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A Divisão do Direito em Público e Privado

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A Divisão do Direito em Público e Privado 
 
 
 
Emily 
Universidade Federal de São Paulo 
 Unifesp- Campus Osasco 
 Ciências Atuariais Integral, 1° termo 
 Introdução ao Direito 
 Prof. Dan Levy 
 
 
 
Resumo 
 Direito é uma área muito grande, e se divide em vários tipos, entre eles: Direito natural, 
Direito fundamental, Direito objetivo, Direito subjetivo, entre outros; escolhido uma delas, o 
Direito Público/ Direito Privado, o trabalho se desenvolve diferenciando-as e depois explicando 
cada uma das subdivisões presentes. 
Palavras-Chaves 
 Direito Público, Direito Privado 
Introdução 
 O direito é um dos fenômenos mais notáveis na vida humana. Compreendê-lo é compreender 
uma parte de nós mesmos. É saber em parte por que obedecemos, por que obedecemos, por que 
mandamos, por que nos indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideias, por que em 
nome de ideias conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no entanto, o 
direito também nos oprime e tira-nos a liberdade. Por isso, compreender o direito não é um 
empreendimento que se reduz facilmente a concentrações lógicas e racionalmente sistematizadas. 
O encontro com o direito é diversificado, às vezes conflitivo e incoerente, às vezes linear e 
consequente. Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, 
inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição, espontaneidade. Para compreendê-lo, 
é preciso, pois, saber e amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. Mas só quem ama-o 
é capaz de dominá-lo, rendendo-se a ele. Por tudo isso, o direito é um mistério, o mistério do 
princípio e do fim da sociabilidade humana. Suas raízes estão enterradas nesta força oculta que 
nos move a sentir remorso quando agimos indignamente e que se apodera de nós quando vemos 
alguém sofrer uma injustiça. (TERCIO SAMPAIO FERRAZ JUNIOR) 
 O direito possui muitas fases e possui muitas subdivisões, tornando-se complexo e algumas 
vezes até contraditórias. 
 O Direito Natural apresenta-se como conjunto de normas de dever ser que são estáveis, 
necessárias, adequadas e regulamentam o comportamento de todos os seres da natureza. Assim 
sendo, o “direito natural” apresenta-se como a melhor forma de direito, que assegura a perfeita 
ordem e harmonia. (DIMITRI DIMOULIS) 
 O Direito Positivo é o direito posto pelo Estado, ou seja, o ordenamento jurídico. 
 O Direito Subjetivo indica uma situação particular da pessoa em relação ao ordenamento 
jurídico que lhe confere um direito, o faz titular de um direito. (DIMITRI DIMOULIS) 
 O Direito Objetivo e constituído por um conjunto de regras destinadas a reger um grupo 
social, cujo respeito e garantido pelo Estado (norma agendi) (SILVIO DE SALVO VENOSA) 
 Direito Público aquele que tem por finalidade regular as relações do Estado, dos Estados 
entre si, das soberanias, do Estado com relação a seus súditos, quando procede com seu poder de 
soberania, isto e, poder de império. Direito privado e o que regula as relações entre particulares 
naquilo que e de seu peculiar interesse. (SILVIO DE SALVO VENOSA) 
 Escolhido então uma das divisões, Direito Público e Direito Privado, o objetivo deste 
trabalho é diferenciar cada um deles e mostrar suas divisões, como por exemplo Direito 
Constitucional, Direito Internacional, Direito Civil, entre outros. 
 
