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Curso de Português para TJ-PE - Teoria e Questões

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Aula 00
Português p/ TJ-PE (Com videoaulas)
Professores: Janaína Efísio, Rafaela Freitas
Língua Portuguesa p/ TJ-PE 
 Analista e Técnico Judiciário 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 00 
 
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Aula 00 - Pontuação 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO......................................................................................2
CRONOGRAMA E OBJETIVO DO CURSO......................................................3 
INTRODUÇÃO.........................................................................................4
1. PONTO FINAL......................................................................................6 
2. DOIS PONTOS.....................................................................................7 
3. RETICÊNCIAS.....................................................................................8 
4. PONTO E VÍRGULA...............................................................................9 
5. PONTO DE INTERROGAÇÃO.................................................................11 
6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO....................................................................11 
7. TRAVESSÃO......................................................................................13 
8. ASPAS..............................................................................................13 
9. VÍRGULA..........................................................................................15 
QUESTÕES COMENTADAS.......................................................................23 
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA.....................................65 
GABARITO............................................................................................98 
QUANDO RESUMO ORAÇÕES..................................................................99 
 
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Olá, caros alunos!! É com imensa alegria que começaremos com esta aula 
o curso preparatório para o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), 
para Analista e Técnico Judiciário! O presidente do Tribunal de Justiça de 
Pernambuco confirmou, em janeiro deste ano, que haverá novo concurso 
para o tribunal em 2016. Ainda não há datas definidas, porque o concurso 
anterior, de 2011, tem validade até março de 2016. Após isso serão levados 
adiante os procedimentos para o novo concurso, que será em breve. 
Gosto do contato bem direto com meus alunos! Minha função aqui é 
ajudá-lo da melhor maneira possível a alcançar o seu objetivo que é ser 
aprovado neste concurso. Esteja certo de que farei de tudo para que isso 
aconteça, pois o seu sucesso é também o meu! 
Para que me conheça, falarei brevemente sobre mim: meu nome é 
Rafaela Freitas, sou graduada em Letras pela Universidade Federal de 
Juiz de Fora, onde resido, e pós-graduada em Ensino de Língua 
Portuguesa, pela mesma instituição (UFJF). Desde que me formei, tenho 
trabalhado com a preparação dos alunos para os mais diversos concursos 
públicos, em cursos presenciais, no que tenho colocado ênfase em minha 
carreira, embora também trabalhe com turmas preparatórias para 
vestibulares. 
Sou concursada em dois estados diferentes (Minas Gerais e Rio de 
Janeiro), conquistei (e ainda estou conquistando) muitos objetivos com muito 
suor! Não foi fácil, tenho uma família para dar atenção, uma casa para cuidar, 
mas AMO o que faço, o cansaço não me vence! Sou uma apaixonada pela 
nossa língua mãe e por ensiná-la! E para vocês eu digo: cada esforço será 
recompensado no final! Tenham a certeza de que o português, já neste curso, 
não será um problema, mas sim a solução! Você sabe muito mais dessa língua 
do que imagina! Confie em mim e principalmente em seu potencial! 
Com relação à banca examinadora, provavelmente será a Fundação 
Carlos Chagas (FCC), organizadora do último concurso. Trata-se de uma 
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banca tradicional em tribunais e que tem um jeito bem específico de cobrar o 
conteúdo! Conhecer a banca é fundamental para a sua aprovação! Sabendo 
disso, garanto um curso de qualidade e completo. Além de atendimento para 
cada aluno que solicitar via e-mail ou fórum de dúvidas. GRAMA 
 
OBJETIVO E CRONOGRAMA DO CURSO 
 
Este curso tem por objetivo trazer para os alunos o conteúdo teórico e 
auxiliá-los na resolução do maior número de questões FCC possível, 
baseado no último edital (2011). Tão logo saia o edital, o curso será atualizado 
para que atenda 100% ao exigido. 
A ideia das videoaulas é possibilitar um melhor aprendizado para aqueles 
estudantes que têm mais facilidade em aprender apenas com as aulas em PDF. 
Para que seja completo e satisfatório, proponho que o curso seja dividido 
da seguinte maneira, de acordo com o conteúdo programático do último edital: 
 
CRONOGRAMA 
AULA MATÉRIA LIBERAÇÃO 
0 Pontuação 03/03/2016 
1 
Intelecção de textos e Redação (confronto e 
reconhecimento de frases corretas e incorretas). 
11/03/2016 
2 Ortografia oficial. Acentuação gráfica. 22/03/2016 
3 
Flexão nominal e verbal. Emprego de tempos e modos 
verbais. Vozes do verbo. 
01/04/2016 
4 Pronomes: emprego, formas de tratamento e 
colocação. 
11/04/2016 
5 Concordância nominal e verbal. 21/04/2016 
6 
 
 7 
 
8 
 
 
 
Regência nominal e verbal. 
Uso da Crase 
 
Redação Oficial 
 
Revisão Geral FC 
 
 
02/05/2016 
 
12/05/2016 
 
23/05/2016 
 
 
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Desde já, coloco-me à disposição para qualquer dúvida ou esclarecimento, 
pelo e-mail: professorarafaelafreitas@gmail.com ou ainda pelo fórum de 
dúvidas. 
Vamos começar os nossos estudos! 
 
INTRODUÇÃO 
 
Queridos alunos, vamos iniciar agora o estudo de um conteúdo da Língua 
Portuguesa que é de extrema importância, sabem por quê? Vamos ver... 
 
- Saber pontuar com adequação um texto escrito fará com que você seja 
fiel não só às regras da gramática normativa (o que é bem importante para os 
concurseiros!), mas fará com que seu texto seja o mais fiel possível ao texto 
falado, quando transcrito para a escrita! Isso se dá porque a pontuação 
são sinais gráficos empregados na língua escrita a fim de tentar 
recuperar recursos específicos da fala, tais como: entonação, jogo de 
silêncio, pausas, expressões faciais, hesitações, gestos, etc... 
 
- Em concursos em que questões discursivas são cobradas, saber usar os 
sinais de pontuação é crucial!O texto deve ser coeso e coerente e um uso 
falho dos sinais de pontuação deixa a desejar nesse quesito e pode até 
arruinar o seu texto! 
 
- TODAS as bancas trazem questões sobre pontuação. 
 
- Nada como um texto bem pontuado para garantir ritmo e evitar 
ambiguidades (aquele duplo sentido indesejado que algumas frases assumem 
por conto de problemas de coesão, como má pontuação ou falta dela). 
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Vejamos exemplos disso: 
 
Você viu o professor Jonas? 
Você viu o professor, Jonas? 
 
Na segunda frase, a vírgula está isolando o vocativo Jonas, alterando 
completamente o sentido. Na primeira frase, o professor chama-se Jonas, na 
segunda, é para Jonas que o locutor pergunta onde está o professor. 
 O mesmo vai acontecer na segunda frase a seguir, com o vocativo minha 
mãe: 
Por favor, ouça minha mãe. 
Por favor, ouça, minha mãe. 
 
A vírgula tem o poder de mudar o sentido de uma frase! 
 
Relembrando... VOCATIVO: palavra ou expressão usada para 
invocar, chamar o interlocutor. 
 
O texto que segue é de um autor desconhecido. Trata de forma bem 
humorada o quanto uma pontuação diferente pode modificar o sentido de um 
mesmo texto. Leia: 
 
³8P�KRPHP�ULFR�HVWDYD�PXLWR�PDO��3HGLX�SDSHO�H�SHQa. Escreveu assim: 
 
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a 
conta do alfaiate nada dou aos pobres. 
 
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna? Eram 
quatro os possíveis contemplados. 
 
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1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: 
 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a 
conta do alfaiate. Nada dou aos pobres. 
 
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: 
 
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a 
conta do alfaiate. Nada dou aos pobres. 
 
3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga 
a conta do alfaiate. Nada dou aos pobres. 
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta 
interpretação: 
 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga 
a conta do alfaiate? Nada! Dou aos pobres. 
 
