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* Paracoccidioidomicose * Definição: Doença granulomatosa sistêmica de caráter crônico ou subagudo, causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis, que acomete indivíduos habitantes de áreas endêmicas. * Agente etiológico P brasiliensis: Descrito por Adolf Lutz (1908) Fungo termodimórfico (forma filamentosa na temperatura ambiente e forma leveduriforme a 37º C) A levedura apresenta membrana birrefrigente. * * * * * Agente etiológico Nicho ecológico: Não está esclarecido; Solo, restos vegetais e coleções de água; Reservatório animal? * Epidemiologia Distribuído pela América Latina, desde o sul do México até a Argentina; No Brasil, maior incidência nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; Ocorre em pacientes provenientes de áreas rurais. * * Epidemiologia: Estudos epidemiológicos mostram que 40 a 70% dos habitantes de áreas endêmicas foram expostos ao agente; Incidência estimada: 1 a 3 novos casos/100 mil habitantes/ano; 3.181 óbitos registrados no Brasil entre 1980 e 1995. * Epidemiologia: Acomete principalmente pacientes na faixa etária dos 30 aos 60 anos; Predomínio no sexo masculino, proporção de 13:1; Na forma juvenil, não há diferença de predomínio entre os sexos. * Fisiopatogenia: A via de entrada é a inalatória; Outras formas de contaminação? Não há transmissão inter-humana; No alvéolo, as leveduras são fagocitadas pelos macrófagos e a infecção pode ser controlada nessa fase ou se multiplicam e levam à formação do complexo primário; A imunidade celular é fundamental para o controle local da infecção * Fisiopatogenia: Complexo primário: granuloma contendo o fungo e adenopatia hilar; Na maioria dos casos a infecção primária é assintomática; Disseminação linfo-hematogênica a partir do foco primário → outros tecidos * Fisiopatogenia: Disseminação a distância pode ocorrer após anos da exposição ao fungo; Reativação tardia do foco primário pode ocorrer; Re-infecção é possível. * Clínica: Formas clínicas da Pbmicose: Pb micose infecção: Assintomática/subclínica Pb micose doença: Forma aguda/subaguda (juvenil) Forma crônica (adulto) Pb micose residual ou seqüelar * Forma aguda/subaguda (juvenil) 3 a 10% dos casos; Pacientes abaixo de 30 anos, ocorrendo principalmente em crianças e adolescentes; Resultado da disseminação linfo-hematogênica após a infecção pulmonar primária; Teoricamente, pode ocorrer em pacientes de qualquer idade com ↓ da imunidade celular. * Forma aguda/subaguda (juvenil) Evolução de 4 a 12 semanas; Comprometimento do estado geral; Febre alta, adinamia, anorexia, emagrecimento; Envolvimento do sistema linforeticular: adenomegalias, hepatoesplenomegalia. * Forma aguda/subaguda (juvenil) Pode ocorrer manifestações digestivas (oclusão intestinal, má absorção, colestase), osteoarticulares (osteomielite) e cutâneas (lesões papulares); Envolvimento pulmonar raro (pode ocorrer adenomegalia hilar) ou de mucosas é muito raro. * * * * Forma crônica (adulto) 90% dos casos; Doença progride lentamente, pode levar anos até o diagnóstico; Classificada em unifocal (30% dos casos) ou multifocal (70% dos casos); Acometimento pulmonar é a regra da forma crônica. * Forma crônica (adulto) Sintomas gerais (febre e emagrecimento) são menos acentuados do que na forma juvenil; Acometimento pulmonar e das mucosa da orofaringe e do trato respiratório é a apresentação mais comum. * Forma crônica (adulto) Sintomas pulmonares: Inespecíficos; Evolução crônica; Tosse Expectoração; Dispnéia progressiva. * Forma crônica (adulto) Achados do exame físico: Semiologia pulmonar pobre; Estertores grosseiros; Baqueteamento digital; Sinais de cor pulmonale em fases avançadas da doença. * Forma crônica (adulto) Achados radiológicos: Dissociação clínica-radiológica; Não há padrão específicos; Geralmente: lesões bilaterais, simétricas, acometendo mais os campos médios e preservando as bases. * Forma crônica (adulto) Achados radiológicos: Infiltrado intersticial reticulo-nodular (mais comum); Micronódulos; Nódulos; Alveolares; Cavitações. Fibrose Derrame pleural é muito raro. * * * * * * * * * * Forma crônica (adulto) Manifestações muco-cutâneas: Muito freqüente (mucosa em 50% dos casos e cutâneo em 32%); A presença dessas lesões associadas aos achados pulmonares são indicativos fortes de Pbmicose. * Forma crônica (adulto) Manifestações muco-cutâneas: Mucosas oral, faringe e laringe são as mais afetadas; Lesão típica: lesões erosivas com pontilhados hemorrágicos (aspecto “moriforme”); Cutâneo: lesões verrucosas, pápulas, ulceras e nódulos. * * * * Forma crônica (adulto) Outros sítios de acometimento: SNC: lesões hipodensas; Adrenal; Trato genito-urinário; Osteoarticular; Fígado e baço. * * Forma crônica (adulto) Complicações pulmonares: Fibrose pulmonar; Cor pulmonale; Hemoptise; neoplasias.; Estenose traqueal. * Forma crônica (adulto) Co-morbidades: Tuberculose (associação em 5 a 10% dos casos); Enteroparasitoses; DPOC; Neoplasias. * Diagnóstico diferencial: Forma juvenil: tuberculose ganglionar, leishmaniose visceral e neoplasias hematológicas. Forma do adulto: tuberculose, histoplasmose, leishmaniose, sarcoidose e fibroses pulmonares. * Diagnóstico: Visualização do agente: Exame direto; Cultura; Anatomopatológico. * * * * Diagnóstico: Exame indireto ou sorológico: A imunodifusão dupla é o método com melhor especificidade e de fácil realização; Não deve ser usado como critério diagnóstico único; Diagnóstico sorológico é útil no seguimento do paciente. * Tratamento: Maioria dos casos o tratamento é ambulatorial; Tratamento em longo prazo; Boa resposta terapêutica; Opções: sulfas, derivados azólicos e anfotericina B. * Tratamento: Sulfas: Menor custo; Droga de escolha para gestantes e crianças; Fase de ataque: 6 a 9 meses; Fase de manutenção: 2 a 3 anos. * Tratamento: Sulfas: * Tratamento Azólicos: O itraconazol é a melhor opção terapêutica; Resposta clínica mais rápida e tempo para negativação sorológica mais curto; Maior custo. * Tratamento Itraconazol: * Tratamento Anfotericina B: Apresenta maior toxicidade; Uso parenteral; Reservada para as formas graves; Posologia: 0,5 a 0,7 mg/kg/dia; * Tratamento Critérios de cura: Melhora clínica; Resolução ou estabilização radiológica; Negativação microbiológica; Negativação ou estabilização em baixos títulos dos testes sorológicos. * Acompanhamento após suspensão do tratamento: A recidiva pode ocorrer; Seguimento semestral, por 1 a 2 anos; Avaliação clínica, radiológica e sorológica.
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