Desenvolvimento 
 A antiguidade distinguia-se entre a polis e a oikia. Dizia-se que, enquanto a oikia ou a casa 
reconhecida o governo de um só, a polis era composta de muitos governantes. Por isso, Aristóteles 
dizia que todo cidadão pertence a duas ordens de existência, pois a polis dá a cada indivíduo, além 
de sua vida privada, uma espécie de segunda vida, sua bio-políticos. Era a distinção entre a esfera 
privada e esfera pública. Essa separação que caracteriza a cultura na antiguidade fazia com que a 
esfera privada se referisse ao reino da necessidade e a uma atividade cujo objetivo era atender às 
exigências da condição animal d homem: alimentar-se, repousar, procriar, etc. (EDUARDO 
BITTAR) 
 O ius civile dos romanos distinguia direito público de direito privado com objetivo de traçar 
fronteiras entre o Estado e o indivíduo. O ius publicum abrangia as relações políticas e os fins do 
Estado a serem atingidos. Colocava o Estado em posição de supremacia. O ius privatum dizia 
respeito as relações entre os cidadãos e os limites do indivíduo em seu próprio interesse. Mais 
modernamente, muitas teorias procuraram distinguir esses dois campos, sem que se atingisse um 
ponto comum e sem que, na pratica, se apresentassem resultados eficientes. Ha autores, inclusive, 
que negam a existência dessa polaridade, como Hans Kelsen (1979:382), que reduz todo 
fenômeno jurídico ao elemento normativo; todas as formas de produção jurídica se ancoram no 
Estado, inclusive os negócios entre particulares, os quais individualizam uma norma geral. Daí 
conclui que todo direito e, em síntese, público. (SILVIO DE SALVO VENOSA) 
 Ulpiano, em Roma, referiu pela primeira vez à distinção, ao apontar a existência de duas 
perspectivas possíveis para o estudo do direito: a primeira concernente ao modo de ser do Estado 
romano (normas sobre a organização política e religiosa do Estado); a segunda, relativa aos 
interesses privados. Apesar de os romanos conhecerem, portanto, a distinção entre direito público 
e privado, ela só viria a adquirir grande interesse após o advento do Estado de Direito. Até então, 
o direito privado evoluíra muito e constantemente, enquanto o direito público se mantinha como 
categoria de pouca relevância, seja porque este último flutuou demais (pense, por exemplo, na 
diferença radical entre as regras que regularam o poder político na Idade Média e no 
Absolutismo), seja porque encerrava pequeno arsenal de normas (no período absolutista, por 
exemplo, tudo se reduzia, em última análise, à regra de que o poder do Estado era ilimitado e 
devia ser acatado). (CARLOS ARI SUNDFELD) 
 Direito (direito objetivo; direito positivo; direito em vigor; ordenamento jurídico). Conjunto 
de normas que objetiva regulamentar o comportamento social. Essas normas são criadas pelas 
autoridades competentes, escritas e veiculadas em publicações oficiais, preservam a estrutura 
social, mesmo se muitas vezes promovem interesses dos mais fracos, são geralmente respeitadas 
na pratica, garantidas pela ameaça de coação e reconhecidas como legitimas pela maioria da 
população (DIMITRI DIMOULIS) 
 Para Carlos A. Sunderfeld, “o Direito é fruto de produção cultural, longamente sedimentada, 
sendo por vezes impossível compreendê-lo sem situá-lo dentro da história. Em outras palavras: o 
Direito consagra certos modelos cujo sentido advém do contexto histórico, ideológico ou político 
em que concebidos. Quando se fala, hoje, em direito público, faz-se referência a um plexo de 
ideias consagradas modernamente, sobretudo após as Revoluções Americana e Francesa, em 
tomo das relações entre indivíduo e Estado, mas que nem sempre foram aceitas e aplicadas”. 
 O Direito divide-se em duas classes: o Direito Privado e o Direito Público, e cada uma se 
subdivide em muitas outras áreas. 
 Paulo Nader diz: “O Direito Privado só é possível porque existe o Direito Público”. 
 Segundo Dimitri Dimoulis, Direito Público é “Área do direito objetivo que regulamenta 
basicamente a atividade do Estado. Seus princípios são: superioridade do Estado diante dos 
particulares; garantia dos direitos dos particulares diante do poder estatal; igualdade nas relações 
entre os Estados soberanos; caráterimperativo das normas (ius cogens) ”. 
Já para Carlos A. Sunderfeld, o Direito Público é o ramo do Direito composto de normas 
jurídicas tratando: a) das relações do Estado com os indivíduos; b) da organização do próprio 
Estado, através da divisão de competências entre os vários agentes e órgãos; c) das relações entre 
Estados. 
