam a economia a médio e longo prazos Política Monetária: praticamente não discrimina grupos, setores e regiões, afetando todos igualmente. Preocupa-se mais com questões conjunturais, como inflação e desemprego a curto prazo. Política Fiscal x Política Monetária ECONOMIA – Micro e Macro 40 Quanto maior a elasticidade (sensibilidade) da demanda de investimentos em relação à alterações na taxa de juros, mais eficaz a política monetária. Eficácia de política econômica e o Multiplicador keynesiano de Gastos Quanto maior o valor do multiplicador keynesiano, mais eficaz se torna a política fiscal. Eficácia de política econômica e as Taxas de Juros Política Fiscal x Política Monetária ECONOMIA – Micro e Macro 41
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