$VVLP�p�D�YLGD��1yV�p�TXH�FRORFDPRV�D�SRQWXDomR��(�LVVR�ID]�D�GLIHUHQoD�´ 
 
 
 
 
Vamos seguir com os nossos estudos trabalhando cada um dos sinais de 
pontuação, como usá-los e como eles são cobrados nas provas. 
 
1. Ponto (.) 
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Caracteriza-se por indicar uma pausa maior no discurso, pautando-se 
pelas seguintes finalidades: 
 
a) Indicar o final de uma frase declarativa: 
Exemplo: Fiz todo o trabalho. 
b) Separar períodos entre si: 
Exemplo: Levantei cedo. Fiz o café bem rápido. 
c) Nas abreviaturas: 
Exemplo: Av. (avenida), V.Ex.ª (vossa exelência) obs. (observação), 
Rev.mo (reverendíssimo). 
 
 
Os símbolos referentes às unidades do sistema métrico decimal e aos 
elementos químicos não são acompanhados do ponto-final. 
Exemplos: Kg, m, cm, Hg, Au, K, Pb, dentre outros. 
 
2. Dois pontos (:) 
Usamos os dois pontos para: 
a) Iniciar a fala de um personagem: 
Exemplo: 
Então o homem respondeu: 
- Parta agora 
 
b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações e sequência 
de palavras que explicam, resumem ideias anteriores. 
Exemplo: O material necessário é: lápis, borracha, caneta com corpo 
transparente. 
 
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Relembrando... APOSTO é um termo ou expressão que se une a 
outro para explicá-lo ou especificá-lo. 
 
c) Antes de citação, para reportar um discurso alheio: 
([HPSOR��&RPR�Mi�GL]LD�9LQLFLXV�GH�0RUDHV��³4XH�R�DPRU�QmR�VHMD�HWHUQR�
SRVWR�TXH�p�FKDPD��PDV�TXH�VHMD�LQILQLWR�HQTXDQWR�GXUH´ 
d) Demarcar uma explicação ou sequência. 
 
Ex: Eram muitos os requisitos para o pleito daquela vaga de emprego: possuir 
um ano de experiência no cargo, ter habilitação e disponibilidade de horário. 
 
 
O estudo da sintaxe e da morfologia da Língua Portuguesa é a base para 
se compreender de maneira completa e satisfatória a pontuação. Vale dar uma 
olhada novamente, alunos, para lembrar com mais detalhes certos conteúdos 
como, o que é um aposto, vocativo, orações coordenadas, orações 
subordinadas, etc. 
PARA AJUDAR, no final desta aula, vocês podem encontrar um quadro 
com o resumo das orações coordenadas e subordinadas. Não deixem de 
consultar! 
 
 
3. Reticências (...) 
 
Usamos reticências para: 
 
a) Indicar dúvidas ou hesitação do falante. 
Exemplo: Sabe... é... eu queria te dizer que... esquece. 
b) Interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta: 
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Exemplo: Agora não posso te ajudar, quem sabe mais tarde... 
 
Nesse caso, é como se ficasse algo por dizer propositalmente, até 
mesmo para evitar a repetição. A frase ficaria completa se continuasse 
assim: eu possa te ajudar. 
 
c) O fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de 
sugerir prolongamento de ideia. 
([HPSOR�� ³6XD� WH]�� DOYD� H� SXUD� FRPR� XP� IRFR� GH� DOJRGmR�� WLQJLD-se na 
face duns longes cor-de-URVD���´�&HFtOLD�0HLUHOes 
 
O prolongamento de ideia que se dá é poder-se imaginar a face 
rosada, por estar envergonhada. É deixar algo por imaginar ao invés 
de dizer! 
Assim: estou tão nervosa que na hora que eu te encontrar.... (fica 
na imaginação!). 
 
d) Indicar supressão de palavra(s) numa frase transcrita. Este é um 
recurso comum, quando o texto transcrito é muito longo e deseja-se diminuí-
lo. 
([HPSOR�� ³4XDQGR�SHQVR�HP�YRFr�������PHQRV�D� IHOLFLGDGH´� �&DQWHLURV� ± 
Raimundo Fagner) 
 
4. Ponto e vírgula ( ; ): 
 
Costumamos dizer que representa uma pausa maior que a vírgula e um pouco 
menor que o ponto-final, sem, contudo, encerrar o período. O ponto e vírgula é 
usado para: 
a) Separar orações em períodos muito extensos, principalmente se 
em uma delas já houver a presença da vírgula. 
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Exemplo: Dos mais de cem funcionários daquela empresa, apenas uma 
pequena porcentagem não concordou com as recentes decisões; o restante, 
todos aderiram às novas ideias.b) Separar orações coordenadas assindéticas (que não são ligadas 
por conjunção) que exprimam relações de sentido entre si. 
 
Exemplo: As queimadas destruíram a vegetação; todos os animais 
silvestres foram mortos. 
 
c) Substituir, de modo facultativo (ou seja, apenas se você 
quiser), a vírgula em orações coordenadas sindéticas adversativas. 
 
Exemplo: Não concordava com as opiniões dos colegas; contudo, 
respeitava-as. 
 
d) Separar orações coordenadas sindéticas conclusivas, sendo que as 
conjunções se encontram pospostas ao verbo. 
 
Exemplo: A família era responsável pela garota; precisava, portanto, de 
protegê-la em todas as circunstâncias. 
 
e) Separar itens de uma enumeração e artigos relacionados a decretos, 
sentenças, petições, dentre outros. 
 
Exemplo: 
 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
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inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos 
desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei; 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
[...] 
 
Constituição Federal de 1988. 
 
5. Ponto de interrogação ( ? ) 
 
Utilizado no final das frases interrogativas diretas, pode indicar também 
outros sentimentos por parte do emissor, tais como: surpresa, indignação ou 
revelando uma expectativa diante de um determinado contexto linguístico. 
 
Exemplos: 
 
O quê? Não trouxe a encomenda que lhe pedi? 
Aqui, não se espera uma resposta para a pergunta. Quem perguntou já 
sabe a resposta e se apresenta com indignação através da pergunta. 
Por que não compareceu à festa de aniversário? 
Aqui sim é uma pergunta direta e espera-se uma resposta. 
 
6. Ponto de exclamação ( ! ): 
 
Usado nas seguintes circunstâncias: 
 
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a) Depois de frases que retratem ordem, indiquem espanto, admiração, 
surpresa, dentre outros sentimentos. 
Exemplos: 
 
Nossa! Não esperava vê-lo aqui. 
Tenha confiança! Obterás um ótimo resultado. 
 
b) Após interjeições e vocativos. 
Exemplos: 
Ah! Não me venha com este discurso fútil. (ah = vocativo) 
Já sei! Foi você, garotinho esperto! (garotinho esperto = vocativo) 
 
c) Diante de frases que exprimam desejo. 
Exemplos: 
 
Guarda-me Senhor! 
Que Deus o abençoe! 
 
 
 
 
- Quando o sentido proferido pelo discurso prescindir ao mesmo tempo de 
interrogação e exclamação, poderão ser utilizados ambos os sinais. 
 
Ex: Eu falar com ele?! Nem pensar. 
 
 
d) Quando se desejar enfatizar ainda mais o sentimento de alguma palavra do 
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texto, haverá a possibilidade de repetir o ponto de exclamação. 
 
Exemplo: Não!!! Já disse que não irei. 
 
 
 
 
7. Travessão ( - ) 
 
Atribui-se a este sinal a função de: 
 
a) Indicar a fala de um determinado personagem ou a mudança de interlocutor 
nos diálogos: 
 
Exemplo: 
 
- Quando voltarás para cá? 
Seu amigo respondeu: 
- Não sei, por enquanto prefiro ficar por aqui, pois estou investindo muito 
na minha vida profissional. 
 
b) Enfatizar uma palavra, frase ou expressão. 
 
Exemplo: Era somente este o objetivo de Carlos ± concluir sua graduação 
e seguir carreira militar. 
 
d) Separar orações intercaladas em substituição à virgula ou ao parênteses. 
 