Há atos jurídicos de Direito Público e de Direito Privado. Exemplo do primeiro é o ato 
administrativo, mediante o qual o Estado desenvolve as suas funções administrativas, isto é, as 
destinadas à execução de seus serviços, para satisfação do interesse público, determinando, direta 
ou indiretamente, a formação, modificação ou extinção de relações ou situações jurídicas. À 
medida que forem progredindo em seus estudos, irão conhecendo, de maneira menos formal e 
abstrata, as diversas categorias de atos jurídicos. (MIGUEL REALE) 
 O direito público pode ser dividido em interno e externo ou internacional. O direito público 
interno compreende, sem que a enumeração seja exaustiva, o direito constitucional, direito 
administrativo, direito financeiro, direito tributário, direito penal, direito processual civil e penal, 
enquanto o direito público externo compreende o direito internacional público e privado. O direito 
privado abrange o tradicional direito civil e o provecto direito comercial, que mais recentemente 
se dividiu em várias especialidades, sob a denominação de direito de empresa, que inclui ramos 
que certamente possuem também autonomia, como o direito dos títulos de credito ou cambiário, 
direito de falência, direito das marcas e patentes, direito societário, direito econômico. (SILVIO 
DE SALVO VENOSA) 
 Diz a Lei Civil que são três as pessoas jurídicas fundamentais de Direito Público Interno: a 
União; cada um dos Estados e o Distrito Federal; cada um dos municípios legalmente constituídos. 
 As seguintes repartições do Direito Público Interno foram retiradas do livro do Silvio de Salvo 
Venosa: 
 Direito Constitucional: ramo que estuda os princípios e normas relativos a estrutura 
fundamental do Estado, e baseia-se na Constituição, embora não se prenda exclusivamente a ela. 
As normas constitucionais constituem o direito positivo do direito constitucional. A Constituição 
Federal abrange os princípios jurídicos fundamentais que designam e estruturam os órgãos do 
Estado, sua instituição, suas relações entre si. Além disso, há um sentido político social em suas 
normas, o valor da autoridade e da soberania e as liberdades públicas e direitos individuais. As 
leis denominadas ordinárias subordinam- se a Constituição e as leis complementares 
constitucionais. Dada a importância das normas e dos princípios que estuda, o direito 
constitucional e o ramo mais importante do direito público. Nos países organizados como 
federação, como o nosso, ha dois compartimentos de direito constitucional: o direito 
constitucional federal e os direitos constitucionais dos Estados. 
 Direito Administrativo: compreende o estudo dos fenômenos e normas que ordenam o 
serviço público e regulamentam as relações entre a Administração, seus respectivos órgãos, os 
administradores e seus administrados. Refere- se, portanto, a Administração Pública. Não e muito 
simples fixar o âmbito do direito administrativo. De forma ampla, pode ser entendida a 
Administração como qualquer ato, emanado de qualquer dos três poderes, dirigido a satisfação de 
interesses gerais. Estritamente falando, o direito administrativo e peculiar ao estudo dos atos 
emanados do Poder Executivo. O direito constitucional depende da linha política adotada, pois 
estuda as normas maiores do Estado, seja ele democrático ou não. 
 Direito Financeiro: estuda a estrutura orçamentaria dos entes públicos, seus princípios, 
normas e regulamentos. E o direito que disciplina as finanças públicas. No passado, ligado ao 
direito administrativo, mais recentemente ganhou autonomia didática. Tudo que se refere ao 
orçamento público, receitas e despesas prende-se ao direito financeiro. 
 Direito Tributário: é o ramo do direito público e do direito financeiro que ordena a forma de 
arrecadação de tributos, bem como o relacionamento entre o Fisco, entidade estatal que pode ser 
federal, estadual ou municipal, e o contribuinte. Trata-se de um direito obrigacional público, 
porque retrata a obrigação do contribuinte para com o Fisco. Cuida dos ingressos tributários que 
podem ser impostos, taxas e contribuições. Ha uma multiplicidade de leis que cuidam do direito 
tributário, sob palio do Código Tributário Nacional. 
 Direito Processual Penal: o ramo do direito público que promove a jurisdição estatal no 
âmbito do direito penal, na busca do aperfeiçoamento da punição. Regulamenta também as 
atividades de política judiciaria e seus auxiliares. E por meio de seus princípios e procedimentos 
que se obtém a punição dos delinquentes, direito privativo do Estado. 