Exemplo: São Paulo ± considerada a maior metrópole brasileira ± enfrenta 
problemas de naturezas distintas. 
 
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���$VSDV���³���³� 
 
Hoje em dia, as aspas têm sido muito usadas. Veja em quais situações: 
a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma padrão, como 
gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões 
populares. 
Exemplos: 
e�XP�SUD]HU�RXYLU�RV�³FDXVRV´�PLQHLURV���YDULDomR�UHJLRQDO�GD�IDOD� 
&RQYHUVDQGR�FRP�R�PHX�VXSHULRU��GHL�D�HOH�XP�³IHHGEDFN´�GR�VHUYLoR�D�
mim requerido. (estrangeirismo) 
$K��LVVR�Mi�p�XPD�TXHVWmR�GH�³TXHUrQFLD´���GLDOHWR�FDLSLUD�T�QHRORJLVPR� 
 
b) Indicar uma citação textual 
([HPSOR�� ³,D� YLDMDU�� 9LDMHL�� 7ULQWD� H� TXDWUR� YH]HV�� jV� SUHVVDV�� EXIDQGR��
FRP�WRGR�VDQJXH�QD�IDFH��GHVIL]�H�UHIL]�D�PDOD´���2�SUD]HU�GH�YLDMDU�± Eça de 
Queirós) 
 
 
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a 
XWLOL]DomR�GH�QRYDV�DVSDV��HVWDV�VHUmR�VLPSOHV���µ��� 
 
Em caso de redação: 
O uso mais comum das aspas em redação é em citações. As bancas de 
correção valorizam bastante esse recurso, pois mostra conhecimento de 
mundo por parte do candidato e capacidade de dialogar com outras áreas 
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do conhecimento. Um texto com traz uma citação inteligente e coerente com 
o tema fica mais interessante e valorizado. 
Cuidado apenas com as gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, 
arcaísmos e expressões populares, não as utilizem em redações. Expressões 
assim não são bem-vindas em um texto dissertativo argumentativo. 
 
 
Deixei o mais legal e o que mais cai em provas de concurso para o 
final! Sim, as vírgulas que tantos alunos temem! Vamos vencer esse 
desafio? 
 
9. Vírgula ( , ) 
 
O sinal de pontuação com maior número de erros e também que vai te garantir 
a chance de ganhar aqueles pontinhos importantíssimos é a VÍRGULA. Sim, 
pois cai sempre nas provas! É usada para marcar uma pausa do enunciado 
com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de 
participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. 
 
Por exemplo: Adelaide, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena. 
 
A unidade sintática formada neste exemplo é Adelaide foi a ganhadora da 
Sena. O sintagma entre as vírgulas apenas adiciona informação à unidade 
sintática. 
 
 
Então... podemos concluir que, quando há uma relação sintática 
entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula! 
 
 
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NÃO se separam por vírgula: 
a) predicado de sujeito; 
b) objeto de verbo; 
c) adjunto adnominal de nome; 
d) complemento nominal de nome; 
e) predicativo do objeto do objeto; 
f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja 
apositiva nem apareça na ordem inversa) 
 
 
A vírgula no interior da oração 
 
É utilizada nas seguintes situações: 
a) Separar o vocativo. 
Exemplos: 
Maria, traga-me uma xícara de café. 
A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. 
 
b) Separar apostos. 
Exemplo: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem. 
 
c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. 
Exemplos: 
Chegando de viagem, procurarei por você. 
As pessoas, muitas vezes, são falsas. 
 
d) Separar elementos de uma enumeração. 
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Exemplo: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras. 
e) Isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo. 
Exemplo: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar 
para acertar a viagem. 
 
f) Separar conjunções intercaladas. 
Exemplo: Não havia, porém, motivo para tanta raiva. 
 
g) Separar o complemento pleonástico antecipado. 
Exemplo: A mim, nada me importa. 
 
h) Isolar o nome de lugar na indicação de datas. 
Exemplo: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. 
 
i) Separar termos coordenados assindéticos. 
Exemplo: "Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo 
compactua..." (Caetano Veloso) 
 
j) Marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). 
 
Exemplo: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (Omissão do verbo 
preferir) 
 
k) Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o 
uso da vírgula. 
Exemplos: 
Conversaram sobre futebol, religião e política. 
Não se falavam nem se olhavam. 
Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará. 
 
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Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a 
finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório. 
Exemplo: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de 
sétimo dia. 
 
A vírgula entre orações 
É utilizada nas seguintes situações: 
a) Separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. 
Exemplo: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio 
de Janeiro. 
 
b) Separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto 
as iniciadas pela conjunção e). 
Exemplos: 
Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. 
Estudou muito, mas não foi aprovado no exame. 
 
 
ATENÇÃO 
 
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e: 
 
1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. 
Exemplo: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais 
pobres. (ricos é o sujeito de uma oração e pobres da outra). 
2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase 
(polissíndeto). Exemplo: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 
 
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3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição 
(adversidade, consequência, por exemplo) Exemplo: Coitada! Estudou 
muito, e ainda assim não foi aprovada. 
 
c) Separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou 
reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal. 
Exemplo: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda 
mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho." (O selvagem - José de 
Alencar) 
 
d) Separar as orações intercaladas. 
Exemplo: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em 
estar plantando..." 
 
e) Separar as orações substantivas antepostas à principal. 
Exemplo: Quanto custa viver, realmente não sei. 
 
Vejamos essa questão da FCC 
 
(FCC/TRE-AP) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte 
período: 
(A) Certamente, os homens caçados pelo czar prefeririam que este, como 
outros caçadores, tomasse como alvo apenas alguma borboleta, ou uma 
andorinha, ou mesmo um macaco. 
(B) Macacos, borboletas, e andorinhas, são, para muita gente, 
interessantes alvos de caça, mas não para o índio jivaro, nem tampouco, para 
o czar naturalista. (C) Tanto Rubem Braga em sua crônica, quanto Drummond, 
em seu poema motivam uma ampla discussão, acerca do que se pode ou não 
classificar, como uma ação bárbara. 
(D) Nunca ocorreu, ao Sr. Matter, que, um índio jivaro, tivesse qualquer 
critério para escolher aquele, de quem reduziria a cabeça. 
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(E) A curiosidade do explorador Matter, não deixava de ser mórbida, mas 
por vezes, somos levados a apreciar a crueldade, sem pensar no que, esta, 
significa para a vítima. 
 
Comentário: A letra A é a única correta, pois nela a vírgula empregada 
após "Certamente" justifica-se pelo deslocamento desse adjunto adverbial. A 
expressão "como outros caçadores" tem caráter explicativo, por essa razão 
está entre vírgulas. 
Vamos entender por que as outras estão erradas e aproveitar para 
desenvolver algumas explicações: Letra B. Resposta incorreta. Em "Macacos, 
borboletas, e andorinhas", temos ação, razão pela qual se justifica o emprego 
da vírgula. Até aqui tudo bem. Porém, o emprego do conectivo "e" antes de 
"andorinhas" torna inadequado o emprego da última vírgula do trecho em 
análise. Erro comum acontece a seguir: a vírgula após "andorinhas" separa 
inadequadamente o sujeito do predicado. O correto seria: "Macacos, 
borboletas e andorinhas são, para muita gente, interessantes alvos (...)". A 
expressão "para muita gente" apareceu corretamente isolada por vírgulas uma 
vez que possui caráter explicativo. Já a vírgula após "tampouco" foi empregada 
incorretamente. Não há justificativa para o emprego desse sinal de pontuação. 
A expressão "nem tampouco" pertence à fala, e as regras gramaticais 
SUHVFUHYHP� R� HPSUHJR� GH� �WDPSRXFR�� XQLFDPHQWH�� VHP� R� ³QHP´��
Reescrevendo de maneira correta, teríamos: "Macacos, borboletas e 
andorinhas são, para muita gente, interessantes alvos de caça, mas não para o 
índio jivaro, tampouco para o czar naturalista". Letra C. Resposta incorreta. 
Em "Tanto Rubem Braga em sua crônica, quanto Drummond, em seu poema 
motivam (...)", a expressão "em sua crônica" possui caráter explicativo, por 
isso deveria ter sido isolada por vírgulas. O mesmo ocorre com a expressão 
"em seu poema": "Tanto Rubem Braga, em sua crônica, quanto Drummond, 
em seu poema, motivam (...)". Por sua vez, a vírgula após "discussão" separa-
o inadequadamente de seu complemento "acerca do que se pode ou não 
classificar". Já a vírgula empregada após a forma verbal "classificar" foi 
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empregada inadequadamente por separar esse elemento de seu complemento 
"como uma ação bárbara". Letra D. Resposta incorreta. O período apresenta 
vários problemas. A forma verbal "ocorreu" não pode ser separada do objeto 
indireto "ao Sr. Matter": "Nunca ocorreu ao Sr. Matter (...)". Por sua vez, a 
expressão "que um índio jivaro tivesse qualquer critério para escolher aquele 
de quem reduziria a cabeça" desempenha a função de sujeito oracional do 
verbo "ocorrer". A visualização fica melhor na ordem direta: Que um índio 
jivaro tivesse qualquer critério para escolher aquele de quem reduziria a 
cabeça nunca ocorreu ao Sr. Matter. Para facilitar ainda mais a visualização, 
podemos substituir o sujeito oracional por "isso": Isso nunca ocorreu ao Sr. 
Matter. Logo, a vírgula antes da conjunção integrante "que" foi empregada 
incorretamente. Na estrutura do sujeito oracional, também há alguns erros de 
pontuação, a saber: as vírgulas que isolam o trecho "um índio jivaro" devem 
ser retiradas; a segunda vírgula separa o sujeito "um índio jivaro" do 
predicado "tivesse qualquer critério"; e a vírgula após "aquele" foi empregada 
incorretamente, pois "de quem reduziria a cabeça" é uma oração subordinada 
adjetiva restritiva, razão por que não deve haver o emprego de vírgula. O 
período estaria corretamente pontuado da seguinte forma: "Nunca ocorreu ao 
Sr. Matter que um índio jivaro tivesse qualquer critério para escolher aquele de 
quem reduziria a cabeça". Letra E. Resposta incorreta. A primeira vírgula, 
empregada após "Matter", separa o sujeito de seu predicado, causando erro na 
construção. Por sua vez, a expressão "por vezes" tem caráter explicativo, 
razão por que deveria ter sido isolada por vírgulas. Por fim, no trecho "sem 
pensar no que, esta, significa para a vítima.", não há justificativa para isolar o 
pronome "esta" entre vírgulas. Portanto, a pontuação estaria correta da 
seguinte forma: "A curiosidade do explorador Matter não deixava de ser 
mórbida, mas, por vezes, somos levados a apreciar a crueldade, sem pensar 
no que esta significa para a vítima". GABARITO: A 
 
 
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Agora vai um dica perigosa! Rsrs! 
Sempre que você tiver dúvida, em uma questão discursiva, 
recomenda-se como bom senso, não usar a vírgula, pois, não usá-la 
caracteriza um pecado menor do que o uso indevido. Se você não usar 
a vírgula onde ela é necessária, pode ter sido esquecimento, porém 
colocá-la a mais é considerado desvio das normas da gramática. 
 
A partir daqui, eu proponho uma lista de exercícios para fixar as regras, 
compreender e praticar o conteúdo dado. Antes disso, deixo um texto sobre 
vírgulas para demonstrar o tamanho da importância delas. Bons estudos! 
 
O USO BEM HUMORADO DA VÍRGULA 
 
Vírgula pode ser uma pausa... ou não. 
Não, espere. 
Não espere. 
Ela pode sumir com seu dinheiro. 
23,4. 
2,34. 
Pode ser autoritária. 
Aceito, obrigado. 
Aceito obrigado. 
Pode criar heróis. 
Isso só, ele resolve. 
Isso só ele resolve. 
E vilões. 
Esse, juiz, é corrupto. 
Esse juiz é corrupto. 
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Ela pode ser a solução. 
Vamos perder, nada foi resolvido. 
Vamos perder nada, foi resolvido. 
A vírgula muda uma opinião. 
Não queremos saber. 
Não, queremos saber. 
Uma vírgula muda tudo. 
 
 
 
 
Caipiradas 
 
A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar 
e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma 
pessoa está acostumada com o que é prescrito de maneira tirânica pelas 
modas ± moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na 
dança, nos espetáculos, na gíria. A moda logo passa; por isso, a gente da 
cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como 
consequência, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que não 
mudaram tanto assim; que usam roupa como a de dez anos atrás e 
respondem a um cumprimento com certa fórmula desusada; que não sabem 
qual é o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em 
contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é 
atrasada e portanto meio ridícula. 
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Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está 
saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas 
sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas 
caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes, 
conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e 
usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco. 
Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral está mudando 
depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar 
mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou. 
O que há é impulso adquirido, resto, repetição ± ou paródia e imitação 
deformada, mais ou menos parecida. Há, registre-se, iniciativas culturais com 
o fito de fixar o que sobra de autêntico no mundo caipira. É o caso do disco 
Caipira. Raízes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que será 
altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura tão especial, e 
já quase extinta. 
(Adaptado de Antonio Candido, Recortes) 
 
01. (TRT/16ª REGIÃO ± FCC) Há justificativa para esta seguinte 
alteração de pontuação, proposta para o segmento final do primeiro parágrafo: 
(A) o citadino diz que ela é caipira querendo dizer que é atrasada; e 
portanto, meio ridícula. 
(B) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer, que é atrasada, e, 
portanto, meio ridícula. 
(C) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é atrasada e, 
portanto, meio ridícula. 
(D) o citadino diz: que ela é caipira, querendo dizer: que é atrasada, e 
portanto meio ridícula. 
(E) o citadino diz que ela é caipira querendo dizer: que é atrasada, e 
portanto, meio ridícula. 
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Comentário: o tUHFKR� ILQDO� GR� SULPHLUR� SDUiJUDIR� p�� ³TXDQGR� HQWUD� HP�
contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer 
que é atrasada e portanto meio ridícula�´�� $� ~QLFD� SRVVLELOLGDGH� GH�
UHHVFULWD�p�D�GD�DOWHUQDWLYD�&��FRORFDQGR�R�³SRUWDQWR´�HQWUH vírgulas, já que é 
uma conjunção intercalada. Para usar os dois pontos seria necessário fazer 
assim: 
2�FLWDGLQR�GL]��³HOD�p�FDLSLUD´��TXHUHQGR�GL]HU��³HOD�p�DWUDVDGD´�H�SRUWDQWR�
meio ridícula. 
Usando as aspaspara marcar as falas e tirando a conjunção que. 
GABARITO: C 
 
Leia: 
Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um 
artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A 
razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo 
idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os 
heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de 
mamulengos. Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu 
completo e definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista 
procedeu por uma sucessão de tentativas erradas. 
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe. Um dos traços 
mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin certa 
vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O 
público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito. O vestuário da 
personagem - fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas 
escarrapachadas, cartolinha - também se fixou pelo consenso do público. Certa 
vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica 
cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin 
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eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a 
unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito. 
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não 
contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de 
elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o 
dandismo do grotesco. 
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas 
de cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece 
nessas estupendas obras-primas de humor que são O garoto, Em busca do 
ouro e O circo. 
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento 
psicológico. Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, 
lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos 
artistas medíocres que condescendem com o fácil gosto do público. Aqui é que 
começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se 
vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua 
originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua 
inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível 
humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator 
comum de todas as expressões humanas. 
�$GDSWDGR�GH��0DQXHO�%DQGHLUD��³2�KHURtVPR�GH�&DUOLWR´�Crônicas da província do 
Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 219-20) 
 
02. (SEFAZ-PE ± 2014 - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - FCC) 
Atente para as afirmações sobre pontuação feitas abaixo a partir de segmentos 
transcritos do texto. 
I. ... seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas 
medíocres que condescendem com o fácil gosto do público. Uma vírgula 
poderia ser colocada imediatamente depois de medíocres, sem alteração do 
sentido da frase. 
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II. O vestuário da personagem - fraquezinho humorístico, calças 
lambazonas, botinas escarrapachadas, cartolinha - também se fixou pelo 
consenso do público. Os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, 
sem prejuízo para a clareza e a correção. 
III. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada 
de um tabético. A colocação de vírgulas para isolar o segmento certa vez 
implicaria prejuízo para a clareza e a correção. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I e II 
(B) II. 
(C) I. 
(D) I e II. 
(E) III. 
 