 Direito Processual Civil: e o ramo do direito público que preordena a forma pela qual alguém 
pode obter do Estado, de seu Poder Judiciário, uma prestação jurisdicional, isto e, uma 
composição do conflito de interesses mercê de uma decisão judicial. O fulcro do direito processual 
civil, nomeado antigamente como direito judiciário civil, tem como viga mestra os princípios 
estampados no Código de Processo Civil, embora existam inúmeras outras leis de cunho 
processual que o complementam. O direito processual e eminentemente público, uma vez que 
somente o Estado pode ordenar o direito de ação como direito subjetivo autônomo. E somente o 
Estado pode compor a lide. O direito judiciário abrange também a organização do Poder 
Judiciário, sua jurisdição e sua competência. Jurisdição e o poder estatal de dizer do direito 
aplicável a um caso concreto. A competência consiste na delimitação da jurisdição, ou seja, qual 
o juiz que terá, no caso concreto, a atribuição de decidir um processo. 
 O objeto das normas de Direito Público Externo (ou direito internacional público) é o 
relacionamento entre Estados. Cada um deles se apresenta, na ordem internacional, como 
soberano, isto é, não vinculado a um poder superior. Como ensina o Ministro Francisco Rezek, 
na ordem internacional identifica-se o Estado "quando seu governo não se subordina a qualquer 
autoridade que lhe seja superior, não reconhece, em última análise, nenhum poder maior de que 
dependam a definição e o exercício de suas competências, e só se põe de acordo com seus 
homólogos na construção da ordem internacional, e na fidelidade aos parâmetros dessa ordem, a 
partir da premissa de que aí vai um esforço horizontal e igualitário de coordenação do interesse 
coletivo. Atributo fundamental do Estado, a soberania o faz titular de competências que, 
precisamente porque existe uma ordem internacional, não são ilimitadas; mas nenhuma outra 
entidade as possui superiores" (REZEK, Francisco. Direito Internacional Público. S. Paulo, 
Saraiva, 1989). 
 Direito internacional público ou direito das gentes “e o conjunto de princípios ou regras 
destinadas a reger direitos e deveres internacionais, tanto dos Estados ou outros organismos 
análogos, quanto aos indivíduos” (Accioly, 1968:1). E o direito dos tratados e dos acordos 
internacionais. E o direito das instituições como a ONU, OTAN, OEA, ALCA etc., enquanto 
cuidam dos envolvimentos dos países como pessoas jurídicas de direito externo. Atualmente o 
direito internacional público desbrava novas fronteiras. Lembre-se do surgente direito penal 
internacional. Da denominada Conferencia de Roma, de 1998, promovida pelas Nações Unidas, 
resultou o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, que vigoraria a partir do reconhecimento por 
60 nações, o queveio a ocorrer em 2002, quando foi instalado em Haia. O Brasil aderiu ao tratado 
no ano 2000. Os Estados Unidos e a China recusaram-se a reconhecê-lo. O objetivo dessa corte e 
julgar crimes contra a humanidade, como o genocídio e os crimes de guerra, praticados por 
autoridades dos países que tiverem aderido ao tratado. A ausência dos Estados Unidos nessa corte, 
os quais prometem julgar internamente seus envolvidos, a enfraquece sobremaneira. (SILVIO DE 
SALVO VENOSA) 
 Direito internacional privado busca disciplinar o conflito de leis no espaço, isto e, entre vários 
ordenamentos estatais. Esse ramo disciplina a aplicação de norma a ser escolhida entre diversos 
países a um caso concreto. Compõe-se de algumas regras e princípios que orientam a aplicação 
de um ou de outro ordenamento. Nessas hipóteses, e aplicada a lei de um Estado no território de 
outro. Pode ocorrer, por exemplo, apenas para entendimento preliminar, que a lei italiana regule 
o casamento de casal que contraiu matrimonio na Itália, mas reside no Brasil ou que a disciplina 
de um contrato realizado no Brasil obedeça as regras do direito francês, onde as obrigações serão 
cumpri das. Todos os problemas que envolvem questões de direito internacional privado dizem 
respeito ao direito público interno, pois implicam a escolha do direito aplicável, nacional ou 
estrangeiro “A ordem pública (soberania nacional, bens, costumes) constitui standard jurídico que 
age como anteparo à aplicabilidade de lei estrangeira incidente pela norma de direito 
internacional, mas incompatível com princípios básicos vigentes no território” (Batalha, 
2000:473). O direito internacional privado pode ser reduzido a alguns princípios, cuja decantação 