Comentário: apenas a II está correta. Vamos ver o problema das outras: 
I. ... seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas 
medíocres que condescendem com o fácil gosto do público. Uma vírgula 
poderia ser colocada imediatamente depois de medíocres, sem alteração do 
sentido da frase. ± Não. Se for colocada uma vírgula após medíocres, a 
oração a seguir deixa de ser restritiva e passa a ser explicativa, 
alterando o sentido. 
III. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada 
de um tabético. A colocação de vírgulas para isolar o segmento certa vez 
implicaria prejuízo para a clareza e a correção. ± Não. Isolar certa vez com 
vírgulas não altera a correção e nem a clareza da frase, deveria ter 
sido feito por ser um adjunto adverbial que, antecipado ou intercalado, 
deve ser isolado por vírgulas. 
GABARITO: B 
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A cultura brasileira em tempos de utopia 
 
Durante os anos 1950 e 1960 a cultura e as artes brasileiras expressaram 
as utopias e os projetos políticos que marcaram o debate nacional. Na década 
de 1950, emergiu a valorização da cultura popular, que tentava conciliar 
aspectos da tradição com temas e formas de expressão modernas. No cinema, 
por exemplo, Nelson Pereira dos Santos, nos seus filmes Rio, 40 graus 
(1955) e Rio, zona norte (1957) mostrava a fotogenia das classes populares, 
denunciando a exclusão social. Na literatura, Guimarães Rosa publicou Grande 
sertão: veredas (1956) e João Cabral de Melo Neto escreveu o poema Morte 
e vida Severina - ambos assimilando traços da linguagem popular do 
sertanejo, submetida ao rigor estético da literatura erudita. 
Na música popular, a Bossa Nova, lançada em 1959 por Tom Jobim e João 
Gilberto, entre outros, inspirava-se no jazz, rejeitando a música passional e a 
interpretação dramática que se dava aos sambas-canções e aos boleros que 
dominavam as rádios brasileiras. A Bossa Nova apontava para o despojamento 
das letras das canções, dos arranjos instrumentais e da vocalização, para 
PHOKRU�H[SUHVVDU�R�³%UDVLO�PRGHUQR´�� 
Já a primeira metade da década de 1960 foi marcada pelo encontro entre 
a vida cultural e a luta pelas Reformas de Base. Já não se tratava mais de 
buscar apenas uma expressão moderna, mas de pontuar os dilemas brasileiros 
e denunciar o subdesenvolvimento do país. Organizava-se, assim, a cultura 
engajada de esquerda, em torno do Movimento de Cultura Popular do Recife e 
do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), num 
processo que culminaria no Cinema Novo e na canção engajada, base da 
moderna música popular brasileira, a MPB. 
(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino 
médio. São Paulo: Atual, 2013, p. 738) 
 
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03. (TRT 1ª - 2014 - Analista Judiciário ± FCC) A pontuação está 
plenamente adequada na seguinte frase: 
(A) Ficam claras no texto, as contribuições que a cultura e a política dãouma à outra, pelas quais, toda manifestação artística pode também, ser vista 
como manifestação histórica. 
(B) Houve um momento, agudo na nossa história, em que por razões 
políticas, artistas foram levados à criação de obras que se pretendiam 
engajadas, em determinadas lutas de classe. 
(C) Além da dramaticidade própria de certos gêneros musicais a Bossa 
Nova repudiava também, a interpretação excessivamente exaltada, de alguns 
cantores. 
(D) Assim como João Cabral, Guimarães Rosa também adotou, em seus 
textos primorosos uma articulação entre elementos da cultura popular, e da 
cultura clássica ou erudita. 
(E) Inspirados no jazz, segundo afirmam alguns críticos musicais, Tom 
Jobim e João Gilberto criaram e difundiram, ao longo dos anos 60, o ritmo e as 
canções da então chamada Bossa Nova. 
 
Comentário: as alternativas A, B, C e D apresentam problemas no uso das 
vírgulas. Marquei em vermelho as vírgulas que foram usadas erradas e em 
verde as que eu coloquei. 
(A) Ficam claras no texto, as contribuições que a cultura e a política dão 
uma à outra, pelas quais, toda manifestação artística pode, também, ser vista 
como manifestação histórica. 
(B) Houve um momento, agudo na nossa história, em que, por razões 
políticas, artistas foram levados à criação de obras que se pretendiam 
engajadas, em determinadas lutas de classe. 
(C) Além da dramaticidade própria de certos gêneros musicais, a Bossa 
Nova repudiava, também, a interpretação excessivamente exaltada, de alguns 
cantores. 
 
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(D) Assim como João Cabral, Guimarães Rosa também adotou, em seus 
textos primorosos, uma articulação entre elementos da cultura popular, e da 
cultura clássica ou erudita. 
GABARITO: E 
 
DEPOIMENTO 
 
Fernando Morais (jornalista) 
 
O que mais me surpreendia, na Ouro Preto da infância, não era o ouro dos 
altares das igrejas. Nem o casario português recortado contra a montanha. 
Isso eu tinha de sobra na minha própria cidade, Mariana, a uma légua dali. O 
espantoso em Ouro Preto era o Grande Hotel - um prédio limpo, reto, liso, um 
monólito branco que contrastava com o barroco sem violentá-OR��(UD�³R�+RWHO�
GR�1LHPH\HU´��GL]LDP��'HVOXPEUDGR�FRP�D�FRQVWUXomR��HX�DFUHGLWDYD�TXH�VHX�
criador (que supunha chamar-VH�³1HL�0DLD´�� IRVVH�PLQHLUR� - um marianense, 
quem sabe? 
A suspeita aumentou quando, ainda de calças curtas, mudei-me para Belo 
Horizonte. Era tanto Niemeyer que ele só podia mesmo ser mineiro. No bairro 
GH�6DQWR�$QW{QLR�ILFDYD�R�&ROpJLR�(VWDGXDO��D�FDL[D�G¶iJXD�HUD�R�OiSLV��R�SUpGLR�
das classes tinha a forma de uma régua, o auditório era um mata- borrão). 
Numa das pontas da vetusta Praça da Liberdade, Niemeyer fez pousar 
suavemente uma escultura de vinte andares de discos brancos superpostos, 
um edifício de apartamentos cujo nome não me vem à memória. E, claro, tinha 
a Pampulha: o cassino, a casa do baile, mas principalmente a igreja. 
Com o tempo cresceram as calças e a barba, e saí batendo perna pelo 
mundo. E não parei de ver Niemeyer. Vi na França, na Itália, em Israel, na 
Argélia, nos Estados Unidos, na Alemanha. Tanto Niemeyer espalhado pelo 
planeta aumentou minha confusão sobre sua verdadeira origem. E hoje, quase 
PHLR� VpFXOR� GHSRLV� GR� DOXPEUDPHQWR� SURGX]LGR� SHOD� YLVmR� GR� ³+RWHO� GR� 1HL�
0DLD´��FRQWLQXR�VHP�VDEHU�RQGH�HOH�QDVFHX��0HVPR�WHQGR�YLVWo um papel que 
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prova que foi na Rua Passos Manuel número 26, no Rio de Janeiro, estou 
convencido de que lá pode ter nascido o corpo dele. A alma de Oscar 
Niemeyer, não tenham dúvidas, é mineira. 
(Adaptado de: MORAIS, Fernando. Depoimento. In: SCHARLACH, Cecília (coord.). 
Niemeyer 90 anos: poemas testemunhos cartas. São Paulo: Fundação Memorial da 
América Latina, 1998. p. 29) 
 
04. (TRF/1 - 2014 ± Analista Judiciário ± Apoio ± FCC) No último 
parágrafo, as aspas são utilizadas para destacar o 
(A) nome indevido que na infância o jornalista atribuía ao criador do 
prédio 
(B) apelido com que o arquiteto era conhecido em sua terra de origem. 
(C) modo correto de se pronunciar o sobrenome do arquiteto. 
(D) título do papel que prova o local de nascimento do jornalista. 
(E) jeito correto de escrever o nome do hotel cinquenta anos antes. 
 
Comentário: com a leitura atenta do texto, não só do último parágrafo, 
podemos perceber que a aspas foram usadas (também no primeiro parágrafo) 
para marcar a forma errada como o jornalista se referia, na infância, a 
Niemeyer. 
GABARITO: A 
 
QUANDO A CRASE MUDA O SENTIDO 
 
Muitos deixariam de ver a crase como bicho-papão se pensassem nela 
como uma ferramenta para evitar ambiguidade nas frases. 
Luiz Costa Pereira Junior 
 
O emprego da crase costuma desconcertar muita gente. A ponto de ter 
gerado um balaio de frases inflamadas ou espirituosas de uma turma 
UHQRPDGD��2�SRHWD�)HUUHLUD�*XOODU��SRU�H[HPSOR��p�DXWRU�GD�VHQWHQoD�³$�FUDVH�
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QmR� IRL� IHLWD� SDUD� KXPLOKDU� QLQJXpP´�� PDUFR� GD� WROHUância gramatical ao 
acento gráfico. O escritor Moacyr Scliar discorda, em uma deliciosa crônica 
³7URSHoDQGR�QRV�DFHQWRV´��H�DILUPD�TXH�D�FUDVH�IRL�IHLWD��VLP��SDUD�KXPLOKDU�DV�
pessoas; e o humorista Millôr Fernandes, de forma irônica e jocosa, é taxativo: 
³HOD�QmR�H[LVWH�QR�%UDVLO´�� 
O assunto é tão candente que, em 2005, o deputado João Herrmann Neto 
propôs abolir esse acento do português do Brasil por meio do projeto de lei 
������� SRLV� R� FRQVLGHUDYD� ³VLQDO� REVROHWR�� TXH� R� SRYR� Mi� IH]� PRUUHU´��
Bombardeado, na ocasião, por gramáticos e linguistas que o acusavam de 
querer abolir um fato sintático como quem revoga a lei da gravidade, 
Herrmann logo desistiu do projeto. 
A grande utilidade do acento de crase no a, entretanto, que faz com que 
seja descabida a proposta de sua extinção por decreto ou falta de uso, é: crase 
é, antes de mais nada, um imperativo de clareza. Não raro, a ambiguidade se 
dissolve com a crase - em outras, só o contexto resolve o impasse. Exemplos 
de casos em que a crase retira a dúvida de sentido de uma frase, lembrados 
por Celso Pedro Luft no hoje clássico Decifrando a crase: cheirar a gasolina X 
cheirar à gasolina; a moça correu as cortinas X a moça correu às cortinas; o 
homem pinta a máquina X o homem pinta à máquina; referia-se a outra 
mulher X referia-se à outra mulher. 
O contexto até se encarregaria, diz o autor, de esclarecer a mensagem; 
um usuário do idioma mais atento intui um acento necessário, garantido pelo 
contexto em que a mensagem se insere. A falta de clareza, por vezes, ocorre 
na fala, não tanto na escrita. Exemplos de dúvida fonética, sugeridos por 
)UDQFLVFR� 3ODWmR� 6DYLROL�� ³$� QRLWH� FKHJRX´�� ³HOD� FKHLUD� D� URVD´�� ³D� SROtFLD�
UHFHEHX�D�EDOD´��6HP�R�VLQDO�GLDFUtWLFR��FRQVWUXo}HV�FRPR�HVVDV�VHUmR�VHPSUH�
ambíguas. Nesse sentido, a crase pode ser antes um problema de leitura do 
que prioritariamente de escrita. 
(Adaptado de: PEREIRA Jr., Luiz Costa.Revista Língua portuguesa, ano 4, n. 48. São 
Paulo: Segmento, outubro de 2009. p. 36-38) 
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05. (TRF/1 - 2014 ± Analista Judiciário ± Apoio ± FCC) A melhor 
H[SOLFDomR�SDUD�R�XVR�GD�YtUJXOD��QD�IUDVH�GR�~OWLPR�SDUiJUDIR�³1HVVH�VHQWLGR��
a crase pode ser antes um problema de leitura do que prioritariamente de 
HVFULWD´��p�� 
�$��³$V�RUDo}HV�FRRUGHQDGDV�DGLWLYDV�OLJDGDV�SHOD�FRQMXQomR�e devem ser 
separadas por vírgula se os sujeitos forem diferentes. Se o sujeito for o 
mesmo, não há o uso da vírgula, presume-VH´�� 
�%�� ³$V� RUDo}HV� DGYHUELDLV�� GHVHQYROYLGDV� RX� UHGX]LGDV�� SRGHP� LQLFLDU� R�
período, findá-lo ou interpor-se na oração principal. Quase sempre aparecem 
VHSDUDGDV�RX�LVRODGDV�SRU�YtUJXOD´�� 
�&�� ³2� YRFDWLYR� p� XP� WHUPR� UHODFLRQDGR� FRP� D� IXQomR� IiWLFD� GD�
linguagem; como regra, isola-VH�SRU�YtUJXOD´�� 
�'�� ³$� GDWDomR� TXH� VH� VHJXH� D� QRPHV� GH� GRFXPHQWRV�� SHULyGLFRV�� DWRV�
normativos, locais etc., como regra geral, separa-se ou isola-VH�SRU�YtUJXOD´�� 
�(��³e�FRPXP�YLU� LVRODGR�SRU�YtUJXOD�R�YRFiEXOR�RX�H[SUHVVmR�FRP�YDORU�
retificativo ou explanatório, embora, às vezes, possa aparecer sem esse sinal 
GH�SRQWXDomR´�� 
 
&RPHQWiULR��$�H[SUHVVmR�³QHVVH�VHQWLGR´ é explanatória, explicativa, por 
tanto pode ser separada por vírgula. 
GABARITO: E 
 
Leia: 
Antônio Vieira é, desde o século XVII, um modelo de nosso idioma, a 
ponto de Fernando Pessoa, na Mensagem, chamá-OR�GH�³,PSHUDGRU�GD� OtQJXD�
SRUWXJXHVD´�� (P� XPD� GH� suas principais obras, o Sermão da Sexagésima, 
ensina como deve ser o estilo de um texto: 
³$SUHQGDPRV� GR� FpX� R� HVWLOR� GD� GLVSRVLomR�� H� WDPEpP� R� GDV� SDODYUDV��
Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito 
distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e 
 
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muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas são 
muito distintas, e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e 
muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem, e tão alto que 
tenham muito que entender nele os que sabem. O rústico acha documentos 
nas estrelas para sua lavoura, e o mareante para sua navegação, e o 
matemático para as suas observações e para os seus juízos. De maneira que o 
rústico e o mareante, que não sabem ler nem escrever, entendem as estrelas, 
e o matemático que tem lido quantos escreveram não alcança a entender 
TXDQWR�QHODV�Ki�´� 
Vieira mostra com as estrelas o que sejam a distinção e a clareza. Não são 
discordantes, como muitos de nós pensamos: uma e outra concorrem para o 
mesmo fim. Nada mais adequado que, ao tratar de tais virtudes do discurso, 
fizesse uso de comparação. Este procedimento Quintiliano, no século II d.C., já 
considerava dos mais aptos para conferir clareza, uma vez que estabelece 
similaridades entre algo já sabido pelo leitor e aquilo que se lhe quer elucidar. 
Aqui, compara o bom discurso ao céu, que é de todos conhecido. 
(Tales Ben Daud, inédito) 
 
06. (TRF/4 - 2014 ± Analista Judiciário ± Apoio ± FCC) Quanto à 
pontuação, atente para as afirmações abaixo: 
I. No segmento Não são discordantes, como muitos de nós pensamos: 
uma e outra concorrem..., os dois-pontos introduzem uma oposição ao que 
vinha sendo dito na frase. 
II. Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido original, a 
vírgula imediatamente após "disposição", em Aprenda- mos do céu o estilo da 
disposição, e também o das palavras, não pode ser suprimida. 
III. No segmento ... e o mareante para sua navegação... uma vírgula 
poderia ser acrescentada imediDWDPHQWH�DSyV�³PDUHDQWH´��XPD�YH]�TXH�DOL�VH�
VXEHQWHQGH�D�H[SUHVVmR�³DFKD�GRFXPHQWRV´�� 
Está correto o que consta APENAS em 
(A) II. 
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(B) II e III. 
(C) I e III. 
(D) I e II. 
(E) III. 
 