ocorre no caso concreto, tais como o da nacionalidade, do domicílio; do lócus regi actum, isto e, 
a lei do local onde o ato foi realizado regera a questão; da lex rei sitae, isto e, a lei do local onde 
se encontra a coisa regera a quesilha. Em nosso ordenamento, os princípios de direito 
internacional privado estão expostos na Lei de Introdução ao Código Civil. (SILVIO DE SALVO 
VENOSA). 
 O Direito Privado está muito mais marcado pela natureza particular do interesse, pela ausência 
do Estado nos negócios concluídos sob a égide do Código Civil, pelo equilíbrio entre as partes, 
pela não politicidade dos assuntos e pela possibilidade de as partes configurarem livremente suas 
relações. O direito privado regulamenta principalmente a situação jurídica e as relações entre 
particulares (pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito privado). (DIMITRI DIMOULIS) 
 Três princípios estruturam o direito privado (retirados do livro de Dimitri Dimoulis): 
• Igualdade entre os sujeitos que participam das relações privadas, não havendo relações de 
superioridade e inferioridade dos participantes nem privilégios de determinados sujeitos; 
• Primazia da liberdade individual, garantindo-se a autonomia da vontade dos particulares, que 
podem assumir obrigações e adquirir direitos mediante; contratos, cujo conteúdo e sanções são 
fixados pelos próprios contraentes. 
• Flexibilidade, pois, em muitos casos, as normas legais são aplicáveis as relações jurídicas 
privadas de forma supletiva, isto e, somente se as partes não decidirem de forma diferente (ius 
dispositivum). Ha, porém, muitas normas vinculantes que restringem a atuação dos particulares. 
 Estes princípios justificam-se pelo fato de se tratar de relações voltadas para a satisfação de 
interesses particulares, sendo o acordo da vontade dos envolvidos suficiente para configurar a 
relação. Isso significa que o caráter privado se mostra principalmente nos resultados da aplicação 
dessas normas, pois garantem aos indivíduos amplos espaços de liberdade de atuação. Mas o 
direito privado e de natureza publica em sua origem (normas criadas pelo legislador estatal) e 
também em sua finalidade, pois, como dissemos, a legislação “privada” limita a liberdade dos 
particulares. 
 No livro de Dimitri Dimoulis, o Direito Privado é dividido em: 
• Direito civil. Regulamenta a capacidade e o estado dos sujeitos de direito, bem como suas 
relações jurídicas, sobretudo nos aspectos patrimoniais (direito das obrigações, das coisas e das 
sucessões) e familiares (direito de família e grande parte do direito das sucessões). É a matriz do 
direito privado e por essa razão denomina-se também de direito privado comum. Com o passar 
do tempo, criaram-se novos ramos, cujos regulamentos divergem daqueles do direito civil e 
encontram aplicação em determinados setores de atividade dos particulares. 
• Direito comercial ou direito empresarial. Disciplina as relações jurídicas no âmbito das 
atividades empresariais. Ficam assim regulamentados os atos realizados com fins lucrativos, o 
status das pessoas que exercem habitualmente atividades empresariais com intuito lucrativo 
(empresários) e as regras de funcionamento das empresas. No intuito de se adequar as 
peculiaridades das atividades empresariais, o direito comercial fixas regras que divergem 
daquelas do direito privado comum. 
• Direito do trabalho. Disciplina as relações de trabalho subordinado, regulamentando as 
condições de trabalho (segurança, higiene, ferias), a remuneração dos assalariados e a 
representação coletiva dos empregados e empregadores. 
• Direito agrário. Trata-se da regulamentação da propriedade, da posse e do uso dos bens rurais 
e das formas de produção no campo. O direito agrário autonomizou-se progressivamente do 
direito civil, na tentativa de garantir a função social da propriedade e produção rural, por meio de 
regras menos “livres” e consensuais do que as regras do direito civil. Isso e decorrência da 
fragilidade social dos trabalhadores rurais, da extrema relevância social da produção agropecuária 
e, no caso do Brasil, das fortíssimas desigualdades na distribuição das terras. 
 As entidades ou pessoas jurídicas de direito público agem como particulares e assim devem ser 
tratadas, ficando sujeitas as normas de direito privado (SILVIO DE S. VENOSA) 
 Alguns autores ainda criaram uma outra divisão entre Direito Público e Direito Privado, 
chamado de Direito Misto, a qual seria uma mistura entre os direitos, para minimizar as brechas 
que ambas as divisões apresentam. 
 