Comentário: Vamos analisar cada assertiva: 
I. No segmento Não são discordantes, como muitos de nós pensamos: 
uma e outra concorrem..., os dois-pontos introduzem uma oposição ao que 
vinha sendo dito na frase. ± Não, os dois pontos introduzem a explicação 
do que foi falado anteriormente: a distinção e a clareza não são 
discordantes. 
II. Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido original, a 
vírgula imediatamente após "disposição", em Aprendamos do céu o estilo da 
disposição, e também o das palavras, não pode ser suprimida. ± Sim. A 
vírgula não pode ser suprimida, pois isola uma informação diferente, 
que funciona como aposto. 
III. No segmento ... e o mareante para sua navegação... uma vírgula 
SRGHULD�VHU�DFUHVFHQWDGD�LPHGLDWDPHQWH�DSyV�³PDUHDQWH´��XPD�YH]�TXH�DOL�VH�
VXEHQWHQGH� D� H[SUHVVmR� ³DFKD� GRFXPHQWRV´�� ± Sim. ³2� U~VWLFR� DFKD�
documentos nas estrelas para sua lavoura, e o mareante (acha 
GRFXPHQWRV��SDUD�VXD�QDYHJDomR´�� 
GABARITO: B 
 
Vaidade do humanismo 
 
A vaidade, desde sua etimologia latina vanitas, aponta para o vazio, para 
o sentimento que habita o vão. Mas é possível tratar dela com mais 
condescendência do que os moralistas rigorosos que costumam condená-la 
inapelavelmente. Pode-se compreendê-la como uma contingência humana que 
talvez seja preciso antes reconhecer com naturalidade do que descartar como 
um vício abominável. Como se sabe, a vaidade está em todos nós em graus e 
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com naturezas diferentes, e há uma vaidade que devemos aceitar: aquela que 
corresponde não a um mérito abstrato da pessoa, a um dom da natureza que 
nos tornasse filhos prediletos do céu, mas a algum trabalho que efetivamente 
tenhamos realizado, a uma razão objetiva que enraíza a vaidade no mesmo 
chão que foi marcado pelo nosso melhor esforço, pelo nosso trabalho de 
humanistas. Na condição de humanistas, temos interesse pelo estudo das 
formações sociais, dos direitos constituídos e do papel dos indivíduos, pela 
liberdade do pensamento filosófico que se pensa a si mesmo para pensar o 
mundo, pela arte literária que projeta e dá forma em linguagem simbólica aos 
desejos mais íntimos; por todas as formas, enfim, de conhecimento que ainda 
tomam o homem como medida das coisas. Talvez nosso principal desafio, 
neste tempo de vertiginoso avanço tecnológico, esteja em fazer da tecnologia 
uma aliada preciosa em nossa busca do conhecimento real, da beleza 
consistente e de um mundo mais justo - todas estas dimensões de maior peso 
do que qualquer virtualidade. O grande professor e intelectual palestino 
Edward Said, num livro cujo título já é inspiração para uma plataforma de 
trabalho - Humanismo e crítica democrática - DILUPD�D�FHUWD�DOWXUD��³FRPR�
KXPDQLVWDV��p�GD�OLQJXDJHP�TXH�SDUWLPRV´��³R�DWR�GH�OHU�p�R�DWR�GH�FRORFDU-se 
na posição do autor, para quem escrever é uma série de decisõese escolhas 
H[SUHVVDV�HP�SDODYUDV´��1HVVH�VHQWLGR��WRGD�OHLWXUD�p�R�FRPSartilhamento do 
sujeito leitor com o sujeito escritor - compartilhamento justificado não 
necessariamente por adesão a um ponto de vista, mas pelo interesse no 
reconhecimento e na avaliação do ponto de vista do outro. Que seja este um 
nosso compromisso fundamental. Que seja esta a nossa vaidade de 
humanistas. 
(Derval Mendes Sapucaia, inédito) 
 
07. (TRF/4 - 2014 ± Analista Judiciário ± Apoio ± FCC) Quanto à 
pontuação, a frase inteiramente correta é: 
(A) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os 
humanistas uma vez que, é nela, que se estabelecem não apenas as relações 
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de sentido, mas também o desafio de o leitor divisar e compartilhar, as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
(B) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os 
humanistas uma vez que é nela, que se estabelecem não apenas as relações 
de sentido, mas também o desafio, de o leitor divisar e compartilhar, as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
(C) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os 
humanistas, uma vez que é nela que se estabelecem, não apenas as relações 
de sentido, mas também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as 
escolhas produzidas pelo escritor 
(D) Para Edward Said a linguagem é o terreno, de onde partem os 
humanistas, uma vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações 
de sentido mas, também, o desafio de o leitor divisar, e compartilhar as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
(E) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os 
humanistas, uma vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações 
de sentido, mas também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
 
Comentário: vamos analisar cada alternativa: 
A - Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os 
humanistas, uma vez que, é nela, que se estabelecem não apenas as relações 
de sentido, mas também o desafio de o leitor divisar e compartilhar, as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
B - Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os 
humanistas, uma vez que é nela, que se estabelecem não apenas as relações 
de sentido, mas também o desafio, de o leitor divisar e compartilhar, as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
C - Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde partem os 
humanistas, uma vez que é nela que se estabelecem, não apenas as relações 
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de sentido, mas também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
D - Para Edward Said, a linguagem é o terreno, de onde partem os 
humanistas, uma vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações 
de sentido, mas, também, o desafio de o leitor divisar, e compartilhar as 
escolhas produzidas pelo escritor. 
E - Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde partem os 
humanistas, uma vez que é nela que se estabelecem não apenas as relações 
de sentido, mas também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as 
escolhas produzidas pelo escritor. CORRETA 
Cuidado! Não se separa com vírgulas sujeito do predicado, nem o 
verbo do complemento. 
GABARITO: E 
 
Da utilidade dos prefácios 
 
Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 
100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de 
falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio 
ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia 
ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio 
adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou 
antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a 
serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que 
inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. 
Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e 
prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não 
justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em 
muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do 
prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência 
das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto 
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principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de 
uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a 
possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e 
inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final 
vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto 
principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser 
bem mais curto. 
Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos 
maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de 
uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como 
se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também 
linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando 
o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele 
conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio 
acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio 
poético. 
(Aderbal Siqueira Justo, inédito) 
 
08. (TRF/16 - 2014 ± Analista Judiciário ± contabilidade ± FCC) 
Quanto à pontuação, a frase inteiramente correta é: 
(A) Já pela má fama adquirida já por preconceito, sempre haverá por 
parte de certos leitores, alguma relutância diante da leitura de um prefácio. 
(B) O autor do texto não hesita honestamente, de recorrer a experiências 
pessoais, para demonstrar sua tese, favorável em boa parte à existência 
mesma dos prefácios. 
(C) A escritora Cecília Meireles tão talentosa quanto bonita, é citada no 
texto como parâmetro de excelência, na comparação com uma jovem, bela e 
pouco inspirada poetisa. 
(D) Muita gente acabará por confessar tal como fez o autor, que um 
prefácio pode prender nossa atenção, com muito mais força, do que o texto 
principal de uma obra. 
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 (E) O autor conclui, não sem razão, que as bibliografias que indicam 
apenas o prefácio de uma obra permitem deduzir, não há dúvida, que o 
restante do livro não importa muito. 
 
Comentário: vamos analisar cada uma das alternativas, mascando em 
vermelho os erros: 
(A) Já pela má fama adquirida, já por preconceito, sempre haverá, por 
parte de certosleitores, alguma relutância diante da leitura de um prefácio. 
(B) O autor do texto não hesita, honestamente, de recorrer a experiências 
pessoais, para demonstrar sua tese, favorável em boa parte à existência 
mesma dos prefácios. 
(C) A escritora Cecília Meireles, tão talentosa quanto bonita, é citada no 
texto como parâmetro de excelência, na comparação com uma jovem, bela e 
pouco inspirada, poetisa. 
(D) Muita gente acabará por confessar, tal como fez o autor, que um 
prefácio pode prender nossa atenção, com muito mais força, do que o texto 
principal de uma obra. 
(E) O autor conclui, não sem razão, que as bibliografias que indicam 
apenas o prefácio de uma obra permitem deduzir, não há dúvida, que o 
restante do livro não importa muito. CORRETA. 
GABARITO: E 
 
09. (TRT/16º - 2014 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± FCC) 
Seria sem dúvida ingenuidade esperar que a indústria farmacêutica se 
entregasse de corpo e alma à resolução do problema. Seu compromisso 
primordial é com seus acionistas - e essa é a regra do jogo. Isso não significa, 
contudo, que não possam fazer parte do esforço. 
Afirma-se com correção sobre aspecto do trecho acima: 
(A) Se, em vez de resolução do problema, houvesse "resolver o 
problema", seria correto manter o acento indicativo da crase - "se entregasse 
[...] à resolver o problema". 
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(B) A palavra primordial está corretamente empregada, assim como está 
em "É primordial para o setor, sem dúvida alguma, as mudanças relativas à 
área de recursos humanos". 
(C) Justifica-se o uso do sinal de pontuação, na linha 2 do trecho acima, 
assim: "Não é raro o emprego de um só travessão para indicar que a parte 
final de um enunciado constitui um comentário marginal, de reduzida força 
para o desenvolvimento do raciocínio". 
(D) A substituição da conjunção contudo por "ainda que" não altera a 
relação que originalmente está estabelecida entre as frases do texto. 
(E) A substituição da forma verbal possam fazer por "possa fazer" estaria 
correta e adequada ao contexto. 
 
Comentário: embora esta questão traga conteúdos diferentes do que 
estamos estudando, é legal aproveitar o que ela traz sobre o uso do travessão. 
Esse sinal de pontuação não é usado apenas para marcar a troca de 
interlocutor em um diálogo, mas também para introduzir um comentário sobre 
o que está sendo dito. De qualquer forma, a alternativa C está errada, pois 
coloca que o travessão único destaca comentário marginal e de menor 
importância pra o desenvolvimento do raciocínio, o que é um erro. O travessão 
único pode vir marcando, separando um comentário não necessariamente de 
menor relevância. 
A resposta correta para esta questão é a alternativa E (trabalharemos 
verbo em uma outra oportunidade). 
GABARITO: E 
 
10. (TRT/16º - 2014 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± FCC) 
Também seria desejável envolver com maior intensidade universidades e 
laboratórios públicos (onde os há, como é o caso do Brasil). 
A redação alternativa à frase acima, que se apresenta clara, correta e fiel 
às ideias nela expostas, é: 
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(A) Igualmente desejável seriam universidades e laboratórios públicos que 
se envolvessem mais intensamente, pois no caso do Brasil eles têm presença. 
 (B) Da mesma maneira, seria desejável que fossem envolvidos mais 
intensamente universidades e laboratórios públicos, em lugares, como o Brasil, 
em que eles existem. 
(C) Em lugares em que estes existem (sendo o Brasil um caso de ter 
universidades e laboratórios públicos), seria também desejável seu intenso 
envolvimento. 
(D) Inclui-se no raciocínio que é desejável ter-se envolvimento de maior 
intensidade, de universidades e laboratórios aonde se encontram, como o caso 
do Brasil. 
(E) Equivalentemente, seria envolvimento desejável e intenso o das 
universidades e laboratórios públicos (em que, como o caso do Brasil, eles 
existem). 
 
Comentário: analisando cada alternativa: 
(A) Igualmente desejável seriam universidades e laboratórios públicos que 
se envolvessem mais intensamente, pois no caso do Brasil eles têm presença. 
± (55$'$��2�YHUER�³VHULDP´�GHYHULD�HVWDU�QR�VLQJXODU��2�WH[WR�RULJinal 
não disse que as universidades e laboratórios públicos têm presença. 
(B) Da mesma maneira, seria desejável que fossem envolvidos mais 
intensamente universidades e laboratórios públicos, em lugares, como o Brasil, 
em que eles existem. ± CORRETA. 
(C) Em lugares em que estes existem (sendo o Brasil um caso de ter 
universidades e laboratórios públicos), seria também desejável seu intenso 
envolvimento. ± (55$'$�� 2� SURQRPH� ³HVWHV´� H� D� RUDomR� ³VHX� LQWHQVR�
HQYROYLPHQWR´�ILFDUDP�VHP�UHIHUHQWH�� 
(D) Inclui-se no raciocínio que é desejável ter-se envolvimento de (em) 
maior intensidade, (esta vírgula está separando complemento nominal) de 
universidades e laboratórios aonde (onde ± lugar aparado) se encontram, 
como o caso do Brasil. ± ERRADO ± TETXO INCOERENTE. 
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 (E) Equivalentemente, seria envolvimento desejável e intenso o das 
universidades e laboratórios públicos (em que, como o caso do Brasil, eles 
existem). ± Não. A ondem está invertida e a sequência ficou truncada. 
GABARITO: B 
 
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³3DUHFH�TXH�YLURX�SUDJD��GH�GH]�H-mails de trabalho que me chegam, sete 
RX�RLWR�WHUPLQDP�GL]HQGR�µQR�DJXDUGR�GH�XP�UHWRUQR¶��2X�RXWUD�IUDVH�SDUHFLGD�
FRP� HVWD�� PDV� VHPSUH� LQFOXLQGR� D� SDODYUD� µDJXDUGR¶�� ,VVR� HVWi� FHUWR"� 4XH�
GLDER�GH�SDODYUD�p�HVVH�µDJXDUGR¶�TXH�QmR�p�YHUER"�*RVWDULD�GH�FRQKHFHU�VXDV�
FRQVLGHUDo}HV�D�UHVSHLWR�´��9LUJtOLR�0HQGHV�1HWR�� 
Virgílio tem razão: uPD� SUDJD� GH� ³QR� DJXDUGR´� DQGD� LQIHVWDQGR� QRVVD�
língua. Convém tomar cuidado, nem que seja por educação: antes de 
entrarmos nos aspectos propriamente linguísticos da questão, vale refletir por 
um minuto sobre o que há de rude numa fórmula de comunicação que poderia 
VHU� WUDGX]LGD�PDLV� RX�PHQRV� DVVLP�� ³(VWRX� DTXL� HVSHUDQGR�� Yr� VH� UHVSRQGH�
ORJR�´�� 
�2QGH� WHUi� LGR� SDUDU� XP� FOLFKr� FRQVDJUDGR� GD� SROLGH]� FRPR� ³$JUDGHoR�
DQWHFLSDGDPHQWH� VXD� UHVSRVWD´"� 5HVSRVWD� SRVVtYHO�� IRL� DSRVHQWDGR�
compulsoriamente ao lado de outros bordados verbais do tempo das cartas 
manuscritas, porque o meio digital privilegia as mensagens diretas e não tem 
tempo a perder com hipocrisias. O que equivale a dizer que, sendo o meio a 
mensagem, como ensinou o teórico da comunicação Marshall McLuhan, a 
internet é casca-grossa por natureza. Será mesmo?) Quanto à questão da 
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Língua Portuguesa p/ TJ-PE 
 Analista e Técnico Judiciário 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 00 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br

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