 
Conclusão 
 Os seres humanos não vivem isolados, não vivem sós, é de sua natureza própria haver 
integrações entre si, formando grupos sociais. A convivência entre os integrantes do mesmo grupo 
e de outros depende essencialmente da existência de regras que estabeleceram como devem ser 
as relações entre todos. E essa convivência depende principalmente de organização. Um grupo 
social seria o conjunto de pessoas que são regidas pelas mesmas regras. É necessário algo ou 
alguém que tenha poder para reorganização do grupo, surge o embrião do que seria hoje o Direito. 
Chegasse na conclusão que Direito é: viver, conviver, compreender a si mesmo e a sociedade. 
Não há dogmas, mas princípios, normas e leis que regem a sociedade. 
 Apesar da natureza das duas principais divisões do direito, exige trabalho para entendê-los, 
por conta das diferentes formas de pensar entre seus pensadores e autores. Estudiosos da teoria 
geral do direito acreditam que a divisão público-privado serviria mesmo como um instrumento 
didático para ensinar. Porém, um dos problemas encontrados nessa divisão, é não ter nenhuma 
esfera para os casos intermediários entre o Direito Público e Privado, como acontece com o 
Direito da Criança e o Direito da Informática, não mencionados em nenhum dos livros usados na 
pesquisa deste trabalho. 
 Resumindo em esquemas: 
 
 
 
Referências 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=872http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9178&revista_caderno
=15 
http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205503372174218181901.pdf 
 
 Airton Cerqueira Leite Seelaender- O contexto o texto. Notas introdutórias a história do 
direito público na idade moderna. 
 Caio Mario da Silva Pereira- Instituições de Direito Civil- Volume 2- Teoria Geral das 
Obrigações 
 Carlos Ari Sundfeld- Fundamentos de Direito Público 
 Dimitri Dimoulis- Manual de Introdução ao Estado do Direito 
 Eduardo Bittar- Curso de Filosofia Do Direito 
 Francisco Rezek- Direito Internacional Público 
 José Afonso da Silva- Curso de Direito Constitucional Positivo 
 Maria Helena Diniz- Curso de Direito Civil Brasileiro- Volume 2- Teoria Geral das 
Obrigações 
 Miguel Reale- Lições Preliminares de Direito 
 Paulo Dourado de Gusmão- Introdução ao Estudo do Direito 
 Paul Nader- Introdução ao Estudo do Direito 
 Silvio de Salvo Venosa- Primeiras Linhas- Introdução ao Estudo do Direito

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